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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Super herói dos tempos modernos - o defensor dos jogadores e dos adeptos

26
Set13

 

 

Esta nova estória do pateta platinado tem potencial para fazer jorrar rios de tinta. Também pudera, o fulano desta vez não se limitou a ser igual a si próprio. Superou-se.

 

Experimentem vocês, à saída de um concerto ou de uma semana académica, interceder junto da polícia por um amigo, que azar dos azares, calhou ser parado, não sendo portador de documento de identificação válido.

 

Com um bocado de sorte não levam vocês, e ele, umas valentes bordoadas na mona, e ganham um passeio de ida num carro celular até ao xilindró mais próximo. E quase de certeza que ninguém vai estar preocupado com a reacção do povo que está à volta...

 

É claro, que o mais provável e natural, é que tudo isto vá dar em nada. Ou quase nada. Como um castigo com as competições paradas, ou uma suspensão a terminar com precisão cirúrgica no cagagésimo de segundo imediatamente anterior a que a equipa do sacripanta nos enfrente. O costume.

 

As opiniões sobre o assunto, variáveis consoante a cor clubística, são algumas delas de uma riqueza bem demonstrativa da natureza dos indivíduos que as emitem.

 

Por exemplo, o próprio, diz que não agrediu ninguém. Para António Figueiredo, antigo dirigente do clube do pateta platinado, estão, à semelhança do sucedido com o original, a tentar crucificar o coitado e atingir o clube.

 

Manuel Sérgio recorre às palavras do próprio Papa para defender o amigo, e sentenciar de morte o caso. Talvez lhe valha que o tempo já levou os seus melhores dias, para se safar da blasfémia.

 

Aquele outro comediante, o dos apêndices auditivos protuberantes, cavalgando a situação, e esquecendo que, se a memória não me falha a mim, no meio daquela palhaçada que foi o Apito Dourado, que mais não seja, há pelo menos uma decisão proferida por um tribunal administrativo e fiscal de Lisboa, compara o sucedido com a tragicomédia amadora da Amoreira.

 

Não surpreende. Pois se o homem que não agrediu ninguém, até pediu desculpa, quando se apercebeu que um dos envolvidos na confusão era um agente da autoridade. Com um segurança, não há azar. Com um agente da autoridade, a coisa pia mais fino. Engraçado, tenho a ideia que num certo túnel, as apiniões divergiam.

 

É claro que o próprio dá outra versão dos factos, mas o que é isso? Peanuts.

 

Enfim, fico-me apenas pelo hilariante da questão, para não vos maçar com as exaustivas opiniões e pareceres jurídicos, e com os extensos róis, minuciosamente descritivos, das situações que poderiam levar alguém mais distraído, a tomar aquele indivíduo como um perigoso reincidente em matéria de mau comportamento, com uma leve tendência para o agravamento.

 

Há porém um ou dois pormenores deliciosos, que não vi serem muito debatidos. Aliás, eu próprio só me apercebi deles porque calhou ler um artigo em destaque nos blogues do Sapo.

 

O artigo em causa intitula-se ”Ganhar em três campos é caso de polícia”, e foi publicado no "Dia de Clássico". Abstenho-me de comentar o seu conteúdo, e vou apenas ao que, para o caso interessa.

  

Questiona então o autor, que "não se percebe, e foi essa a ideia com que fiquei, por que é que os jogadores deixaram camisolas na relva em vez de as atirarem, como é comum, aos adeptos. Para as bancadas. Alguns dos adeptos foram lá buscá-las – foram buscar as camisolas e não comemorar o que quer que fosse, é essa, repito, a ideia com que fiquei – e não o podiam fazer".

 

Ora aqui está uma boa pergunta. Porque raios é que as camisolas foram deixadas na relva? Porque carga d'água é que não as atiraram para a bancada, como é comum?

 

Estranho. Ou talvez não.

 

Mais adiante, constata o autor, quase respondendo à sua interrogação, que aquilo que o pateta platinado "fez é caricato e ridículo, só mesmo daquela personagem. Percebe-se por ser quem é, alguém que perde a cabeça com facilidade, mas também pela necessidade de (re)conquistar o coração dos adeptos...".

 

Porque será então, que àquelas almas terá passado pela cabeça deixar as camisolas no relvado, em vez de as atirar para a bancada?

 

Vá-se lá saber!

 

Mas surge a dúvida: foi um acto caricato dum pateta platinado de cabeça perdida, ou a reacção de alguém, a quem uns empata-hmm-hmm estragaram a festa?

 

Curioso, e o que alguns parecem ter perdido de vista, é que de acordo com o regime jurídico do combate à violência, ao racismo, à xenofobia e à intolerância nos espectáculos desportivos (Lei n.º39/2009, de 30 de Junho, na versão da Lei n.º52/2013, de 25 de Julho),

 

"Quem, encontrando-se no interior de um recinto desportivo durante a ocorrência de um espectáculo desportivo, invadir a área desse espectáculo ou aceder a zonas do recinto desportivo inacessíveis ao público em geral, é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa" (n.º1 do artigo 32.º)

 

Por outro lado, parece que segundo o Código Penal, numa reunião pública, incitar alguém à prática de um crime, é também crime (n.º1 do art.º 297.º).

 

Que chatice!

 

E a porra das camisolas na relva, que não me saem da cabeça...      

É que é cá duma puta duma desfaçatez

05
Mar13

O Anti-Lampião deu o pontapé de saída ao recordar alguns episódios interessantes, como um certo perdão fiscal, a comissão de fiscalização que afinal, não fiscalizava nada, ou os financiamentos da EPUL.

 

 

Até um dos patrocinadores da principal prova nacional, a Sagres, resolveu dar uma ajudinha, curiosamente, em detrimento do Sporting.

 

Algo que não é nada estranho, nem fora do comum. Também o Banco Espírito Santo (BES), através da ESAF, entrou nos fundos de ambos os clubes.

 

Porém, verificaram-se algumas discrepanciazinhas nos valores atribuídos a alguns jogadores. Ou então, confundiram o Daniel Carriço com o Roderick Miranda.

 

Isto apesar do indefectível sportinguismo de homens como Galvão Telles ou José Maria Ricciardi. Contudo, nada que inquiete as mentes de sportinguistas, que ainda não alcançaram, de uma vez por todas que, para o BES, enquanto o seu rival da segunda circular representa um negócio, um investimento (ou vários), o seu clube, mesmo que sendo o do coração, não passa de um hobby, um capricho.

 

Bem se viu ainda recentemente com Paulo Abreu.

 

Voltando à vaca fria, nem vou recuar mais atrás aos casos das alterações à medida de Planos Directores Municipais ou do tráfico de influências no da Euroárea, até por que esses serão mais da esfera profissional do seu presidente, do que do clube.

 

Assim como o financiamento de 250 milhões de euros, em tempos que se adivinhavam de crise através de um sindicato bancário constituído pelo sempre presente BES, pela Caixa Geral de Depósitos e pelo BCP Millenium.

 

 

É este presidente, este clube, esta SAD, neste último caso através de um administrador, por sinal também ele sportinguista, que vêm questionar um eventual perdão de dívida bancária ao Sporting, com o argumento de que [é] difícil entender que bancos intervencionados com os nossos impostos possam utilizar dinheiro dos contribuintes para perdoar dívida, seja a quem for.”

 

O banco intervencionado pelos nossos impostos é o BCP Millenium, por mero acaso um dos que entraram com os 250 milhões de euros, do empréstimo ao presidente.

 

É duma puta duma desfaçatez a toda a prova. Mas que tipo de moral é um sabujo destes tem para vir arrotar postas de pescadas nesta matéria?

 

Certamente já ouviram falar do Banco Internacional do Funchal, vulgo Banif?

 

Pois bem, o Banif também foi intervencionado pelo Estado. O que é isso significa?

 

Apenas isto:

 

“O Estado irá entregar 700 milhões em capital – acções com direitos especiais – e os restantes 400 milhões em dívida, através de instrumentos de capital contingente (dívida que se transforma em acções se não fôr paga). Vai ficar com o controlo e 99% do capital do banco até Junho. Nesse mês, o Banif irá fazer um aumento de capital de 450 milhões de euros para os seus accionistas. Se for bem sucedido, o Estado reduz a sua participação para 60% do capital e os direitos de voto para 49%, perdendo assim o controlo total da instituição”.

 

Agora, reparem se faz favor, naqueles que são os patrocinadores oficiais da Liga Portuguesa de Futebol Profissional:

 

 

 

 

Notam alguém conhecido?

 

É verdade. Todos nós, através dos nossos impostos, os que pagamos impostos, vamos ser, pelo menos até Junho, donos de 99% do Banif, e como tal, patrocinadores da Liga.

 

Estarão conscientes disto, os sem vergonha que agora se insurgem contra o perdão da dívida bancária de que se fala?

 


Nota: Pela minha parte, por princípio também não concordo com qualquer tipo de perdão, seja fiscal ou bancário, em que o nosso dinheiro esteja envolvido, nem que seja a título de gorjeta.

 

Porém, acho que é uma puta duma falta de vergonha vir quem veio a terreiro insurgir-se contra a situação.

E a rainha, caramba? Então, e a rainha?

26
Dez12

 

 

Bem sei que a altura é pouco propícia para aprofundar o que quer que seja para além do recheio do perú, a confecção do bacalhau, as filhós ou as empanadilhas, mas que diabo, há coisas que não se deixam passar em branco.

 

Que aquele fulano associe o frango do Helton às bolas-na-mão-mãos-na-bola do Alex Sandro, até não deixa de ter a sua piada. Teve o seu quê de bem lembrado, e até espantou por vir de onde veio.

 

Agora, aquela história da rainha de Isabel…Que raio foi aquilo?!

 

Logo quando ouvi, não atingi o alcance da coisa, e muito sinceramente, até agora tenho bastas e fundadas dúvidas quanto ao seu sentido.

 

Os jornalistas da nossa praça, como de costume, ficaram-se pelo soundbyte, e limitaram-se a passar o dichote, sem minimamente o explicar ou comentar. E a turba deliciou-se, como de costume.

 

Ainda tive a esperança de ver esta questão, dada a sua inquestionável importância, tratada e esclarecida em algum dos blogues de referência, mas, qual quê. Népia.

 

Entretanto, para alguns, a comparação com a rainha Isabel, pretenderia sugerir tratar-se o presidente do FC Porto, "de uma mera figura de corpo presente".

 

Será isso? Uma reedição da versão de 2007, do "estrebuchar do morto"?

 

Nem vale a pena lembrar o que o dito “morto” venceu desde então, e muito menos compará-lo com as vitórias do suposto “vivo”.

 

É verdade que também foi isso pensei inicialmente. Lembrei-me de um recente Procurador-Geral da República que, reflectindo sobre os seus poderes, disse um dia que mandava tanto no Ministério Público, como a Rainha de Inglaterra, no seu país.

 

Mas fará isto sentido? Como é que uma “rainha Isabel” ou um “morto” conseguem deter nas suas mãos o controle sobre tanto ou tão pouco, que o último título conquistado é apelidado de “um tributo aos árbitros”?

 

Quererá isto dizer que acabou o “sistema”? Que vamos deixar de ter no final de cada temporada encerrada com a conquista singela da Taça Lucílio Baptista, as desculpas esfarrapadas do costume?

 

Querem ver que, apesar das trapalhadas do Paulo Pereira Cristóvão, o eixo em torno do qual gira o controlo do nosso futebol se desviou mesmo para outras bandas?  

 

Hmm! Custa-me a crer que assim seja, e ainda mais que aquele fulano o proclame assim, de forma tão desabrida.

 

No entanto, que outras alternativas poderemos aventar para explicar aquela comparação?

 

Ainda me lembrei da viragem do FC Porto para o mercado argentino (e mexicano, mais recentemente!), onde resgataram alguns jogadores das garras de um outro clube, e da questão das Falkland.

 

Mas isso, para além de excessivamente rebuscado, teve mais que ver com a Dama de Ferro, do que com a Rainha.

 

Estaria a comparar a longevidade de ambos? Não há dúvida que o reinado da rainha Isabel II, é um dos mais longos de sempre, mas, ainda assim…

 

Seria uma crítica implícita à sucessão de mandatos do presidente do FC Porto? Assentaria mal a alguém reeleito em sucessivas eleições “enver hoxhianas”, ir por esse caminho. Porém, não seria nada estranho. Mas também não me parece.

 

Que mais poderá ser? Quereria referir-se ao desespero que os putativos sucessores, tais como os da rainha Isabel, deverão sentir por não verem o nosso presidente arredar-se do seu lugar?

 

Bem, no caso inglês, o sucessor é apenas um, e está dinasticamente seleccionado. No nosso, que se saiba, ainda não há quem, até à data, se tenha chegado à frente. Logo, também não deverá ser por aí.

 

Estará apenas, tal como aconteceu em 2009/2010, a tentar passar a imagem de que está na crista da onda, para que esta, submissiva, arraste o seu clube até à babugem da vitória? É possível.

 

Mas é arriscado. O contexto de 2009/2010, não é o de hoje. Diria mesmo que a conjugação das condições de então, se não é irrepetível, muito dificilmente se repetirá.

 

Ou seja, por mais voltas que dê, não consigo chegar a uma resposta satisfatória sobre o significado daquela enigmática comparação.

 

Se não estivéssemos a viver estes tempos conturbados de crise, era capaz de dar uma recompensa a quem me ajudasse nesta demanda. Assim, dada a quadra natalícia que ainda atravessamos, limito-me a apelar ao Vosso melhor espírito de partilha, para dilucidar esta questão.

 

É que, de outra forma, receio que o homem dos apêndices auditivos protuberantes se fique a rir sozinho, e a minha professora da primária ensinou-me, e nunca mais me esqueci, que quem ri sozinho é palerma.

 

Il y a quelque chose qui cloche

12
Dez12

"Fomos avisados do que podia acontecer em Coimbra"

 

 «roubo...de Vaticano»; Xistra é um dos nomes que «devem ser impedidos» de apitar jogos dos encarnados.

 

[o clube] e Vitor Pereira, presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, «já tinham sido avisados do que podia acontecer ontem à noite em Coimbra». Por isso, (…) que se investiguem as nomeações dos árbitros em Portugal, já que os prejuízos são «sempre para os mesmos»

.

«Quem dirige a arbitragem» deveria impedir a escolha de nomes como Pedro Proença, Olegário Benquerença, Carlos Xistra, Soares Dias, João Capela, Hugo Miguel e Rui Silva para os jogos dos encarnados. «Nos últimos 5 anos prejudicaram sempre a mesma equipa».

 

 

FPF pune Rui Gomes da Silva com suspensão de 11 meses

 

 

O Conselho de Disciplina da FPF considerou que este dirigente do Benfica atentou contra a «honra e reputação» da instituição ao questionar a arbitragem do Académica-[etc.].

 

O Conselho de Disciplina puniu Rui Gomes da Silva por 10 meses depois de este ter dito que o «[clube] foi avisado do que poderia acontecer em Coimbra», mensagem que o vice-presidente encarnado disse que chegou ao presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, Vítor Pereira.

 

O órgão da FPF decidiu ainda punir Rui Gomes da Silva, que também terá de pagar uma multa de 5253 euros, com mais um mês de pena por falta de comparência para prestar declarações no decorrer do inquérito.

 

 

Rui Gomes da Silva recorre de castigo de 11 meses

 

 

o [clube] pretende recorrer para o Conselho de Justiça do castigo aplicado a Rui Gomes da Silva, atual vice presidente do clube.

A TSF apurou ainda que existe perplexidade em relação à forma como foram tratadas as declarações de Rui Gomes da Silva à comunicação social.

O conselho de disciplina, de acordo com as fontes contatadas, não se terá detido na investigação da denúncia feita pelo vice presidente encarnado.

 

 

"Tentei, mas Vieira não quis falar comigo"

 

Godinho Lopes garante que fez tudo o que estava ao seu alcance para falar com Luís Filipe Vieira. O presidente do Sporting recusa a ideia, colocada a correr, de que os leões não tentaram o contato direto com o [outro clube].

 

(…) é portanto «mentira» que o Sporting não tenta comunicado formalmente (…) a intenção de adiar o jogo de segunda-feira.

 

«(…), desde as 11 horas de sexta-feira, que tinha conhecimento que queríamos adiar o jogo», diz Godinho Lopes, em declarações ao Record. «Não só esperei pelas 10h45 da manhã para saber se haveria jogo, em função da inspeção da UEFA, como minutos depois enviei um documento oficial para a Liga, naturalmente com cópia para o [adversário], a requerer o adiamento do derby».

 

«Não é que tenha prazer em falar com ele, mas ele é que não me atendeu e nem respondeu à minha mensagem».

 

E continua o ataque, sublinhando que o [outro clube] alegou «razões ridículas» para não adiar a partida e evitar mais conversas sobre o tema. E quais são essas razões?

«Invocaram o facto de as contas do incêndio na bancada do Estádio da Luz não estarem ainda fechadas. Admito que Luís Filipe Vieira não tivesse sido informado dos motivos que foram alegados a este nível, mas foi isto que se passou»

O dirigente insiste ter pedido a várias pessoas (…) para chegar à fala com Vieira. Sem sucesso. «Tomei a iniciativa de enviar sms (…), depois de ter tentado entrar em contacto através de telemóvel».

 

«Não me apeteceu falar com ele de manhã. Não é uma pessoa que aprecie”

 

 

João Gabriel desmente Godinho Lopes

 

O diretor de comunicação (…), João Gabriel, disse hoje que os “encarnados” apenas vão esclarecer a questão do alegado pedido de adiamento por parte do Sporting do dérbi de segunda-feira, da 11.ª jornada da I Liga de futebol, depois do jogo.

 

«Só após o jogo de segunda-feira (…) agirá em conformidade e de forma a repor a verdade dos factos, que não é aquela que é dita pelo senhor presidente do Sporting»

 

«As três equipas que vão entrar em campo merecem-nos demasiado respeito para comentar essas declarações», afirmou João Gabriel.

 

Para o responsável “encarnado”, «o jogo deve ser jogado dentro das quatro linhas».

 

 

Já pagámos uma fatura de termos tido um aldrabão

 

 

«Só dou confiança a quem eu quero e a quem merece», comentou Luis Filipe Vieira a propósito do pedido dos leões para adiar o jogo e do facto de Godinho Lopes ter dito que o presidente encarnado se recusou a atender-lhe o telefone. «Nós benfiquistas já pagámos uma fatura de termos tido um aldrabão durante três anos, por isso não tenho mais nada a dizer sobre esse aspeto», afirmou, ainda (…), numa alusão clara a Vale e Azevedo.

 

«(…) um aldrabão que deixou o clube como deixou e ainda estamos a pagar a fatura»

 

 

(...) não jogou com dois guarda-redes

 

Após a vitória (…) sobre o Sporting por 1-3, Luís Filipe Vieira falou na zona mista do Estádio de Alvalade e aproveitou para enviar um recado ao rival FC Porto.

 

«[A equipa] só jogou com um guarda-redes, ao contrário de outras equipas que jogam com dois guarda-redes», ironizou o presidente, referindo-se ao corte da bola com a mão de Alex Sandro no desafio da 11.ª jornada entre o FC Porto e o Moreirense.

 

 

 

Serei só eu, ou há aqui qualquer coisa que não joga?

 

Primeiro são avisados do que poderia acontecer em Coimbra, e até têm uma lista de nomes que não querem ver indigitados para os jogos da sua equipa.

 

Depois, faltam à audiência para prestar declarações no âmbito do inquérito que se seguiu às declarações proferidas.

 

A seguir, interpõem recurso. Porquê? Aparentemente por causa da forma como foram tratadas as declarações, e por não terem sido investigadas as denúncias.

 

Ora, se o próprio denunciante se abstém de prestar declarações no inquérito, iam investigar o quê?

 

Por sua vez, Godinho Lopes diz que tentou contactar o homólogo, mas que do outro lado, não quiseram falar com ele, nem sequer se dignaram a responder-lhe à sms.

 

Mais, que teriam sido alegadas razões para essa recusa, e que as mesmas eram ridículas.

 

Prontamente desmentido, ficou a reposição da verdade com rendez-vous agendado para depois do jogo.

 

Acaba o jogo, e o que acontece?

 

Aparece alguém a chamar-lhe por meias palavras, aldrabão, e a disparar em todas as direcções, desde Vale e Azevedo ao FC Porto.

 

E quanto ao resto? Sobre o busílis da questão? Nada a dizer? Houve ou não contactos? Houve ou não telefonemas e sms?

 

O que é que o FC Porto e o árbitro do jogo com o Moreirense, têm que ver com o caso?

 

Onde é que está “reposta a verdade dos factos”? Basta dar a entender que do outro lado está um aldrabão, e numa extraordinariamente perspicaz constatação do óbvio, argumentar que jogam só com um guarda-redes?

 

Porque será que este comportamento cobarde de acusar em falso, de lançar o odioso para cima de outros, sem nunca fundamentar as acusações, a não ser com base em vídeos do YouTube, de criar cortinas de fumaça e usar truques de prestidigitação, para desviar as atenções, é tão recorrente em certas pessoas?


 

Nota: para que conste, e para que não me acusem de pretenciosismo, o título não é originalmente meu. Numa consulta no Google, encontrei-o aqui, num contexto completamente distinto.

Falha sistémica

31
Jul12

 

"No final do jogo, cerca de 5 minutos após o seu término, o sr. Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, após sair do balneário da sua equipa, mais concretamente na designada zona técnica, interpelou, em tom alto e exaltado, o dr. Luís Duque, administrador da Sporting SAD, que se encontrava no hall de acesso aos balneários, proferindo, pelo menos, as seguintes expressões:


- “Devias ter vergonha”


- “Era para isto que vocês queriam controlar tudo”


- “Era para isto que queriam que a gente controlasse a arbitragem


- “Foste tu que me disseste que tínhamos que controlar tudo”- “Não me faças falar, não me obrigues a pôr a boca no trombone

 

Noutras paragens mais dadas a coisas sérias, declarações desta índole talvez não passassem em claro. Possivelmente alguma mente perturbada, seria bem capaz de somar dois mais dois, e associá-las a outras situações, também elas por esclarecer.

 

Assim de repente, recordo-me, por exemplo, da divulgação dos dados pessoais dos árbitros ou da história do dirigente sportinguista Paulo Pereira Cristóvão, e do dinheiro depositado na conta do árbitro assistente José Cardinal. Só por mero acaso, obviamente, e querendo acreditar que, tudo somado, não passarão de coincidências. Tudo muito natural e inconsequente.

 

De que outra forma poderia ser? Como ficariam aqueles, tantos, que defendem que FC Porto e sistema são indissociáveis?

 

A esses, dirijo-lhes um pedido encarecido, retrocedam por favor uns anitos. Apenas até à última década do século passado, se faz favor. Aos dez anos em que o FC Porto conquistou oito títulos de campeão nacional.

 

Se não se situasse aí o epicentro do tal sistema, hão de convir que, pelo menos, estaríamos em presença do seu apogeu. Em particular a partir de 1994, ano que marcou o início da contagem do pentacampeonato.

 

Por essa altura, na presidência da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), estava o Eng. Vítor Vasques, que em 1996, deixaria o lugar a Gilberto Madaíl.

 

Na mesma época, presidia a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (Liga), o major Valentim Loureiro (até 1994), a quem sucederam Manuel Damásio (1994-1995), Pinto da Costa (1995-1996) e o próprio major, até 2006.

 

A esse período áureo azul e branco, seguiram-se três temporadas com a Liga a ser conquistada por outros emblemas.

 

O Sporting, que interrompeu em 1999/2000, o seu jejum de dezoito anos, o Boavista que se estreou nos triunfos em 2000/2001, e daí para diante foi sempre a descer, e os da Calimeroláxia, que tornaram a vencer em 2001/2002.

 

De então, até aos dias de hoje, seguiram-se mais oito vitórias nossas, entrecortadas pelos triunfos encarnados de 2004/2005 e 2009/2010.

 

O sistema, esse bicéfalo ente metafísico, como o caracterizou um caduco presidente sportinguista, terá sido tão cuidadosamente congeminado, que nem se olvidaram de lhe pespegar uma espécie de interruptor, que alterna “on/off”, consoante é o FC Porto ou são outros a ganhar. 

 

Se foi criado, ou atingiu o seu expoente máximo nos idos de 1994 a 1999, então, a sua operacionalidade terá sido interrompida entre 1999/2002. Voltou à efectividade em 2003, para novamente parar em 2004/2005, retornar em 2005/2006, tornar a sair de cena em 2009/2010, e entrar em grande nas últimas duas temporadas.

 

Pelo meio, tivemos os famosos “Apitos”, “Dourado” e “Final”, os pretensos movimentos regeneradores da verdade desportiva, que, pelos vistos, em pouco ou nada beliscaram o ilustre sistema. Compreensivelmente, admita-se.

 

Um caso de prostitutas e uma conversa com um árbitro em vésperas de uma partida, ridicularizam a magnitude incomensurável de algo como o sistema      

 

Bem vistas as coisas, FC Porto e as papoilas saltitantes foram campeões com João Rodrigues, Vítor Vasques e Gilberto Madaíl na presidência da FPF.

 

Somente os mesmos dois clubes lograram ser campeões com outros presidentes na Liga, que não Valentim Loureiro (Manuel Damásio, Pinto da Costa e Hermínio Loureiro, no caso do FC Porto, e só o último, no caso do outro clube).

 

 

Sporting e Boavista apenas foram campeões com a dupla Madaíl-Loureiro, ao leme do futebol nacional. O tal sistema será independente das suas figuras maiores?

 

Se perdura desde a década de 90, o que vemos é que, por dentro ou do lado de fora do sistema, o FC Porto ganhou e perdeu. Do mesmo modo que também triunfou com todos os presidentes da FPF e da Liga.

 

Os dois últimos títulos obtidos pelo clube mais grande do Mundo dos arredores de Carnide (2004/2005 e 2009/2010), foram alcançados em timings propiciamente particulares.

 

O primeiro passou pelos interstícios do sistema, numa altura em que, por força do “Apito Dourado”, o major Valentim Loureiro se encontrava suspenso. Assumiu então as suas funções o director executivo da Liga, Cunha Leal. Foi a Liga dos sumaríssimos e do Estorilgate, entre outras tropelias.

 

O outro aconteceu na sequência da tal famosa onda de apoio, que incluiu de tudo um pouco, numa confluência de interesses mediáticos, políticos, desportivos e financeiros, nunca vista até então, e que, como tão bem ilustrou Rui Moreira, consubstanciaram o andor que levou o campeão ao título.

 

O pior período do FC Porto, entre 1999/2000 e 2001/2002, curiosamente, é coincidente com as vitórias de Sporting e Boavista.

 

Mais curioso ainda, a entrada no novo milénio marcou o final do mandato de Vale e Azevedo (1997-2000), e a entrada em cena de Manuel Vilarinho. O período que se lhe seguiu, até ao perdão fiscal de 2002, é frequentemente caracterizado pelos próprios dirigentes do clube, como o mais negro da sua história.
 

 

Portanto, fica a ideia que, mesmo nos tempos conturbados do anti-sistema Vale e Azevedo, dos contratos rasgados com a SIC e a Olivedesportos, a presença institucional do clube a que este presidiu, se fazia, ainda assim, sentir.

 

A sua saída, e a necessidade de arrumar a casa, só possível após aquele perdão, terá concentrado os esforços da direcção de Manuel Vilarinho. Só uma vez atingido esse desiderato, e com a ascensão de Vieira à presidência em 2003, passou a valer a máxima “são mais importantes os lugares na Liga, do que contratar bons jogadores”.

 

Ou seja, só com FC Porto e as papoilas na mó de baixo, é que Sporting e Boavista lograram triunfar. Se o FC Porto é, conforme querem fantasiosa e sistematicamente fazer crer, o detentor do poder, quem será então o contrapeso?

 

Porventura alguém, alguma vez, terá ouvido o presidente do FC Porto falar tão explicitamente sobre controlar o que quer que seja, quanto mais “tudo”?

Da nobre arte de desconversar ou, por outro lado...

27
Jul12

Ainda há pouco mais de uma hora, discutia numa reunião de família a aquisição do Pavilhão Atlântico, pelo consórcio de Luís Montez, pelo consócio de Luis Montez, genro do Presidente desta nossa República, alavancada pelo Banco Espiríto Santo (BES).

 

Beneficiando da minha condição de anfitrião, aproveitei a ocasião para puxar a brasa à minha sardinha, e introduzir na conversa algo que desconhecia até ao Sábado passado, e ao debate sobre as modalidades de alta competição no FC Porto: que o orçamento do basquetebol do clube mais grande do Mundo dos arredores de Carnide, duplicava o da nossa finada SAD de basquetebol. "De onde é que vem o dinheiro?" - perguntei.

 

A associação entre as duas questões resultaria da participação do BES na gestão e suporte do fundo das estrelas.

 

Resposta, quase imediata, de um dos benfiquistas presentes: "Se tivessem ganho o campeonato, não tinham desistido, e estava tudo bem!"

 

Perdão?! Mal consegui conter o riso e retorquir: "O que é que uma coisa tem a ver com a outra? Não é essa a questão. A questão é: de onde é que vem o dinheiro?"

 

Silêncio. Típico.

 

Se repararmos bem, esta situação é recorrente ad nauseam.

 

Soube-se recentemente, que o presidente daquele clube foi castigado pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), em 45 dias em 2.500 euros, aparentemente, apenas por, imagine-se, chamar filho da p..., a alguém que, por incrível que pareça, poderá ter sido Luís Duque.

 

E contra quem é que o castigado se insurge?

 

 

 

Obviamente Fernando Gomes, o presidente da FPF, cuja eleição já apoiou, por duas, DUAS, vezes, e que, ao que parece, quererá colocar como Secretário-Geral do organismo a que preside, um tal de Tiago Craveiro, conotado com o FC Porto.

 

Desta vez, é este o bode expiatório empregue para demonstrar que o presidente da FPF não dá mostras de conseguir fazer frente à influência do FC Porto, designadamente, nos Conselhos de Arbitragem e de Disciplina da Federação.

 

Notam aqui algum padrão de comportamento?

 

O mais engraçado é que, depois, todos dizem que estão contra o próprio presidente! Como, se pensam e agem tal e qual como ele? Coincidência?! Só pode ser.

 

Pergunto-me se isto não será apenas para criar uma cortina de fumo, ou um mini-tsunami de indignação, que sensibilize os conselheiros na hora, dia, mês, ano, século, em que se dignem a tomar uma decisão em relação ao treinador daquele clube. O tal processo, lembram-se? Aquele que se arrasta já desde...ui, ui!

O outro lado contra-ataca

06
Jun12

Quando ontem, ao início da tarde, li o elogio do Figo ao Gaitán, ocorreu-me imediatamente: “Wtf! A que propósito?!”

 

Nem me perpassou pelo espírito que o Figo é a figura decorativa do momento no Inter de Milão, e do propalado “interesse” deste clube no jogador argentino.

 

A coisa soou-me a algo um tanto ou quanto estranho, como que vinda do nada. Ainda para mais, quando é o próprio Figo quem faz questão de frisar, que sendo director de relações internacionais, nada tem que ver com “a parte dos jogadores”.

 

 

Durante a noite, oiço na SIC Notícias, que o Mantorras iria dar por encerrada a sua carreira de futebolista (outra vez?), assumindo as funções de embaixador em Angola, do clube que em tempos, pedia encarecidamente para o deixarem jogar.

 

Festa rija de homenagem na calha, ou seja, «“um ato tão significativo e igualmente enorme emoção e relevância” para os benfiquistas “como para o povo de Angola”», e, como não podia faltar a encimar o cartaz, um jogo de homenagem entre equipas da Fundação do clube e da ACNUR (Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados).

 

Curiosamente, ainda que o omitam na notícia do canal de Carnaxide, no insuspeito Mais Futebol, por exemplo, acrescentam que o jogo vai ser organizado pela Fundação da casa, o ACNUR e …a Fundação Luís Figo!

 

Poderão alguns achar, após os dois textos que escrevi recentemente sobre as conexões angolanas no futebol português ("Quando a desinformação começa em casa" e "Mariquinha vem comigo pr'Angola"), que estou a exagerar.

 

A realidade é que, cada vez mais Angola e o capital angolano, assumem um papel de elevadíssimo relevo, no financiamento da actividade económica do País, cujo impacto se pretenderá, consequentemente, estender ao futebol.

 

É por demais evidente que nosso principal rival atravessa aquilo que em termos económicos se poderá designar por, uma enorme carestia de carcanhol. Pilim líquido, e não daquele que se adivinha nas pernas dos jogadores ou no betão dos estádios.

 

Se não vender nenhum jogador durante este defeso, a SAD terminará a época novamente falida, e os empréstimos a reembolsar no curto prazo ascendem a mais de 100 milhões de euros.

 

[Sobre esta matéria, recomendo vivamente a leitura deste artigo no BiTri, "Assim se explica o nosso apoio ao LFV : )"]

 

Além das necessidades financeiras, há a questão não de somenos importância, das eleições de Outubro próximo, para as quais, querendo apresentar-se como um vencedor, talvez não baste ao actual presidente, lançar ataques violentos ao inimigo mais querido.

 

Depois de caucionar a permanência do treinador bi-derrotado nas últimas épocas, ou tri-campeão da Taça da Liga, se virmos o copo meio cheio, a sua própria permanência poderá ficar pendente do aval de terceiros.

 

Festarolas de despedida do Mantorras, e contratações de arraia miúda, como Hugos Vieiras, Luisinhos ou Micheis, com o devido enquadramento, fazem umas capas giras nos pasquins da especialidade, mas não chegam.

 

Falta o peixe graúdo, o(s) nome(s) sonante(s) que alimente(m) as esperanças dos adeptos, e que possibilite(m) a imprescindível entrada em força na época de 2012-2013.

 

E para isso, falta o cacau!

  

Das negociações com a Olivedesportos, não se conhecem quaisquer novos desenvolvimentos, logo, por esse lado, não é expectável qualquer antecipação de receitas.

 

 

 

Angola é já ali. Se a aparente proximidade ao Ministro Relvas, no último ensaio da Selecção Nacional para o Euro, não passará além do plano institucional, a via Mantorras, findos que estão os seus tempos de gazua para chegar às balizas adversárias, poderá ser a forma de, pelo outro lado, apelar ao coração do povo angolano, e ir por aí acima na cadeia alimentar.

 

É bem certo que o povo, por aquelas bandas, não conta por aí além, mas…

 

Para terminar, fica o registo de algumas curiosidades/coincidências, sobre alguns dos personagens acima mencionados:

 

 

 

ACNUR (Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados) – cargo actualmente desempenhado por António Guterres, ex-Primeiro Ministro de Portugal (de Outubro de 1995 a Abril de 2002) e ex-Secretário-Geral do Partido Socialista (entre 1992 e 2002);

 

Luís Figo – feliz contemplado com um pequeno-almoço de 750 mil euros, para aparecer na campanha eleitoral de José Sócrates (ex-Primeiro Ministro de Portugal (entre Fevereiro de 2005 e Junho de 2011) e ex-Secretário-Geral do Partido Socialista (de Setembro de 2004 a Junho de 2011);

 

Luís Filipe Vieira – também ele, tal como Luís Figo, apoiante de José Sócrates;

 

Miguel Relvas – Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares do actual Governo PSD e Secretário-Geral do PSD (em 2004 e 2005, e desde 2010).

 

 

Cenas dos próximos capítulos, a não perder!


 

Nota: Outro ponto desta notícia, que é omitido em muitos sítios, mas que o Público refere, é que também marcou presença na nomeação do novel embaixador, para além do embaixador Eusébio, e outros órgãos sociais do clube, o presidente do Sindicato dos Jogadores, Joaquim Evangelista;

 

Nota2: Por sua vez, a notícia do Público, omite a parte respeitante à intervenção da Fundação Luís Figo. Pergunto-me, como é que sendo uma só notícia, conseguem todos transmiti-la de forma diferente?

Quando a desinformação começa em casa

31
Mai12

“[Miguel Relvas] alegadamente, representa o lobby angolano que, alegadamente terá também interesse em financiar o PSD.

 

Como nas autarquias não há obras, consequentemente não há sacos azuis para financiar as eleições internas dos partidos. (…) os partidos do arco do poder viraram-se para o capital angolano, o que explica a arrogância de Miguel Relvas em relação ao que anteriormente era a base do PSD: os autarcas.

 

Há também dentro do PSD oposição interna, embora discreta. Paula Teixeira da Cruz e Miguel Macedo, são alegadamente os inimigos mais sonantes de Relvas e da sua facção e modus operandi. Não que sejam uns santinhos, apenas representam interesses diferentes. Se Miguel Relvas cai, Passos Coelho fica à mercê do aparelho do PSD. Se Relvas deixa de o controlar, imaginem o quão frágil se torna a posição de Passos...Por isso, penso que esta demissão não irá existir, nem se por hipótese, o próprio a quisesse. Ângelo Correia e os seus não vão deixar o partido à mercê da linha do Balsemão, depois de tanto esforço para conquistar o aparelho para o seu lado, não estou a ver uma oferta de mão beijada”.

 

(retirado do texto "Risco sistémico", publicado no blog "artigo 58")

 

 

Quando aqui há tempos comentei, no texto "Mariquinha, vem comigo pr'Angola", o  veto de Luís Filipe Vieira a um torneio a realizar em Angola, supostamente promovido pelo agora na berra, Ministro Miguel Relvas, fi-lo em grande parte, porque estranhei a intermediação ministerial deste no processo.

 

Tendo em conta duas constatações. As boas relações que o clube que preside mantém (mantinha?) com aquele estado, e que até terão concorrido para que participasse, há duas épocas atrás, nos festejos do 35.º aniversário da sua independência.

 

E, além disso, o desprovido de sentido que me pareceu vetar um torneio, como retaliação à comichão que ao dito indivíduo havia provocado, o facto de aquele governante ter jantado com Pinto da Costa, Joaquim Oliveira, Judite de Sousa e Fernando Seara, após a vitória do FC Porto no Estádio da Lucy, selada com o golo do Maicon, naquilo que, aos seus olhos, teria configurado uma comemoração ostensiva, e pelos vistos, ofensiva.

 

Coloquei então a hipótese de se tratar de “uma maneira de procurar chegar a uma situação artificial de quid pro quo com a actual liderança política da nação”.

 

Pois bem, admito que as tricas da política, apesar de bem mais importantes para a vida de todos nós, me interessam bem menos que as futebolísticas, portanto, por vezes denoto lacunas bastante óbvias a esse nível.

 

Quando fiz aquela suposição, não havia ainda lido o texto acima transcrito. Mas, como não estou aqui para lançar lebres ou atoardas sobre o que quer que seja, parece-me que será de bom tom penitenciar-me, e acrescentar mais alguns dados àquilo que então disse.

 

O conteúdo do texto, bate certo com a argumentação que ouvi uma noite destas a José Luis Arnaut, em debate com Luís Fazenda, a propósito também do caso das secretas.

 

Dizia, inocentemente, o presidente da Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Futebol, que ao mexer em dossiers problemáticos como a reforma autárquica e na privatização da RTP, o coitado do Relvas terá cutucado as feras com paus demasiadamente curtos, e estará por isso, a levar o troco.

 

O problema, parece-me a mim, não será tanto o “deixar o partido à mercê da linha do Balsemão”, mas antes o desinteresse total que este terá em ver a RTP privatizada, e dividir com mais um operador privado, o já de si curto mercado publicitário, ou deixar a televisão do estado ir parar às mãos da concorrência.

 

Falando-se em Angola, necessariamente terá de se falar em Isabel dos Santos, que ainda recentemente reforçou as suas posições accionistas na Zon e no BPI.

 

 

 

Como se pode ler no artigo, em termos de programação, as grandes apostas da Zon, para conquistar audiências em terras angolanas, serão a SporTV e os canais TV Cine.

 

A SporTV, como é por demais sabido, é detida pela Controlinveste, de Joaquim Oliveira, e pela Zon. Assim sendo, o convívio entre Miguel Relvas e Joaquim Oliveira, parece fazer sentido, independentemente da sua associação a quaisquer festejos que estivessem em curso.

 

Por outro lado, para além de reforçar a sua posição no BPI, de que Américo Amorim foi fundador, e detentor de capital, até há uns anos atrás, Isabel dos Santos é, em parceria com o homem mais rico de Portugal, a feliz proprietária do BIC, a quem caiu no regaço o (des)nacionalizado BPN. A este somam-se outros negócios em conjunto, nomeadamente na área da energia e do petróleo.

 

 

 

 

 

Américo Amorim é membro do Conselho Consultivo do FC Porto. É demasiado rebuscado para chegarmos a algo que justifique a presença de Pinto da Costa no dito repasto.

 

Acontece que o FC Porto é também ele, proprietário de um canal de televisão. Gravitando a temática em torno do meio audiovisual, será por aqui o caminho? Quente ou frio?

 

Ficavam então, apenas explicar as presenças de Fernando Seara e Judite de Sousa. Bem, esta última, para além de portista, trabalha no ramo. Será suficiente? Não parece.

 

E Fernando Seara? Deixava-se arrastar para um jantar destes, apenas para acompanhar a esposa?

 

É um facto que lá para os lados do Estádio da Lucy, vão aparecendo novas vozes descontentes com o presidente e com o treinador.

 

José Veiga e António Figueiredo foram os primeiros. Agora é Bruno Carvalho, o concorrente derrotado no último plebiscito, que também tornou a assomar-se, comparando a situação actual do seu clube à Coreia do Norte e à Venezuela. Convenhamos, num clube que se arvora em paladino da democracia, até nos tempos em que cá no burgo o regime era ditatorial, fica mal!

 

Querem ver que o Fernando Seara ficou ressentido por ter visto hipotecadas as suas hipóteses de ir até ao fim com a sua candidatura à Liga e/ou à Federação Portuguesa de Futebol, vendo-se relegado da corrida pelos apoios ao “portista” Fernando Gomes e a Carlos Marta?

 

Quererá Fernando Seara constituir-se como uma “quarta via”? Logo ele, que tem estado com todos os presidentes de Damásio a Vieira, passando por Vale e Azevedo?

 

O que é certo é que, neste momento e num futuro próximo, pelo menos até ao acto eleitoral, o destino daquele clube e a sua capacidade para enfrentar a próxima temporada, está muito mais nas mãos de Joaquim Oliveira, do que o contrário.

 

Sem prosseguir a estratégia usual de antecipação de receitas, garantida pelos fundos da Olivedesportos e sem fundo de estrelas que lhes valha, as contratações, a havê-las, terão de ter como contrapartida vendas. Com Witsel reservado para o Real Madrid, restam o Gaitán, e como hipóteses mais remotas, o Rodrigo ou o Nélson Oliveira.

 

Ainda que se façam rogados, o contrato com a SporTV, é a única bóia de salvação que se avista. Única, exceptuando um qualquer milagre, claro está.

 

O que é que isto nos interessa? Como se costuma dizer no Brasil, “pimenta no cú dos outros é refresco”!

 

Vamos aguardar serenamente, com ou sem o Sereno. Vai-se a ver, ainda vamos ter o Porto Canal a internacionalizar-se para Angola.

 

Fica assim feita, em jeito de mea culpa, e para que a desinformação não comece em casa, a rectificação devida àquilo que disse antes.

 

Afinal de contas, nestas coisas que envolvem Angola e nos tempos que correm, o Ministro das secretas e dos aventais, é capaz de ter um papel bem mais relevante que quem boicotou o torneio.


Nota: Para quem tenha interesse no assunto, mais informações sobre Isabel dos Santos.

A louca cavalgada da cavalaria rusticana

25
Mai12

A coisa começou por aqui:

 

"Vieira é o pior presidente da história do Benfica", disse o José Veiga, após a derrota com o Sporting.

 

"Vieira colhe o que semeou" e, ele e Jesus estão a mais, acrescentou António Figueiredo.

 

O Gaspar Ramos, também aproveitou para molhar a sopa: "Continuidade de Jesus não é a melhor solução".

 

A seguir vieram as pinturas rupestres, dignas de ser classificadas de património arqueológico universal pela UNESCO.

 

 

Termina a Liga, e seguem-se as entrevistas. Um dos visados acima veio dizer que atingiu o limiar da sua competência, pelo que, por aplicação do Princípio de Peter, atingira o (seu) topo, para que é que quereria mais?

 

O António Carraça deu-lhe continuidade, dizendo que "mais vale sermos segundos, que ganhar com batota". Não se pode queixar. Na parte do “sermos segundos”, fizemos-lhe a vontadinha.

 

A parte da “batota”, foi o Director de Comunicação que a veio explicar, transformando-a em "tributo".

 

Seguiram-se mais uns quantos assalariados, na defesa da sua insigne entidade patronal. Artur Moraes, Rodrigo, e mais recentemente, o Matic, o mais desfasado da realidade de todos eles, ou o que mais dificuldades tem em expressar-se na língua de Camões.

 

Ainda falta dar direito de antena a uns quantos, até que o rol se finde, muito provavelmente, no mais desprezível e insignificante dos stewards, que circulam pelos túneis do Estádio da Lucy, ou seja, o único que não terá sido alvo das agressões do Hulk, do Sapunaru, do Helton, do Cristián, do Fucile, e da D. Gertrudes, que vende tremoços à porta do recinto, dito desportivo.

 

A reacção dos da “situação” não se fez esperar. Munidos de lata de tinta e trincha na mão, cá vai disto, e mais trabalho para a UNESCO.

 

 

[seria bom que alguém verificasse no próximo relatório de contas trimestral, se para além da existência de verbas para pagamento aos jogadores da União de Leiria, estão a ser registadas despesas com as latas de tinta e as trinchas]

 

Ontem, primeiro tivemos o José Eduardo Moniz - o tal que, quase que foi candidato opositor à presidência, mas que falou com o Vara, e acabou a trabalhar na sucursal angolana da Ongoing, a empresa dos aventais e dos espiões – a fazer a primeira parte do espectáculo, aquecendo as hostes para o número principal.

 

"O Benfica tem de deixar de ser gozado por Pinto da Costa". Sublime. Como se não bastassem as tristes figuras que fazem, e precisassem de alguém de fora para fazer-lhes isso!

 

A pièce de résistance haveria de chegar mais tarde. Qual Adelaide Ferreira, Luis Filipe Vieira, veio dizer que o papel principal era o dele.

 

Recapitulando. Num guião por demais conhecido de todos, primeiro foram ensaiadas as desculpas pelo insucesso, e agora segue-se o toque a reunir contra o inimigo comum habitual.

 

Mas será possível que ninguém contou a este ser néscio (obs.: parece que o dito, não gosta de ser apodado de “burro”, esse animal tão injustiçado e inteligente!), a história do menino e do lobo?

 

À primeira vez, passa. À segunda, ainda vá que não vá. À terceira, já ninguém o leva a sério, e vem mesmo o lobo. Será que acha que ainda o vão levar a sério desta vez?

 

Bem, quem quiser, que faça o favor de cair na esparrela. No entanto, a coisa parece ter surtido algum efeito. Até n’ “O Jogo”, menos dado a essas coisas. Há que conquistar audiências.

 

 

“Violento ataque a Pinto da Costa e ao FC Porto”, diziam ontem nas notícias. E não só. Violentíssimo ataque também aos juízes, que olham para o lado, e inclusivamente, ao papa, acusado de receber visitas de ladrões. Como se não lhe bastassem os problemas com a pedofilia!

 

A campanha está ao rubro lá para as bandas do Estádio da Lucy, e o acto eleitoral ainda é só daqui a uns cinco meses. O Luis tomou o seu comprimidinho azul (e branco, neste caso), e pôs-se em pé. Do que não se livra é da sensação de ejaculação precoce que deixou passar.

 

O vídeo que se segue, é um bom retrato do que foi, é e, muito naturalmente, irá ser o resto da campanha eleitoral.

 

Mariquinha, vem comigo pr’ Angola

16
Mai12

Conquistado mais um título de campeão nacional pelo FC Porto, como é hábito, seguiu-se o também habitual desfiar do novelo das entrevistas às carpideiras do costume.

 

Os objectivos de todo este folclore são como sempre, bem transparentes. A única novidade é que, desta vez, vêm em dose dupla, não se ficando pela costumeira singeleza da desculpa esfarrapada para o insucesso.

 

O mote, deu-o António Carraça:

 

 

 

 

O director de comunicação juntou-lhe o "tributo":

 

 

 

Depois vieram os testemunhos do Artur Moraes, e ainda no início desta semana, o do Rodrigo.

 

Nada de muito extraordinário. É como diz o Miguel Sousa Tavares:

 

“Compreendo, porém, que quem tem por profissão ser porta-voz dos outros (…) tenha dificuldade em entender que se possa ser uma voz sem dono”

 

A este relambório recorrente a cada derrota, acresceu um duplo objectivo, contestação dos sócios oblige: a defesa do seu mais que tudo mestre da táctica.

 

Primeiro, em autodefesa, através do próprio dito cujo, do topo do seu topo, e a seguir relembrando o quão profícuo tem sido no amealhar de trocados. 28 milhões deles, ao que parece.

 

O quanto gastou para aí chegar é que não se diz, mas isso também não interessa nada, como diria a Teresa Guilherme.

 

Bem como, também não interessou para nada, o facto de tudo isto ter sido aparentemente cozinhado, - outra vez! Chiça, que não são nada originais! - num almoço no Tivoli, que terá contado com a presença de altos dignatários do papel para forrar fundos de gaiolas de periquitos, que deu à estampa as entrevistas em causa.

 

Aparentemente, o que também não interessou pevide, perante um tão extenso relambório de entrevistas louvaminhentas, foi uma notícia, de terça-feira da semana passada, que não passou de um mero recortezito na capa desse ex-libris da comunicação social, que é o Correio da Manhã:

 

 

"Filipe Vieira veta torneio em Angola"

 

Reza a notícia que, “[o] (…)ica desistiu de participar num torneio em Angola, em que também estavam previstos o FC Porto e Sporting”.

 

E porquê? Porque, o seu presidente terá ficado «"muito incomodado" com o facto de o promotor do torneio, o ministro Miguel Relvas, ter "comemorado" com Pinto da Costa e Joaquim Oliveira a derrota (2-3) do Benfica diante do FC Porto, num jantar em que também esteve Fernando Seara e a mulher, Judite de Sousa, que se realizou a 3 de Março, um dia depois do jogo disputado na Luz (2 de Março)».

 

«(…) Vieira "não compreendeu" como é que o ministro (adepto do Sporting), Fernando Seara (sócio do Benfica) e o detentor dos direitos televisivos dos jogos do Benfica se tivessem juntado a Pinto da Costa após uma partida que o FC Porto ganhou com um golo em fora-de-jogo (Maicon, no 3-2)».

 

Em defesa do ministro, “(…) fonte próxima de Miguel Relvas assegurou ao CM que o jantar de 3 de Março foi o único em que o ministro esteve com Pinto da Costa e frisou que tal já aconteceu com outros dirigentes desportivos, caso de Luís Filipe Vieira, com quem já jantou três vezes”.

 

Perguntarão: “Qual é a relevância disto?”

 

Provavelmente, nenhuma. Especialmente vindo de um clube eternamente virado para o seu próprio umbigo, que, qual Rei Sol, proclama “nós somos o País”, e que é capaz de incentivar os seus apaniguados a boicotarem os jogos realizados fora de portas, recusando, consequentemente, de moto proprio, o apoio que queiram tributar à sua equipa. Única e exclusivamente a bem do seu conforto espiritual, e não, claro está, para que outros não aufiram da receita proveniente da sua presença.

 

Mas, reparem, que é a parte interessante, porque será que é em Maio, depois de decidido o título, que o indivíduo em questão, vem “vetar um torneio”, que se vai realizar no final do mesmo mês, por causa de um jantar, que terá decorrido dois meses antes? Compreensão lenta?

 

E o motivo para tal decisão, senhores, reparem no motivo:

 

«(…) Vieira "não compreendeu" como é que o ministro (adepto do Sporting), Fernando Seara (sócio do Benfica) e o detentor dos direitos televisivos dos jogos do Benfica se tivessem juntado a Pinto da Costa após uma partida que o FC Porto ganhou com um golo em fora-de-jogo (Maicon, no 3-2)»

 

Ou seja, a fazer relembrar o episódio do DVD com os pretensos erros do Olegário Benquerença, que o Secretário de Estado do Desporto, cuja demissão haveria de fazer cair o governo de Santana Lopes, afiançou que, se tivesse recebido, atiraria pela janela.

 

Porquê esta tentativa de puxar para a esfera do futebol a componente política?

 

As ligações do clube em causa ao anterior Governo, designadamente, por via do seu presidente, foram bem evidentes. O apoio do presidente encarnado ao PS foi público, assim como a inclusão na Comissão de Honra da sua recandidatura, do, à altura, Ministro da tutela da polícia e das secretas.

 

Para além deste, também o presidente da Assembleia Geral, Luís Nazaré, é um conhecido socialista, e João Correia, ex-Secretário de Estado da Justiça do Governo PS, foi um dos patronos do processo que visou excluir o FC Porto da Champions.

 

Com estes, convivem depois alegremente Ruis Gomes da Silva e Fernandos Searas (PSD), Sílvios Cervans (CDS), e outros, numa amálgama multi-representativa, que sempre garante algum suporte, para onde quer que as coisas, politicamente caiam.

 

Convirá também não esquecer que, se o clube é aquilo que é hoje, muito o deve, sem sombra de dúvida, ao PSD. Parece-me que é ainda caso raro, senão único, no regime quase democrático em que vivemos, um presidente de um clube incentivar os seus consócios ao voto num determinado partido político, como fez Manuel Vilarinho, afirmando que o seu líder, no caso Durão Barroso, era o homem que ia ajudar esse clube.

 

No entanto, o seu actual presidente, em dada altura, marcou uma posição, e essa posição não é, na presente conjuntura, a mais politicamente correcta.

 

Assim sendo, será tão descabida como parece a reunião de um tão improvável grupo de convivas?

 

O ministro Miguel Relvas está em tudo e em todo o lado. Desde questões de aventais até secretas, é omnipresente, portanto, é sem grande estranheza que se vê a sua presença.

 

É o titular da pasta da comunicação social, logo, a sua participação conjunta com Joaquim Oliveira, faz sentido.

 

Este último, o "amigo Oliveira" de Armando Vara e José Sócrates, em fase de ajustamento da sua rota face à conjuntura actual, seria, pode-se admitir, um participante natural em qualquer jantar temático sobre futebol.

 

Agora, Fernando Seara, o que é que faria Fernando Seara num repasto desta natureza? Alguém acredita que o putativo candidato benfiquista à presidência da Liga, da Federação, ou do que quer que seja, tomasse parte num jantar onde se festejaria a vitória do FC Porto sobre o seu clube?

 

Logo o homem que salvou o clube da desgraça mais que merecida? É estranho. E é mais estranho ainda, numa agremiação em que as coisas se fazem tradicionalmente, por outro lado.

 

Por isso, não me venham com histórias, apesar de o ministro ser sportinguista, o único clube que não esteve representado, a título oficial, naquela reunião, foi o Sporting.

 

Sendo assim, porquê esta fantochada do veto ao torneio?

 

Só vejo duas hipóteses. Ou é pura birra, típica num choninhas, como o é Luis Filipe Vieira, ou, em alternativa, é uma maneira de procurar chegar a uma situação artificial de quid pro quo com a actual liderança política da nação.

 

Como se recordarão, na temporada transacta, a equipa que foi copiosamente derrotada no Dragão, por cincazero, foi lamber as feridas desse amargo desaire, precisamente para Angola.

 

Festejava-se então o 35.º aniversário da independência daquele país, e o convidado de honra não foi outro, senão o clube que agora veta um torneio a realizar-se no mesmo país.

 

Naquela altura, que se saiba, não foi necessária qualquer intermediação ministerial: o bom relacionamento institucional entre as partes foi mais que suficiente. O que é se alterou entretanto? Terão destratado o Mantorras?

 

Sou quase capaz de apostar que, tal como em 2010, a presença de papoilas em terras de angola, vai ser tida como imprescindível. Precisamente pelos argumentos habituais: é o clube com mais adeptos, é o mais grande do Mundo, eles são Angola, etc., etc..

 

Assim sendo, é muito natural que o Governo angolano, para assegurar a dignidade competitiva do torneio, a alegria do povo, e em simultâneo, a presença do seu mais desejado convidado de honra, pressione, ainda que ao de leve, também não é preciso mais, o seu congénere luso.

 

O qual, por sua vez, de chapeuzinho na mão, através do Ministro Relvas, ou qualquer outro, lá irá rogar encarecidamente ao presidente incomodado, por favor, que se digne a mandar a sua equipa ir apanhar calor para África.

 

É claro que este, muito contrariado, assentirá, e o Governo ficará em eterna dívida, por dessa forma, poder aquiescer aos supremos e muito legítimos anseios angolanos.

 

E daí para a frente logo se vê. O que é certo é que os tempos que vivemos, são de crise, e vai-se a ver, o futebol ainda poderá novamente voltar a ser, como disse Ricardo Serrado, em relação à trilogia “Futebol, Fátima e Fado”, no regime salazarista, «o "refúgio" de um povo angustiado».  

 

Se não for assim,…é bom sinal!