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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Por favor, surpreendam-me

08
Dez15

Por mais de não sei quantas vezes, já disse a mim mesmo que tenho de deixar de ver ou ler, as conferências de imprensa de antevisão dos jogos.

 

Ou melhor ainda, devia era deixar pura e simplesmente de passar cartão ao futebol. De certeza que me chateava menos, era mais saudável, e a família agradecia. Mas não consigo, é mais forte do que eu, e o twitter está a revelar-se altamente aditivo.

 

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"Quero que os jogadores achem que é possível vencer aqui"

 

"Quero que os jogadores achem que é possível vencer aqui"?

 

Mas que merda é está? "Que achem que é possível " ou que são capazes, e com o catano, vão vencer, caralho!

 

Não sou especialista em discursos motivacionais, mas isto do "que achem que é possível", é forma de motivar alguém antes de um jogo decisivo?

 

Ou são, ou não são. Ou sim, ou sopas. Isto é um voto de confiança nos jogadores?

 

Vão dizer-me que foi uma má escolha de palavras, ou dificuldade de expressão. Volta Vítor Pereira, estás perdoado!

 

Ai, que saudades daquele discurso analfabruto do:

 

" Vai jogar à defesa ou ao ataque? "

 

"Quando tivermos a bola atacamos, quando não a tivermos, defendemos".

 

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Depois vem o Danilo Pereira:

 

"Não vamos mudar o nosso jogo. Temos a nossa filosofia de jogo, sabemos defender e estamos preparados"

 

Quanto ao mudar o jogo e a filosofia, as esperanças há muito que se foram. Nem se pede tanto.

 

Mas a parte do "sabemos defender e estamos preparados" dá que pensar. Estarem preparados, é sempre bom.

 

Agora a conjugação do "sabemos defender", com o " estamos preparados ", assim de repente, remete para os jogos da época passada na Cesta do Pão e contra o Belenenses. Deve ser só coincidência...

 

Portanto rapazes, o gajos são todos muita bons, a fina flor da elite futebolística de vários continentes, mas com o caralho, vamos lá deixarmo-nos de merdas, que se fodam os discursos bonitos de ocasião, e toca a ganhar a porra do jogo.

 

Neste clube, ninguém "acha que é possível". Ou é possível, ou  fica a pele em campo, a tentar fazê-lo possível.

 

E de preferência, que seja a dos outros...

Concatena, filho, concatena

23
Set15

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O Layún deu o mote, quando disse que "os clássicos não se jogam, ganham-se".

 

Valha a verdade que este clássico foi muito mal jogadinho, graças a Deus. Ou neste caso, graças aos tipos que por aquele relvado andaram, correram, espernearam e provocaram, que resolveram fazer a fineza de dar-lhe razão, e substituir a inteligência e o bom futebol, por nervo e vontade.

 

Uma primeira parte desgraçada do nosso lado, aliás, perfeitamente em linha com o que acontecera em Kiev, a meio da semana.

 

Na Ucrânia, o André André começou à esquerda, com o Herrera ao meio e o Brahimi à esquerda. No caos que foi aquele meio-campo, passou para o meio, e as coisas melhoraram.

 

Depois foi acabar na direita, naquilo que agora à posteriori, parece ter sido um ensaio prematuro para o clássico, uma vez que, como se viu, o resultado estava longe de estar garantido, e um milhão de euros que voou pela janela. 

 

No Dragão, o André André começou como havia acabado o jogo anterior, à direita.

 

Jorge Jesus, quando Lopetegui o confrontou na temporada passada, disse queque, enquanto homem, o rival era corajoso por tê-lo feito, mas como treinador...

 

André André à direita foi um sinal de receio de Gaitán? Em boa verdade sempre seria o homem mais perigoso do adversário.

 

O certo é que, uma vez mais, as coisas começaram a recompor-se quando André André passou para o meio.

 

Em ambos os jogos Lopetegui apostou no duplo pivot a meio-campo. Danilo Pereira e Rúben Neves, na Champions, e Rúben Neves e Imbula, para a Liga doméstica.

 

Nas duas partidas o duplo pivot andou aos papéis. Completamente perdidos no primeiro jogo, e em ambos, médios defensivos e linha defensiva excessivamente recuados em relação aos demais médios e avançados.

 

Resultado, um enorme buraco no centro do terreno, que André André logrou, de certa maneira, preencher quando passou para o meio.

 

O exagero foi tal que no Clássico, a dada altura, quando o adversário atacava, e fazia-o fundamentalmente por Gaitán e com os recuos de Jonas, para vir buscar jogo, Rúben Neves e Imbula baixavam de tal maneira, que quase se integravam na linha defensiva.

 

Ou seja, estamos perante equívocos tácticos, exponenciados por uma considerável dose de casmurrice, ou ainda falta trabalho táctico para limar as arestas do sistema, e demonstrar as suas virtudes?

 

Pelo que percebi, em particular no jogo contra o Stoke City, o ensaio do duplo pivot começou na pré época. A colocação de Herrera ao meio, num papel de praticamente segundo avançado, já vem da época passada.

 

Como é que se conjuga isto com rasgados elogios ao treinador?

 

"Concatena, filho, concatena"! - dizem agora os ex-"Gato Fedorento".

 

Não consigo.

Percebem agora?

19
Mai15

"Sei lá quantos vai assinar patrocínio milionário com a Emirates"

 

Estão a perceber porque é que não dou relevância, por aí além, aos milhões da Liga dos Campeões?

 

Não é que não valorize a caminhada feita, é claro que não é todos os dias que se chega aos quartos-de-final, mas daí a fazer do dinheiro o foco prioritário…

 

Arrecadámos vinte e tal milhões, temos garantidos mais doze para a próxima temporada e vem aí um empréstimo obrigacionista de mais 40.

 

Apesar disso, o Danilo está vendido, e parcialmente recebido, ao que consta, e ainda vamos ter de nos desfazer de mais alguém.

 

E do outro lado, o que é se vê?

 

Sai a PT, que dava quatro milhões/ano, e entra a Emirates, que vai dar oito.

 

Mas isto nem é o mais importante.

 

Nada impede que venhamos a ter nas nossas camisolas o Azerbaijão, o Usbequistão, ou outro “ão” qualquer.

 

A questão não é essa. A questão é que contra recursos que são ilimitados, não há concorrência possível.

 

Não vale a pena entrar no jogo dos milhões, porque nesse, estamos condenados a ficar sempre a perder.

 

Se não for da Emirates, o dinheiro haverá de brotar por qualquer outra via, e nunca faltará. Peter Lim, Jorge Mendes, BES, Novo Banco, donde quer que seja…

 

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E, fundamentalmente, por dois motivos, qualquer um deles inquestionável: a dimensão do mercado e a impunidade.

 

Quanto à dimensão do mercado, é claro que um share de seis milhões, give or take a few (millions!), é sempre mais apetecível que um de quatro, três ou menos.

 

E se esse share, face às suas características idiossincráticas revela uma propensão quase irracional para um consumo desenfreado, melhor ainda.

 

Relevante, é também o manto de impunidade que cobre as fontes donde provém o financiamento, seja elas claras ou obscuras.

 

Bernardino Barros questiona com alguma frequência no Porto Canal, porque é que o “Apito Dourado” não desceu abaixo de Leiria.

 

Não é só com o “Apito Dourado” que isso acontece. É geral.

 

Toda e qualquer matéria em que dê azo à mais pequena dúvida quanto à sua legitimidade, e mais grave, legalidade, é rapidamente abafada, e se tal não for suficiente, branqueada.

 

Para tal, concorre grandemente o beneplácito de todas as instâncias, de cima abaixo nas suas hierarquias, e a conivência decisiva, inacreditavelmente muito mais por acção do que por omissão, de todo um universo de comunicação social, em que as leis de mercado se sobrepuseram há muito tempo, àqueles que deveriam ser os seus princípios éticos e deontológicos.

 

Neste caldo, a concorrência pelos milhões é claramente impraticável.

 

O único campeonato europeu onde consigo vislumbrar um paralelo de comparação é a Bundesliga, onde a desproporção é de tal ordem, que o Bayern de Munique, recorrentemente, se dá ao luxo de contratar os melhores jogadores dos rivais directos, como o Borussia de Dortmund.

 

Ainda assim, este último consegue, ainda que episodicamente, fazer-lhe frente, e o presidente dos bávaros, Uli Hoeness, embora a título pessoal, foi condenado por fraude e evasão fiscal.

 

E por cá?

 

Por cá, fico estúpido quando vejo adeptos portistas, do alto da sua credulidade, a caírem convictamente na esparrela de que no outro lado o dinheiro vai acabar.

 

Boa sorte.

 

Na certa, é burrice minha, mas...

22
Abr15

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Houve uma coisa que não percebi no jogo de ontem.

 

Ou melhor, houve várias, mas aconteceu tudo tão rápido, e além disso, não quero abusar da boa vontade alheia.

 

Dizia eu que houve uma coisa que não percebi, e talvez alguém me possa ajudar a satisfazer a curiosidade.

 

Aos 27 minutos de jogo, perdíamos 0-3. Aos 32 minutos, saía Reyes e entrava Ricardo Pereira. Claramente a aposta no primeiro fracassara, ou sem pessoalizar, a aposta na contenção.

 

Ao intervalo a conta ia em 0-5. Sai o Quaresma e entra o Rúben Neves. Deduz-se que para evitar males maiores, pois o extremo parecia estar em ponto de rebuçado para fazer alguma asneira.

 

Aos 67 minutos, ainda com 0-5, sai o Brahimi e entra o Evandro. E é aqui que pergunto: para quê? Ou, porquê?

 

No banco estavam o Quintero, o Hernâni e o Aboubakar, todos eles mais ofensivos que o Rúben ou que o Evandro. Porque não um deles?

 

No caso da troca do Quaresma pelo Rúben Neves, ainda vá que não vá. Percebe-se que podia haver ali uma tentativa de equilibrar o meio-campo. Mas, e a outra substituição?

 

Com uma desvantagem de três golos na eliminatória prescinde-se de um avançado e mete-se um médio? Para quê? Segurar o cinco zero? Evitar uma vergonha maior?

 

O certo é que a partir daí, a equipa empertigou-se, marcou um golo, e podia ter marcado um segundo. Seja como fôr, o caso é que, por mais voltas que dê, não consigo perceber aquela substituição.

 

Será que alguém me poderá dar uma ajuda? Garanto que a pergunta não é capciosa, é apenas curiosidade mórbida, mesmo.

Porto über alles

20
Abr15

É amanhã, e não há lugar a grandes dúvidas.

 

O Danilo e o Alex Sandro não jogam, isso é certo. O FC anti-Quaresma anda aparentemente calmo.

 

Contudo, não me surpreenderia mesmo nada que alguém sugerisse o Hernâni, para o lugar do Quaresma. "Ah, e tal, é jovem, é mais rápido, fez um bom jogo contra a Académica e, com o Bayern balanceado para diante...pode engatar um golito num contra-ataque, e decidir a eliminatória".

 

Pois, mas o Quaresma vai ser titular. E o Jackson, com infiltração, ou preferencialmente sem ela, também. O Indi está certo à esquerda, e fica a faltar o outro lado.

 

O Ricardo Pereira tem sido a opção predileta para a direita. Gosto muito do rapaz, e até faz anos no mesmo dia que os meus filhos, mas...são estes jogos que marcam a diferença entre os homens e os meninos.

 

O Ricardo que me perdoe, mas num jogo destes, prefiro a experiência ao sangue na guelra da juventude.

 

Dito isto, optaria por desviar o Herrera que, segundo consta, na primeira mão correu qualquer coisa como uma meia-maratona, para a lateral direita, e reforçar o meio-campo com a experiência do Evandro.

 

Além disso, seja qual fôr o "alemão" que calhe desse lado, o Ribéry, o Müller ou o Götze, terá sempre uma tendência natural para vir para dentro. O Guardiola também prefere que os extremos joguem por dentro, aproveitando o espaço entre linhas, e deixando a linha para o lateral-esquerdo.

 

Por isso, talvez não se justifique do nosso lado, um lateral agarrado à linha, como seria, em princípio, o Ricardo. Fica para a próxima, miúdo!

 

Quanto ao resto, bem o resto pode-se resumir numa máxima octaviomachadiana:

 

"Trabalho, trabalho, trabalho"

 

Ao trabalho, rapazes!

Wunderbar, wunderschön

14
Abr15

Cada vez vou ficando mais maravilhado com o que vou lendo pela bluegosfera.

 

Vamos jogar contra o Bayern de Munique, e qual o melhor tópico de discussão para lançar neste momento?

 

Qual o assunto que mais poderá contribuir para a união dos portistas, em véspera de um confronto deste género?

 

A titularidade ou não do Quaresma! Obviamente!

 

Wunderbar!

 

Uma vez mais o Quaresma eleito como tema do dia. Não tem sido assim a época quase toda?

 

E eis que a árvore frondosa, seja ela qual fôr, donde floresceram dois golos e duas assistências no jogo contra o Estoril-Praia, passa a eucalipto, quando se trata de defrontar os bávaros.

 

Wunderschön!

 

Dê-se o devido crédito pela coragem de quem propõe a não inclusão de Quaresma no onze inicial. Da maneira como as coisas têm corrido, se calha a jogar de início, e as coisas até não lhe correm mal, sai um valente tiro no pé.

 

Se joga e corre mal, perfeito! Comme il faut! Quem é que tinha razão, quem era?

 

Se não joga de início, e as coisas correm bem à equipa...quem é que tinha razão, quem era?

 

Por outro lado, se correm mal, porra, contra o Bayern, também que diferença fazia, ou o que é que esperavam?

 

Não sei, mas assim à primeira vista, parece-me um bocado injusto para com aquele que poderá ser, a par do Bahimi, um dos nossos maiores geradores de desequilíbrios.

 

Quer dizer, comparam-se as ausências de não sei quantos alemães, com as do Jackson, do Tello, e até do Adrián, e depois, por nossa própria iniciativa, fica de fora aquele que tem estado em melhor forma no nosso ataque?

 

Em nome de quê? Ódiozinho de estimação? Não, claro que não. Racionalmente e tacticamente, para reforço urgente do meio-campo!

 

Wunderbar!

 

Reforce-se o meio-campo, baixem-se as linhas, e vamos estar em maus lençóis.

 

O que o Guardiola quer é isso. Sem ter nenhum empatado, recomendo vivamente a leitura do "Herr Pep", de Martin Perarnau.

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Se a filosofia de jogo do catalão, não andar muito longe daquela da época passada, é fácil de perceber.

 

É avançar lentamente até ao meio-campo adversário, sempre em conjunto e a trocar a bola, para uma vez aí chegados, dar largas ao ADN germânico, e soltar os cavalos.

 

Atrair o oponente para um dos lados do campo, fazê-lo bascular até o extremo do outro lado ficar liberto, para depois meter-lhe a bola, e sair finalização ou centro para a área, quando toda a equipa se encontra colocada no terreno adversário e, se não fôr golo à primeira, pronta para disputar a segunda bola.

 

Perante isto, valerá a pena reforçar o meio-campo?

 

Quanto a mim, mais vale pressioná-los na fase lenta da construção do ataque, em que dois deles saem facilmente a jogar da defesa, e o terceiro, normalmente, mete a bola em diagonal para o extremo do lado contrário.

 

E o Quaresma? O Quaresma ultimamente tem-se visto a pressionar, como nunca fizera na vida, e não é por nada, mas tem estado tão bem ou melhor que o Brahimi.

 

Porque é que não haverá de ser titular? Simplesmente porque não? Porque é o Quaresma e vamos jogar contra o Bayern?

 

Relembrem-se do que o Artur Jorge disse no intervalo do jogo de Viena. Que se lixe o meio-campo, este pode ser o jogo de uma vida para alguns dos nossos rapazes!

 

Scheiße para o resto!

Excelente Vincent

11
Dez14

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A avaliar pela forma como sorriam e se abraçavam no final do jogo os nossos rapazes e os do Shakthar, o empate foi o resultado salomónico que a todos satisfez, e felicidades para a próxima eliminatória, que se nos tornarmos a encontrar será lá mais para diante.

 

Quem também não vamos encontrar de certeza, é qualquer um dos nossos compatriotas. É como dizia aquela canção brasileira: “Tudo está no seu lugar”. Nós, nos oitavos de final da Champions, o Sporting na Liga Europa, o que é estranho, mas não deve ser por muito tempo, e os outros no sofá.

 

Não será como na canção, “graças a Deus”, mas pelo que ouvi ontem ao Ribeiro Cristóvão, e principal e estranhamente, ainda para mais, dado o timing, ao Joaquim Rita, graças ao pateta platinado com o nome do Filho.

 

Só correu mal a lesão do Ruben Neves, que era um daqueles azares perfeitamente escusados em qualquer momento, mas principalmente no jogo daqueles, e antes de um jogo dos outros.

 

Para mim, o melhor nem foi o resultado, nem o golaço do Aboubakar, para deleite do meu filho Vicente – o meu outro filho, quando lhe expliquei que aquele senhor com a crista esquisita e a barba, ainda mais esquisita, se chamava Raúl (Meireles), como ele, fez a cara mais incrédula que o vi fazer até hoje.

 

O que verdadeiramente me encheu as medidas foi ver, já não me recordo se antes, se depois do golo, o Aboubakar a puxar pelo público.

 

Foi preciso ser um jogador chegado há uns meses, e que não tarda estará infelizmente de partida novamente – raios parta a malfadada CAN! – a interagir com os adeptos.

 

Poderá ser um enviesamento de perspectiva da minha parte, pois vejo os jogos a uma distância considerável, e num espaço de observação limitado a um rectângulo, mas parece-me que há um excessivo distanciamento entre jogadores e público.

 

Sinto isso, mesmo em relação àqueles que mais anos têm de casa, como se para eles, os adeptos fossem apenas aqueles chatos que estão confortavelmente sentados nas bancadas, sempre prontos para assobia-los à primeira escorregadela.

 

Que o são, nalguns casos. É verdade, mas caramba, não é motivo para se esconderem ou fugir deles, muito menos ignorá-los.

 

Por isso, gostei Vincent. Gostei do golo, mas principalmente, da atitude. 

 

Zenit e bolo de chocolate

23
Out13

 

  

Não fôra a expulsão do Defour contra o Málaga, e as abébias diversas, protagonizadas pelo Helton em vários jogos europeus, e diria que deve haver alguma coisa, talvez algum resto de radioactividade de Chernobyl, que vem entranhado nestes sacanas destes torneiras, e aumenta nos nossos rapazes a propensão marginal para a burrada.

 

Ele foi o Fucile, aqui há duas épocas, com aquela expulsão idiota, e agora o Herrera, a bater o recorde da expulsão mais rápida da Champions.

 

Até pode ser o peso dos jogos internacionais, mas contra estes tipos, convinha começar a largar o lastro a mais.

 

Que dizer? Com uma expulsão aos seis minutos, não há grande coisa a dizer. Apenas que não se notou que estávamos com um a menos. Jogámos de igual para igual contra uma equipa com onze jogadores, e resistimos até onde foi possível.

 

O fio de jogo enredou-se? A táctica foi confusa, e não houve futebol a meio-campo? Sim, é verdade. Mas houve querer e determinação, até mais não. Nem sempre aplicados da melhor forma, é certo, mas ao contrário do que aconteceu noutras alturas, disseram "presente", fosse para ganhar bolas de carrinho no centro do terreno, fosse para parar o Hulk, o Danny, o Arshavin, e os outros. Só faltou numa única, maldita e decisiva vez.

 

Bem, faltou mais do que uma vez, só que dessas vezes, estava lá o Helton.

 

Depois tivemos a expulsão. Rigor excessivo ou brandos costumes nossos? Por cá dir-se-ia: "É falta para segundo amarelo, mas é muito cedo", "É falta, mas ia estragar o jogo", and so on.

 

O italiano não foi de modas. Fez-me lembrar uma estória que um ex-chefe meu contava, sobre uma chefia militar que um dia, escreveu um código de conduta, tão rigoroso, mas tão rigoroso, que quando ele próprio não o conseguiu cumprir, acabou por se suicidar.

 

É o que encarecidamente te desejo, ó Tagliavento, meu grandessíssimo carcamano.

 

Para cúmulo, tivemos ainda duas bolas nos ferros. Porra, que é dose!

 

Nada está irremediavelmente perdido. Se fizessemos quatro pontos contra os russos, estávamos praticamente apurados, assim...a ver vamos.

 

Bem, o próximo que vier vai ter que pagar o pato, e o próximo anda tão inchado, que em algum sítio terá de rebentar. Que seja no Dragão.

 

No meio disto tudo, salvou-se a fatia de bolo de chocolate, que comi a meio da segunda parte, quando a fome se misturava com a ansiedade!

 


Nota: Sim, a meio da segunda parte, porque vi a transmissão do jogo em diferido, e já devia ser quase uma da manhã, quando cheguei à segunda parte. E ainda assim, a roer as unhas até ao golo! 

Fiiiiiiiiiiiu, pum!

02
Out13

 

Há algum tempo que andava a ameaçar. Há algumas semanas que vinha em queda, e agora espero que tenhamos atingido o fundo, e que não nos esteja reservada nenhuma surpresa desagradável para Arouca.

 

E, no fundo, aconteceu com o Atlético de Madrid, e em pleno Dragão, mas não teve grande coisa de novo.

 

A derrota aconteceu fundamentalmente, por duas ordens de factores: anímicos e tácticos, e dentro destes últimos, a parte física.

 

Só a componente anímica é que poderá explicar que uma equipa que faz 30 minutos iniciais em alta rotação, marque um golo e, quase instantaneamente, se retraia no campo, e deixe o adversário assumir as rédeas da partida, para depois, quando este alcança o empate, retornar a uma postura ofensiva.

 

Complexo de treinador de equipa pequena?

 

Não me parece. O Villas Boas tentou recriar o "repouso com bola", do Mourinho, mas não conseguiu grande coisa, e esta era uma imagem de marca do Vítor Pereira. Portanto, é algo que vem de trás, e que parece estar inculcado profundamente na psique do jogadores.

 

Contudo, na época passada, com as elevadíssimas percentagens de posse de bola, e em grande parte do tempo, no primeiro terço do terreno contrário, a coisa era menos arriscada.

 

Era o tal jogo de posse de que falava o treinador, e que resultava porque tinhamos jogadores para tanto, leia-se, o João Moutinho.

 

E a equipa parecia confortável neste estilo de jogo. Pudera, digamos que com os jogadores que tinhamos, era sem dúvida o menos arriscado. Sem um excessivo desgaste, dava para o gasto em termos internos, e com alguma estrelinha, talvez resultasse na Champions. Não resultou.

 

Passa-se o mesmo agora. Para já, não vejo no nosso plantel homens com capacidade para levar para além dos 30 minutos, o dinamismo evidenciado neste jogo.

 

O que nos leva à componente táctica. Pelo que percebi dos comentários que fui ouvindo ao longo do relato radiofónico, no Atlético de Madrid terão faltado ontem dois habituais titulares: Diego Costa, substituído pelo Baptistão, que quase não se viu, e o Koke, tendo entrado no seu lugar o Raúl Garcia.

 

Ou seja, o Diego Simeone não teve problemas em retirar um jogador criativo do meio-campo para diante, e colocar um homem para cobrir a ala, e lá adiante, dois avançados abertos a entrarem entre os laterais e os centrais.

 

Aos quatro centro-campistas espanhóis, contrapusemos nós apenas dois homens, que, quanto a mim, até foram os melhores em campo: Fernando e Defour.

 

Logo, em clara desvantagem, ainda mais agravada porque o auxílio dos extremos não existiu. Josué, claramente, está fora do seu habitat junto à linha, e Varela, está fora de si próprio. O Lucho andou lá por diante, muito perdido, quer entre linhas, quer quando se integrou na linha dianteira.

 

Os laterais, entre as claras dificuldades que têm vindo a sentir nos últimos tempos, com alguma dose bastante razoável, de uma menor concetração competitiva, e a preocupação com o posicionamento dos avançados contrários, também pouco ou nada ajudaram.

 

Portanto, a única forma de a coisa resultar, como em qualquer esquema táctico, seria pelo dinamismo que os intérpretes revelassem na vertente ofensiva, ou pela sua capacidade de fazer girar a bola entre si, sem dar abébias monstruosas, como a do segundo golo espanhol, do ponto de vista defensivo.

 

O dinamismo durou meia-hora, e entrámos em modo de contenção. Não havendo matéria-prima tanto para uma coisa, como para outra, o resultado foi o que se viu.

 

Agora resta-nos esperar que contra o Arouca, aquela meia-hora possa esticar-se mais um bocadinho, ou então, que meia-hora seja suficiente... 

O tempo resolve tudo

08
Mar13

“Dizem que o tempo resolve tudo. A questão é: Quanto tempo?”

(Alice no País das Maravilhas, Lewis Carroll)

 

 (imagem tirada daqui)

 

 

O "Sou portista com orgulho" fez um trabalho de análise do nosso calendário até ao final do campeonato, cuja leitura francamente recomendo.

 

As conclusões fundamentais do que é escrito, poderão condensar-se da seguinte forma:

 

“vamos disputar jogos onde o [primeiro classificado] perdeu pontos neste campeonato…Já o [primeiro classificado] vai disputar jogos em que o FC Porto venceu-os todos”

 

“o [clube que vai à frente] ganhou todos os jogos onde o FC Porto perdeu pontos…Falta saber o que vai fazer o FC Porto nos jogos onde o [outro] perdeu pontos, pois curiosamente ainda não disputou nenhum…”

 

Se somarmos a isto o facto de que vamos ter mais jogos fora de casa (cinco jogos), do que em casa (quatro jogos), exactamente ao contrário do que sucede com o nosso rival, a coisa, estatisticamente e em termos de calendário, estará longe de famosa.

 

Como as estatísticas e o calendário valem o que valem, acrescento duas variáveis a esta equação: a Champions League e claro, a Taça Lucílio Baptista. Lembram-se dela?

 

E a minha preocupação neste particular prende-se mais com esta última, e com as datas para a disputar. Se fôr caso disso...

 

Hoje, defrontamos no Dragão o Estoril-Praia. Dia 13 de Março, quarta-feira, vamos a Málaga, carimbar a passagem aos quartos-de-final da Champions.

 

No domingo seguinte, dia 17, vamos à ilha dos buracos, defrontar o clube do guardanapo.

 

Em seguida, o campeonato interrompe-se para compromissos da selecção nacional. Em princípio, entre os dias 19, em inicia o estágio em Óbidos – ainda haverá por lá chocolate? – e 26 deste mês, que é a data do jogo com o Azerbaijão.

 

Dia 30 de Março, sábado, vamos a Coimbra, e dia 2 ou 3 de Abril (terça ou quarta-feira), disputam-se as primeiras mãos dos quartos-de-final da Champions.

 

A 7 de Abril, que é um domingo, recebemos no Dragão o SC Braga, e a 9 e 10 disputar-se-ão as segundas mãos da eliminatória da Liga dos Campeões.

 

A final da Lucílio Baptista está marcada para 14 de Abril, e a 21 vamos a Moreira de Cónegos.

 

Portanto, até 14 de Abril terá que estar resolvido pelo Conselho de Justiça da Federação, o recurso interposto pelo Vitória de Setúbal, e disputada contra o Rio Ave, a subsequente meia-final da prova, por nós ou pelos sadinos.

 

Não havendo ainda sombra de decisão, esta meia-final vai jogar-se quando?

 

Partindo-se do princípio de será disputada durante a semana, só vejo duas hipóteses:

 

A)   não nos qualificamos para os quartos-de-final da Champions;

 

B)   o Conselho de Justiça dá deferimento ao recurso do Vitória;

 

Ou será que nos querem fazer jogar a Taça Lucílio Baptista sem o Moutinho e o Varela?

 

Só espero é que cheguemos ao fim e não façamos o papel do coelho na Alice no País das Maravilhas: “Estou atrasado, estou atrasado!”