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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Coisas diferentes, talvez...

22
Out19

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Fotografia: Fábio Poço/Global Imagens

 

Há muito tempo que não escrevia em mais de 200 caracteres de cada vez. Mas desta vez, não me apeteceu fazer uma thread, por isso resolvi sair do Twitter por um instante.

 

Sim, o jogo foi contra o Coimbrões.

 

E sim, o feito do Fábio Silva é digno de registo, e motivo de orgulho.

 

Mas houve mais do que isso. Acho eu.

 

Em retrospectiva, posso ter sonhado, mas sem rever o jogo, fiquei com a sensação de ter visto coisas diferentes no FC Porto.

 

O Loum baixou algumas vezes para entre os centrais, para ser ele a dar início às jogadas, o que não é novo. Porém, o outro médio, em vez de subir para se ir colocar junto da defesa contrária, apenas subia ligeiramente, a dar linha de passe e simultaneamente, com a preocupação da cobertura.

 

No seguimento, a jogada seguia para o Otávio, que baixava no terreno, trocando a linha por uma posição mais central.

 

Ou seja, três na saída: os centrais e Loum, e este último a adiantar-se e a formar novo trio, agora com Bruno Costa e Otávio.

 

Na frente, outro trio, com Fábio Silva a descair para a direita, o Luís Diaz a assumir uma posição mais de interior, e o Soares a jogar do centro para a esquerda, em vez da dupla de choque Marega – Zé Luís.

 

Os laterais a darem largura, com o Manafá mais empreendedor a progredir com a bola, sendo o principal dinamizador da saída de bola pela esquerda.

 

Na direita, saída pelo Otávio ou passes verticais a queimar linhas, para o Fábio, com Saravia no apoio.

 

Na esquerda, o Luís Diaz, desta vez a assumir-se menos como construtor de jogo e mais como finalizador, curiosamente e bastante bem, numa posição bastante semelhante àquela que o Nakajima ocupava no Portimonense.

 

Como escrevi logo de início, poderei ter sonhado, ou poderão ter sido situações pontuais, os próximos jogos o confirmarão. Ou não.

 

Infelizmente também houve coisas que não são novas, como as falhas na cobertura do centro do meio-campo. Notei a preocupação de reduzir os espaços quando o Coimbrões atacava pelos flancos, em especial pelo esquerdo, com Otávio, Saravia, Loum, e Bruno Costa a pressionarem o lado da bola.

 

No entanto, como tanto o Manafá, como o Luís Diaz mantinham um posicionamento excessivamente rígido, no centro do terreno abria-se um espaço, que outra equipa com maior capacidade para bascular o jogo que o Coimbrões, poderia ter aproveitado.

 

A rever.

O efeito Mendes

12
Jul18

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Rui Patrício e Podence, ambos representados pela Gestifute, de Jorge Mendes, são, até à data, os únicos dois jogadores que rescindiram com o Sporting, e arranjaram formalmente clube.

 

(nesta data, a contratação de Rúben Ribeiro, pelo Nantes, estará presa por um “contratempo”, e nós vimo-nos e desejámo-nos para vender um homem que esteve no Mundial, o Layún, por uma bagatela, e aquém do que custou.)

 

Rui Patrício seguiu para o Wolverhampton, clube da Fosun, ou seja, do Jorge Mendes, e Podence, para o Olympiakos, de Evangelos Marinakis, também proprietário do Nottingham Forest, treinado pelo adjunto favorito de Mourinho, Aitor Karanka, e para onde neste defeso, se transferiram do Benfica, João Carvalho e Diogo Gonçalves (e se falou do Bruno Varela), e onde está emprestado pelo Mónaco, Gil Dias.

 

Sim, todos Gestifute.

 

Na época passada, André Silva e Rúben Neves, que também são Gestifute, saíram do FC Porto, para o AC Milan e para o Wolverhampton, e para este último, saiu Boly, por empréstimo, entretanto, concretizado em saída definitiva.

 

Ricardo Pereira, cuja carreira não é gerida por Jorge Mendes, saiu para o Leicester, para onde, antes dele, haviam saído do Sporting, Slimani e Adrien.

 

O Leicester, que parece próximo do Stellar Group, parece ser um bom porto de abrigo para jogadores que não são representados pela Gestifute.

 

No mercado de Janeiro, o FC Porto contratou Waris, vindo do Lorient, cujo proprietário, vindo do mundo da finança, aparentemente trabalha por conta própria, Paulinho, do Portimonense, ligado a Juan Figer, e fez regressar Gonçalo Paciência.

 

Por sua vez, o Sporting, como termo de comparação, contratou Rúben Ribeiro, que já teve a carreira acompanhada por agentes como César Boaventura ou Tiago Calisto, e apalavrou Marcelo, junto do Rio Ave, e Wendel, através de um consórcio que terá juntado Figer e o Stellar Group.

 

Antes destes, havia contratado no início da época ao SC Braga, Bataglia. Sobre o Rio Ave e o SC Braga, e a relação destes com Jorge Mendes, será desnecessário dizer alguma coisa.

 

Surpreendentemente, Diogo Dalot e Gonçalo Paciência, ambos representados pela Proeleven, de Carlos Gonçalves, antigo agente de Rui Patrício, não renovam com o FC Porto, e saem. Dalot para o Manchester United, orientado pelo primeiro dos treinadores de Jorge Mendes, José Mourinho, e Gonçalo Paciência, para o Eintracht de Frankfurt.

 

No entanto, não obstante ter colocado Lindelöf em Manchester, Mendes parece vir a perder protagonismo para aquelas bandas, em detrimento de Mino Raiola.

 

De Dalot, correm zunzuns que apontam no sentido de ter sido pressionado para mudar de empresário e a aceitar um empréstimo ao Wolverhampton, e de Gonçalo Paciência, que terá sido convidado a renovar e a sair novamente emprestado, não se sabe para onde, mas não fica muita margem para a imaginação.

 

Curiosamente, o próprio presidente do Nápoles afirmou que, quando estava em negociações com o Sporting (supõe-se que através da Proeleven), de repente surgiu Jorge Mendes, que não era sequer representante do jogador, e as coisas descambaram.

 

Miraculosamente, surge uma proposta do Wolverhampton, e tudo se resolve. Mas antes, Rui Patrício teve de mudar de empresário. Diogo Dalot e Gonçalo Paciência, até ver, permanecem com Carlos Gonçalves.

 

Entretanto, é público, depois da destituição de Bruno de Carvalho, o Sporting pediu auxílio a Jorge Mendes.

 

E, extraordinariamente, a dramática hemorragia das saídas por rescisões de contratos parece estancada. Dos mais renitentes, Gelson Martins, através de Futre, é negociado para o Atlético de Madrid, outro dos clubes da esfera de Mendes, e resta Bataglia.

 

Porém, Hernan Barcos - ainda se lembravam dele? – é colocado no Cruzeiro de Belo Horizonte, que tem um acordo com Mendes, e através do qual tenta arranjar clube, entre outros, para Joel, que esteve na temporada passada emprestado ao Marítimo.

 

O FC Porto, por sua vez, empresta Galeno ao Rio Ave, tal como na época transacta, o Sporting emprestou Francisco Geraldes.

 

Eu não sei que conclusão tiram destas movimentações, mas a mim, fica-me a sensação de que, ao contrário do Sporting, que já recorria indirectamente a Mendes, e agora passou a fazê-lo directamente, no nosso caso, fomos impelidos a fazê-lo. E pelo próprio Mendes.

 

Parece-me estranho, num mercado com tantos clubes e tantos empresários, só consigamos vender, ou através do Mendes, para onde ele quer, e pelo preço que quer, ou para o Leicester.

 

E por outro lado, só consigamos fazer aquisições em franjas perfeitamente marginais do mainstream (Waris, João Pedro, Janko), ou ao Portimonense (Paulinho, Ewerton).

 

Fico com a nítida sensação que o nosso mercado é decisivamente condicionado pelo Jorge Mendes, e a via poderá ser aquela que circula por aí, em relação aos casos do Rui Patrício e do Diogo Dalot, tendo por objectivo estrangular-nos financeiramente, e colocar-nos na sua dependência.

 

A confirmar-se esta hipótese, entre clubes-satélites do Benfica e da Gestifute, a Liga NOS está toda ela controlada. Com que propósito? Veremos.

 

É o efeito Mendes.

Quando uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa

19
Jun17

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Há por aí alguns benfiquistas, que ao contrário da grande maioria dos seus correligionários, conseguem ter a capacidade e a isenção de compreender a teia que o seu clube teceu, e da qual, em condições normais e num País normal, não se desenredaria sem sofrer pesadas consequências.

 

Contudo, é por eles principalmente, veiculada a opinião de que, ainda assim, comparativamente com o "Apito Dourado", os indícios relativos a este "Apito Divino" apontam para algo de menor gravidade.

 

Em primeiro lugar, é estranho que haja benfiquistas que conseguem ler a situação objectivamente, o que se aplaude e louva. 

 

Em segundo, e ainda mais estranho, é que nos coloquem à sua frente. No que quer que seja, até nisto. 

 

Mas os queridos amigos menosprezam-se.

 

Não o façam, que a primazia neste capítulo é, claramente vossa, como não poderia deixar de ser.

 

Fazem então, comparações com o "Apito Dourado". Pois que seja. Façamo-las.

 

Como não me parece que estejam interessados em puxar para a conversa os Dragões Sandinenses ou o Gondomar, parece-me plausível conceber que se referem ao "Apito Dourado", nas partes que ao FC Porto dizem respeito.

 

Sendo assim, nesse capítulo, o "Apito Dourado", se bem se recordam, envolveu dois jogos e dois árbitros, ou uma equipa de arbitragem, a do Jacinto Paixão, e um árbitro, Augusto Duarte.

 

Em relação a este último, cujo caso assentava quase exclusivamente no testemunho de Carolina Salgado, nada foi provado. Portanto, esqueçam.

 

Ou seja, ficamos apenas com o outro caso, o da fruta e do chocolate, que tanto gostam de trazer à colação.

 

Este envolve, como disse atrás, a equipa de Jacinto Paixão e o jogo com o Estrela da Amadora.

 

Para não ir mais longe, pegando na extrapolação sem qualquer fundamento, que benfiquistas (e sportinguistas) gostam de fazer deste caso, para os trinta anos de títulos portistas, pressupõe-se que não será difícil de aceitar que esta situação poderia dar-se com qualquer outra equipa de arbitragem. 

 

Não há nada que indique que estivesse em causa, portanto, um fetiche exclusivo de Jacinto Paixão e da sua equipa. 

 

Por outro lado, a fórmula utilizada não estava apenas ao alcance do FC Porto. Quero dizer que, querendo fazê-lo, qualquer outro clube poderia lançar mão do mesmo tipo de "argumentos".

 

Se vão dizer que sim, mas que só o FC Porto é que utilizou, desculpem lá mas não me resta mais nada a fazer do que rir da vossa ingenuidade, e lembrar que estamos no domínio do hipotético.

 

Agora, vejamos o "Apito Divino". Quantos jogos e quantos árbitros, e outros agentes desportivos, estarão envolvidos? 

 

Para já, não se sabe. Mas, pela amostra, não é difícil de estimar que serão em número bem superior aos que estiveram no "Apito Dourado".

 

Mais. Conseguem imaginar qualquer outro clube a congeminar, e com sucesso, aquilo que é convicção inclusive de alguns benfiquistas, que o Benfica engendrou?

 

Imaginem que em vez do Guerra tinham o Bernardino Barros, que será talvez, o mais aproximado que conseguimos arranjar, em termos de funções e de vínculo ao clube. 

 

Conseguem imaginá-lo na data em que ocorreu a troca de e-mails com o Adão Mendes, a ter uma troca de e-mails idêntica com um qualquer Adão Mendes desta vida?

 

Nos dias que correm, numa conversa sobre arbitragem , apenas consigo imaginá-lo a fazer o mesmo que Jesus Cristo, naquela anedota em que encontra um português a chorar na beira da estrada: a sentar-se, e a chorar com ele.

 

Pois é meus caros, uma coisa é uma coisa, e outra coisa, é outra coisa. E neste caso, tenho de admitir que nos ganham. E de goleada. Sem andor, sem manto protector, sem #colinho e sem preocupações com a nota do árbitro.

 

Comparativamente, o nosso "Apito", tirando o destaque que entenderam dar-lhe, e cujos efeitos perduram até hoje, não teve nada de especial. 

 

Poderia acontecer em qualquer altura, com quaisquer árbitros ou com qualquer clube. Ou, pelo menos, estaria ao alcance de...

 

O vosso "Apito", ao contrário, pela dimensão que se adivinha, pela envolvência e pelos envolvidos, arrisco-me a alvitrar que será único e irrepetível. 

 

Para bem do que resta do futebol português.

O acordo necessário e a necessidade de acordar

14
Mai17

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O reatamento das relações institucionais entre dois clubes desportivos, que competem entre si numa série de campeonatos de variadas modalidades, seria sempre algo de saudar salutar. Independentemente da dimensão dos clubes em questão.

 

Desejavelmente, rivalidades à parte, o bom relacionamento entre emblemas, que mais não seja, institucional, deveria ser a regra, e não a excepção.

 

Digo "desejavelmente", porque no nosso país, terá sempre de ser aberta uma excepção. 

 

E esta é, obviamente, o clube a quem interessa a manutenção do status quo, aquele que indubitavelmente detém o poder fático , e a quem um clima de relacionamento institucional pacificado e normalizado, cairia que nem ginjas.

 

Esse clube é fácil de perceber qual é. Basta observar quais os que reataram relações e como reagiram a esse reatamento, os adeptos do que ficou de fora.

 

Mas isto, são contas de outro rosário, por isso, volto atrás neste introito.

 

Retrocedo para relembrar aquela história do telefonema, que o Vítor Baía denunciou ter havido, de Luís Filipe Vieira para Pinto da Costa, no final da primeira temporada de Lopetegui. 

 

Então, segundo Baía, Vieira teria indagado Pinto da Costa sobre o seu interesse em Jorge Jesus, ao que teria sido informado que tal interesse não existia.

 

Pela minha parte, na altura, fiquei duplamente satisfeito ao saber disso. Por um lado, apesar da predileção que Pinto da Costa tem por Jorge Jesus, este não teria sido cogitado para tomar o lugar do basco.

 

E por outro, um tal telefonema, e uma tal manifestação de receio, seriam sinal de que o FC Porto ainda dispunha de alguma autonomia, naquilo que à escolha de treinadores diria respeito.

 

Contudo, Pinto da Costa rapidamente negou a revelação de Baía, e fez desvanecer as minhas melhores expectativas de independência do clube, nomeadamente, em relação a Jorge Mendes. 

 

Mais tarde, o próprio Jesus revelou a história da sua ida para o Sporting, e a tentativa que Mendes e o Benfica terão feito de recambiá-lo para a Arábia Saudita, ou coisa que o valha.

 

E o FC Porto, conclui-se, não foi, de facto, nem tido nem achado, em todo o processo.

 

Lopetegui e Jesus, sendo ambos homens de Mendes, este optou, sabe-se lá porquê, por manter o basco no FC Porto, mas não conseguiu evitar a ida do bronco para o Sporting.

 

Ora, embora pessoalmente não engula Jesus nem barrado com manteiga de amendoim, reconheço que, se há treinador capaz de olhar o sistema nos olhos, viver comodamente no seu seio e, eventualmente, confrontá-lo, é Jorge Jesus. 

 

Por isso, talvez tê-lo no FC Porto seja um risco muito maior para o establishment, do que num Sporting, menos habituado à luta pelo título.

 

O Benfica e Mendes pouparam-me a esse sofrimento, mas talvez o FC Porto tenha perdido uma oportunidade. 

 

Avancemos agora para os dias de hoje, novamente para o reatamento de relações entre FC Porto e Sporting. 

 

Dá-se o caso de este ter acontecido, após a derrota em casa dos sportinguistas contra o Belenenses, e o mais que evidente extremar de posições entre Bruno de Carvalho e Jorge Jesus.

 

E o que é que acontece? É claro que vem à cena o interesse do Dragão, como em todas as ocasiões em que Jesus viu contratos melhorados por via desse propalado interesse. 

 

Acto contínuo,  José Maria Ricciardi reúne com Jesus, e surge a saudada pelos envolvidos e censurada jocosamente pelos demais, "aliança" FC Porto/Sporting. 

 

Note-se que não é o omnitudo Bruno de Carvalho, em ruptura com o treinador, quem reúne com o treinador, mas uma eminência parda, especializada nesse mesmo papel, o de eminência parda.

 

Ricciardi serena os ânimos com uma das partes desavindas, e a recém fundada amizade azul-verde-e-branca acalma(rá?) a tentação portista de contratar Jesus. 

 

E mais uma vez, o catedrático das chicletes fica arredado do FC Porto. Sem pena nenhuma da minha parte, confesso. 

 

Neste cenário, o Sporting evita vir a ter um problema de treinador. Depois de ter posto os patins a Leonardo Jardim e Marco Silva, e do fracasso da contratação de Jesus, quem é que Bruno de Carvalho poderia desencantar? 

 

Pedro Martins? Apostar num homem que, apesar de ter passado pelo clube, nunca orientou um grande?

 

Vitor Pereira? Um portista confesso? 

 

Paulo Fonseca? Mais um dos pupilos de Mendes, e cuja aspiração de vida é treinar o Benfica?

 

A saída de Jesus seria um valente bico d'obra nas mãos de Bruno de Carvalho.

 

Ou seja, este acordo era absolutamente necessário para preservar a continuidade em segurança de Bruno de Carvalho, e dado o envolvimento de Ricciardi, de um qualquer projecto, que ambos corporizam.

 

Nem que para isso, tenha Bruno de Carvalho de engolir sapos, e apertar a mão a alguém de quem já disse o que Maomé não disse do bacon.

 

E nesse caso, qual é a vantagem que o FC Porto retira deste acordo?

 

Vi escrito e ouvi por aí, que nos unimos ao Sporting para evitar o penta, o hexa, sei lá o quê, do Benfica.

 

Será assim?

 

Ao FC Porto, perdendo a hipótese de contratar Jesus, só lhe restam duas alternativas: ou continua com Nuno Espírito Santo, ou começa tudo de novo, com outro treinador, seja ele quem fôr. 

 

Logo, fica na mesma ou pior, uma vez que o capital de confiança de que Nuno dispõe junto dos adeptos, ficou bastante depauperado pelos resultados da presente temporada.

 

Vindo alguém de novo, ainda poderá usufruir do benefício da dúvida, mas a ansiedade e a dúvida estão instaladas. 

 

No Sporting mantendo-se Jesus, e embora tolerando-o Bruno de Carvalho, apenas a bem da nação sportinguista, o nível de saturação entre os adeptos é de tal ordem, que há primeira escorregadela, a coisa dá para o torto. Além de que a aura de vencedor, já viu melhores dias.

 

Quem é que lucra no meio disto tudo?

 

O novo tretacampeão, que vai beneficiar da instabilidade nos seus dois rivais, e vê o caminho desbravado em direcção ao penta.

 

Portanto, como penso que terei deixado claro, se este era um acordo necessário para o Sporting, do lado do FC Porto, a necessidade premente é de acordar. De uma vez por todas.

No limiar da perfeição

28
Jan17

Ouvi o Nuno dizer, salvo erro, na flash interview, que o Estoril tinha conseguido congestionar o centro do terreno.

 

Contudo, olho para a equipa do FC Porto, e vejo que os extremos ficaram fora do onze inicial.

 

Disse ainda o Nuno, que na primeira parte, o jogo foi nosso, que não deixámos o Estoril jogar. Sim, é verdade.

 

No entanto, o nosso primeiro remate no jogo foi já na segunda parte.

 

O Nuno diz ainda que gostou do jogo, sinceramente, e que ficou satisfeito com o resultado  e orgulhoso com a conquista dos três pontos.

 

Ou seja, aparentemente, tudo terá corrido dentro do planeado para este jogo, e se é assim, all's well that ends well.

 

Obviamente que não. Uma equipa que quer ser campeã não pode ficar satisfeita por condicionar o jogo do Estoril-Praia. Sem desprimor para este, que não tem culpa.

 

Uma equipa que quer ser campeã não pode rematar pela primeira vez à baliza aos 50 minutos. Se antes o que falhava era a eficácia, mas, tudo bem, criamos muitas oportunidades, hoje, onde é que elas estiveram?

 

Esteve tudo bem? Uma substituição ainda na primeira parte, faz-me duvidar disso.

 

A forma como a equipa melhorou - sim, apesar de tudo, acho que melhorou - de produção quando começou a jogar com dois extremos e apenas dois homens no miolo, leva-me a crer que nem tudo esteve bem até aí.

 

Mas porquê colocar uma multidão no centro do terreno, quando já se viu que qualquer um dos três: Óliver, André André ou até o Herrera, a fazer dupla com o Danilo, rendem muito mais, e a equipa com extremos ganha dimensão ofensiva, em largura e na profundidade, que pese embora a boa vontade do Alex Telles, os laterais não lhe dão?

 

É a idéia, e permanecemos idioticamente agarrados à idéia. Mas se o Nuno diz que está tudo bem, e gosta, e fica satisfeito, e sente-se orgulhoso... que seja!

 

Siga a rusga.

 

Só é pena o desperdício, porque estes jogadores mereciam mais. Até o Herrera.

 

Para não falar na dor de alma que dá ver o André Silva, desde que o Otávio se lesionou, andar por ali, e não haver ninguém capaz de levantar os cornos, e passar-lhe uma bola decente.

 

É pena, mas se está bem...

 

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In memoriam

28
Jul16

O FC Porto vai disputar com o Vitória de Guimarães, no próximo domingo, a Taça Cidade de Guimarães, naquela que irá ser a apresentação dos vimaranenses aos seus adeptos

 

Aqui há uns anos, disputava-se em Guimarães, um outro troféu na pré-época: a Taça da Amizade.

 

Não sei quantas vezes se jogou, mas era disputado pelo Vitória local e uma outra equipa.

 

O outro clube, era precisamente aquele que nos quis pôr fora da Champions League.

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O Vitória de Guimarães, qual parasita, com seis milhões em vista, foi apoiante da demanda gambozinesca do tal clube. Amizade, a quanto obrigas.

 

Depois do guardanapo insular, segue-se a aproximação ao Guimarães, que, convenhamos, não é propriamente de hoje.

 

Não sei se será apenas falta de memória, ou se vem em linha com o que, tão eloquentemente afirmava um dos mais famosos vitorianos de todos os tempos:

 

"O que é verdade hoje, é mentira amanhã"

 

Por mim, da mesma maneira que nunca mais apoiei, ou apoiarei nos jogos internacionais, o tal clube, também não esqueço do então, triste papel do Vitória de Guimarães.

 

Por isso, aqui fica, in memoriam. Ad nauseam.

FC Porto 2016/2017 - Take 3 (...sem desprimor para o Valadares e para o Rio Ave)

24
Jul16

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Como não tenho conseguido ver grande coisa dos jogos feitos até agora, resolvi fazer a coisa por atacado.

 

Estes são apenas alguns pormenores que me chamaram a atenção, naquilo que pude ver.

 

O método

 

Confesso que sou bem menos que um leigo em matéria de metodologia de treino. A realidade é que não percebo um boi do assunto.

 

No entanto, daquilo que vou lendo, parece-me que aquelas pré-temporadas à antiga, com corridas pela praia, na serra, ou as subidas e descidas pelas arquibancadas dos estádio, até aos mais recentes, boot camps de comandos, são uma imagem algo retrógrada no que toca à preparação física pós-férias.

 

De facto, impor a um corpinho recém acabadinho de chegar da praia, doses valentes de esforço, não parece verdadeiramente uma boa ideia, e daí aquelas arreliadoras lesões de início de temporada, que, de há uns tempos a esta parte, aparentemente deixaram de ser tão frequentes.

 

Até eu passei por esse processo quando jogava basquetebol: primeiro treinávamos a resistência, e só depois passávamos para a velocidade, para a técnica individual e para a táctica.

 

Pelo que percebi, os metodólogos do treino tem uma nova abordagem integrada do treino, doseando as cargas de esforço físico, enquanto se vai entrando de imediato nas componentes técnica e táctica.

 

Do que vi (no pouco que vi...) dos jogos realizados até agora, por aquilo que leio em fontes fidedignas, sobre o trabalho físico, e até pelos comentários feitos pelo treinador e por alguns jogadores, sobre a importância do esforço agora feito, para preparar o sucesso no resto da temporada, fico, na minha ignorância, com uma sensação anacrónica.

 

Quando leio que algumas sessões de treino são desmarcadas, fico na dúvida se tal acontece por causa do esforço acumulado ou, sei lá, por influência das condições climatéricas, do horário, ou seja, em resultado de uma deficiente programação.

 

Enfim, dúvidas de um nabo na matéria.

 

O esquema

 

Depois olho para a disposição da equipa em campo. No último jogo, de que só vi a nossa recuperação, consta que o onze inicial entrou em 4x3x3.

 

Quando comecei a ver o jogo, estávamos, quanto a mim, a jogar num 4x2x3x1. Nada de mais, tudo normal por aqui.

 

Como diz o Nuno Espírito Santo, este é o momento ideal para fazer experiências, e não na véspera de jogos importantes, como recentemente fizeram, por mais de uma vez, uns e outros que chegaram à selecção espanhola.

 

Além do mais, se perguntarem a um adepto do Valência, qual o esquema táctico da preferência do nosso actual treinador na época passada, ele terá certamente dificuldade em responder, tantas foram as (a)variações apresentadas.

 

Até ao seu despedimento...

 

As opções

 

É pacífico que, com o passar da idade, se perdem faculdades. Quem pratica uma actividade física perde velocidade, resistência, destreza, capacidade de recuperação, uma desgraça.

 

Eu próprio fui parar à fisioterapia, porque resolvi desatar a correr, sem a devida preparação, e fiz uma lombalgia. A idade não perdoa, e sou só uns anitos mais velho que o Varela.

 

O que não compreendo é esta obsessão de fazer do Drogba da Caparica, um novo Eliseu (o jogador, não o palácio!).

 

Por dois motivos: falta de opções no ataque, e a existência de, pelo menos, uma melhor opção, quanto a mim, para defesa-direito.

 

Para o ataque, temos, neste momento, três extremos: Brahimi, Corona e Hernâni. Com Varela a lateral-direito, a quarta opção para extremo tem sido o Otávio, que não é extremo, mas que lá se vai desenrascando.

 

Da mesma maneira que, na temporada passada, não me agradou ver o André André a extremo, também não me enche as medidas agora.

 

No entanto, essa é a posição natural do Varela.

 

Depois, na defesa, o titular será sempre o Maxi Pereira, e temos do outro lado o Layún, que também pode jogar a lateral-direito (e central, e trinco...).

 

Na época passada, desviar Layún, significaria dar a titularidade ao José Angel ou ao Bruno Indi. Nesta, com o Alex Telles, a diferença parece ficar mais esbatida, até no valor dos passes...

 

Porquê então o Varela?

 

E venha de lá o quarto take...

A quimera táctica do FC Porto actual

20
Jul16

Concordarão comigo (ou não), que volvidos os tempos de José Mourinho, e posteriormente, os da exuberância atacante - há quem lhe chame loucura, ou outras coisas piores. Eu gosto de "exuberância". Tem estilo, é " cool " - de Co Adriaanse, o FC Porto estabilizou o seu modelo táctico no 4 x 3 x 3, sem grandes variações.

 

Com o bloco mais recuado e em transições rápidas, com Jesualdo Ferreira. Com tracção mais para diante, com André Villas-Boas. Com uma preocupacão obsessiva com posse de bola, na era de Vítor Pereira.

 

Com Paulo Fonseca começaram os primeiros ensaios, fracassados, para introduzir alterações: o duplo pivot, por exemplo, esbarrou na excelência de um Fernando na sua plenitude.

 

Com Lopetegui, principalmente na segunda temporada, veio nova tentativa, frustrada, de introdução do duplo pivot.

 

Mas, mais do que o esquema táctico, que resiliente, foi resistindo,  aquilo que se foi perdendo, por arrastamento, nos insucessos de Paulo Fonseca e Lopetegui, foi o modelo de jogo.

 

A posse, a troca de bola (não vale entre, ou de e para os centrais), o futebol a meio-campo, em suma, o futebol, em geral. O FC Porto descaracterizou-se, foi perdendo a sua identidade, enquanto a incapacidade de jogar futebol se ia tornando, cada vez mais, confrangedora.

 

Até chegarmos a Peseiro, e apesar de Oliver Torres, Rúben Neves, Brahimi e André André, a espaços, teimarem em manter viva alguma esperança.

 

Li há pouco tempo, algo que Jorge Valdano disse, e que era, mais coisa, menos coisa, isto: "se perdes um campeonato, mais cedo, ou mais tarde, voltarás a ganhar. Se perdes a tua identidade, dificilmente a recuperarás".

 

O Jason Bourne que o diga!

 

O problema é se a identidade se altera, ou se num acesso esquizofrénico se torna num caso de dupla personalidade, tipo Dr. Jekyll e Mr. Hyde.

 

A dada altura, na primeira parte do jogo contra o Osnabrück, pareceu-me estar a rever o FC Porto de Lopetegui. Preocupante, sem dúvida.

 

Mas infelizmente, perfeitamente natural, como que a antecipar um processo de desabituação que antevejo longo e doloroso. E, vamos a ver o tamanho das sequelas...

 

Olhei para aquele meio-campo (Rúben Neves, Herrera e Josué), e não consegui deixar de encontrar resquícios dos meio-campos de Lopetegui (Casemiro, Herrera e Oliver, ou Danilo, Herrera e outro qualquer à escolha...).

 

Elemento comum? Herrera. Que aliás, já vem dos tempos do Paulo Fonseca.

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Não quero dizer com isto, nem com o que vem a seguir, que o homem que hoje enverga a braçadeira de capitão, é o responsável pela descaracterização que sofremos. Não, não é isso.

 

O Herrera entrou no clube num momento mau, mas convenhamos, se não o vejo como o (único) problema, cada vez mais tenho dificuldades em imaginá-lo do lado da solução.

 

Do ponto de vista técnico é limitado, e, tendo em conta a sua idade, a margem de progressão vai ficando cada vez mais curta. Entrando em linha de conta com o seu histórico de evolução desde que cá chegou, as expectativas são reduzidas nesse capítulo.

 

Tacticamente, as tentativas de duplo pivot de Lopetegui tiveram como protagonistas, a maior parte delas, Rúben Neves e Danilo. Herrera, ou ficava de fora, ou se o treinador o incluía, era num ápice que se desfazia o duplo pivot.

 

Tentar inclui-lo num meio-campo criativo, onde  impere a troca de bola, é arriscado, pois falta-lhe a apetência técnica para isso, e não lhe está no código genético.

 

As suas mais valias são outras, como a verticalidade, e a capacidade de arrastar o jogo para a frente. Nos últimos tempos, aparece com frequência a entrar nas costas do ponta-de-lança.

 

Aqui há tempos escrevi um texto, a que chamei ”O kama sutra táctico de Paulo Fonseca”, em que expus a minha opinião de que, do ponto de vista táctico,  o único problema que Paulo Fonseca teria de solucionar, seria a posição a ocupar em campo por Lucho Gonzalez.

 

Com Herrera parece passar-se o mesmo, e não é de hoje. Não é trinco, pese embora tenha para cá vindo com a indicação de que o seria.

 

Não é 8, se lhe for pedida qualquer outra função que não seja a de transportar a bola para a frente.

 

Não é 10, Deus nos livre, dele, e de qualquer outro que ouse tentar sequer parecê-lo.

 

As entradas nas costas do ponta-de-lança, pouco ou nenhum efeito prático têm surtido, para além de desequilibrarem o nosso próprio meio-campo.

 

Contudo, a sua capacidade física, a sua disponibilidade, a sua entrega, colocam qualquer treinador em cheque, perante o desperdício de recursos que significará não o utilizar.

 

Numa altura de experiências e de experimentação, este parece-me ser um dilema que Nuno Espírito Santo terá de resolver, para decidir de que forma o FC Porto se vai apresentar e se vamos mesmo ter um regresso às origens.

 

Ou talvez o Nápoles o resolva por si...

No news is bad news, (some) news is good news

18
Jul16

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Antes de avançar, confesso que fiquei surpreendido com a falta de ritmo e o cansaço manifesto de uma valente parte dos nossos rapazes, senão todos.

 

São 18 dias de trabalho, não dava para mais?

 

Estarei porventura a ser demasiado exigente, pois também não sei qual era a temperatura à hora do jogo, mas, dos resumos que vi dos nossos rivais, pareceram-me estar numa rotação mais acelerada.

 

É bem certo que vi apenas resumos, e que os jogos foram quase todos nocturnos, ao contrário do nosso.

 

Quanto ao jogo e à equipa, um onze inicial e uma primeira parte a fazer lembrar tempos recentes, de má memória.

 

A única novidade, para lá dos nomes foi o André Silva a descair no flanco direito.

De resto, o erro defensivo do costume no golo adversário, o meio-campo que pouco ou nada constrói, e o trinco perdido. Algumas iniciativas individuais e um passe do Josué.

 

O Herrera a adiantar-se, sendo o quarto homem a pressionar a saída de bola contrária, porém, uma pressão desmiolada e desconexa, com o Josué a vir também para o meio, mais para fazer número, que outra coisa qualquer.

 

Tudo sem grandes resultados. Com estes alemães, não se revelou dramático, com uma equipa mais capaz ofensivamente, poderá facilmente sê-lo.

 

Na segunda parte, o trio de meio-campo Rúben Neves, Herrera e Josué, deu inicialmente lugar à tripla Rúben, André André e João Carlos Teixeira, e posteriormente, logo após o golo de André Silva, a um quarteto com Corona, André André, João Carlos Teixeira e Otávio, sem um trinco declarado.

 

E foi nesta altura, com esta composição, que as coisas pareceram equilibrar-se.

 

Por azar, os homens mais avançados eram então, um Hernâni, rápido, mas trapalhão, e Quintero, um bom exemplo do que disse sobre a falta de ritmo.

 

Dos jogadores individualmente, é impossível ficar indiferente a André Silva. O melhor da primeira parte, e um golo bem merecido.

 

Herrera igual a si próprio, e Josué a pouco acrescentar. As iniciativas individuais estiveram, como é hábito, a cargo do Brahimi, e Aboubakar, essencialmente, azarado.

 

A defesa, guarda-redes incluído, regular.

 

Depois do intervalo, Varela bastante razoável a defesa-direito, depois da tentativa de Peseiro de fazê-lo um dez, e Alex Telles, juntamente com João Carlos Teixeira, a serem os únicos aa querer escapar do síndrome generalizado de falta de ritmo.

 

Pouco André André, e João Carlos Teixeira melhor quando jogou mais adiantado, do que quando fez dupla a meio-campo com o André André.

 

Otávio, a descair para a esquerda, e um desperdício, tal como André Silva à direita. Ou muito me engano, ou vai merecer estar muito mais em jogo.

 

Ao contrário, por exemplo, do Quintero. O Hernâni é, nos dias de hoje, o nosso único extremo, rápido e vertical, que nada tem que ver com a lopeteguice de Corona e Brahimi, sempre prontos para entrar da ala para o meio.

 

Ou seja, gostei do André Silva, do AlexTelles, do João Carlos Teixeira, apesar de me fazer lembrar o Dani, na forma como corre e como toca a bola, e do Otávio.

 

Os piores, sem dúvida, Quintero e o meio-campo da primeira parte, Rúben incluído, se bem que, nem sempre por culpa própria.

 

Quanto aos demais, nada de mais, regulares apenas.

Poker de candidatos

10
Jan16

Depois da onda de impacto inicial do despedimento de Lopetegui, os nomes imediatamente mais falados para o substituir , pelo menos nas redes sociais, foram os de Nuno Espírito Santo, Jesualdo Ferreira e André Villas Boas.

 

Entretanto, pelo que me vou apercebendo, os nomes de Leonardo Jardim e Marco Silva, juntaram-se ao André Villas Boas no top dos mais falados, entre outras hipóteses menos verosímeis, que vão desde Sérgio Conceição, no Diário de Notícias, a Jesus, no Correio da Manhã.

 

Dos três mais palusíveis, os dois que passaram pelo Sporting têm o problema de os seus acordos de rescisão conterem cláusulas punitivas, caso regressem ao futebol português e ingressem em concorrentes directos, como seria o caso.

 

Quanto a mim, os potenciais candidatos são quatro:

 

Marco Silva. Segundo consta, será o candidato preferido de Pinto da Costa, que ainda assim, de acordo com o Correio da Manhã, uma vez mais terá contactado Jorge Jesus. Não desistem...

 

A hipótese Marco Silva parece-me, quase impossível. Para além da questão financeira, que levaria a ter de indemnizar o Sporting pela sua contratação, vai em primeiro lugar no campeonato grego, onde conta por vitórias todos os jogos disputados, e está na Liga Europa.

 

Abdicaria da probabilidade, quase garantida, de conquistar o seu primeiro título de campeão nacional, para vir treinar um FC Porto, também na Liga Europa, mas a quatro pontos do líder?

 

Leonardo Jardim. Pelo acordo de rescisão com o Sporting, terá, tal como o anterior, a obrigação de indemnizar esse clube, caso regresse a Portugal, e é a sua única desvantagem.

 

Desportivamente o Mónaco vai em terceiro lugar no campeonato francês, sem hipóteses de chegar-se ao Paris Saint Germain, e foi eliminado da Liga Europa.

 

Será, quase de certeza, o mais motivado para vir para o Porto. O óbice é o vil metal, e especialmente pô-lo nas mãos do Bruno de Carvalho.

 

André Villas Boas. Depois de ter sido campeão, o Zenit não vai bem no campeonato russo, mas está nos oitavos-de-final da Champions, onde vai defrontar o Benfica.

 

Não tem, que se saiba, cláusulas estranhas para a rescisão, e ao que parece, o clube russo ainda tem contas a acertar conosco, relativas à transferência do Hulk.

 

Já fez saber que quer regressar a casa, tem a vantagem de ser portista e conhecer os cantos ao Dragão e à Cesta do Pão, e a desvantagem de voltar a um sítio onde foi feliz.

 

A única coisa que o prende será a Champions. Mas ainda que passe esta eliminatória, até onde poderá chegar o Zenit, que valha a pena? Compensará arriscar?

 

Nuno Espírito Santo. Livre como uma donzela casadoira à espera do seu príncipe encantado, montado num corcel branco. Completamente desimpedido. Está desempregado e não tem cláusulas que atrapalhem.

 

Dos quatro, é o único que faz parte da carteira de Jorge Mendes.

 

Ou seja, se estivermos menos dependentes de Jorge Mendes, do que aquilo que julgo que estamos, Villas Boas parece ser o melhor candidato, seguido de Leonardo Jardim, e só depois Marco Silva.

 

Caso contrário, claramente Nuno Espírito Santo.

 

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