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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

It's friday I'm in lov, Izmaylov

15
Fev13

Apenas umas breves notas sobre o jogo de Aveiro:

 

 
 

Isto não se faz, caramba! Ou melhor, faz-se. Mas a um daqueles putos novatos, acabados de sair dos juniores. Para aprender, para ganhar tarimba. Não se faz ao Hugo, guerreiro de tantas batalhas. Coitado do Hugo, não merecia isto. O homem até jogou no Sporting, mas uma vergonha destas...

 

Excelente. O melhor do Jackson ao longo da partida. Não soube a pouco, mas foi pouco.

 

Os primeiros noventa minutos, consecutivos, do Izmaylov. Não há dúvida, é um senhor jogador. Nota-se de cada vez que toca na bola, ainda que também se note que não está ainda integrado na equipa. Ou então dá essa sensação, porque dentro daquela que foi a filosofia explicitada pelo Vítor Pereira, aquando da sua contratação, aqui, é apenas mais um. Está no FC Porto para ajudar e ser ajudado, logo, intervém menos do que acontecia na sua equipa anterior.

 

O Atsu está ligeiramente diferente do Varela, não está? E com enfâse na parte do ligeiramente.

 

Sobre o João Moutinho não há nada a dizer que não tenha sido dito antes. Talvez apenas que hoje, os cantos foram horrivelmente apontados.

 

Por falar horrível, surge-me um nome: Danilo!

 

Ele e o Alex Sandro parecem pratos de uma balança, que teima em não encontrar o ponto de equilíbrio. Um sobe de produção, e o outro desce. O pecado do Alex Sandro, uma vez mais, foi a atabalhoação quando próximo da baliza contrária tenta entrar paralelamente à linha de área, com mais uma escorregadela à mistura.

 

Desta vez sem efeitos perniciosos, mas diga-se que a nossa linha defensiva, minutos antes da entrada do Abel Camara, parecia a defesa do Co Adriaanse.

 

E apenas contra um adversário, o Yazalde, que, cada vez que a bola era pontapeada para diante, punha toda a gente em sentido. Por incrível que pareça a coisa melhorou com a entrada do Abel Camara, e o consequente recuo dos nossos defensores. Obrigado Ulisses Morais. 

 

Sim, porque esta equipa do Beira-Mar é decididamente, uma das mais fracas da prova. A construção de jogo é mínima, e a estratégia é pontapé para a fente, e fé no filho do Jaime Graça.

 

Ainda assim, o Mangala conseguiu ser expulso. Até podia tê-lo sido mais cedo, e acabou por o ser, estupidamente, por uma falta atacante. De vez em quando, convém desviarmo-nos dos adversários, em vez de simplesmente os atropelarmos. Não é rapaz?

 

É bem verdade, que para ser expulso por aquele tipo de falta, para além da reincidência, é preciso um árbitro como o Xistra.

 

E pronto, dever cumprido. Mais uma semana no primeiro lugar ex-aequo, e terça-feira está quase aí.

 

Venha o Málaga!  

Como substituir os insubstituíveis

23
Abr12

"Os cemitérios estão cheios de pessoas insubstituíveis".

(Georges Clemenceau)

 

Numa altura em que acabámos de celebrar os primeiros 30 anos de presidência de Jorge Nuno Pinto da Costa, trazer para aqui esta citação poderá parecer um tanto ou quanto descabido.

 

 

 

Espero que não o seja, porque se o faço é a propósito do nosso jogo, e daquilo que se lhe seguirá.

 

Vencemos, como seria de esperar, e, contando apenas connosco, faltam duas vitórias, ou uma vitória e dois empates, para assegurarmos o 10.º bicampeonato da história do clube.

 

Quanto ao jogo propriamente dito, nada que não se tivesse visto em anteriores ocasiões. Uma primeira parte de pasmaceira, como que a servir de aquecimento para um arranque fulgurante da segunda, mas ainda assim, pareceu-me a mim, não tão má como por aí vi pintado.

 

Falhámos muitos passes? É verdade. As únicas duas oportunidades de golo do Beira-Mar, surgiram nesse período? Também é verdade. O penálti que deu origem ao golo foi daqueles que punham o saudoso Pôncio Monteiro e o Gabriel Alves a perorarem sobre a intensidade da falta, durante umas valentes horas? Idem.

 

Pontos positivos. Foi uma pasmaceira direccionada, e a direcção foi apenas uma: a baliza dos aveirenses. O problema foi o do costume, uma vez lá chegados, as ocasiões de golo também não foram muitas, e só no tal penálti é que a bola entrou. Com bastas responsabilidades do Janko, diga-se.

 

Das oportunidades do adversário, uma delas só aconteceu porque o Otamendi teve mais um dos seus lapsos, e o Helton esteve a preceito em ambas.

 

No regresso dos balneários a música foi outra, mas durou pouco. Entre os 41 e os 47 minutos, com o intervalo de permeio, o nosso meio-campo foi todo amarelado (Defour, 41’; João Moutinho, 42’ e Lucho, 47’).

 

Aos 57 minutos, com o resultado feito e quando o Danilo se preparava para fazer o seu regresso aos relvados, o nosso treinador dava já indicação para abrandar. E, entretanto, do Beira-Mar nada se via.

 

Entrando na parte que diz respeito aos insubstituíveis, que ilações tirar deste jogo?

 

Deixando de fora desta conversa o Helton, porque sendo guarda-redes, é um caso muito particular, vi neste jogo dois jogadores “à Porto”: Sapunaru e Maicon.

 

O arreganho, o querer e a fibra que puseram em campo não deixa dúvidas quanto a isso. O Sapunaru só não recebe o prémio para melhor actor dramático, porque se excedeu naquela segunda simulação de penálti. Não havia necessidade de borrar a pintura assim.

 

Quanto ao Maicon, por muito que o empresário do Rolando e eventualmente, o próprio Rolando, achem que é ele o melhor defesa-central do FC Porto – quem, senão o noivo, para louvar a noiva? – na minha opinião, o Maicon, hoje por hoje, passou-lhe claramente à frente nesse particular. Em disponibilidade e segurança, não tenho a mais pequena dúvida, e nesta partida, ainda fez o passe para o terceiro golo.

 

O Rolando se se acha insubstituível, será só na cabeça dele, e na do empresário, e não me surpreenderia se estivesse de saída por uma porta bem mais pequena do que aquela que o estatuto, que julgará ser seu, lhe abriria.

 

Vi outros dois jogadores que nem precisam de se esfarrapar à Porto. Em qualquer lado, jogadores com a classe do João Moutinho e do Lucho, sobressaem.

 

E um, que faz a síntese entre uns e outros: o Hulk. Cada vez mais, quando as coisas lhe correm de feição, mistura momentos de pura classe, com outros em que luta como poucos, como muito bem notou o Jorge.

 

Estes foram, a meu ver, os pontos altos individuais da partida, deixando de fora o Helton, que esteve sempre bem, apenas pelo motivo que apontei acima.

 

Quanto aos demais, bem, nos demais temos aqueles que parecem bem encaminhados, e os outros em que as dúvidas são sensíveis.

 

Por exemplo, o Otamendi. Pelo que li recentemente, também poderá estar de saída. Nem chegou ao estado de insubstituível. As falhas frequentes não o permitem. Não é um elemento que me inspire muita confiança, e o eixo da defesa, caso efectivamente saia, não fica mal servido com o Maicon e o Mangala.

 

À esquerda, não andarei muito longe da verdade se disser que não se notou a ausência do Álvaro Pereira. O Alex Sandro esteve bastante melhor do que em anteriores aparições. Jeitoso a atacar e prático e despachado a defender.

 

Aliás, é diferente a equipa a atacar pelas alas com o Danilo e o Alex Sandro, em relação àquilo que faz com quaisquer outros dois, nomeadamente com o Álvaro Pereira. A saída para o ataque flui mais assente em técnica e toque de bola, em vez de em força, à base de arrancadas e repelões. Faz mais sentido numa equipa que privilegia como modelo de jogo, a conservação da posse de bola.

 

O Álvaro Pereira é o segundo insubstituível, que poderá ter um desgosto no que resta de temporada.  

 

No meio-campo, o Defour teve a ingrata tarefa de fazer esquecer um senhor, esse sim, quase insubstituível: o Fernando.

 

Desta vez, com o João Moutinho mais adiantado, apareceu mais desacompanhado na posição seis, em vez do duplo pivot, anteriormente utilizado. Não esteve mal. Saiu amarelado, e não sei se esgotado, mas acredito que sim.

 

Com o Fernando, quase de certeza absoluta, na agenda de uma boa parte dos tubarões do futebol por essa Europa fora, e o João Moutinho a caminho dos 26 anos, e por isso mesmo, a não poder desperdiçar as hipóteses que por aí lhe surjam de dar o salto para fora, a presença do Defour e do Lucho é incontornável.

 

Aqui sim, mais do que em termos defensivos, poderemos vir a enfrentar problemas para substituir algum daqueles dois, ou ambos. E a alternativa mais imediata que vem à mente, resume-se ao regresso do Castro.

 

No ataque, mora outro verdadeiramente insubstituível: o Hulk, claro está!

 

 

Não tem substituto possível, e acredito que seja a maior dor de cabeça de quem tem nas mãos os destinos do clube. Por muito dinheiro que entre nos cofres com a sua venda, onde encontrar algum outro jogador que faça o mesmo?

 

No Sábado, correu, atacou, defendeu, perdeu e recuperou bolas, marcou dois golos – pronto, um foi de penálti, mas marcou-o, não marcou? – e fez o passe para o outro, quase obrigando o Janko a marcá-lo.

 

E nem foi dos seus melhores jogos. Como é que se substitui alguém assim?

 

Podíamos perguntá-lo ao James, por exemplo, para ver se acorda para a vida. O rapazola vai jogando, é certo. Só que daí até se poder levar a sério aquilo o Guarín diz dele, vai uma grande distância.

 

Não digo que veja o Silvestre Varela actual a fazer o mesmo que ele, mas um Djalma, sem convencimentos, sem arrogâncias e sem se por em bicos dos pés, não lhe fica muitos furos abaixo. Nas calmas.

 

Por outras palavras, artistas como Rolandos, Palitos ou James, com maiores ou menores dificuldades substituem-se. Para jogadores como o Fernando, o João Moutinho ou o Hulk, a coisa fia mais fino.

 

Quanto ao nosso Homem da curva, está aí para as curvas, e a vários níveis. Noutros sítios, as coisas são bem diferentes…
 
 
 
 
 
 

O que falta do que está para vir

17
Abr12

Com regularidade, a trancas e barrancas, temos o título de campeão nacional a quatro jornadas de distância e interpõem-se entre nós e esse objectivo quatro equipas: o Beira-Mar, em casa; o Marítimo, nos Barreiros; o Sporting, novamente em casa; e o Rio Ave, em Vila do Conde.

 

Dada a almofada pontual de quatro pontos que temos em relação ao segundo classificado, bastam-nos três vitórias ou duas vitórias e dois empates, ou menos que isso, dependendo dos resultados dos nossos rivais.

 

Assim sendo, dediquei-me a dar uma vista de olhos ao nosso histórico de confrontos com estes adversários, mais concretamente, aos nossos dez últimos embates com aquelas equipas, cuja análise passo de seguida a fazer.

 

 

Com os aveirenses, nas últimas dez vezes em que nos encontrámos a jogar em casa, temos sete vitórias, um único empate, na primeira época do rol – 1993/1994, e duas derrotas: em 2004/2005 e 2001/2002.

 

Em 2001/2002 acabaria por sagrar-se campeão nacional o Sporting, do Boloni, com o Jardel como melhor marcador da prova, enquanto do nosso lado o treinador era já o José Mourinho, então ainda a congeminar o sucesso das épocas que se seguiram.

 

Neste jogo ficou para a posteridade uma magnífica exibição do Carlos Xistra, que marcou "A origem do xistrema".

 

Em 2004/2005, as faixas de campeão ficaram no Estádio da Lucy, com uma passagem pelo Algarve. O jogo foi à 13.ª jornada e o nosso treinador era o Victor Fernandez, que pouco tempo depois haveria de ser campeão do Mundo em Tóquio, e a seguir, despedido.

 

O golo do Beira-Mar foi obra do Beto, que na época seguinte se mudou para o clube campeão nessa temporada, onde permaneceu duas épocas, com Koeman e Fernando Santos. Prémio ou wishfull thinking?

 

 

Com o Marítimo em terreno forasteiro, temos cinco vitórias, três empates e duas derrotas: em 2009/2010 e 2002/2003.

 

O campeão de há duas épocas foi o mesmo de 2004/2005, e fomos derrotados por um golo na própria baliza do Rolando. A ter em consideração…

 

Em 2002/2003 fomos campeões, o primeiro título do José Mourinho. Não me lembro das incidências da partida, mas o Deco e o Pepe, na altura ainda nos madeirenses, acabaram expulsos.

 

 

Seis vitórias, três empates e uma derrota, é o nosso saldo entre muros contra o Sporting. A única derrota ocorreu em 2006/2007, sob a batuta do Jesualdo Ferreira, na sua época de estreia entre nós. Ainda assim fomos campeões.

 

 

No Estádio dos Arcos, o score é mais tremido. São quatro vitórias, cinco empates e também, apenas uma derrota. Esta aconteceu com o Mourinho, em 2003/2004, à 33.ª e penúltima jornada, quando éramos já campeões e o pensamento estava em Gelsenkirchen.

 

Tudo somado, são 22 vitórias, 12 empates e seis derrotas, em quarenta jogos. Apenas nas duas épocas em que perdemos com o Beira-Mar (2001/2002 e 2004/2005) e numa daquelas em que fomos derrotados pelo Marítimo (2009/2010), não nos sagrámos campeões.

 

Bem, se, para além de entediados, ficaram animados com o que leram até aqui, esqueçam.

 

Não interessa para nada. O que lá vai, lá vai, e o que interessa é o que aí vem.

 

E o que aí vem são quatro jogos que são para ganhar, e mais nada. Até porque, uma vez ultrapassado na próxima jornada o Marítimo, desconfio que o nosso principal rival muito dificilmente perderá pontos nos três últimos desafios.

 

A nosso favor temos:

 

a)    Quatro pontos de vantagem, que na prática são cinco;

 

b)    O Danilo, que ao que consta, parece estar recuperado, e que, juntamente com o Alex Sandro, tem quatro jogos para confirmar a presença nos Jogos Olímpicos de Londres;

 

c)    Literalmente, menos gordura no plantel, com o encosto definitivo do Cebola;

 

d)    O facto de ao clube mais difícil que vamos enfrentar fora de portas – o Marítimo, lhe tocar na jornada que imediatamente antecede esse jogo, o segundo classificado, com todas as consequências que daí poderão advir;

 

e)    O jogarmos em casa com o Sporting, podendo fazer a festa do título nesse jogo, que sendo contra um grande ou coisa que o valha, deve ter uma envolvente motivacional assegurada.

 

Faltam quatro jogos (ou menos) para o septuagésimo primeiro título. Uma bela forma de festejar trinta anos de presidência.