Quarta-feira, 20 de Julho de 2016

A quimera táctica do FC Porto actual

Concordarão comigo (ou não), que volvidos os tempos de José Mourinho, e posteriormente, os da exuberância atacante - há quem lhe chame loucura, ou outras coisas piores. Eu gosto de "exuberância". Tem estilo, é " cool " - de Co Adriaanse, o FC Porto estabilizou o seu modelo táctico no 4 x 3 x 3, sem grandes variações.

 

Com o bloco mais recuado e em transições rápidas, com Jesualdo Ferreira. Com tracção mais para diante, com André Villas-Boas. Com uma preocupacão obsessiva com posse de bola, na era de Vítor Pereira.

 

Com Paulo Fonseca começaram os primeiros ensaios, fracassados, para introduzir alterações: o duplo pivot, por exemplo, esbarrou na excelência de um Fernando na sua plenitude.

 

Com Lopetegui, principalmente na segunda temporada, veio nova tentativa, frustrada, de introdução do duplo pivot.

 

Mas, mais do que o esquema táctico, que resiliente, foi resistindo,  aquilo que se foi perdendo, por arrastamento, nos insucessos de Paulo Fonseca e Lopetegui, foi o modelo de jogo.

 

A posse, a troca de bola (não vale entre, ou de e para os centrais), o futebol a meio-campo, em suma, o futebol, em geral. O FC Porto descaracterizou-se, foi perdendo a sua identidade, enquanto a incapacidade de jogar futebol se ia tornando, cada vez mais, confrangedora.

 

Até chegarmos a Peseiro, e apesar de Oliver Torres, Rúben Neves, Brahimi e André André, a espaços, teimarem em manter viva alguma esperança.

 

Li há pouco tempo, algo que Jorge Valdano disse, e que era, mais coisa, menos coisa, isto: "se perdes um campeonato, mais cedo, ou mais tarde, voltarás a ganhar. Se perdes a tua identidade, dificilmente a recuperarás".

 

O Jason Bourne que o diga!

 

O problema é se a identidade se altera, ou se num acesso esquizofrénico se torna num caso de dupla personalidade, tipo Dr. Jekyll e Mr. Hyde.

 

A dada altura, na primeira parte do jogo contra o Osnabrück, pareceu-me estar a rever o FC Porto de Lopetegui. Preocupante, sem dúvida.

 

Mas infelizmente, perfeitamente natural, como que a antecipar um processo de desabituação que antevejo longo e doloroso. E, vamos a ver o tamanho das sequelas...

 

Olhei para aquele meio-campo (Rúben Neves, Herrera e Josué), e não consegui deixar de encontrar resquícios dos meio-campos de Lopetegui (Casemiro, Herrera e Oliver, ou Danilo, Herrera e outro qualquer à escolha...).

 

Elemento comum? Herrera. Que aliás, já vem dos tempos do Paulo Fonseca.

IMG_20160720_232240.jpg

 

Não quero dizer com isto, nem com o que vem a seguir, que o homem que hoje enverga a braçadeira de capitão, é o responsável pela descaracterização que sofremos. Não, não é isso.

 

O Herrera entrou no clube num momento mau, mas convenhamos, se não o vejo como o (único) problema, cada vez mais tenho dificuldades em imaginá-lo do lado da solução.

 

Do ponto de vista técnico é limitado, e, tendo em conta a sua idade, a margem de progressão vai ficando cada vez mais curta. Entrando em linha de conta com o seu histórico de evolução desde que cá chegou, as expectativas são reduzidas nesse capítulo.

 

Tacticamente, as tentativas de duplo pivot de Lopetegui tiveram como protagonistas, a maior parte delas, Rúben Neves e Danilo. Herrera, ou ficava de fora, ou se o treinador o incluía, era num ápice que se desfazia o duplo pivot.

 

Tentar inclui-lo num meio-campo criativo, onde  impere a troca de bola, é arriscado, pois falta-lhe a apetência técnica para isso, e não lhe está no código genético.

 

As suas mais valias são outras, como a verticalidade, e a capacidade de arrastar o jogo para a frente. Nos últimos tempos, aparece com frequência a entrar nas costas do ponta-de-lança.

 

Aqui há tempos escrevi um texto, a que chamei ”O kama sutra táctico de Paulo Fonseca”, em que expus a minha opinião de que, do ponto de vista táctico,  o único problema que Paulo Fonseca teria de solucionar, seria a posição a ocupar em campo por Lucho Gonzalez.

 

Com Herrera parece passar-se o mesmo, e não é de hoje. Não é trinco, pese embora tenha para cá vindo com a indicação de que o seria.

 

Não é 8, se lhe for pedida qualquer outra função que não seja a de transportar a bola para a frente.

 

Não é 10, Deus nos livre, dele, e de qualquer outro que ouse tentar sequer parecê-lo.

 

As entradas nas costas do ponta-de-lança, pouco ou nenhum efeito prático têm surtido, para além de desequilibrarem o nosso próprio meio-campo.

 

Contudo, a sua capacidade física, a sua disponibilidade, a sua entrega, colocam qualquer treinador em cheque, perante o desperdício de recursos que significará não o utilizar.

 

Numa altura de experiências e de experimentação, este parece-me ser um dilema que Nuno Espírito Santo terá de resolver, para decidir de que forma o FC Porto se vai apresentar e se vamos mesmo ter um regresso às origens.

 

Ou talvez o Nápoles o resolva por si...

publicado por Alex F às 23:37
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