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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Azul ao Sul

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Nostalgia natalícia

21
Dez12

Apesar da quadra a isso convidar, por norma, não sou muito dado a acessos nostálgicos. No entanto, e por enquanto, tenho memória quanto baste, o que é substancialmente diferente.

 

E curiosidade. Por exemplo, andava curioso por saber o que era feito daqueles rapazes que, com excepção do Janko, estavam entre nós no Natal passado, uns de corpo e alma, outros nem por isso.

 

Como é que eles se estariam a dar, lá pelas paragens onde demandaram novos desafios, que nós não lhe colocávamos. Ou, pura e simplesmente, para onde foram recambiados.

 

Apenas por mera curiosidade, e sem ser animado por qualquer sentimento de ressabiamento, ou numa de “ó tempo, volta p’ra trás”.

 

Meia horita de trabalho intensivo no Zerozero.pt, e eis os resultados que obtive:

 

 
Bracalli (Olhanense)

 

7 jogos na Liga Zon Sagres, 12 golos sofridos, 630 minutos jogados.

1 jogo na Taça de Portugal, 2 golos sofridos, 90 minutos jogados.

 

 

 

 

Beto (SC Braga)

 

11 jogos na Liga Zon Sagres, 14 golos sofridos, 990 minutos jogados.

5 jogos na Champions, 11 golos sofridos, 450 minutos jogados.

2 jogos na qualificação para a Champions, 2 golos sofridos, 180 minutos jogados.

 

 

 

 

 

Sapunaru (Saragoça)

 

12 jogos na Liga BBVA, um golo marcado, oito cartões amarelos (o segundo na Liga com mais amarelos!), e 1.080 minutos de jogo.

3 jogos na Taça do Rei, 2 amarelos e 270 minutos jogados.

 

 

 

   

Fucile (Santos FC)

 

Lesionado desde Abril, as últimas notícias dão-no como encontrando-se de saída do clube, onde alinhou apenas em 14 jogos, e marcou um golo.

 

 

 

 

Álvaro Pereira (Inter de Milão)

 

11 jogos na Série A italiana (8 a titular e suplente utilizado em 3), 1 golo, 1 amarelo, 720 minutos em campo.

6 jogos na Liga Europa (5 vezes titular, 1 suplente utilizado), 1 amarelo, 473 minutos jogados.

1 jogo como suplente utilizado na Copa de Itália, 15 minutos de jogo.

 

 

 

Souza (Grémio)

 

6 jogos na Copa Sudamericana (5 vezes titular, 1 suplente utilizado), 1 amarelo e 470 minutos de jogo.

23 jogos no Brasileirão, sempre titular, 3 amarelos, 1 golo e 1.795 minutos em jogo.

 

 

 

 

 

Guarín (Inter de Milão)

 

15 jogos na Série A italiana (10 a titular e 5 como suplente utilizado), 3 amarelos, 3 golos marcados, 973 minutos em campo.

8 jogos na Liga Europa (6 de início e 2 como suplente utilizado), 2 golos, 620 minutos em jogo.

 

1 jogo como suplente utilizado na Copa de Itália, 1 amarelo e 1 golo, 45 minutos em jogo.

 

 

 

 

Belluschi (Bursaspor)

 

 14 jogos na SuperLiga turca (12 como titular e 2 como suplente utilizado) 2 amarelos, 3 golos, 1.100 minutos em campo.

 

 

 

 

 

Hulk (Zenit Sampetesburgo)

 

9 jogos na Liga russa (8 a titular e 1 como suplente utilizado), 5 cartões amarelos, 2 golos, e 625 minutos de jogo.

 

5 jogos a titular na Champions, 2 amarelos, 1 golo e 440 minutos.

 

 

 

 

Walter (Goiás)

 

23 jogos na Série B brasileira (19 a titular e 4 como suplente utilizado), 2 amarelos, 16 golos marcados e 1.670 minutos jogados.

 

 

 

Djalma (Kasimpasa)

 

15 jogos na SuperLiga da Turquia, todos a titular, 1 amarelo, 1 golo, 1.282 minutos de jogo.

 

  

 

  

Janko (Trabzonspor)

 

12 jogos na SuperLiga turca (6 a titular e outros tantos como suplente utilizado), 3 amarelos, 1 golo e 542 minutos.

 

 

Para dar uma ajuda nas eventuais conclusões que possam/queiram tirar, acrescento que, na nossa Liga, vão disputadas, nesta data, doze jornadas.

 

Na Liga BBVA espanhola são dezasseis. Na Série A italiana, dezassete. No Brasileirão (desde Agosto), são vinte e três. O mesmo na Série B brasileira, também desde Agosto. Na Liga russa, são dezanove as rondas jogadas, e na SuperLiga turca são quinze as jornadas disputadas.

 

O Olhanense fez dois jogos na Taça de Portugal e o SC Braga oito na Champions League (incluindo a qualificação).

 

O Saragoça fez três jogos na Taça do Rei e o Inter de Milão, um na Copa de Itália, e mais dez na Liga Europa (incluindo paly-offs).

 

O Grémio de Porto Alegre jogou seis vezes para a Copa Sudamericana, e o Zenit de Sampestesburgo, seis jogos na Champions.

 

Portanto, tudo somado, estamos em presença de apenas dois totalistas: O Souza, com 23 presenças, noutros tantos desafios, e o Djalma, com 15 em 15.

 

Do Souza, já ouvi por aí que, caso o Fernando não renove o contrato que o vincula a nós, e por isso, seja vendido agora em Janeiro, poderia vir a substitui-lo.

 

Bem vistas as coisas, neste momento, rodagem não lhe faltará, ainda que o ritmo brasileiro seja diferente, e sem a sombra eucalíptica do Fernando, talvez a coisa corra melhor, ainda que não seja aquele o seu lugar de eleição.

 

Quem parece ter encontrado o seu lugar na Série B brasileira é o Walter. Dezasseis golos marcados em vinte e três jogos, é obra. Por cá, talvez não se desse mal, agora que até temos equipa B…

 

Quanto aos outros, destaque para o Sapunaru, com muitos jogos feitos em Saragoça, mas com muitos amarelos à mistura. Andará a ver a dobrar?

 

Nos resto, nada mal os dois guarda redes. Por cá, com o Helton em boa forma, estavam os dois encostados. Pouco conveniente para dois trintões. O Belluschi não está mal. No entanto, convirá ter em conta que estamos a falar do Bursaspor!

 

O Janko está, mais coisa, menos coisa, igual a si próprio, e a grande desilusão é sem dúvida o Hulk.

 

E pronto.

 

Agora resta-nos entrar de novo na dança das entradas e saídas que se avizinham, com pensamento positivo…

Il y a quelque chose qui cloche (em azul e branco)

13
Dez12

Para que não fiquem a pensar, e que alguns venham reclamar, que só tenho olhos para outro(s) lado(s), aqui ficam, também do nosso lado, uns quantos apontamentos também eles dissonantes entre si. Na minha modesta opinião, é claro…

 

 

Do volume e da intencionalidade

 

Nos últimos três encontros disputados cá na lusitânia, fomos bafejados em lances duvidosos, por decisões arbitrais que, não tenho rebuço em admiti-lo, nos foram favoráveis.

 

Do mesmo modo que também ocorrera com o segundo penálti, na vitória sobre o Sporting.

 

É algo a que, vidé as primeiras jornadas desta edição da Liga, e mesmo no próprio jogo contra Moreirense, o último disputado, em que nos foi sonegada mais uma grande penalidade, não estamos habituados.

 

Nem nós, nem os nossos concorrentes, como se viu pelas reacções de várias figuras de um certo presépio, de onde ainda não expulsaram o burro.

 

Sobre o lance da Pedreira para o campeonato, disse-o na altura que, tendo em conta o entendimento vigente nesta matéria da inteligentzia futebolística, não me surpreenderia se tivesse sido apontado castigo máximo.

 

Apesar da curta distância a que é desferido o remate pelo Alain, e da, quanto a mim, mais que evidente, ausência de intencionalidade da parte do Alex Sandro, o facto de o membro com que o esférico impacta não se encontrar junto ao corpo, permite-lhe ganhar um acréscimo de volumetria, logo, penálti.

 

No regresso à Pedreira, para a Taça de Portugal, o lance com o Fernando e o Hugo Viana, não dá azo a grandes dúvidas.

 

Contra o Moreirense, aí sim, parece haver intenção do Alex Sandro, não de jogar a bola com a mão, mas de proteger-se. Ainda assim, há uma qualquer intencionalidade, uma (ou duas) mão(s) e uma bola, ou seja, os ingredientes necessários para a polemizar em torno do acontecimento.

 

Contudo, neste caso, não há qualquer ganho visível de volumetria: as mãos estão em frente ao corpo. Se a bola não lhes embatesse, de certo bateria noutra qualquer parte do dito.

 

E assim sendo, em que ficamos?

 

No primeiro caso, há ganho de volume, e não há intenção, no segundo, há intenção, mas não há volume ganho. E são os dois penálti? Porquê? A regra é disjuntiva? Em certos casos aplica-se um “ou”, e noutros…outra coisa qualquer?!

 

Ou, só será mão quando se aplicam ambos, ligando-os através de um “e”? Não seria mais razoável, e até talvez, quem sabe, mais dentro do espírito da lei?

 

 

…e não tivemos Paris

 

 

Não se deixem iludir pela imagem que encima o texto. Se esperam um desfiar de um rol de críticas ao nosso treinador, não continuem, porque estava e estou inteiramente de acordo com a afirmação destacada.

 

Tínhamos, e temos, plantel para ganhar em Braga, duas vezes seguidas, se for preciso, e em Paris. Mas não ganhámos. De facto, perdemos tanto em Braga, ao segundo ensaio, como em Paris. As duas primeiras derrotas da única equipa que até aí, ostentava a aura de imbatível em partidas oficiais.

 

Vi os dois jogos, quase todinhos. Ando a ver muito futebol ultimamente. E logo havíamos de perder os dois…

 

Sim, é verdade que estranhei a gestão do plantel feita em Braga. Compreendo perfeitamente que é imperioso ir dando, na medida do possível, minutos aos que menos frequentemente alinham, e gerir o esforço dos que são mais assíduos no onze, assim como a motivação de uns e outros.

 

Mas, logo em Braga?! Onde, ainda há uma semana triunfáramos, e os artistas locais não ficaram propriamente convencidos. E com o Olegário Benquerença no apito. Tantas modificações, quando o que estava em causa na Champions, nem por sombras se afigurava uma questão de vida ou morte, porquê?

 

Pronto, foram quatro jogos em treze dias (do SC Braga, para a Liga, em 25 de Novembro ao Moreirense, em 8 de Dezembro), é verdade.

 

No entanto, terá sido um ciclo assim tão infernal, que cheguemos à partida contra os homens de Moreira de Cónegos, num tal estado que o nosso treinador, perante um jogo menos conseguido, se dê por feliz por vencer, desse lá por onde desse?

 

Vejamos. Dos jogadores intervenientes nestes desafios, apenas o Mangala e o Otamendi, estiveram em campo os, pelo menos, 360 minutos jogados.

 

O James Rodriguez também alinhou inicialmente nos quatro encontros, mas foi substituído no último, aos 90 minutos.

 

O Danilo (301’) alinhou de início em três desses jogos, e foi suplente utilizado num deles, e o Lucho Gonzalez (253’) e o João Moutinho (269’) alinharam de início em três, sendo substituídos uma vez, e entraram em substituição de um colega no restante.

 

O Defour (209’) entrou de início duas vezes, e foi suplente utilizado, outras duas, e o Atsu, substituiu colegas por três vezes, e alinhou de início apenas uma, totalizando pouco mais de 110 minutos em campo.

 

Helton, Alex Sandro, Fernando, Varela e Jackson Martinez contam três presenças cada um (270’, 266’, 219’ 233’ e 270’, respectivamente).

 

Portanto, apenas quatro homens fizeram mais de três jogos completos: Mangala, Otamendi, James e Danilo.

 

Como seria expectável, na equipa titular que alinhou contra o Moreirense, todos os elementos faziam, no mínimo, a sua terceira partida.

 

Assim sendo, e como disse, compreendendo a necessidade imperiosa de dar alguma rotação ao plantel, e que azares, como os que aconteceram ao Danilo, ao Helton, e porque não, ao Castro, por vezes acontecem.

 

Contudo, será isso motivo e justificação suficiente para sermos eliminados da Taça de Portugal?

 

Ou para a entrada titubeante no Parque dos Príncipes, para depois até equilibrarmos as coisas, e empatarmos a partida com alguma relativa facilidade?

 

Ou ainda, para entrarmos num jogo em casa, contra o Moreirense, o último classificado, em modo de “ganhar, dê lá por onde der”, e ficar satisfeitos com um 1-0?

 

Esta Liga é cada vez mais uma corrida a dois, e os golos marcados e sofridos podem fazer a diferença. Ou isso, ou resolvemos a questão em Janeiro…

 

 

O Dragaleão de Oiro

 

 

Apesar de o meu cunhado afiançar garantidamente que o homem era sportinguista, custava-me a acreditar.

 

Por curiosidade, fui confirmar, e é mesmo verdade.

 

Ainda assim, não me choca nada que lhe atribuam um Dragão de Ouro. Que mais não seja por uma questão de diplomacia. E também não me choca que o ministro Miguel Relvas tenha sido convidado para a cerimónia, pelo mesmo motivo.

 

Além do mais, sempre vai sendo a única forma de um sportinguista receber um troféu de jeito…

 

Por outro lado, não acho tanta piada ao facto de se atribuir um Dragão de Ouro a um sportinguista, de quem Manuel Vilarinho disse um dia, a seguir ao almoço: "Votem neste homem, que é este homem que vai ajudar [quem nós todos sabemos]!".

 

E de facto, ajudou. Isso é que me custa a engolir.

 

Mas pronto, também não é nada de novo. O Rui Pedro Soares também é Dragão de Ouro, e no entanto, não deixou por isso de merecer uma cartinha de recomendação vinda pelo outro lado.

 

 

E afinal, temos empréstimo

 

Estávamos a 10 de Setembro, e eu escrevia:

 

“(…) tomando como exemplo este caso concreto do Hulk, haveria mesmo a necessidade imperiosa de vender, agora e pelo preço a que se realizou a transação, seja ele qual fôr?

 

Tem-nos sido dito que sim. A maior parte dos sócios e adeptos acredita que sim. Muito sinceramente, também me parece o mesmo. Mas afinal, qual o impacto da transferência do Hulk nas contas da nossa SAD?

Desta vez, o argumento mais abundantemente empregue para justificar o estado de necessidade, foi o pagamento do empréstimo obrigacionista de 18 milhões, que vence até ao final no corrente ano.

 

Será isso? Se foi por 18 milhões, então as vendas do Álvaro Pereira, do Guarín e do Belluschi, resolviam a questão, e ainda sobravam uns trocados.

 

Indo ao Relatório de Contas Consolidado do 3.º trimestre – 2011/2012 (pág. 14), retiramos que o passivo da SAD ascendia, àquela data, a 214.171.035 euros, dos quais € 167.533.480, classificados no passivo corrente.

 

Por seu turno, o activo corrente é apenas de € 52.683.659. Portanto, sejam 40 milhões, 31 milhões, ou qualquer outro valor intermédio ou abaixo daqueles dois, o desequilíbrio era de tal sorte, que não é a venda do Hulk que vai equilibrar as contas.

 

Que ajuda, é inquestionável, mas daí até se concluir, neste momento e pelo montante que seja, pela sua imprescindibilidade, é outra história. É um daqueles casos que alivia, mas não cura”.

 

E aí está um novo empréstimo obrigacionista. Desta vez, inicialmente de 25 milhões de euros, aumentado posteriormente para 30 milhões, até 2015, à taxa de 8,25%.

 

É compreensível este esforço de consolidação e reestruturação do passivo, aliviando o curto-prazo e a tesouraria, como muito bem escreveu na altura própria o Dragão Vila Pouca.

 

A minha questão é outra. Uma operação inerente a um empréstimo deste tipo não é montada da noite para o dia.

 

Será muito natural que, em Setembro, quando foi vendido o Hulk, a coisa estivesse em marcha. Assim sendo, a sua venda não terá decorrido tanto da necessidade pontual de fundos para o pagamento do anterior empréstimo, como, ao menos a mim parecia, mas antes teve o seu quê, e não será pouco, de estrutural.

 

Portanto, eis que me vejo regressado à minha dúvida de 10 de Setembro:

 

“a venda do Hulk, neste momento e por qualquer que seja o valor, era efectivamente imprescindível ou vem resolver definitivamente alguma coisa, do ponto de vista financeiro?”

Porque perguntar, em princípio, não ofende…

10
Set12

“É público que o FC Porto conseguiu encaixar cerca de 450 milhões de euros, com as suas melhores 20 transferências (para além disso, só o FC Porto conseguiria encaixar cerca de 10 milhões de euros, em 2003 (!), pela venda de Postiga ao Tottenham!). Isso contribuiu, e muito justamente, para afectar positivamente à imagem do clube do Dragão uma aura de intocável capacidade de negociação. Agora que os contornos da transferência de Hulk estão a ser discutidos na praça pública (o que vai fazer a CMVM perante declarações não coincidentes produzidas pelas partes interessadas?!...) e sobretudo perante a inevitável decepção em torno dos números, muito distantes dos 100 milhões, talvez estejamos perante a queda de um mito: com efeito, o FC Porto, ao longo dos tempos, vendeu muito e bem.


A verdade é que, não obstante essas vendas e o produto das receitas de qualificações sucessivas para a Champions, o passivo anda na ordem dos 200 milhões de euros. Nestas condições, podemos falar em boa gestão? Afinal a ‘boa gestão’, que vem sendo dada como um dado adquirido na opinião publicada, não será apenas um ‘módulo de propaganda’ e dar como certo algo que não está plasmado nas contas? Não teria o FC Porto a obrigação, num quadro de encaixes tão significativos, e com esta capacidade de realizar transferências de indiscutível impacto financeiro, de apresentar contas equilibradas? Com tantas receitas, não estará o FC Porto a gastar mais do que pode? Sem oposição externa e interna, este é um assunto condenado a não dar discussão”

 

“Ouvi muitas coisas nestes últimos meses sobre a situação financeira do nosso clube. Como não sei de ciência certa não me vou alargar. Confesso apenas uma incompreensão e deixo um desejo. O Porto só nos dois últimos anos fez vendas de mais de cem milhões de euros. Como é possível estar a viver dificuldades? O meu desejo é que não se desbaratem estes 40 ou 50 milhões mais os do Guarin e do Pereira. Como podem perceber, não peço muito”.

 

Vendo as coisas pelo prisma utilizado nestes três parágrafos, o concurso de medição de pilinhas sobre os valores das transferências do Hulk e do Witsel, a discussão sobre quem arcou ou vai arcar com a solidariedade e os empresários, ou sobre quem esperou por quem para dar o(s) negócio(s) por consumado(s), ficam um bocado em perspectiva.

 

É a velha questão da árvore e da floresta.

 

Os dois primeiros parágrafos são da autoria daquele, que por esta altura já devem ter percebido, é um dos meus amores de perdição, Rui Santos.

 

Há que dar-lhe por isso um desconto. Nem chega bem a ser uma ejaculação precoce. Assemelha-se mais a um daqueles desejos formulados quando se apagam as velas todas do bolo de aniversário.

 

Não é por o Rui o querer ou desejar, que estaremos como com propriedade, diz à cautela, “talvez”, e sublinha-se, aviva-se e põe-se em itálico, o talvez, “perante a queda de um mito”. Resta-lhe pois engolir em seco, e seguir para diante, escrevendo textos como aqueles que habitualmente nos dedica.

 

O último parágrafo é para mim mais preocupante. Pelo conteúdo, e por ser um portista acima de qualquer suspeita, Pedro Marques Lopes, quem partilha quase estereofonicamente a preocupação do Rui Santos.

 

 

 

 

Obviamente que as motivações e as apreensões de um e outro, são inquestionável e necessariamente diferentes, mas a questão fulcral é a mesma.

 

Como muito bem escreve o Jorge, a filosofia de compra/valoriza/vende que tem sido pivotal na capacidade negocial no mercado de transferências e na manutenção de plantéis competitivos”.

  

Pivotal, de acordo. Porém, será mesmo imprescindível? Não em termos abstractos, mas tomando como exemplo este caso concreto do Hulk, haveria mesmo a necessidade imperiosa de vender, agora e pelo preço a que se realizou a transação, seja ele qual fôr?

 

Tem-nos sido dito que sim. A maior parte dos sócios e adeptos acredita que sim. Muito sinceramente, também me parece o mesmo. Mas afinal, qual o impacto da transferência do Hulk nas contas da nossa SAD?

 

Desta vez, o argumento mais abundantemente empregue para justificar o estado de necessidade, foi o pagamento do empréstimo obrigacionista de 18 milhões, que vence até ao final no corrente ano.

 

Será isso? Se foi por 18 milhões, então as vendas do Álvaro Pereira, do Guarín e do Belluschi, resolviam a questão, e ainda sobravam uns trocados.

 

Indo ao Relatório de Contas Consolidado do 3.º trimestre – 2011/2012 (pág. 14), retiramos que o passivo da SAD ascendia, àquela data, a 214.171.035 euros, dos quais € 167.533.480, classificados no passivo corrente.

 

Por seu turno, o activo corrente é apenas de € 52.683.659. Portanto, sejam 40 milhões, 31 milhões, ou qualquer outro valor intermédio ou abaixo daqueles dois, o desequilíbrio era de tal sorte, que não é a venda do Hulk que vai equilibrar as contas.

 

Que ajuda, é inquestionável, mas daí até se concluir, neste momento e pelo montante que seja, pela sua imprescindibilidade, é outra história. É um daqueles casos que alivia, mas não cura.

 

Se estivéssemos a fazer um puzzle, a parcela onde aquele montante mais facilmente encaixaria seria nos custos com pessoal – 31 milhões e meio de euros no trimestre.

 

É bem certo que, a ser verdade o que se diz quanto à duplicação do ordenado do jogador, a partir de Setembro, a poupança andará por volta dos 9 milhões de euros. Ou seja, feitas as contas, o que o Zenit despendeu pagará qualquer coisa como um trimestre de encargos com salários e afins. Ficam a faltar outros três.

 

Para quem não gosta de números e contas, vamos tentar analisar a coisa por outra via.

 

Peguemos nas transferências mais vultuosas de há três épocas a esta parte. Comecemos pelas do Bruno Alves e do Raúl Meireles. Sem olhar para as somas envolvidas, era por demais evidente que ambos estavam por cá descontentes.

 

O papá do Bruno Alves não se calava, e o Raúl Meireles, que não ia além dos 70 minutos por jogo, foi para Inglaterra correr que nem um galgo atrás do coelho.

 

A seguir veio a do Falcao. Segundo reza o relatório de contas, a sua transferência deu azo a uma mais-valia de 20.170.000 €. Independentemente disso, todos sabemos que se tratou de uma shotgun sale, tendo em conta a ambição do jogador em mudar de ares.

 

Ainda assim, mesmo partindo de uma posição negocial menos vantajosa, a sua saída poderá vir a revelar-se mais rentável que a do Hulk.

 

Tanto quanto consta, não terá sido por vontade expressa deste último que se operou a mudança para Sampetesburgo. O próprio afirmou que não estava à espera de ser transferido, antes contava ficar entre nós e festejar o tricampeonato

 

Nesse particular, esta movimetação teve mais similaridade com a saída do Lucho Gonzalez, que com qualquer uma das atrás mencionadas.

 

 

Assim sendo, volto à questão fundamental: a venda do Hulk, neste momento e por qualquer que seja o valor, era efectivamente imprescindível ou vem resolver definitivamente alguma coisa, do ponto de vista financeiro?

 

Desportivamente, o timing da sua venda, quando o mercado português se encontrava encerrado, não permitiu acrescentar ao plantel um substituto de que se diga poder preencher directamente a sua lacuna.

 

Resta a prata da casa. Era essa a intenção? A sua saída (ou a do João Moutinho, por hipótese), sendo inevitável e impreterível, dentro daquela que é a lógica de gestão do clube, foi atempadamente acautelada pelas entradas do Iturbe, do Atsu ou do Kelvin? É isso? Ou serão o James ou o Varela que o vão substituir?

 

Pela parte que me toca admito que fiquei surpreendido com a saída do Hulk, e confesso a minha frustração. Sendo certo que era algo que mais tarde ou mais cedo acabaria por acontecer, sempre acreditei que enquanto fosse possível se faria por ir protelando o inevitável.

 

Foi como regressar aos tempos da escola e adiar o início do estudo para o exame de Estatística, “só mais este jogo! Estou a ganhar ao Torquay, e a seguir só falta o Scunthorpe!” – meu rico Football Manager! Bons tempos -, ou o pendurar a porcaria do candeeiro da sala de jantar, que depois de demorar nove anos para ser comprado, convinha que ficasse pendurado vinte minutos antes de chegarem os convidados para o jantar.

 

Enfim, a vida é mesmo assim, e faz-se por ela. A que preço? Logo se vê.

Wtf?!

05
Set12

 

Mas afinal o que é que se passa neste amontoado de folhas de papel para forrar fundos de gaiolas de periquitos?

 

Está tudo doido, ou quê? É que não tarda nada, nem para os fundos das gaiolas isto vai servir, porque os pobres dos bichos ainda podem ficar afectados com as tintas, ou o que quer que seja que empesta o sítio onde produzem esta coisa.

 

Foi impressão minha, ou aqui há coisa de uns dois ou três dias, no mesmo papel infecto a capa era esta:

 

Então como é que é?

 

Primeiro é “Quem diria que Witsel e Hulk iriam render o mesmo?” “Iguais em milhões”.

 

Conforme consta no próprio comunicado à Comissão de Mercado de valores Mobiliários (CMVM), no caso do rapaz de vermelho, ter-se-á tratado de uma alienação “a título definitivo [d]a totalidade dos direitos desportivos e económicos do atleta Axel Witsel ao Football Club Zenit, pelo montante líquido de euro 40.000.000 (quarenta milhões de euros), valor da cláusula de rescisão”.

 

Ou seja, algo que se assemelha a um hostile take over. Bateram o contado e levaram o palhaço. Não há cá comissões, percentagens para empresários, fundos de garantia, mecanismos de solidariedade, direitos de formação, e todas essas tretas.

 

E ficaram muito contentes, porque afinal o rapaz valia tanto como o Hulk.

 

No entanto, o Jornal de Notícias, teve uma visão substancialmente diferente, quiçá uma miragem, que inclui 8 M, para um investidor, 4 M, de comissão de intermediação e 2 M, a confirmar, para o fundo de solidariedade.

 

 

Agora, ficam todos contentinhos das suas tristes vidinhas, porque o Zenit, por certo tão somente para satisfazer a ansiedade de quem escreveu aquele título, terá vindo dizer que pagou apenas 40 M pelo Hulk, o que significará apenas quatro coisas:

 

- que investidor, detentor dos restantes 15% dos direitos económicos não vendeu o seu quinhão, o que é perfeitamente legitimo, embora um tanto ou quanto estúpido;

 

- que o FC Porto mentiu à CMVM, pois os russos não vão suportar o pagamento ao tal fundo de solidariedade;

 

- que aos 40 M, haverá a abater 4 M, e não 6 M, da comissão do agente (10% do valor da venda, que assim passa a ser de 40 M, em vez de 60 M), mais os 3 M do fundo de solidariedade, e os 2 M de prémios ao jogador;

 

- fazendo as contas, o resultado líquido da operação teria ficado pelos 31 M de euros, no lugar dos 40 M anunciados.

 

Portanto, bem vistas as coisas, o negócio do rapaz de vermelho revelou-se mais rentável em 9 M, que o do Hulk. Onde é que estão as parangonas desfraldadas a apregoar isso?

 

Ainda não as vi. Porque é que ao repto lançado pela SAD do nosso clube, muito directo e entendível até a tanto lobotomizado que por aí vagueia, de que sejam divulgados pelo clube vencedor desta espécie de concurso de medição de pilinhas de miúdos da primária, os valores globais envolvidos na transferência, veio um palerma encartado qualquer, refugiar-se na resposta do Zenit e acrescentar mais uma série de banalidades, numa na tentativa clara de interliga-las a não se sabe muito bem o quê?

 

Se os 40 M recebidos pela venda do Rallo, são “líquidos”, onde é que ficou a parte sólida? Marchou com a descarga do autoclismo?

 

Melhor ainda, se os 40 M são “líquidos”, e correspondem à cláusula de rescisão (vide comunicado à CMVM), querem que acreditemos que os russos, que pagaram a cláusula de rescisão integral, e no nosso caso, nem sequer se dignam a suportar o “mecanismo de solidariedade”, ainda vão ser beneméritos ao ponto de arcar com a parte sólida?

 

Era estranho, não era?

 

Quem mente, ou quem mentiu à CMVM, e qual a mentira mais grave: a do FC Porto, que faz um negócio de 31 M líquidos, e declara à CMVM, 40 M, ou de quem declara 40 M líquidos, num negócio cujo valor total se desconhece?

 

O negócio do Witsel, assim à primeira vista, parece ter potencial para ser muito superior ao do Hulk e, sabe-se lá, um dos melhores negócios da época. Ainda melhor do que o pintam.

 

Porque é que, desta vez, aqueles que tanto se ufanam de estar sempre na vanguarda, de serem os mais grandes, de fazerem os melhores e maiores negócios, ficam satisfeitos em serem iguais ou apenas em ultrapassar pela direita?

 

É estranha esta humildade, este comedimento. Muito estranho. 

Mercado: o papão irracional

03
Set12

A visão do “mercado”, que me transmitiram quando estudei (ou a que consegui apreender, quiçá por ser a mais redutora e simplista), é que este era apenas e só o ponto de encontro entre vendedores e compradores.

 

Agindo o mais racionalmente possível, de modo a maximizarem a satisfação das suas necessidades, uns procuram comprar a maior quantidade possível e/ou a melhor qualidade, ao preço mais baixo que lhes aceitarem, e os outros, vender a maior quantidade possível, ao preço mais elevado que queiram pagar-lhes.

 

Esporadicamente, os que vendem partilham com os compradores alguma da sua preocupação com a qualidade.

 

No fundo, é isto. Outros enviesamentos poderão eventualmente acontecer por força de factores de distorção artificialmente introduzidos mas na prática, continuo a pensa que se resume a pouco mais que isto.

 

Depois, entram em cena a procura e a oferta. Quando aquela sobe, aumentam os preços, quando faz o percurso contrário, descem. E vice-versa em relação à oferta.

 

Por isso, há certas movimentações do “mercado” de transferências que me são particularmente difíceis de entender, senão as tomar por conta destes factores de distorção.

 

Três exemplos:

 

 

O interesse do Zenit no João Moutinho. Depois do Conselho de Administração do Zenit de Sampetesburgo ter vetado o pagamento de 50 milhões de euros pelo Hulk, ou o FC Porto ter recusado uma oferta daquele clube, por aquele montante pelo jogador, consoante os pontos de vista, foi noticiado que o clube em questão afinal, se virara para João Moutinho.

 

Tudo isto passado entre os dias 28 e 30 de Agosto, e portanto, a um dia do fecho da grande parte dos mercados europeus mais relevantes. As excepções serão os mercados francês, turco e, espantosamente, o russo.

 

Pelo que então se pôde ler, a oferta do Zenit pelo médio português ascendeu a 26 milhões de euros, quando a sua cláusula de rescisão é na ordem dos 40 milhões. O Tottenham chegou aos 27 milhões, e segundo consta, terá ficado a meras irregularidades processuais de consumar a contratação.

 

Concordo com o Vítor Pereira, quando diz que não haverá por esse Mundo futebolístico treinador que, dispondo o seu clube de arcaboiço financeiro para tanto, não queira dispor nas suas fileiras de Hulk e João Moutinho, ou apenas um deles.

 

O Spalleti, com certeza não será diferente. O que eu não percebo é a fixação do Zenit nos jogadores do FC Porto.

 

O Hulk e o João Moutinho actuam em posições bastante diferentes, por isso, só vejo duas hipóteses: ou os russos estavam (estão?) necessitados de jogadores para ambos os lugares, ou far-nos-ão em estado de tal carestia financeira, que depois da primeira nega, alimentavam esperanças de levar o segundo a preço de saldo.

 

Quanto às necessidades do lado deles, não faço a menor ideia. Sobre as nossas, aparentemente não serão tão prementes como tudo isso. Apesar das poucas vendas que fizemos, algumas, as melhores por coincidência, de faca ao pescoço, e os ajustamentos introduzidos no plantel, ainda assim, parece que fomos os que conseguimos o maior lucro.

 

Porque carga d’água é que o Zenit tanto insiste na nossa tecla? E mais ainda, porque é que um clube de um País onde o mercado de transferências ainda está aberto, entra em concorrência com um Tottenham, pelo João Moutinho?

 

Se era com o nosso desespero que contavam, então mais valia esperar pelo encerramento dos restantes mercados com alguma projecção, e aí sim, avançar com uma qualquer oferta.

 

Quem está desesperado por vender, se não tem mercado, não lhe resta alternativa senão baixar o preço. Serão estes russos burros ao ponto de desperdiçar uma vantagem competitiva destas? – à atenção de monsieur Platini, o fairplay financeiro também passa por aqui!

 

Porém, constata-se que, ao passo que os seus conterrâneos iconoclastas do Anzhi foram bastante lestos a negar o seu interesse por jogadores de outro emblema, quebrando assim a imagem de resistência estóica que se queria ver transmitida, da parte do Zenit não houve refutação alguma da versão do nosso presidente.

 

Tudo isto, é no mínimo estranho. E também não deixa de ser sui generis que tal aconteça em vésperas de uma deslocação complicada da nossa equipa, acompanhada da nomeação de um árbitro também ele complicado, mas que a bem da verdade, até nem complicou de sobremaneira.

 

Que tenha havido interesse dos Hotspurs, e que tenham chegado a vias de facto, não duvido. Quanto ao resto, haja irracionalidade meus amigos, mas nem tanto…
 

  

 

 

O affaire Palito. Este é outro negócio que, à primeira vista, prima em primeiro grau, para não sair da família mais chegada, pela irracionalidade.

 

Antes de mais, considero que foi um excelente negócio. Para nós, é claro. Podem vir dizer que o uruguaio há duas épocas atrás valia 22 milhões, o certo é que, no momento em que foi transferido, o valor facial do Álvaro Pereira era, quanto a mim, zero.

 

O seu destino no FC Porto estava delineado, e não era nem de ontem, nem desde este defeso. O jogo com o SC Braga, na Pedreira, deixou muito pouca margem de manobra a todas as partes envolvidas (jogador, treinador, clube).
 
 
 

Encostado, ou coisa parecida, nem o que demos por ele quando o contratámos, valia. Por tudo aquilo que já se viu ser capaz de congeminar no balneário, com impacto negativo junto do grupo de trabalho, se tivesse que o avaliar, talvez lhe desse um valor abaixo de zero.

 

Vir um clube como o Inter de Milão, aliás à semelhança do que aconteceu com o outro do chapéu, dar 10 milhões pelo Palito, é quase como estar com uma gastroenterite, e encontrar uma casa de banho decente no deserto tunisino (been there, done that!).

 

Ainda bem para nós, mas o que me faz espécie é porque é que os neroazzurri se prestaram a desembolsar tais quantias por aqueles dois jogadores?

 

Dirão que são dois bons jogadores, e que valem aquela dinheirama toda. No caso do uruguaio, não contesto. Quando quer, consegue ser efectivamente um dos melhores do mundo na sua posição. Ou pelo menos já o logrou conseguir, e os italianos terão a esperança de que volte a sê-lo.

 

O outro, nem tanto, mas parece que é por lá apreciado.

 

Por outro lado, o Inter não é conhecido por fazer contratações de jogadores a pensar na sua valorização e posterior revenda com lucro, como infelizmente parece ser o nosso fado sem remissão.

 

Logo, se se prestou a pagar aqueles valores, será porque era mesmo aqueles que queria no seu plantel.

 

Se é assim, sabendo de antemão o estado azedo a que haviam chegado as relações dos jogadores com o treinador, e por via disso com o clube, por que carga d’água é que atiram com aqueles montantes para cima da mesa, em vez de esperar que os dois lhes caíssem de maduros no colo?

 

Não é que me esteja a queixar, mas do ponto de vista meramente economicista, não parece ser uma decisão muito racional.

 

A não ser que, sem que a comunicação social, sempre tão expedita a arranjar interessados para os atletas que fazem parte do plantel do FC Porto, e que interessa manter, tenha dado por isso, o Inter tivesse alguns concorrentes na corrida por aqueles dois.

 

Ou querem lá ver que nós é que estamos mal habituados por cá, e por outras paragens ainda perdura alguma réstia de ética no futebol?

 

Numa altura em que o próprio Real Madrid parece que se prepara para provar o próprio veneno, e pagar com língua de palmo e meio os métodos que empregou quando contratou o Cristiano Ronaldo, duvido muito.
  
 

A contratação do Lima. Começo por dizer que até há dois dias atrás, gostei do Lima enquanto jogador, e que não me importava se por esta altura envergasse de azul e branco, em várias tonalidades, em vez de vermelho e branco.

 

No entanto, grande parte daquilo que vou escrever de seguida, infelizmente também teria aplicação se estivesse connosco.

 

Por uma vez, concordo inteiramente com a opinião do tratador de cavalos que masca chiclas, e também acho que são perfeitamente compatíveis, podendo jogar lado-a-lado, o Cardozo e o Lima.

 

Como alguma comunicação social, a mesma a que acima aludi, fez questão de frisar que, enquanto pontas-de-lança prioritários das suas equipas, aqueles dois valeram na pretérita temporada, 20 tentos cada um.

 

No entanto, jogando juntos, salvo se estiver para vir por aí uma avalanche de jogo ofensivo, dificilmente conseguirão alcançar aquela marca. Portanto, a tendência será para reduzirem a sua produtividade.

 

Marcando menos golos, é muito natural que baixe o seu valor de mercado.

 

Dado que o clube em questão tem no seu plantel mais dois avançados muito semelhantes àqueles, Rodrigo e Kardec, será com naturalidade que estes últimos perderão algum espaço na equipa e tempo de jogo, ainda que no caso do segundo, tal não passasse à partida de uma miragem.

 

Tratando-se de dois jogadores mais jovens que o Lima, e com alguma margem de progressão e valorização, jogando menos, é esse potencial que em parte se perde.

 

A entrada deste jogador no plantel vai ainda dificultar a chamada à equipa de jogadores como o Aimar, o Bruno César ou, ainda que menos, o Gaitán, para jogarem por trás do ponta-de-lança.

 

Mantendo-se o esquema de 4x4x2, só restará, nos casos do Bruno César e do Gaitán, jogar na linha, onde a concorrência é numerosa, e ao Aimar, como médio mais adiantado, onde terá a companhia do Carlos Martins.

 

Seja como for, esta entrada conjugada com a saída do Javi Garcia, como já se percebeu, vai obrigar o Witsel a jogar mais recuado.

 

O Matic ou os Andrés da B, por muito boa vontade que se possa ter, não estão à altura do lugar, e o belga é o que mais garantias oferece. Tendo em conta as suas capacidades, é contudo um desperdício fazer dele um trinco mais posicional, e mais uma opção que dificilmente concorrerá para a sua valorização.

 

Tudo somado, qual é a racionalidade da contratação de mais um ponta-de-lança, por uma equipa que só dispõe de um lateral-direito e que não tem lateral-esquerdo, nem um trinco capaz?

 

Estes são três exemplos de como se fossemos apenas pela questão da racionalidade do mercado, uma grande parte dos negócios no futebol estariam fadados a morrer à nascença.

 

Nestes casos, ainda bem para nós.

Pianinho, Baixinho, pianinho!

06
Jul12

 

Romário, o Baixinho, que tanto admirei no Barcelona, veio dizer:   

 

"Existem 10 jogadores melhores que Hulk no Brasil"

 

Pois é meu caro Romário, assim será, e o argumento dos “nomes de respeito” até pode ser muito válido.

 

Mas, como disse o Sapunaru, e talvez não tenha chegado a Terras de Vera Cruz:

 

"São todos bons jogadores, mas só eu jogo no FC Porto e, por isso sou o melhor de todos eles”

 

O Hulk também é assim. E se Hulk não é um nome de respeito, não sei que nome incutirá mais respeito. Olha, chama-lhe Givanildo, se preferires.

 

Se "Pelé calado é um poeta", podes começar a declamar quando quiseres.

 

…e que saudades que vou ter do Sapunaru!

 

 

 

 


Nota: ainda não foi desta. Porra, que o gajo é chato!

 

Agora é que é…

O passarinho, a merda, amigos e inimigos

04
Mai12

Era uma vez um passarinho teimoso que habitava num país onde o inverno era rigoroso. Como era teimoso, resolveu ficar para trás ao invés de voar como os outros para o sul.

 

O inverno chegou e o passarinho viu-se acometido de uma valente hipotermia. Não conseguindo voar, caiu no chão e ficou à espera da morte.


Uma vaca que passava por ali ficou com dó do passarinho e defecou em cima dele merda quente o reanimou e salvou.


O passarinho aquecido começou a cantar de alegria. Porém, um gato que por ali passava, escutou o seu canto tirou-o da merda e comeu-o.


Morais da história.


Nem sempre aquele que te poe na merda é teu inimigo.

Nem sempre aquele que te tira da merda é teu amigo.

Portanto se estás bem na merda, mantém a o bico fechado.

 

 

Quando li n’ "Os Invencíveis Azuis e Brancos", que a juíza que determinou a ida a julgamento do Hulk, do Helton, do Cristián Rodriguez, do Fucile e do Sapunaru, pela agressão aos stewards no túnel do Estádio da Lucy, àquela altura Cesta do Pão, simultaneamente, comunicou o arquivamento do processo movido por alegadas injúrias de Sandro Correia aos jogadores do FC Porto, lembrei-me do excerto que acima reproduzi, e da história do passarinho.

 

Caso não tenham lido na altura, aquele bocado de texto, não a história do passarinho, é parte integrante do Acórdão, produzido pelo Conselho de Disciplina da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, dirigido pelo nefando Dr. Ricardo Costa, e que decidiu o processo disciplinar aplicado ao Hulk e ao Sapunaru.

 

Impressionante, não é?

 

A douta senhora doutora juíza bem pode arquivar o processo acessório relativo às injúrias, e apesar de parecer estapafúrdio, manter a qualificação das agressões para forma qualificada, mas será que irá ignorar esta magnífica conclusão oriunda desse génio jurídico que é o Dr. Ricardo Costa?

 

É essa a consideração que, à justiça civil, merece a justiça desportiva?

 

Será que é o ex-conselheiro João Carrajola Abreu quem tem razão? Iremos chegar à conclusão de que esta juíza perceberá tanto de justiça desportiva como de um lagar de azeite?

 

Então, e se optar neste caso por ignorar aquele acórdão, tão explicito e inequívoco, como é que vão ficar aqueles para quem a justiça desportiva, em mais do que um sentido, é o ai Jesus da verdade, da transparência e da incorruptibilidade? Continuará a ser só na justiça civil que os juízes são todos portistas desde pequeninos?

 

A ver vamos como se irá portar esta juíza, e quem haveria de nos dizer que, com certeza inadvertidamente, o Dr. Ricardo Costa, pôs-nos na merda, mas ainda é capaz de se vir a revelar um amigalhaço…

 

Como substituir os insubstituíveis

23
Abr12

"Os cemitérios estão cheios de pessoas insubstituíveis".

(Georges Clemenceau)

 

Numa altura em que acabámos de celebrar os primeiros 30 anos de presidência de Jorge Nuno Pinto da Costa, trazer para aqui esta citação poderá parecer um tanto ou quanto descabido.

 

 

 

Espero que não o seja, porque se o faço é a propósito do nosso jogo, e daquilo que se lhe seguirá.

 

Vencemos, como seria de esperar, e, contando apenas connosco, faltam duas vitórias, ou uma vitória e dois empates, para assegurarmos o 10.º bicampeonato da história do clube.

 

Quanto ao jogo propriamente dito, nada que não se tivesse visto em anteriores ocasiões. Uma primeira parte de pasmaceira, como que a servir de aquecimento para um arranque fulgurante da segunda, mas ainda assim, pareceu-me a mim, não tão má como por aí vi pintado.

 

Falhámos muitos passes? É verdade. As únicas duas oportunidades de golo do Beira-Mar, surgiram nesse período? Também é verdade. O penálti que deu origem ao golo foi daqueles que punham o saudoso Pôncio Monteiro e o Gabriel Alves a perorarem sobre a intensidade da falta, durante umas valentes horas? Idem.

 

Pontos positivos. Foi uma pasmaceira direccionada, e a direcção foi apenas uma: a baliza dos aveirenses. O problema foi o do costume, uma vez lá chegados, as ocasiões de golo também não foram muitas, e só no tal penálti é que a bola entrou. Com bastas responsabilidades do Janko, diga-se.

 

Das oportunidades do adversário, uma delas só aconteceu porque o Otamendi teve mais um dos seus lapsos, e o Helton esteve a preceito em ambas.

 

No regresso dos balneários a música foi outra, mas durou pouco. Entre os 41 e os 47 minutos, com o intervalo de permeio, o nosso meio-campo foi todo amarelado (Defour, 41’; João Moutinho, 42’ e Lucho, 47’).

 

Aos 57 minutos, com o resultado feito e quando o Danilo se preparava para fazer o seu regresso aos relvados, o nosso treinador dava já indicação para abrandar. E, entretanto, do Beira-Mar nada se via.

 

Entrando na parte que diz respeito aos insubstituíveis, que ilações tirar deste jogo?

 

Deixando de fora desta conversa o Helton, porque sendo guarda-redes, é um caso muito particular, vi neste jogo dois jogadores “à Porto”: Sapunaru e Maicon.

 

O arreganho, o querer e a fibra que puseram em campo não deixa dúvidas quanto a isso. O Sapunaru só não recebe o prémio para melhor actor dramático, porque se excedeu naquela segunda simulação de penálti. Não havia necessidade de borrar a pintura assim.

 

Quanto ao Maicon, por muito que o empresário do Rolando e eventualmente, o próprio Rolando, achem que é ele o melhor defesa-central do FC Porto – quem, senão o noivo, para louvar a noiva? – na minha opinião, o Maicon, hoje por hoje, passou-lhe claramente à frente nesse particular. Em disponibilidade e segurança, não tenho a mais pequena dúvida, e nesta partida, ainda fez o passe para o terceiro golo.

 

O Rolando se se acha insubstituível, será só na cabeça dele, e na do empresário, e não me surpreenderia se estivesse de saída por uma porta bem mais pequena do que aquela que o estatuto, que julgará ser seu, lhe abriria.

 

Vi outros dois jogadores que nem precisam de se esfarrapar à Porto. Em qualquer lado, jogadores com a classe do João Moutinho e do Lucho, sobressaem.

 

E um, que faz a síntese entre uns e outros: o Hulk. Cada vez mais, quando as coisas lhe correm de feição, mistura momentos de pura classe, com outros em que luta como poucos, como muito bem notou o Jorge.

 

Estes foram, a meu ver, os pontos altos individuais da partida, deixando de fora o Helton, que esteve sempre bem, apenas pelo motivo que apontei acima.

 

Quanto aos demais, bem, nos demais temos aqueles que parecem bem encaminhados, e os outros em que as dúvidas são sensíveis.

 

Por exemplo, o Otamendi. Pelo que li recentemente, também poderá estar de saída. Nem chegou ao estado de insubstituível. As falhas frequentes não o permitem. Não é um elemento que me inspire muita confiança, e o eixo da defesa, caso efectivamente saia, não fica mal servido com o Maicon e o Mangala.

 

À esquerda, não andarei muito longe da verdade se disser que não se notou a ausência do Álvaro Pereira. O Alex Sandro esteve bastante melhor do que em anteriores aparições. Jeitoso a atacar e prático e despachado a defender.

 

Aliás, é diferente a equipa a atacar pelas alas com o Danilo e o Alex Sandro, em relação àquilo que faz com quaisquer outros dois, nomeadamente com o Álvaro Pereira. A saída para o ataque flui mais assente em técnica e toque de bola, em vez de em força, à base de arrancadas e repelões. Faz mais sentido numa equipa que privilegia como modelo de jogo, a conservação da posse de bola.

 

O Álvaro Pereira é o segundo insubstituível, que poderá ter um desgosto no que resta de temporada.  

 

No meio-campo, o Defour teve a ingrata tarefa de fazer esquecer um senhor, esse sim, quase insubstituível: o Fernando.

 

Desta vez, com o João Moutinho mais adiantado, apareceu mais desacompanhado na posição seis, em vez do duplo pivot, anteriormente utilizado. Não esteve mal. Saiu amarelado, e não sei se esgotado, mas acredito que sim.

 

Com o Fernando, quase de certeza absoluta, na agenda de uma boa parte dos tubarões do futebol por essa Europa fora, e o João Moutinho a caminho dos 26 anos, e por isso mesmo, a não poder desperdiçar as hipóteses que por aí lhe surjam de dar o salto para fora, a presença do Defour e do Lucho é incontornável.

 

Aqui sim, mais do que em termos defensivos, poderemos vir a enfrentar problemas para substituir algum daqueles dois, ou ambos. E a alternativa mais imediata que vem à mente, resume-se ao regresso do Castro.

 

No ataque, mora outro verdadeiramente insubstituível: o Hulk, claro está!

 

 

Não tem substituto possível, e acredito que seja a maior dor de cabeça de quem tem nas mãos os destinos do clube. Por muito dinheiro que entre nos cofres com a sua venda, onde encontrar algum outro jogador que faça o mesmo?

 

No Sábado, correu, atacou, defendeu, perdeu e recuperou bolas, marcou dois golos – pronto, um foi de penálti, mas marcou-o, não marcou? – e fez o passe para o outro, quase obrigando o Janko a marcá-lo.

 

E nem foi dos seus melhores jogos. Como é que se substitui alguém assim?

 

Podíamos perguntá-lo ao James, por exemplo, para ver se acorda para a vida. O rapazola vai jogando, é certo. Só que daí até se poder levar a sério aquilo o Guarín diz dele, vai uma grande distância.

 

Não digo que veja o Silvestre Varela actual a fazer o mesmo que ele, mas um Djalma, sem convencimentos, sem arrogâncias e sem se por em bicos dos pés, não lhe fica muitos furos abaixo. Nas calmas.

 

Por outras palavras, artistas como Rolandos, Palitos ou James, com maiores ou menores dificuldades substituem-se. Para jogadores como o Fernando, o João Moutinho ou o Hulk, a coisa fia mais fino.

 

Quanto ao nosso Homem da curva, está aí para as curvas, e a vários níveis. Noutros sítios, as coisas são bem diferentes…
 
 
 
 
 
 

A lógica da batata

09
Mar12

E pronto.

 

“Cesse tudo o que a musa antiga canta,

Que outro valor mais alto se alevanta”

 

Ultimamente isto por aqui anda um primor de erudição. Ele foi Marinho Neves, ele foi Tolstoi, e agora Luís Vaz de Camões. Querem melhor?

 

Mas que porra de merda é esta? Vamos lá atinar.

 

Bem Zé Luís, jogaste na antecipação, e como é costume estiveste bem. Porém, parece-me que o que está em causa não será a análise da derrota do City, pessoalizando-a, passe a redundância, na pessoa do Vítor Pereira.

 

Então, quando perdemos, os dois jogos da eliminatória, frise-se, não foi contra uma equipa com um orçamento de mundos e fundos, não sei quantas vezes superior ao nosso, com um naipe de jogadores cujos nomes e qualidade, metem medo ao susto, o primeiro classificado da Premier League? É lógico que foi, não foi?.

 

Não eram estas, mais coisa, menos coisa, as atenuantes que por aí se viam para o nosso descalabro?

 

O que é que aconteceu a essa equipa? Desvaneceu-se? Evaporou-se?

 

Não. Perdeu ontem, lá para os lados da Calimeroláxia, com um golo marcado pela sequoia do Xandão, ao melhor estilo do Cristiano Ronaldo ou do Rabah Madjer. Querem algo mais ilógico que isto?

 

Rodaram o plantel, descansaram titulares, estiveram-se a cagar para o adversário, enquanto por nós tiveram um respeitinho do caraças, e como topping, ainda tiveram azar?

 

É futebol, não é? Azar nosso a bela forma que arranjaram para demonstrar o quanto nos respeitaram.

 

Contudo, mais coisa, menos coisa, ou na hipótese ceteris paribus, como dizia um professor meu de economia, o orçamento permanece o mesmo, os nomes e a qualidade dos jogadores, até dos suplentes, que eram (são) tão superiores aos nossos, permanecem, e o primeiro lugar da Premier, idem.

 

Agora, trazem-se à colação os orçamentos de orçamentos de Gis Vicentes, Moreirenses e Vitórias de Setúbal, para la palissaniamente, se concluir, que é lógico que os orçamentos, as camisolas, os nomes, não vencem jogos. Logicamente.

 

Sei que sou idiota, mas não ao ponto de não admitir que todos aqueles factores também têm um peso decisivo no desfecho de uma qualquer partida de futebol, mas quanto a mim, a lógica da questão é outra.

 

Muito pura e simplesmente, fomos burros. Fomos burros quando programámos uma temporada, pensando que íamos jogar na Champions, e a seguir na Liga Europa, com um ponta-de-lança, mais o Walter, e com a alternativa do Hulk ao meio.

 

Fomos burros na abordagem que fizemos às partidas com o Manchester City. Sim, é muito bonito jogarmos de peito aberto, olhos-nos-olhos, taco-a-taco, jogo-pelo. jogo, e essas coisas todas.

 

Mas,…e resultados?

 

Comprovadamente, a lógica do jogar bonito não é condição necessária e suficiente para garantir vitórias. Pode ajudar, mas há mais vida para além disso.

 

E ainda, fomos burros, ou tivemos azar, na forma como sofremos um golo aos vinte e poucos segundos de jogo, quanto tínhamos um resultado adverso para recuperar.

 

Quanto a mim, este foi, muito logicamente, o cerne da questão.

 

Agora, o que me parece completamente ilógico é que, após uma vitória na Liga, logo surjam jogadores prontos para zarpar para outras paragens.

 

É o Hulk, a dizer-se "preparado para deixar o Dragão", e rumar a Espanha, Inglaterra ou à Alemanha (porquê a Alemanha? O euro está em baixa, e já não há deutsh marks).

 

É o futuro do James, que tal como o do André Villas-Boas, que passa pelo Inter de Milão.

 

Pergunto-me: “qual é a lógica disto?” Acaso ganhámos mais alguma coisa, para lá dos três pontos em disputa naquele jogo?

 

Estas novelas de carretel das saídas não tinham acabado com a saída daquele rapaz do chapéu colombiano? Estão mal por cá?

 

É claro, é lógico que todos querem melhorar de vida, mais a mais com esta crise, que se instalou e parece não querer desamparar a loja, mas é esta a motivação para o que falta jogar de temporada?

 

Bardamerda! Se é assim, parece-me que, muito logicamente, a probabilidade de as coisas correrem mal é elevada.

 

E fico mais piurço ainda quando vejo o Marco Ferreira a dirigir no Dragão, o nosso jogo contra a Académica de Coimbra.

 

 

Não é nada de pessoal, e até é já a terceira vez que o recebemos. Contra o Vitória de Setúbal e contra o Rio Ave, compreendi a nomeação: eram duas equipas que equipavam de riscas verticais verdes e brancas, portanto, fazia sentido que fosse o mesmo árbitro.

 

Mas, o que é que querem, por muito ilógico que pareça, a partir do momento em que foi eleito um presidente da Liga, com ligações àquele clube da ilha dos buracos, chateia-me ver este indivíduo nos nossos jogos. Chamem-lhe “superstição”, ou o que quiserem.

 

Pior ainda, quando o Bruno Esteves é nomeado para Paços de Ferreira. Há um fétiche qualquer de alguém por este árbitro e jogos entre papoilas saltitantes e castores.

 

Na primeira volta, no Estádio da Lucy, quem é que lá esteve? Ele. Na época passada, quando se estreou nestas andanças, quem é que lá esteve? O próprio.

 

E que bem que correu esse jogo, recordam-se? Ele há lógicas que me transcendem. Ou não, o que às vezes ainda é pior.

 

Por tudo isto, muitos parabéns ao Sporting, pela vitória, e por demonstrar que, por muito lógico que pareça, nem sempre o destino da batata, quando a colhem, é a fritadeira.