Um dia destes, um dos meus filhos - sim, queiram desculpar, mas vou falar outra vez dos putos. De um deles. Devo estar numa fase "Eduardo Barroso" da minha vida - dizia eu, que um dos meus filhos andava pela casa com uma peça de roupa azul vestida, salvo erro umas calças.
Dizia ele que eram do Porto. Convirá esclarecer que, nunca até aquela data, manifestara qualquer predilecção pelo FC Porto. Normalmente, é de Portugal, do Cristiano Ronaldo, do Real Madids, como ele diz, e, por influência do irmão, daquela coisa vermelha.
Como tal, não me ocorreu que houvesse grande perigo em desencafuar a minha velhinha camisola Kappa, dos bons tempos do Jardel, e mostrar-lha.
O que é que fui fazer!? Passou-se! Então não é que a criança não me desata aos gritos: que ele era do Porto e queria uma camisola do Porto, e não descansou enquanto não lhe vesti a minha, enorme.
O pai portista orgulhoso que há em mim, mal contendo a baba, quase que voou porta fora, para ir comprar a camisola ao miúdo. Quase. E porque não? - será talvez a pergunta que se vos ocorre, se ainda estão a ler.
Pois, é que o outro rapaz, alertado pelo pranto, ouviu a conversa e sentenciou de pronto: "se ele tem uma camisola do FC Porto, eu quero uma vermelha".
A resposta também saiu sem deixar bater a bola no chão: " Olha querido, cá em casa nem penses. Entra a camisola, e sais tu mais a camisola!"
A minha mulher, que é sportinguista, mas que liga pouco ao futebol, como todos os sportinguistas, calada.
A questão é que depois comecei a matutar no assunto. Se compro a um, tenho de comprar ao outro. A alternativa é não comprar a nenhum! Sai mais barato, e mais higiénico.
Por outro lado, se não comprar, sou capaz de perder a oportunidade, quiçá única, de ter 50% da prole do meu lado.
Uma coisa é certa, comprar aquela coisa vermelha, com o pássaro a espreguiçar-se de asa aberta, nem que o bicho use desodorizante!
Só se alguém lha oferecer. Talvez se arranje. O tio era bem capaz disso, só para ter o prazer de xaringar-me o juízo!
Sabendo de antemão, que, se os conselhos servissem para alguma coisa, vendiam-se, e não se davam, e que portanto, não vale a pena contarem com qualquer tipo de recompensa, alguém tem alguma sugestão salomónica que queira dar?
Creiam que é de bom grado que a receberei, que isto, quem tem filhos, tem cadilhos!
« (…)“Se não batessem na minha filha, não me chateava tanto", ressalva, denotando que tinha conhecimento da situação d...
. Ainda a propósito de cami...