Caso ainda não tenham reparado, de há uns tempos a esta parte, eu e o Vítor Pereira, não o mais recente campeão nacional, ainda que também quanto a ele não possa evitar uns quantos desencontros, mas o dos árbitros, temos, dizia então, aquilo a que poderemos apelidar de uma relação marcada por uma latente divergência.
Daquelas tipo amor-ódio. Se um diz que é branco, o outro verá que é preto, se um gosta de azul ou outro prefere verde, e assim por diante.
Também não será certamente do vosso conhecimento que o Vítor Pereira, uma vez mais o dos árbitros, é frequentador assíduo deste espaço. Aliás, tenho cá para mim que a implementação daquela não-medida, de não anunciar as nomeações dos árbitros, teve muito mais a ver com os comentários sobre as nomeações, que por aqui se faziam, do que com o que quer que seja que o Jorge Coroado pudesse perorar sobre o assunto.
Ao nosso Vítor, acho que até lhe faria bem passar por cá de vez em quando, mas, dadas as evidências, parece-me bem que não o fez uma única vez ao longo da época.
Sendo sabedor de tudo isto, e preocupado com a preparação dos festejos do nosso mais que provável título, vaticinei propositadamente no último texto, que o árbitro designado para o nosso embate no Funchal, seria o João “pode vir o João” Ferreira.
É claro, que lendo o dito texto, o Vítor nunca, em hipótese alguma, nomearia o setubalense para aquele jogo, mais o seu compincha Ferrari. Com o João “pode vir o João” Ferreira fora de cena, as nossas hipóteses de montar a festarola do título em casa, contra o Sporting, aumentariam exponencialmente.
E com a ajuda dos jogadores da União de Leiria e do Sindicato dos Jogadores, então é que haveria de ser.
Ou seja, dei uma de Miguel Sousa Tavares, na véspera do nosso jogo para a Liga, no Estádio da Lucy, em que desancou a equipa e anteviu uma hecatombe, e depois, com a vitória consumada, veio dizer que o tinha feito para espicaçar o orgulho dos jogadores.
Nunca esperei foi que o Vítor fosse tão longe. Bolas, nomear o Paulo Baptista não lembrava o diabo, vermelho ou de que cor fosse. Então e os internacionais? Não havia?
O único ponto a favor do Paulo Baptista para tal jogo seria o facto de a última derrota do FC Porto nos Barreiros ter sido precisamente com o dito cujo. Mas ainda assim, só com um golo na própria baliza do Rolando.
Depois disso, esteve na época passada na nossa vitória de penálti na ronda inaugural, contra a Naval 1.º de Maio, que tanta léria motivou entre os comentadores papoilas, e na eliminação do Moreirense, para a Taça de Portugal, onde anulou mal, um golo ao nosso adversário.
Nada de especial, portanto. Dificilmente por aqui se poria em causa recebermos condignamente os sportinguistas, fazendo deles convidados de honra para uma festa do título à maneira. Coitados, eles que há tanto andam arredados dessas coisas. Vamos lá ver se levam a Taça! O Pedro Emanuel anda em poupanças há tanto tempo…
Agora, o Vítor trocou-me as voltas foi ao nomear o Olegário Benquerença, para o Estádio dos Arcos. É claro que nomeando o Olegário a coisa tinha de descambar.
Ao que consta, foram dois, apenas dois, os penáltis perdoados aos da casa, e ainda assim marcou um. Com a fezada com que andam por aí a atirar-se ao presidente e ao treinador de um certo clube, do falatório que aí vem dificilmente se livrará.
Poderia ter sido um jogo daqueles à Duarte Gomes, mas não, o Olegário não é menino para isso. Assinalar três penáltis no mesmo jogo, a favor da sua equipa predilecta? Nem pensar.
E pronto, o Vítor e o Olegário estragaram-nos a festa.
Tivemos de nos contentar em ser campeões em casa, de pantufas, sentadinhos no sofá. Com as luzes acesas e sem chuveiro. Convenhamos, não tem tanta piada.
Ainda dei uma volta pela baixa, para ver se via alguém, mas apenas dei com três ilustres companheiros de luta, desportiva, é claro. Não se faz meus amigos Vítor e Olegário.
Este título tem um sabor estranho, mas não deixa de ser um título. Mais um a juntar à lista, e já lá vão 26. Ficamos a cinco de alcançar quem nos antecede na lista dos campeonatos conquistados.
Foi, no entanto, um título esquisito, conquistado por um clube cuja SAD esteve estranhamente apática até Janeiro, parecendo que só aí terá acreditado que sim, que dava para lá chegar.
Cujo treinador gozou de um brevíssimo estado de graça, sendo mal querido pelos adeptos, quase desde que iniciou funções, e diga-se em abono da verdade, em não raras ocasiões pouco fez para que isso não acontecesse.
E pior ainda, até pelos próprios jogadores, alguns deles, que não vou nomear, mas vocês sabem de quem é que estou a falar, muitíssimo mal comportados, e a precisarem de um valente puxão de orelhas, como por exemplo, não tornarem a vestir aquela camisola. Para quem não quer, há de sobra.
Bem, o que interessa é que fomos campeões, somos bicampeões, e vamos festejar seja como for. Vamos levar isto até ao fim, borrifando-nos para se a União de Leiria joga ou não joga no próximo jogo, ou se o faz só com os jogadores emprestados pela equipa A.
Se não estivemos tão bem como em outras ocasiões, outros houve que terão estado pior. A duas jornadas do fim temos o título assegurado e seis pontos de distância para o segundo classificado, que poderão manter-se ou não.
A equipa mais louvada dos últimos tempos, o campeão de 2009/2010, garantiu o título na derradeira ronda e terminou com cinco pontos de avanço sobre o mais directo concorrente. E foi o campeão mais louvado, por isso…
Concluindo, concordo que foi um título merecidíssimo. Agora é festejar, e depois parar, reflectir no que correu menos bem e começar a preparar a época seguinte.
Bem, começar não, porque pelos vistos essa parte estará devidamente acautelada.
CAMPEÕES, CAMPEÕES, NÓS SOMOS CAMPEÕES!
CAMPEÕES, CAMPEÕES, NÓS SOMOS UNS GANDAS CAMPEÕES!