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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Mudança ou desnorte?

28
Ago15

A primeira equipa do FC Porto de que me lembro, é a da caderneta do "Planeta da Bola", que já não tenho completa porque entretanto, se descolou um cromo do Beira-Mar, e perdi-o.

 

Fonseca; Gabriel, Simões, Freitas e Murça; Rodolfo, Frasco e Romeu; Duda, Gomes e Costa.

 

Foi a equipa, treinada por Pedroto, que falhou o tri em 79/80. Jogava em 4x3x3.

 

Nos anos imediatamente a seguir, muito sinceramente, não me recordo. Mas, desde o regresso de José Maria Pedroto, e no advento do FC Porto europeu, o 4x4x2 era o sistema de eleição.

 

Que me lembre, o 4x3x3 voltaria com o António Oliveira. Se olharmos para os extremos de que então dispunhamos, Capucho e Drulovic, por exemplo, e para o ponta-de-lança, que materializava as oportunidades criadas por aqueles, Mário Jardel, a opção é fácil de entender.

 

Mourinho, grosso modo, adoptou o mesmo sistema, mas introduziu-lhe nuances, em particular nas partidas internacionais, que o faziam pender para o o4x4x2 ou para o 4x3x1x2.

 

Com Adriaanse, bem, com Adriaanse, as coisas só se equilibraram, e deram resultado a partir do momento em que começou a trabalhar no modelo que conhecia, um 3x3x4 suicida, de pôr os nervos em franja ao adepto mais fleumático.

 

O conceito, inovador entre nós, causava dificuldades aos adversários, que se viam sufocados perante a avalanche de futebol ofensivo. Salvo erro, o Ronald Koeman, certamente conhecedor dos bugs do sistema, foi o único que conseguiu dar-lhe a volta, e fomos campeões sem derrotá-lo uma única vez.

 

A partir de Jesualdo Ferreira o 4x3x3 foi decretado a imagem de marca da equipa e, ainda que com eventuais variações, tem vindo a ser empregue pelos treinadores que se lhe seguiram.

 

Foi isso que aconteceu também com Lopetegui na temporada passada. No entanto, fazia parte do plantel do FC Porto, um jogador como Quintero, um caracteristico número 10, e foi ainda contratado Adrián López, um segundo avançado.

 

Pese embora as tentativas levadas a cabo pelo treinador, nem um, nem outro, conseguiram encontrar os seus lugares na equipa. O 4x3x3 não comporta as posições em que ambos melhor rendem, e nenhum dos dois foi capaz de mostrar serviço noutra(s) posição (ões).

 

A primeira contratação, conhecida, para a época que agora decorre, foi a de Alberto Bueno. Mais um homem para jogar por detrás do ponta-de-lança, um segundo avançado. A tal posição que, teoricamente, não existe no 4x3x3.

 

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Há dois dias atrás surgiu associado ao FC Porto, nome de Jesús Corona, do Twente. Não sei se é a sério, e se a sua putativa contratação terá por trás algum fundo. O que sei é que, segundo consta, o PSV Eindhoven terá estado na corrida para contratá-lo, e desistiu, por o considerar caro em demasia.

 

Não está em causa a qualidade do jogador, neste ou nos outros nomes que apontei. Os bons jogadores serão sempre bem vindos,  e aqui, bem como, de resto, no caso do Bueno,  não os conheço o suficiente para ter uma opinião definitiva formada.

 

Porém, do pouco que vi, não vi um extremo, como foi anunciado. Raramente o vi junto à linha. Vi-o sim, a jogar por detrás do ponta-de-lança e como segundo avançado, numa posição muito parecida com aquela que será a do Bueno.

 

Tudo bem, os jogadores adaptam-se. O James quando veio para cá, não era extremo. Ainda que num estilo diferente do típico 10 sul-americano, era essa a sua posição. E veio jogar para extremo, e está onde está.

 

Já o Quintero, mais próximo estilisticamente, por exemplo, de um Carlos Valderrama, parece geneticamente incapaz de fazer o mesmo.

 

Agora, a ser verdade, contratar Corona quando se tem no plantel Bueno, ou para colocá-lo a jogar na linha, e desviar Brahimi para dentro, como também já li, fará sentido?

 

O Brahimi é um organizador de jogo, ou um rompedor? Então, e não está de volta o Quintero, que faz essa mesma posição?

 

Ou melhor ainda, o modelo de jogo contempla essa posição? Ou a de segundo avançado, para a qual tivemos o Adrián, temos o Bueno, e poderemos vir a ter o Jesús Corona?

 

Estará por aí na calha uma mudança do paradigma táctico, ou será simplesmente um momento de desnorte?

Na certa, é burrice minha, mas...

22
Abr15

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Houve uma coisa que não percebi no jogo de ontem.

 

Ou melhor, houve várias, mas aconteceu tudo tão rápido, e além disso, não quero abusar da boa vontade alheia.

 

Dizia eu que houve uma coisa que não percebi, e talvez alguém me possa ajudar a satisfazer a curiosidade.

 

Aos 27 minutos de jogo, perdíamos 0-3. Aos 32 minutos, saía Reyes e entrava Ricardo Pereira. Claramente a aposta no primeiro fracassara, ou sem pessoalizar, a aposta na contenção.

 

Ao intervalo a conta ia em 0-5. Sai o Quaresma e entra o Rúben Neves. Deduz-se que para evitar males maiores, pois o extremo parecia estar em ponto de rebuçado para fazer alguma asneira.

 

Aos 67 minutos, ainda com 0-5, sai o Brahimi e entra o Evandro. E é aqui que pergunto: para quê? Ou, porquê?

 

No banco estavam o Quintero, o Hernâni e o Aboubakar, todos eles mais ofensivos que o Rúben ou que o Evandro. Porque não um deles?

 

No caso da troca do Quaresma pelo Rúben Neves, ainda vá que não vá. Percebe-se que podia haver ali uma tentativa de equilibrar o meio-campo. Mas, e a outra substituição?

 

Com uma desvantagem de três golos na eliminatória prescinde-se de um avançado e mete-se um médio? Para quê? Segurar o cinco zero? Evitar uma vergonha maior?

 

O certo é que a partir daí, a equipa empertigou-se, marcou um golo, e podia ter marcado um segundo. Seja como fôr, o caso é que, por mais voltas que dê, não consigo perceber aquela substituição.

 

Será que alguém me poderá dar uma ajuda? Garanto que a pergunta não é capciosa, é apenas curiosidade mórbida, mesmo.

Quem quer ser Brahimi, no lugar do Brahimi?

06
Jan15

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Tive ontem à tarde/noite, um diálogo interessante, como não poderia deixar de ser, via Twitter, com o Jorge, do Porta 19.

 

A coisa começou a propósito de quem seria o substituto do Brahimi nos tempos mais próximos, mas acabou por se estender a quase toda a linha ofensiva, pois só ficou de fora o inquestionável Jackson Martinez.

 

O Jorge começou por alvitrar o Ricardo Pereira como uma possibilidade para testar, em substituição do Brahimi. Perfeitamente plausível no papel, e desejável no íntimo de muitos de nós.

 

No entanto, comentei que achava que não, pois o Ricardo joga pela direita, ao passo que o argelino tem aparecido mais a jogar pela esquerda, o que implicaria uma reformulação da frente de ataque. E assim por diante.

 

Como o Twitter não é elástico, e a minha capacidade de síntese é reduzida, vou tentar completar o meu pensamento, preenchendo as lacunas que ficaram.

 

O Lopetegui, tal como o Jesualdo o era, parece ser fã de uma linha atacante assimétrica. De um lado, um extremo mais rectilíneo, e do outro, um com tendência para internar-se entrar mais para o centro do terreno.

 

No primeiro caso temos o Tello, o Quaresma e o Ricardo Pereira. Para o segundo, o Brahimi, o Adrián e, aquela que é a minha hipótese favorita, ainda que não sendo um extremo puro…o Quintero, sendo que este, futebolisticamente falando, é para mim o que mais se aproxima do argelino.

 

Não me recordo, mas penso que em raras, senão nenhumas ocasiões, terão jogado em simultâneo como extremos, elementos de algum daqueles dois grupos. E não me parece que seja agora que isso irá acontecer.

 

Lançar o Tello e o Adrián parece-me fora de questão. É demasiado arriscado, tendo em conta as últimas exibições do Tello, e expõe em demasia um Adrián, a necessitar prementemente de algum resguardo.

 

Com o Quintero, a situação já está para além do ponto de respaldo. E acho que ele próprio está perfeitamente consciente disso. Ou funciona ali, ou dificilmente terá oportunidade de provar noutro sítio.

 

Resolvida a esquerda, na direita as opções são mais numerosas. Contudo, o Tello e o Ricardo favorecem um outro tipo de movimentações do Danilo, que o Quaresma não proporcionará tão facilmente.

 

Jogando à linha permitem com naturalidade que o lateral flita para dentro, como gosta de fazer, e tente o remate. Com o Quaresma, a convivência tem sempre de ser gerida de uma forma menos espontânea.

 

Do ponto de vista defensivo, o Ricardo situa-se num patamar de excelência superior aos outros dois.

 

Dito isto, o ataque ideal para o onze inicial seria: Tello, Jackson e Quintero.

 

Se a coisa corre bem, aí sim, o Ricardo para o lugar o Tello, para ir ganhando rodagem, e eventualmente, o Adrián para o do Quintero, para ganhar confiança. Então e o Quintero? – perguntarão - não precisa de confiança?

 

Pois é. É uma questão de dividir o mal pelas aldeias…

 

Correndo mal, a alternativa para a direita será o Quaresma. Já para a esquerda, ainda por cima sem o Alex Sandro, não me parece que a solução passe pelo Adrián a extremo.

 

Será sempre um falso extremo, pois tem demasiada tendência para ir para dentro, e o José Angel não dá tanta profundidade ao flanco.

 

Mal por mal, preferiria uma solução tipo subir o Óliver para falso extremo, e o Adrián no apoio ao ponta-de-lança, com um meio-campo sustentado num duplo pivot Casemiro – Herrera/Evandro.

 

Tudo isto, é claro, sem olhar para o Belenenses, que, confesso, ainda não vi jogar, e o Lito Vidigal não é parvo nenhum…