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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

No limiar da perfeição

28
Jan17

Ouvi o Nuno dizer, salvo erro, na flash interview, que o Estoril tinha conseguido congestionar o centro do terreno.

 

Contudo, olho para a equipa do FC Porto, e vejo que os extremos ficaram fora do onze inicial.

 

Disse ainda o Nuno, que na primeira parte, o jogo foi nosso, que não deixámos o Estoril jogar. Sim, é verdade.

 

No entanto, o nosso primeiro remate no jogo foi já na segunda parte.

 

O Nuno diz ainda que gostou do jogo, sinceramente, e que ficou satisfeito com o resultado  e orgulhoso com a conquista dos três pontos.

 

Ou seja, aparentemente, tudo terá corrido dentro do planeado para este jogo, e se é assim, all's well that ends well.

 

Obviamente que não. Uma equipa que quer ser campeã não pode ficar satisfeita por condicionar o jogo do Estoril-Praia. Sem desprimor para este, que não tem culpa.

 

Uma equipa que quer ser campeã não pode rematar pela primeira vez à baliza aos 50 minutos. Se antes o que falhava era a eficácia, mas, tudo bem, criamos muitas oportunidades, hoje, onde é que elas estiveram?

 

Esteve tudo bem? Uma substituição ainda na primeira parte, faz-me duvidar disso.

 

A forma como a equipa melhorou - sim, apesar de tudo, acho que melhorou - de produção quando começou a jogar com dois extremos e apenas dois homens no miolo, leva-me a crer que nem tudo esteve bem até aí.

 

Mas porquê colocar uma multidão no centro do terreno, quando já se viu que qualquer um dos três: Óliver, André André ou até o Herrera, a fazer dupla com o Danilo, rendem muito mais, e a equipa com extremos ganha dimensão ofensiva, em largura e na profundidade, que pese embora a boa vontade do Alex Telles, os laterais não lhe dão?

 

É a idéia, e permanecemos idioticamente agarrados à idéia. Mas se o Nuno diz que está tudo bem, e gosta, e fica satisfeito, e sente-se orgulhoso... que seja!

 

Siga a rusga.

 

Só é pena o desperdício, porque estes jogadores mereciam mais. Até o Herrera.

 

Para não falar na dor de alma que dá ver o André Silva, desde que o Otávio se lesionou, andar por ali, e não haver ninguém capaz de levantar os cornos, e passar-lhe uma bola decente.

 

É pena, mas se está bem...

 

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FC Porto 2016/2017 - Take 3 (...sem desprimor para o Valadares e para o Rio Ave)

24
Jul16

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Como não tenho conseguido ver grande coisa dos jogos feitos até agora, resolvi fazer a coisa por atacado.

 

Estes são apenas alguns pormenores que me chamaram a atenção, naquilo que pude ver.

 

O método

 

Confesso que sou bem menos que um leigo em matéria de metodologia de treino. A realidade é que não percebo um boi do assunto.

 

No entanto, daquilo que vou lendo, parece-me que aquelas pré-temporadas à antiga, com corridas pela praia, na serra, ou as subidas e descidas pelas arquibancadas dos estádio, até aos mais recentes, boot camps de comandos, são uma imagem algo retrógrada no que toca à preparação física pós-férias.

 

De facto, impor a um corpinho recém acabadinho de chegar da praia, doses valentes de esforço, não parece verdadeiramente uma boa ideia, e daí aquelas arreliadoras lesões de início de temporada, que, de há uns tempos a esta parte, aparentemente deixaram de ser tão frequentes.

 

Até eu passei por esse processo quando jogava basquetebol: primeiro treinávamos a resistência, e só depois passávamos para a velocidade, para a técnica individual e para a táctica.

 

Pelo que percebi, os metodólogos do treino tem uma nova abordagem integrada do treino, doseando as cargas de esforço físico, enquanto se vai entrando de imediato nas componentes técnica e táctica.

 

Do que vi (no pouco que vi...) dos jogos realizados até agora, por aquilo que leio em fontes fidedignas, sobre o trabalho físico, e até pelos comentários feitos pelo treinador e por alguns jogadores, sobre a importância do esforço agora feito, para preparar o sucesso no resto da temporada, fico, na minha ignorância, com uma sensação anacrónica.

 

Quando leio que algumas sessões de treino são desmarcadas, fico na dúvida se tal acontece por causa do esforço acumulado ou, sei lá, por influência das condições climatéricas, do horário, ou seja, em resultado de uma deficiente programação.

 

Enfim, dúvidas de um nabo na matéria.

 

O esquema

 

Depois olho para a disposição da equipa em campo. No último jogo, de que só vi a nossa recuperação, consta que o onze inicial entrou em 4x3x3.

 

Quando comecei a ver o jogo, estávamos, quanto a mim, a jogar num 4x2x3x1. Nada de mais, tudo normal por aqui.

 

Como diz o Nuno Espírito Santo, este é o momento ideal para fazer experiências, e não na véspera de jogos importantes, como recentemente fizeram, por mais de uma vez, uns e outros que chegaram à selecção espanhola.

 

Além do mais, se perguntarem a um adepto do Valência, qual o esquema táctico da preferência do nosso actual treinador na época passada, ele terá certamente dificuldade em responder, tantas foram as (a)variações apresentadas.

 

Até ao seu despedimento...

 

As opções

 

É pacífico que, com o passar da idade, se perdem faculdades. Quem pratica uma actividade física perde velocidade, resistência, destreza, capacidade de recuperação, uma desgraça.

 

Eu próprio fui parar à fisioterapia, porque resolvi desatar a correr, sem a devida preparação, e fiz uma lombalgia. A idade não perdoa, e sou só uns anitos mais velho que o Varela.

 

O que não compreendo é esta obsessão de fazer do Drogba da Caparica, um novo Eliseu (o jogador, não o palácio!).

 

Por dois motivos: falta de opções no ataque, e a existência de, pelo menos, uma melhor opção, quanto a mim, para defesa-direito.

 

Para o ataque, temos, neste momento, três extremos: Brahimi, Corona e Hernâni. Com Varela a lateral-direito, a quarta opção para extremo tem sido o Otávio, que não é extremo, mas que lá se vai desenrascando.

 

Da mesma maneira que, na temporada passada, não me agradou ver o André André a extremo, também não me enche as medidas agora.

 

No entanto, essa é a posição natural do Varela.

 

Depois, na defesa, o titular será sempre o Maxi Pereira, e temos do outro lado o Layún, que também pode jogar a lateral-direito (e central, e trinco...).

 

Na época passada, desviar Layún, significaria dar a titularidade ao José Angel ou ao Bruno Indi. Nesta, com o Alex Telles, a diferença parece ficar mais esbatida, até no valor dos passes...

 

Porquê então o Varela?

 

E venha de lá o quarto take...

A quimera táctica do FC Porto actual

20
Jul16

Concordarão comigo (ou não), que volvidos os tempos de José Mourinho, e posteriormente, os da exuberância atacante - há quem lhe chame loucura, ou outras coisas piores. Eu gosto de "exuberância". Tem estilo, é " cool " - de Co Adriaanse, o FC Porto estabilizou o seu modelo táctico no 4 x 3 x 3, sem grandes variações.

 

Com o bloco mais recuado e em transições rápidas, com Jesualdo Ferreira. Com tracção mais para diante, com André Villas-Boas. Com uma preocupacão obsessiva com posse de bola, na era de Vítor Pereira.

 

Com Paulo Fonseca começaram os primeiros ensaios, fracassados, para introduzir alterações: o duplo pivot, por exemplo, esbarrou na excelência de um Fernando na sua plenitude.

 

Com Lopetegui, principalmente na segunda temporada, veio nova tentativa, frustrada, de introdução do duplo pivot.

 

Mas, mais do que o esquema táctico, que resiliente, foi resistindo,  aquilo que se foi perdendo, por arrastamento, nos insucessos de Paulo Fonseca e Lopetegui, foi o modelo de jogo.

 

A posse, a troca de bola (não vale entre, ou de e para os centrais), o futebol a meio-campo, em suma, o futebol, em geral. O FC Porto descaracterizou-se, foi perdendo a sua identidade, enquanto a incapacidade de jogar futebol se ia tornando, cada vez mais, confrangedora.

 

Até chegarmos a Peseiro, e apesar de Oliver Torres, Rúben Neves, Brahimi e André André, a espaços, teimarem em manter viva alguma esperança.

 

Li há pouco tempo, algo que Jorge Valdano disse, e que era, mais coisa, menos coisa, isto: "se perdes um campeonato, mais cedo, ou mais tarde, voltarás a ganhar. Se perdes a tua identidade, dificilmente a recuperarás".

 

O Jason Bourne que o diga!

 

O problema é se a identidade se altera, ou se num acesso esquizofrénico se torna num caso de dupla personalidade, tipo Dr. Jekyll e Mr. Hyde.

 

A dada altura, na primeira parte do jogo contra o Osnabrück, pareceu-me estar a rever o FC Porto de Lopetegui. Preocupante, sem dúvida.

 

Mas infelizmente, perfeitamente natural, como que a antecipar um processo de desabituação que antevejo longo e doloroso. E, vamos a ver o tamanho das sequelas...

 

Olhei para aquele meio-campo (Rúben Neves, Herrera e Josué), e não consegui deixar de encontrar resquícios dos meio-campos de Lopetegui (Casemiro, Herrera e Oliver, ou Danilo, Herrera e outro qualquer à escolha...).

 

Elemento comum? Herrera. Que aliás, já vem dos tempos do Paulo Fonseca.

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Não quero dizer com isto, nem com o que vem a seguir, que o homem que hoje enverga a braçadeira de capitão, é o responsável pela descaracterização que sofremos. Não, não é isso.

 

O Herrera entrou no clube num momento mau, mas convenhamos, se não o vejo como o (único) problema, cada vez mais tenho dificuldades em imaginá-lo do lado da solução.

 

Do ponto de vista técnico é limitado, e, tendo em conta a sua idade, a margem de progressão vai ficando cada vez mais curta. Entrando em linha de conta com o seu histórico de evolução desde que cá chegou, as expectativas são reduzidas nesse capítulo.

 

Tacticamente, as tentativas de duplo pivot de Lopetegui tiveram como protagonistas, a maior parte delas, Rúben Neves e Danilo. Herrera, ou ficava de fora, ou se o treinador o incluía, era num ápice que se desfazia o duplo pivot.

 

Tentar inclui-lo num meio-campo criativo, onde  impere a troca de bola, é arriscado, pois falta-lhe a apetência técnica para isso, e não lhe está no código genético.

 

As suas mais valias são outras, como a verticalidade, e a capacidade de arrastar o jogo para a frente. Nos últimos tempos, aparece com frequência a entrar nas costas do ponta-de-lança.

 

Aqui há tempos escrevi um texto, a que chamei ”O kama sutra táctico de Paulo Fonseca”, em que expus a minha opinião de que, do ponto de vista táctico,  o único problema que Paulo Fonseca teria de solucionar, seria a posição a ocupar em campo por Lucho Gonzalez.

 

Com Herrera parece passar-se o mesmo, e não é de hoje. Não é trinco, pese embora tenha para cá vindo com a indicação de que o seria.

 

Não é 8, se lhe for pedida qualquer outra função que não seja a de transportar a bola para a frente.

 

Não é 10, Deus nos livre, dele, e de qualquer outro que ouse tentar sequer parecê-lo.

 

As entradas nas costas do ponta-de-lança, pouco ou nenhum efeito prático têm surtido, para além de desequilibrarem o nosso próprio meio-campo.

 

Contudo, a sua capacidade física, a sua disponibilidade, a sua entrega, colocam qualquer treinador em cheque, perante o desperdício de recursos que significará não o utilizar.

 

Numa altura de experiências e de experimentação, este parece-me ser um dilema que Nuno Espírito Santo terá de resolver, para decidir de que forma o FC Porto se vai apresentar e se vamos mesmo ter um regresso às origens.

 

Ou talvez o Nápoles o resolva por si...

No news is bad news, (some) news is good news

18
Jul16

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Antes de avançar, confesso que fiquei surpreendido com a falta de ritmo e o cansaço manifesto de uma valente parte dos nossos rapazes, senão todos.

 

São 18 dias de trabalho, não dava para mais?

 

Estarei porventura a ser demasiado exigente, pois também não sei qual era a temperatura à hora do jogo, mas, dos resumos que vi dos nossos rivais, pareceram-me estar numa rotação mais acelerada.

 

É bem certo que vi apenas resumos, e que os jogos foram quase todos nocturnos, ao contrário do nosso.

 

Quanto ao jogo e à equipa, um onze inicial e uma primeira parte a fazer lembrar tempos recentes, de má memória.

 

A única novidade, para lá dos nomes foi o André Silva a descair no flanco direito.

De resto, o erro defensivo do costume no golo adversário, o meio-campo que pouco ou nada constrói, e o trinco perdido. Algumas iniciativas individuais e um passe do Josué.

 

O Herrera a adiantar-se, sendo o quarto homem a pressionar a saída de bola contrária, porém, uma pressão desmiolada e desconexa, com o Josué a vir também para o meio, mais para fazer número, que outra coisa qualquer.

 

Tudo sem grandes resultados. Com estes alemães, não se revelou dramático, com uma equipa mais capaz ofensivamente, poderá facilmente sê-lo.

 

Na segunda parte, o trio de meio-campo Rúben Neves, Herrera e Josué, deu inicialmente lugar à tripla Rúben, André André e João Carlos Teixeira, e posteriormente, logo após o golo de André Silva, a um quarteto com Corona, André André, João Carlos Teixeira e Otávio, sem um trinco declarado.

 

E foi nesta altura, com esta composição, que as coisas pareceram equilibrar-se.

 

Por azar, os homens mais avançados eram então, um Hernâni, rápido, mas trapalhão, e Quintero, um bom exemplo do que disse sobre a falta de ritmo.

 

Dos jogadores individualmente, é impossível ficar indiferente a André Silva. O melhor da primeira parte, e um golo bem merecido.

 

Herrera igual a si próprio, e Josué a pouco acrescentar. As iniciativas individuais estiveram, como é hábito, a cargo do Brahimi, e Aboubakar, essencialmente, azarado.

 

A defesa, guarda-redes incluído, regular.

 

Depois do intervalo, Varela bastante razoável a defesa-direito, depois da tentativa de Peseiro de fazê-lo um dez, e Alex Telles, juntamente com João Carlos Teixeira, a serem os únicos aa querer escapar do síndrome generalizado de falta de ritmo.

 

Pouco André André, e João Carlos Teixeira melhor quando jogou mais adiantado, do que quando fez dupla a meio-campo com o André André.

 

Otávio, a descair para a esquerda, e um desperdício, tal como André Silva à direita. Ou muito me engano, ou vai merecer estar muito mais em jogo.

 

Ao contrário, por exemplo, do Quintero. O Hernâni é, nos dias de hoje, o nosso único extremo, rápido e vertical, que nada tem que ver com a lopeteguice de Corona e Brahimi, sempre prontos para entrar da ala para o meio.

 

Ou seja, gostei do André Silva, do AlexTelles, do João Carlos Teixeira, apesar de me fazer lembrar o Dani, na forma como corre e como toca a bola, e do Otávio.

 

Os piores, sem dúvida, Quintero e o meio-campo da primeira parte, Rúben incluído, se bem que, nem sempre por culpa própria.

 

Quanto aos demais, nada de mais, regulares apenas.

Poker de candidatos

10
Jan16

Depois da onda de impacto inicial do despedimento de Lopetegui, os nomes imediatamente mais falados para o substituir , pelo menos nas redes sociais, foram os de Nuno Espírito Santo, Jesualdo Ferreira e André Villas Boas.

 

Entretanto, pelo que me vou apercebendo, os nomes de Leonardo Jardim e Marco Silva, juntaram-se ao André Villas Boas no top dos mais falados, entre outras hipóteses menos verosímeis, que vão desde Sérgio Conceição, no Diário de Notícias, a Jesus, no Correio da Manhã.

 

Dos três mais palusíveis, os dois que passaram pelo Sporting têm o problema de os seus acordos de rescisão conterem cláusulas punitivas, caso regressem ao futebol português e ingressem em concorrentes directos, como seria o caso.

 

Quanto a mim, os potenciais candidatos são quatro:

 

Marco Silva. Segundo consta, será o candidato preferido de Pinto da Costa, que ainda assim, de acordo com o Correio da Manhã, uma vez mais terá contactado Jorge Jesus. Não desistem...

 

A hipótese Marco Silva parece-me, quase impossível. Para além da questão financeira, que levaria a ter de indemnizar o Sporting pela sua contratação, vai em primeiro lugar no campeonato grego, onde conta por vitórias todos os jogos disputados, e está na Liga Europa.

 

Abdicaria da probabilidade, quase garantida, de conquistar o seu primeiro título de campeão nacional, para vir treinar um FC Porto, também na Liga Europa, mas a quatro pontos do líder?

 

Leonardo Jardim. Pelo acordo de rescisão com o Sporting, terá, tal como o anterior, a obrigação de indemnizar esse clube, caso regresse a Portugal, e é a sua única desvantagem.

 

Desportivamente o Mónaco vai em terceiro lugar no campeonato francês, sem hipóteses de chegar-se ao Paris Saint Germain, e foi eliminado da Liga Europa.

 

Será, quase de certeza, o mais motivado para vir para o Porto. O óbice é o vil metal, e especialmente pô-lo nas mãos do Bruno de Carvalho.

 

André Villas Boas. Depois de ter sido campeão, o Zenit não vai bem no campeonato russo, mas está nos oitavos-de-final da Champions, onde vai defrontar o Benfica.

 

Não tem, que se saiba, cláusulas estranhas para a rescisão, e ao que parece, o clube russo ainda tem contas a acertar conosco, relativas à transferência do Hulk.

 

Já fez saber que quer regressar a casa, tem a vantagem de ser portista e conhecer os cantos ao Dragão e à Cesta do Pão, e a desvantagem de voltar a um sítio onde foi feliz.

 

A única coisa que o prende será a Champions. Mas ainda que passe esta eliminatória, até onde poderá chegar o Zenit, que valha a pena? Compensará arriscar?

 

Nuno Espírito Santo. Livre como uma donzela casadoira à espera do seu príncipe encantado, montado num corcel branco. Completamente desimpedido. Está desempregado e não tem cláusulas que atrapalhem.

 

Dos quatro, é o único que faz parte da carteira de Jorge Mendes.

 

Ou seja, se estivermos menos dependentes de Jorge Mendes, do que aquilo que julgo que estamos, Villas Boas parece ser o melhor candidato, seguido de Leonardo Jardim, e só depois Marco Silva.

 

Caso contrário, claramente Nuno Espírito Santo.

 

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Reality sucks (ou "Do mito ao logos, e mais além")

29
Nov15

Se há algo que atravessou a evolução da espécie humana, do mito ao logos, e permanece nos dias de hoje, foi a necessidade de, quando as coisas correm mal, virar as preces para os deuses, mais que muitos, na esperança, tantas vezes vã de salvação divina.

 

Os adeptos do FC Porto não são diferentes. Quando as coisas correm manifestamente mal, voltam-se para os seus sacrossantos  deuses: o Presidente e a administração da SAD.

 

Uns, na esperança de mudanças. Outros, apenas procuram conforto. Confiam no Presidente, e enquanto este mantiver a sua confiança no treinador, sentem-se seguros. Ainda que à sua volta o Mundo como o conhecem, esteja a desabar, e eles próprios desconfiem disso.

 

Um pouco como a orquestra do Titanic.

 

Meus Caros,

 

Não vale a pena acalentarem tal esperança, e acreditarem na intervenção divina e salvadora do Presidente e da administração da SAD.

 

A partir do momento em que a dependência do clube dos negócios com Jorge Mendes e com os fundos, os compeliram a ter de aceitar servir de barriga de aluguer para a gestação do Julen Lopetegui-treinador, ao serviço dos interesses de Jorge Mendes, as coisas fugiram do controlo do Presidente e da SAD. Ao menos neste capítulo.

 

A única esperança seria Jorge Mendes conseguir colocar Lopetegui noutro lado qualquer. Mas está a tornar-se difícil. As cada vez mais abundantes provas de falta de capacidade de Lopetegui, tornam-o pouco apetecível para clubes de alguma dimensão. Quer ele acredite, quer não, o mercado encolhe a cada exibição de merda.

 

A Lopetegui talvez isso não o preocupe, mas a Jorge Mendes, que não é parvo de todo, ainda que consiga enganar alguém, não lhe interessa nada vender gato por lebre. Não seria nada abonatório para a sua reputação.

 

Assim sendo, não vale a pena dirigirem as Vossas últimas preces para o Presidente ou para a administração da SAD. É escusado.

 

Antes, rezem mas é para que apareça alguém ainda mais dependente do Jorge Mendes ou dos fundos do que nós, e que não tenha outro remédio senão ficar com ele.

 

Olhem, por exemplo, com sorte, se as coisas se tornarem insustentáveis para o Nuno Espírito Santo em Valência, talvez se possa fazer uma troca...

Mendes' World, algures no ano 2016

14
Nov14

Ainda amargurado e sem digerir a troca no defeso do sidekick perfeito, di Maria, por James Rodriguez, depois de nova manifestação pública de apreço de Ancelotti por Toni Kroos, com culpas no cartório para Miguel Lourenço Pereira, subitamente, Cristiano Ronaldo sente-se triste, e Florentino Pérez põe os patins ao treinador italiano.

 

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Nem a Champions, o título espanhol e a Taça do Rei chegaram para salvar-lhe a pele.

 

Para o seu lugar surge Julen Lopetegui, recente campeão em título português e semi-finalista derrotado pelo Real Madrid na Liga dos Campeões, que põe assim abruptamente, fim a um projecto a três anos, após um final dramático de campeonato.

 

A derradeira jornada da prova viria a revelar-se decisiva com os dragões e o clube mais grande dos arredores de Carnide a alcançá-la em igualdade pontual.

 

O FC Porto derrota o Penafiel, depois de entrar a perder, com o golo adversário a ser apontado numa assistência de Herrera, em passe ao bom estilo de Secretário. Jackson Martinez empata, através de uma grande-penalidade assinalada por Artur Soares Dias, por falta cometida sobre Adrián Lopez.

 

O tento da vitória e do título, viria a ser obtido por Ricardo Quaresma, de livre directo, já em período de descontos.

 

O mais directo concorrente na luta pelo ceptro de campeão, acaba derrotado nos Barreiros, com um golo de Talisca na própria baliza.

 

Coincidindo com o términus do projecto de Peter Lim em Valência, o sucessor de Lopetegui é Nuno Espiríto Santo, que assim regressa ao Porto depois de ter sido terceiro classificado da La Liga, logo atrás de Real Madrid e Barcelona, e vem finalmente dar alguma substância à hashtag #SomosPorto.

 

O magnata de Singapura abandona Espanha e instala-se na capital lusa, trazendo consigo na bagagem Rodrigo, André Gomes, João Cancelo, Ivan Cavaleiro, Bernardo da Silva e Enzo Pérez, cuja estadia em Mestalla, não foi além de seis meses.

 

Fica assim cumprida a profecia do indivíduo das orelhas protuberantes, de que aqueles jogadores, que haviam saído por empréstimo, um dia regressariam ao seu clube.

 

Fazendo jus ao nome do seu novo proprietário, o clube passa a ser vulgarmente conhecido por Sport Limsboa e vocês sabem o resto.

 

Quem acaba por não beneficiar desta lufada de ar fresco, é o pateta platinado que orientava a equipa. Tão tradicionalmente habituado a morrer na praia, quando em confronto com o FC Porto, como a ser beneficiado por erros de arbitragem nos seus jogos, não consegue resistir a um terceiro lugar, atrás do Vitória de Guimarães de Rui Vitória, que, seguindo à última jornada a dois pontos dos líderes, derrota em Coimbra a Académica.

 

Comovido, o pateta platinado despede-se eloquentemente, como é seu apanágio: "Atão prantes, é assim: sou muita bom, mas fui!"

 

Seguindo na onda das profecias que se realizam, como nos contos de fadas, o seu substituto é Paulo Fonseca, que por sua vez, profetizara que um dia ainda voltaria a treinar um clube grande. Cumpre desse modo o seu sonho inconfessado de menino e, como bónus, segue as pisadas do seu grande ídolo. Um três em um.

 

É este o Mundo de Mendes, Jorge, algures em 2016, ano da graça dele próprio.

 

Rói-te Nostradamus!