A fantochada começou com o Helton. No domingo, vi com os meus próprios olhos, e ouvi pelos meus ouvidos, o Abdoulaye a repetir a gracinha.
Mas que merda é esta das “desculpas aos adeptos”?
Onde é que estamos?
O Helton, que já leva uns anitos bons entre nós, deve saber de onde é que partiu esta ideia peregrina das desculpas aos adeptos. Ao Abdoulaye, ainda lhe dou um desconto.
Esta parvoíce das desculpas aos adeptos, que me lembre, ou pelo menos, a primeira vez que a vi, estupefacto, começou no período áureo do benfiquista Vale e Azevedo, quando após um mau resultado qualquer, apareceu aos microfones, a falar em nome do plantel, um pesaroso João Vieira Pinto – olha quem! – a pedir desculpas aos adeptos pelo sucedido.
Achei a coisa tão aberrante, que nunca me passou pela cabeça ver jogadores do meu clube a enveredar por tal caminho.
Falar com os adeptos, como fez o Bruno Alves após a derrota com a Naval 1.º de Maio em 2008, tudo bem. Pedir desculpas?! Tá tudo doido, ou quê?
Alguém se importa de explicar àqueles dois de onde é que isto surgiu. Dizer-lhes que isso não é nosso. É coisa doutros lados, doutras gentes, e é daquelas importações que, como tantas outras, dispenso.
Será que alguém á capaz de perguntar àqueles rapazes, ou aos colegas, para que é que nós, adeptos, queremos as desculpas?
Estamos a marimbar-nos para as desculpas. O que queremos são resultados, vitórias, títulos. Desculpas, não servem rigorosamente para nada.
Expliquem-lhes lá, se faz favor, que o que queremos é que façam jus àquela velha sentença de que as desculpas não se pedem, evitam-se.
Melhor ainda, que corram, que se esforcem, que lutem, e se possível, que joguem alguma coisa. Se o fizerem, mesmo que não ganhem, quero lá saber de desculpas!
Alguém que lhes explique, porque de um treinador que não consegue explicar o inadmissível, de um treinador que se limita a constatar, qual vítima, mas de mais ninguém senão de si próprio, que, no estado actual do clube, é fácil falar mal dele, mas que permitiu que chagássemos a esse estado, e daí para diante, pouco ou nada fez para inverter a situação, não espero tanto.
E que dizer de uma SAD ou de um presidente que preferem segurar um tal treinador, e dar apertões ao plantel, fazendo os jogadores passarem por entre os seus próprios adeptos, numa suposta humilhação de um cortejo de derrotados, reminiscência de um qualquer filme sobre a Antiguidade Clássica?
Então e se experimentassem explicar aos jogadores porque é que aqueles adeptos ali estavam, e o que é que estavam a sentir? Ou não sabem? Ou não querem saber, agarrados às muitas vitórias que já lhes ofereceram?
Talvez fosse preferível. Talvez assim os jogadores e o treinador percebessem onde estão. Porque a realidade é que parecem confusos, e nem precisam de meter cidades alemãs ao barulho.
Se é verdade que ninguém nasce ensinado, então talvez fosse mais indicado ensinar-lhes, em vez de censurá-los ou humilha-los.
Se não quiserem aprender, aí o caso muda necessariamente de figura, mas talvez valesse a pena começar por aí.
E por favor, cresçam, sejam homenzinhos, e de uma vez por todas, xaringuem-se nas putas das desculpas!
Nota: Entretanto, foi-se o Paulo Fonseca. Bela prenda de anos! Para nós! Bem, sobre isso, e a entrada do Luis Castro conto falar depois. Para já, queiram ler em pretérito passado as referências anteriores ao ex-treinador.
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