Estava francamente confiante para este jogo. Não me passava pela cabeça que este Olhanense do Manel Cajuda, fosse capaz de nos xaringar a vida em pleno Dragão.
Primeiro, por se tratar “deste” Olhanense, do qual o próprio Cajuda confidenciou não conhecer sequer os jogadores cabo-verdianos, recém-regressados da CAN, e dos três que por lá andaram, só o Djaniny, não alinhou contra nós.
Somemos-lhe uma série de impedidos de alinhar, de entre os quais o líbio-noruguês Abdi, que marcou contra nós em Olhão.
Depois, pelo próprio Cajuda. O Cajuda é um daqueles treinadores da velha guarda, e esses, normalmente, têm-nos mais respeitinho que a malta nova.
Além disso, acompanhei de perto o final da sua carreira de jogador, e o início da de treinador, como adjunto desse grande “Sinhor” (era assim que o próprio dizia…) do futebol, que foi Hristo Mladenov.
Digamos que aquela algaraviada da distribuição equitativa da inteligência, ainda que bem contada, não é dele. Deve-a ter ouvido em qualquer lado, achou-lhe piada, e resolveu fazer um bonito, recontando-a logo que teve a oportunidade.
O que é que tem de inteligente um gajo receber a bola a meio campo, correr desalmadamente por ali fora como um gnu, chegar à baliza contrária, amandar um barranaço, e marcar golo?
Ou ficar à espera que o adversário, absorto das excelentes condições do tempo e do relvado, se perca na teia dos milhentos passes, que insiste em fazer?
Mó Cajuda, atira-te ó mar mas é, déb!
Nem o golo do Olhanense, que os burros da Antena 1 ainda insistem, vez sim, vez não, em apodar de “a” Olhanense, me minou a confiança.
[senhores da Antena 1, é Sporting Clube Olhanense, logo, “o” Olhanense. Com o camano, não tínhamos já àvonde com “a” Quarteira, ou melhor ainda “na” Quarteira!?]
“Ainda é muito cedo” – pensei.
O empate, cedo no reatamento, ainda mais me animou. “Agora é só uma questão de tempo. Ainda lhes espetamos três ou quatro”.
Era este o meu estado de espírito quando, por motivos imperiosos de índole familiar, tive de interromper a audição do relato.
Obtida carta de alforria desses afazeres, quando consegui por o online a jeito faltavam dez minutos mais os descontos, para a conclusão da partida, e estava tudo na mesma.
Tudo não. Entretanto, pelo que percebi, tinham entrado o Liedson, o Sebá e o Tózé. O Tózé?! Mas que…!
E na mesma ficou.
Mas sabem que mais? Permaneço confiante. Apesar do empate, apesar de termos desperdiçado uma excelente chance de mandar com o ex-aequo às malvas, apesar de, pelo que li e ouvi, não termos feito uma grande exibição.
Por duas ordens de razões.
Primeiro, este resultado está para a nossa equipa, como a maçã para o Sir Isaac Newton: os pés voltam à terra, de onde, se porventura alguma vez saíram, nunca o deveriam ter feito.
(sacado daqui, com todo o devido respeito pelos direitos autorais, e essas coisas todas)
O jogo de posse e toque é muito bonito, mas não pode ser um fim em si próprio. Como irritantemente arrematava as discussões o meu amigo e ex-colega Uva, naqueles tempos em que ainda valia a pena discutir futebol com sportinguistas, e nós jogávamos que nos fartávamos, e eles ainda ganhavam campeonatos: “Só contam as que entram”.
Essa é que é essa. O objectivo original do jogo é, e sempre foi, marcar golos. É com golos que se ganham os jogos, por muito lapalissiano que seja.
A posse e o toque resultam quando, como nos jogos anteriores, temos um Jackson Martinez que transforma em golos o volume de jogo produzido.
Quando isso não acontece, quando o homem está cansado dos 45 minutos que jogou a meio da semana, das viagens que fez, para lá e para cá, e ou não se adaptou ao ambiente, ou gastou a quota semanal de golos com os dois que marcou pela selecção do seu País, e até um penálti falha, as probabilidades de sucesso decrescem substantivamente.
No entanto, parece-me a mim, que devo estar a chocar alguma, de tanto optimismo, que uma equipa capaz de jogar como o fez contra o Gil Vicente e o Guimarães, não terá por que recear. Desde que não pare por aí. É a tal história do Princípio de Peter…
A outra razão tem a ver com o empate do nosso rival. Com aquele resultado e aquela arbitragem, os nossos concorrentes têm, por assim dizer, o seu campeonato feito.
O Pedro Proença concedeu-lhes suficiente capital de queixa para, daqui até ao final da prova, se distraírem a pedir sumaríssimos ao Candeias – porra rapaz, menos pá, menos. Também não era preciso tanto, caramba! – e para justificarem abundantemente, como de costume, o inêxito final.
Assim já poderão dizer que estava escrito nas estrelas, que o título que outros vão conquistar é um tributo ao Pedro Proença, e ninguém lhes levará a mal por serem segundos classificados, em vez de primeiros com batota.
Melhor ainda, ninguém vai notar a incongruência das opções do treinador, que ora põe o Ola John, ora quando este está bem, tira-o e lança o Gaitán, e quando este resulta, sai e entra o sacana do Urreta – não me esqueço daquele golo em fora-de-jogo! -, ou deixa de fora, certamente para descansar, o André Gomes, que não levantou a peidola do banco do Paulo Bento, enquanto o João Moutinho faz 90+90 minutos.
Ou que, apesar de colocar como primeira prioridade a liga interna, não consegue deixar de piscar o olho à Liga Europa.
Tudo somado, acho que esta combinação de resultados, se traduzirá para nós num passo decisivo para a conquista do tricampeonato.
Agora, só espero que o nosso jogo apareça por aí, num online qualquer, talvez no Guerreiros da Invicta, para poder vê-lo calmamente, e se for caso disso, acrescentar mais qualquer coisa.
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