Terça-feira, 22 de Dezembro de 2015

Ser ou não ser, um apelo à esquizofrenia

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Li por aí em vários sitios, que no último jogo o FC Porto teve finalmente, uma entrada à Porto. Determinado, dinâmico, pressionante, enfim, tudo aquilo que a malta gosta e quer. E as coisas correram bem.

 

Pela primeira vez não desperdiçámos uma boa oportunidade, num mau resultado do adversário, e eis-nos no topo da tabela. Dando de barato a injecção de motivação que terá sido a derrota alheia, quanto a mim houve dois factores primordiais que marcaram decisivamente o jogo.

 

Duplo pivot às malvas. Não é novo, já acontecera contra o Vitória de Setúbal, e noutros jogos de menor dificuldade e em casa: Lopetegui prescindiu do duplo pivot. Rúben Neves foi o trinco, e Danilo Pereira e Herrera, os dois médios, uma espécie de dois oitos.

 

Com o regresso de Herrera à equipa é bastante provável que esta opção se venha a repetir, pois com o mexicano em campo, esqueçam lá o duplo pivot.

 

Quando vi os dois trincos no Brasil de Scolari, confesso que achei interessante. Também gostei do duplo pivot do Irureta, no Deportivo da Corunha, que chegou a campeão espanhol. Mas quando o Koeman ou o sobrinho da Lola Flores, não me recordo qual dos dois, resolveu plantar um gajo ao lado do Petit, comecei a desconfiar.

 

A soma das partes valia claramente menos do que o pitbull sozinho. Ele, por si só, varria literalmente, a zona do meio-campo que lhe estava confiada. Alguém ao seu lado apenas lhe tolhia essa capacidade inata.

 

O mesmo se passa no FC Porto actual. Lopetegui quer jogar com dois pivots a meio-campo. Contudo, para isso, com o Herrera não vale a pena contar.

 

E quanto ao Rúben Neves e ao Danilo Pereira já deu para perceber que pô-los lado-a-lado só os atrapalha mutuamente, tanto defensiva como ofensivamente. Ambos fizeram um bom jogo, o Rúben a trinco, e o Danilo muitas vezes como um inesperado box-to-box.

 

Assim sendo, para quê insistir em fazer do Danilo um seis, quando o Rúben Neves faz perfeitamente a posição? Ou um defesa central? Ou então desperdiçar recursos, lançando-os a ambos num duplo pivot sem grande utilidade prática?

 

Rotatividade moderada. Para este jogo, Lopetegui introduziu apenas, note-se, apenas uma alteração: a troca de Marcano por Maicon.

 

Já na temporada passada, quando o Lopetegui resolveu fazer a vontade aos críticos, e se deixou de rotatividades, as coisas estabilizaram e encarreiraram. Apesar de tudo, ainda tivemos alguns momentos de futebol razoável.

 

É claro, que nunca dando o braço a torcer, como é seu timbre,  mais tarde a rotatividade acabaria por revelar-se o segredo do sucesso contra o portentoso Basileia, que eliminara o Liverpool, e que esta temporada até já perdeu, em casa, com o Belenenses.

 

Tudo bem. Que assim seja, se fôr caso disso. Chega de rotatividades, e mais para a frente, se nos correr bem a eliminatória contra o Borussia de Dortmund, que fique por conta da rotatividade. Pode ser?

 

Depois do Bayern de Munique ter sido eliminado pelo Real Madrid, consta que Guardiola se recriminou por ter abandonado a sua convicção táctica, cedendo à tentação de lançar-se num ataque desenfreado, como lhe pediam instintivamente os jogadores.

 

Lopetegui funciona ao contrário: quando abandona aquelas que são as suas convicções, as coisas, tendencialmente, correm-lhe melhor.

 

Guardiola, como li recentemente, é um inovador, que reescreveu o manual do que é ser treinador através da sua capacidade de pensamento lateral, o "thinking outside the box".

 

Para Lopetegui as hipóteses de sucesso parecem aumentar quando se deixa de inovações, e essencialmente, quando consegue pensar fora de si próprio.

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