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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

No limiar da perfeição

28
Jan17

Ouvi o Nuno dizer, salvo erro, na flash interview, que o Estoril tinha conseguido congestionar o centro do terreno.

 

Contudo, olho para a equipa do FC Porto, e vejo que os extremos ficaram fora do onze inicial.

 

Disse ainda o Nuno, que na primeira parte, o jogo foi nosso, que não deixámos o Estoril jogar. Sim, é verdade.

 

No entanto, o nosso primeiro remate no jogo foi já na segunda parte.

 

O Nuno diz ainda que gostou do jogo, sinceramente, e que ficou satisfeito com o resultado  e orgulhoso com a conquista dos três pontos.

 

Ou seja, aparentemente, tudo terá corrido dentro do planeado para este jogo, e se é assim, all's well that ends well.

 

Obviamente que não. Uma equipa que quer ser campeã não pode ficar satisfeita por condicionar o jogo do Estoril-Praia. Sem desprimor para este, que não tem culpa.

 

Uma equipa que quer ser campeã não pode rematar pela primeira vez à baliza aos 50 minutos. Se antes o que falhava era a eficácia, mas, tudo bem, criamos muitas oportunidades, hoje, onde é que elas estiveram?

 

Esteve tudo bem? Uma substituição ainda na primeira parte, faz-me duvidar disso.

 

A forma como a equipa melhorou - sim, apesar de tudo, acho que melhorou - de produção quando começou a jogar com dois extremos e apenas dois homens no miolo, leva-me a crer que nem tudo esteve bem até aí.

 

Mas porquê colocar uma multidão no centro do terreno, quando já se viu que qualquer um dos três: Óliver, André André ou até o Herrera, a fazer dupla com o Danilo, rendem muito mais, e a equipa com extremos ganha dimensão ofensiva, em largura e na profundidade, que pese embora a boa vontade do Alex Telles, os laterais não lhe dão?

 

É a idéia, e permanecemos idioticamente agarrados à idéia. Mas se o Nuno diz que está tudo bem, e gosta, e fica satisfeito, e sente-se orgulhoso... que seja!

 

Siga a rusga.

 

Só é pena o desperdício, porque estes jogadores mereciam mais. Até o Herrera.

 

Para não falar na dor de alma que dá ver o André Silva, desde que o Otávio se lesionou, andar por ali, e não haver ninguém capaz de levantar os cornos, e passar-lhe uma bola decente.

 

É pena, mas se está bem...

 

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Lopeteguicamente correcto

31
Ago15

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Julen Lopetegui resolveu dar uma abébia aos seus inúmeros ilustres "colegas" de bancada e de sofá, e não só retirou Herrera do onze inicial, como ainda lançou Brahimi a 10.

 

Tenho cá para mim que ele, ou alguém do staff, devem ser leitores assíduos de alguns sítios da bluegosfera...

 

Para minha satisfação pessoal, Martins Indi apareceu a lateral-esquerdo, compondo assim, a defesa de quatro "Ms" que, desde Julho, previa vir a ser uma hipótese.

 

Politicamente correcta, ou Lopeteguicamente correcta, como se lê no titulo, a coisa não correu mal. De início. Brahimi, não sendo propriamente um organizador de jogo, mostro-se activo e voluntarioso, q.b., na procura da bola, ainda que depois, com ela nos pés, nem sempre se decidisse pela melhor solução.

 

A opção rendeu um golo madrugador, mas à medida que o tempo foi avançando, tornava-se evidente que haviam ali unidades em claro sub-rendimento: Varela, Tello e Imbula.

 

Qualquer um destes três poderia ser candidato a uma saída precoce. No entanto, certamente para grande alegria de Miguel Sousa Tavares, Lopetegui optou por Varela.

 

Ora, se um cretino será sempre um cretino, um casmurro, será sempre um casmurro.

 

Ausentes quaisquer um dos dois extremos, que na altura lhe restavam no plantel, Hernâni e Ricardo Pereira, a troca directa estava fora de questão.

 

Sai Varela, entra André André, e acabou-se Brahimi a 10. Tello muda para o flanco direito e o argelino vai para a esquerda.

 

E a equipa continuou em queda até ao intervalo, e depois dele. Pior que isso, como Tello para além de pouco mais ter feito que Varela, também não defendia, e Indi pouco avançava, abria-se nas suas costas espaço, por onde o Estoril aproveitava para se esgueirar (coincidência, ou talvez não, quando Tello mudou para a direita, o Estoril começou a mostrar-se mais atrevido por esse lado).

 

Eis senão quando, Lopetegui regressa a si próprio e lança Herrera na partida, por troca com Imbula. Sem que aquele tivesse feito algo de muito relevante, o FC Porto marca o segundo golo, no livre do Maicon.

 

A entrada de Herrera mexeu com o Feng-Shui da equipa. Removido o escolho que obstaculizava o fluxo do ki, o yang e o yin entraram em harmonia.

 

Ou por outras palavras, com Martins Indi, que tem uma menor projecção ofensiva que o seu antecessor, e que o colega do outro lado, no onze inicial, Lopetegui contaria com o dinamismo de Imbula e Danilo, para carrearem o jogo para diante.

 

Como isso não aconteceu, e equipa partiu-se. Herrera acabou por funcionar como o elo de ligação que André André, sozinho não conseguira ser.

 

O segundo golo deitou por terra o atrevimento estorilista, e ainda houve tempo para espetar mais um prego no caixão, onde irá jazer não tarda muito, o que resta da confiança de Aboubakar.

 

Lopetegui começou o jogo satisfazendo os anseios dos adeptos, lopeteguicamente correcto. Porém, à medida que o tempo foi passando, como quem não quer a coisa, foi voltando a si próprio, para acabar no esquema que lhe é habitual.

 

No processo, terá acabado por queimar uma substituição. Será que das três unidades em sub-rendimento, não foi capaz de identificar aquela que mais impacto tinha no (mau) funcionamento da equipa?

 

Ou será que fazer avançar logo ali o Herrera, dava muito nas vistas?

 

O que me parece é que este sistema com o Brahimi a 10, tem potencial, e merece uma segunda tentativa. Mas, se assim fôr, que seja uma experimentação séria e sem pressas de voltar ao que era dantes.

A insustentável irrevogabilidade da minha própria opinião

25
Fev14

Bem, agora chega. Um princípio de gripe – afinal, parece que estava mesmo a chocar alguma. Os cabrõezinhos dos bicharocos apanharam-me! - e meio dia de reunião, ajudaram a passar o tempo, e deram margem suficiente para todos aqueles que cá quiseram vir insultar-me, ou que mais não seja, fazer pouco do meu estúpido optimismo.

 

Quem não veio, ou veio e não o fez, azar. Foram complacentes, agora é tarde, acabou o prazo.

 

O que é que se me oferece dizer sobre a nossa equipa, após a derrota de domingo?

 

Honestidade em futebol, não compensa.

 

Ainda que possa não ser no sentido em que poderão estar a pensar, não soa bem, é verdade, e não fica bem a quem tem dois putos para educar, mas é a mais pura das verdades.

 

Se há coisa que salta aos olhos nesta equipa do FC Porto, é a sua honestidade.

 

Com Vitor Pereira, muito fruto da concepção egoísta que este tem do futebol, quando a equipa não jogava, fiquei muitas vezes com a sensação de que não o fazia propositadamente.

 

Os jogadores entretinham-se a trocar a bola entre si porque, para o treinador, o mais importante era furtar o esférico ao adversário, e mantê-lo na nossa posse. Para os jogadores, isso também acabava por se tornar mais cómodo, do que andar a correr que nem uns desalmados.

 

A maior valia técnica de algumas das nossas unidades, chegava e sobrava para tanto, e sempre que necessário, nas alturas decisivas, diziam presente. Isto, a nível interno, que fora de portas, como não poderia deixar de ser, foi outra loiça.

 

Agora, fico quase sempre com a sensação que, salvo honrosas excepções, os jogadores fazem o que podem. Há ali uma honestidade desarmante. Não fazem mais, porque não podem. Não dá para mais. E quem dá o que tem, a mais não é obrigado.

 

Mas devia ser.

 

Com o treinador é a mesmíssima coisa. Os espanhóis têm uma expressão para quando estão confortáveis em certo sítio, ou quando algo está de acordo com a sua vontade: "estar a gusto".

 

O Paulo Fonseca está (ainda) entre nós, mas de há uns tempos a esta parte, ainda que estando, está a custo, em vez de “a gusto”.

 

Nota-se por ali que há um grande desconforto incontido. Quem, quando fala, se refugia em lugares comuns e frases feitas, das duas, uma: ou não tem nada para dizer, ou não quer expressar o que lhe vai na alma.

 

Ora, se no início da temporada a comunicação social exaltava a lufada de ar fresco que os novos treinadores do FC Porto e do Sporting personificavam em matéria comunicacional, ou Paulo Fonseca mudou, ou não o faz porque simplesmente não está para aí virado.

 

E talvez ninguém lhe levasse a mal se tivesse mudado. Veja-se o caso do Leonardo Jardim, que agora parece um calímero de toda a vida.

 

Será sintoma do seu desconforto?

 

O que é certo, é que todos os treinadores que o antecederam, de alguma forma conseguiram impor a sua filosofia de jogo, por mais estapafúrdia que fosse. Co Adraanse, Jesualdo Ferreira, ou Vitor Pereira, todos eles impuseram a sua visão. E triunfaram.

 

No caso do André Villa-Boas, o caso não foi tanto uma questão estratégica, foi mais ao nível da dinâmica incutida aos jogadores, e estes fizeram a estratégia.

 

A presença do Fernando a meio-campo ditou que Paulo Fonseca falhasse rotundamente a este nível.

 

Se a perspectiva que Paulo Fonseca tem do futebol passa por um duplo pivot, com Fernando na equipa isso tornou-se impraticável.

 

Quando Paulo Fonseca tem como referências no futebol Arséne Wenger e o pateta platinado, isso só por si é já preocupante.

 

Para além de serem dois perdedores inveterados, no caso do segundo, para além do seu quê de invertebrado, adivinhar-se-ia a predilecção por um estilo de futebol mais vertical e directo do que aquele a que estamos habituados.

 

Paulo Fonseca, claramente não logrou atingir esse desiderato, e pior ainda, não demonstrou até à data, ser possuidor de suficiente agilidade mental, para conseguir fazer as coisas doutra forma. Daí ao seu estampanço ao comprido e à irrelevância de que falei há dias, foi um apenas um pequeno passo.

 

De resto, confirmado pelo próprio Paulo Fonseca nos últimos dois jogos. Mais do que os lapsos sobre Dortmund, o Bayer ou Leverkusen, fico perplexo quando a equipa perde ou empata, e o treinador nem sequer esgota as substituições.

 

O jogo estava demasiado fechado para o Quintero? Então e não é para isso que serve o Quintero? Para desatar os nós górdios mais apertados.

 

É por demais evidente que Paulo Fonseca atirou a toalha ao tapete.

 

No fundo, o Paulo Fonseca não fez mais do que confirmar aquilo que afirmei: do ponto de vista da estrutura da equipa, a questão está perfeitamente resolvida e estabilizada.

 

 

 

As restrições que o Paulo Fonseca colocou a si próprio, quer pelo afastamento de alguns jogadores, quer pelas suas “opções tácticas”, reduziram-no à sua irrelevância. Olha para o banco, e não vê qualquer alternativa, tornando a sua presença, de pé, de braços cruzados ou a bater palminhas, perfeitamente inútil.

 

O único gesto de que talvez se pudesse socorrer, e eventualmente obter algum sucesso, seria aquele parecido com o do polvilhar culinário, e que entrou no léxico gestual de muitos outros treinadores, com o significado de “troquem a bola”.

 

Mas esse, ao Paulo Fonseca nunca o vi fazer.    

 

Assim sendo, nestes termos, tenho de admitir que não vale a pena continuar. Ir a Frankfurt, Leverkusen ou Dortmund, ou não, tanto faz. É igual. O melhor será mesmo irem uns para um lado, e o outro, para outro.

Quando não é do cú, é das calças

06
Fev14

Bem, parece que vem aí mais um clássico. E em duas mãos! Bolas que enjoo. Oxalá o Conselho de Disciplina acolha as doutas conclusões da iluminadíssima Liga de qualquer-coisa-que-não-de-clubes, e o Bruno Carvalho que os ature!

 

 

 

Ontem, tivemos a habitual primeira parte miserável. Safou-nos o arreganho da segunda metade, conjugado com uma quebra sensível do meio-campo dos estorilistas.

 

Começo por aqui. Sem dúvida que são uma das melhores equipas do campeonato. Trocam a bola com aprumo, e sabem jogar e sair com critério para o ataque. No entanto, ontem foram uma equipa macia no centro do terreno. Ter-lhes-á faltado o tal Evandro?

 

Falando em ausências, do nosso lado, desta vez o que doeu foi a saída do Carlos Eduardo.

 

Quando não são as bolas nos postes, são os árbitros, quando não é nenhum dos anteriores, é fulano que está dói-dói, ou sicrano, que quer ir embora, ou beltrano, que simplesmente, não está para aí virado, Marte e Vénus, que não estão alinhados, a borboleta que não bateu as asas em Tóquio, ou enfim, o karma cósmico…

 

Quando não é do cú, é das calças. Caramba, que isto irrita!

 

Nos pinguins do “Madagáscar”, quando o Soldado não descobre a palavra-passe para alterar a rota do navio, o Capitão, descontente, esbofeteia-o, dizendo-lhe:

 

“Não me dês desculpas Soldado, dá-me resultados!”

 

Agora a sério. Preocupa-me a eventualidade do Fernando não jogar mais por nós esta temporada.

 

Usando outro aforismo popular, é caso para dizer que “pau que nasce torto, tarde ou nunca se endireita”.

 

Basquetebolisticamente falando, desde o início da época que se nota que a profundidade do nosso banco é, em algumas posições, manifestamente insuficiente.

 

A de trinco, é uma delas, o que não seria de estranhar, tendo em conta a preferência do nosso treinador pelo famoso “duplo pivot”.

 

No entanto, ontem não estava o Fernando, e nem por isso vi um “duplo pivot”. Quem também vi pouco foi o Defour, que supostamente estaria a fazer a posição de 6.

 

E agora? Quem é que substituirá o Polvo? O Mikel, que já começou a ser convocado?

 

Parece-me algo extemporâneo lançar um miúdo para um meio-campo que não se entende. Se nenhum dos outros é trinco, o Defour ou o Josué, o Herrera também não o é.

 

Ontem era vê-lo a correr pelo campo afora com a bola, algumas vezes controlada. Jogo de equipa? Tá bem!

 

Não me interpretem mal, o rapaz esforçou-se à séria, e talvez tenha sido até à data, a sua aparição mais condizente com o que custou.

 

Ou seja, trinco, não te(re)mos, e “duplo pivot”, idem, aspas. Quer isto dizer que, agora sem o Fernando e o Lucho, vamos continuar com o rodízio a meio-campo de jogadores que deram já provas suficientes de que não deviam ali andar?

 

Apetece-me introduzir aqui mais um dito popular: “Quem não tem cão, caça com gato”.

 

Estou a gostar do desempenho esforçado do Danilo nos últimos jogos. E se o experimentássemos mais à frente? Não a trinco, mas como tem o tipo de jogo interior que parece adaptar-se ao estilo de jogo preferido do Paulo Fonseca, talvez funcionasse no tal “duplo pivot”.

 

Se os outros não funcionam, porque não? E no caso dele, mau grado a falta de profundidade do banco, também para a posição de lateral-direito, uma aposta no Vitor Garcia não parece à priori completamente fadada ao insucesso.

 

Outra hipótese. Aquilo que vi ontem ao Reyes, faz-me pensar que, para já, que mais não seja, não tem ainda o cabedal necessário para se afirmar no centro da defesa. Recordo-me de um lance em que um gajo do Estoril, que até nem era muito grande, lhe deu um encosto, e ele saiu aos tropeções.

 

Então e se tentássemos uma solução para trinco à la Pepe-do-Carlos-Queirós(z)? O miúdo, ao menos, aparenta ter mais futebol nos pés do que o carniceiro do Javi Garcia, de quem se falou.

 

E o Abdoulaye? Se melhorasse o tempo de entrada aos lances, e evitasse os carrinhos em tesoura (ou vice-versa), era gajo para encher o centro do terreno, e ganhávamos poder de choque próximo da defesa para os jogos com os germânicos.

 

Pois é, conjecturas são mais que muitas, mas…não temos tempo. Agora que só temos jogos decisivos pela frente, será bom que segurem o Fernando, e chega de desculpas, soldados.

Ano Novo, vida velha

02
Jan13

Há coisas que não mudam, e não estou a falar do JB. Ainda mal tinha acabado a partida na Amoreira, perdão, Estádio António Coimbra da Mota, ou lá o que é, e na SIC estava dado o mote: “João Moutinho salva FC Porto”.

 

O Diário de Notícias e o SAPO Desporto foram apenas dois dos que replicaram aquela brilhante conclusão, que acabou por ser difundida por quase todos os meios de comunicação.

 

 

 

 

É certo que o FC Porto se viu por duas vezes na mó de baixo e, por duas vezes, conseguiu chegar ao empate. A última delas bem perto dos 90 minutos, mas ainda dentro deles, para mal dos pecados dos Joões Queridos Manhas deste mundo, que se dedicavam antecipadamente a escrever obituários e a desfiar o rol dos insucessos portistas frente aos estorilistas.

 

Depois de termos proporcionado à nação futebolística um campeão de Inverno coxo, de que pouco ou quase nada se falou, continuamos no nosso desporto favorito de desfazer ilusões e frustrar iludidos.

 

Engraçado é que, ainda que não tivéssemos empatado aquele bendito jogo, nada estaria irremediavelmente perdido. Estoril-Praia e o Vitória de Setúbal ficavam com quatro pontos, e nós com três, e a possibilidade de discutir em pleno Dragão com os setubalenses, conforme, de resto vai acontecer, a passagem às meias-finais.

 

É verdade que, ao contrário do que assim acontece, deixaríamos de estar apenas dependentes de nós, tendo os canarinhos da linha ainda uma palavra a dizer, mas daí, até “João Moutinho salva o FC Porto”

 

Curiosamente, ou talvez não, bem longe dali, numa terra chamada Moreira, de quem se diz de Cónegos, uma outra equipa também perdia. E esteve a perder, até conseguir lograr o empate após os 90 minutos e através de uma grande-penalidade, a segunda, a emendar uma primeira tentativa falhada.

 

Nada a dizer quanto ao castigo máximo apontado. A equipa em questão não tem culpa que um palerma qualquer, de nome Anilton, tenha uma paragem cerebral e pontapeie, e não puxe ou agarre, como para aí se diz, um adversário em plena área de rigor.

 

Comentário na imprensa? A equipa que alcançou o empate “adia o apuramento” para a última jornada.

 

Tudo bem, também bate certo. Em caso de vitória faria seis pontos, o seu rival ficaria apenas com um, tal como o Olhanense, e o mais directo concorrente, a Académica de Coimbra, quedar-se-ia com dois pontos, logo, a passagem às meias-finais estaria assegurada.

 

Não conseguindo o empate, manteria os três pontos da primeira jornada, o Moreirense alcançaria quatro pontos. Permanecendo as pontuações da Académica e Olhanense inalteradas, o apuramento seria também discutido na última ronda, em casa, contra os estudantes, mas, tal como nós, sempre na dependência do resultado do Moreirense em Olhão.

 

Onde é que está a grande diferença para nós? Pronto, estou consciente que estamos a falar da Taça Lucílio Baptista, mas ainda assim.

 

Porque é que o “Cardozo [não] salva” ou “o FC Porto adia apuramento”?

 

As perguntas são obviamente retóricas. Não se macem a responder aquilo que todos sabemos de ginjeira.

 

Concluído este pouco breve desabafo, passemos ao ponto fulcral de interesse: a equipa do FC Porto.

 

A primeira conclusão é que passámos dos golos esquisitos, para os golos de bola parada, um deles – o segundo - saído também ele, para não variar muito, de uma jogada esquisita.

 

Nada a dizer, tanto de um como do outro. O primeiro nasce de livre bem apontado, a punir uma falta, igual a outras duas a nosso favor, uma na primeira parte sobre o Otamendi, que originou o cartão amarelo ao Lucho, e outra na segunda parte, ambas no limite da grande-área e que o árbitro decidiu não assinalar. Critérios, e dois erros a nosso desfavor.

 

Do penálti, nada a dizer. É falta, e pronto. Aliás, para além disso, apenas teve piada ver o árbitro Jorge Ferreira, sempre bem disposto e sorridente, quando se tratou de mostrar cartões amarelos aos nossos jogadores, e esquecer-se dum cartão ao Carlitos. Nada de muito grave, portanto.

 

Voltemos a nós. Na temporada passada queixávamo-nos de não ter ponta-de-lança, mas tínhamos o Hulk a fazer de conta que o era, e depois veio o Janko, no final de Janeiro.

 

Agora, temos ponta-de-lança, mas ficámos sem ele. Contudo, não temos suplente à altura, neste jogo por lesão, em condições normais, apenas porque não. E neste jogo, nem um nem outro. E não temos o Hulk.

 

Estamos melhor ou pior? Tudo dependerá do tempo de recuperação do Jackson Martinez.

 

Temos um Varela, que somado com o Atsu, não valem o Varela de há duas épocas atrás. Atsu, que ainda por cima vai para a CAN, que começa a 19 de Janeiro, e poderá terminar, o mais tardar, a 10 de Fevereiro.

 

O Kelvin, dificilmente algum dia dará um extremo. Se tivermos sorte, e ele juízo, quanto muito daria uma aproximação de James Rodriguez, e o Iturbe, já cá não reside, agora de forma cada vez mais próximo de consumada.

 

Para a linha, resta o James. Vendo este panorama, e tendo em conta que o Danilo prefere jogar a meio campo, que nos Jogos Olímpicos, o Alex Sandro jogou várias vezes no meio-campo, com um rendimento apreciável, e que a nossa defesa, pese embora, os golos esquisitos, é um sector relativamente estável, passou-me pela cabeça adiantar os dois brasileiros. Ou um deles, à vez. Será muito estúpido?

 

Bem sei que nunca serão extremos puros, e mais aproximado será o Alex Sandro que o Danilo, que será médio por excelência, e faz de lateral por necessidade.

 

Por outro lado, a inclusão do Miguel Lopes no pacote da troca pelo Izmailov viria dificultar um pouco as coisas. Não consigo imaginar uma defesa Maicon-Otamendi-Abdoulaye-Mangala, mas…

 

A propósito do Izmailov. Vamos ter mais uma maçã podre de sucesso? Espero que assim seja, e acho muito estranho que todas aquelas sucessivas paragens se devam apenas a lesões. Há por ali muita vontade de dar de frosques da Calimeroláxia.

 

Seja como for, a correr bem, poderá contribuir para o reforço do meio-campo. Porém, nessa zona, a questão nevrálgica a resolver parece que vai permanecer insolúvel: quem, em caso de lesão ou de saída, substitui o Fernando?

 

O Defour? Faz o lugar, mas não é a mesma coisa. Duplo pivot? Quem? E a que custo? Alterar o esquema táctico instituído? Vade retro Satanás!

 

No entretanto, o Fernando vai fazendo jus aquele que é o seu apanágio de ir ganhando muito lentamente ritmo de jogo. Não que comprometa grandemente. Falha nos tempos de entrada, passa menos bem, enerva-se, irrita-se, mas defende-se, vai jogando e fazendo pela vida.

 

Contra o Estoril melhorou substancialmente quando, na segunda parte, recuou para a cabeça-da-área, quase junto aos centrais, e depois…saiu.

 

 

Termino com uma nota sobre o Sebá, que se estreou na equipa principal. Ou melhor, uma nota sobre os avançados da equipa B do FC Porto.

 

Olho para ele, para o Vion ou para o Dellatorre e, estranhamente, não vejo em nenhum deles, nem sequer uma sombra de um Jackson Martinez.

 

Associando esta questão à do ponta-de-lança/avançado-centro, parece-me, não só, que a solução dificilmente virá da equipa B, talvez apenas um remendo, e mais ainda, que a replicação do sistema táctico da equipa principal, por todas as demais, não fará grande sentido.

 

No entanto, quando se vê que a tal equipa que só empatou em Moreira de Cónegos, de penálti e no período de descontos, acabou esse jogo com quatro (quatro!!) avançados-centro, ou quase (Cardozo, Lima, Rodrigo e Kardec), talvez estejamos a sobrevalorizar esta questão.

 

Tudo somado, ao contrário de alguns campeões da prosápia, continuamos candidatos ao título, e brevemente, assim estejam todos recuperados e motivados, iremos demonstrá-lo. Somos candidatos, pelo menos, às meias-finais da Taça Lucílio Baptista, e estamos na Champions, onde acredito que passaremos aos quartos-de-final que se segue.

 

O resto? O resto é mais do mesmo, como sempre.

 

Um Bom Ano para todos!
 
 

Compreensão lenta

23
Mar08

 

Do "Jornal de Negócios" (20.03.2008)
 
 
30 mil euros
José Veiga multado pela CMVM
O antigo empresário de futebol e director-desportivo do Benfica, José Veiga, foi multado pela Comissão do Mercados e Valores Mobiliários em 30 mil euros, devido ao facto de não ter comunicado ao mercado a posição que detinha da SAD do Estoril.

Nuno Carregueiro
nc@mediafin.pt

 

  

O antigo empresário de futebol e director-desportivo do Benfica, José Veiga, foi multado pela Comissão do Mercados e Valores Mobiliários em 30 mil euros, devido ao facto de não ter comunicado ao mercado a posição que detinha da SAD do Estoril.

 

Num comunicado a CMVM refere que o Conselho Directivo do regulador decidiu aplicar a coima a José Veiga pelo facto de este ter violado o dever de comunicar as participações qualificadas detidas numa sociedade aberta e numa sociedade cotada, num caso que remonta a 2003, 2004 e 2007.

 

O regulador não diz qual a cotada em que José Veiga não comunicou a sua participação, mas esta estará relacionada com a Estoril SAD , empresa cujo capital chegou a ser controlado pelo responsável e que depois o alienou.

 

Em Julho de 2005 a CMVM anunciou que suspendeu os direitos de voto das acções do Estoril Praia – Futebol SAD adquiridas por duas empresas ao empresário José Veiga, em 2004, por duvidar da transparência das participações em causa, que somam 37% do capital social da SAD do clube.

 

No comunicado emitido hoje, a CMVM explica que "na altura da prática dos factos, qualquer accionista cuja participação numa sociedade aberta atingisse ou ultrapassasse 10%, 20%, um terço, metade, dois terços ou 90% dos direitos de voto, ou reduzisse para valores inferiores a estes limites, tinha o dever de o comunicar à CMVM e à sociedade participada".

 

Regras que, de acordo com a CMVM, José veiga não cumpriu.

 

O regulador refere que "o arguido impugnou judicialmente esta decisão da CMVM".

 


A notícia surgiu acabrunhada no rodapé dos noticiários televisivos, e nem sei se chegou a sair em mais algum jornal, para além do Jornal de Negócios, na versão on-line. Que surpresa!

 

Então, afinal de contas, apesar do que o próprio afirmou na altura, o Sr. José Veiga, seria, de facto, à data do Estoril-Benfica , que se realizou no Estádio do Algarve, detentor de uma participação qualificada na SAD  do Grupo Desportivo Estoril-Praia .

 

Que grande novidade!

 

O estúpido é que esta até é uma situação fácil de dar a volta. Basta encontrar um testa-de-ferro, e já está. Mas nem isso o Sr. José Veiga sentiu necessidade de fazer!

 

Mas o que me apetece perguntar é: "Porquê só agora?"

 

Foi compreensão lenta de quem tinha entre mãos o processo, ou não deu jeito?