Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Quando menos, é mais

05
Dez15

305335_galeria_fc_porto_x_p_ferreira_liga_nos_j12.

Na minha opinião, e friso, na minha opinião, os melhores momentos do FC Porto na temporada passada, aconteceram, quando o Lopetegui, basicamente, se deixou de invenções, e acabou por fazer aquilo, que grande parte dos adeptos reclamavam.

 

Ou seja, quando se deixou de experiências e rotatividades e resolveu estabilizar um onze base.

 

Hoje, aconteceu o mesmo. Atrevo-me a arriscar que a equipa que hoje entrou em campo no Dragão, seria aquela que uma grande porção dos adeptos portistas poriam a jogar de início.

 

Talvez alguns optassem por Tello em vez de Corona, ou por Danilo Pereira em vez do Herrera, mas, no essencial...

 

E aqui, por essencial quero dizer, o mandar para as putas o duplo pivot a meio-campo, e a aposta declarada em dois extremos, que não são extremos, pois jogam por dentro, são interiores.

 

Se é este o modelo de jogo que o homem quer, para quê estar com invenções?

 

Por azar o Paços de Ferreira marcou primeiro. Em boa verdade, o FC Porto também não jogava por aí além.

 

O nosso meio-campo, em conjunto, joga pouco futebol, e a coisa só se compõe quando a bola chega lá adiante aos extremos-interiores. Ainda assim, fomos para o intervalo empatados.

 

E foi merecido. A seguir passámos para a frente, e também foi merecido. Houve falta sobre o guarda-redes no lance do pénalti? Não me parece. Se fosse o guarda-redes a saltar com o pé à frente assinalavam?

 

Quando já imaginava uma substituição tacticamente rocambolesca, do género André André por Marcano, que ia jogar para central, derivando o Martins Indi para defesa-esquerdo, e o Layún, para o lugar do André André, eis que o Lopetegui se limita a trocar este pelo Danilo Pereira.

 

O recém entrado foi jogar para o lado do Rúben Neves e o triângulo do meio-campo passou a ter duas unidades atrás, e o Herrera à frente. A seguir, sai o Brahimi e entra o Tello. Uma troca directa e bem metida. Com espaços para penetrar, o Tello é bem desenrascado que o argelino.

 

Por último,  entra o Evandro para o lugar do Herrera. Talvez para assegurar uma maior capacidade de retenção da posse de bola?

 

Como se vê, tudo muito simples e escorreito, quase linear, sem grandes invenções, e porém, efectivo. Para que mais?

 

Só não correu melhor por flagrante excesso de pontaria na cabeça do Maicon e nas botas do Tello e do Corona, e falta de pontaria nas do Aboubakar e do Herrera.

 

A ideia que fica é que o FC Porto vai em crescendo para Stamford Bridge, ao passo que o Chelsea segue em perda acelerada.

 

E que menos, é mais. Não vale a pena inventar.

São bloqueios senhores, são bloqueios!

26
Mar12

 

Ponto primeiro. Esteve bem durante a semana o nosso treinador, ao trazer de novo à baila, ainda que em resposta a um energúmeno que mais valia deixar ficar a falar sozinho, a questão dos bloqueios, refinando-a.

 

A comprovar esse facto, a reacção descabelada, em mais do que um sentido, do, ao que parece, futuro ex-comunicador-mor do nosso rival mais dado à pantomina. Uma reacção assim ao género dos miúdos que são apanhados com a mão dentro do frasco dos biscoitos:

 

“Em Olhão, João Capela, (…) além de cúmplice do antijogo, mostrou-se um diligente moço de recados do treinador do FC Porto, tantas as vezes e o tempo que dispensou a ver os jogadores do Benfica na grande área do Olhanense, de forma a garantir que não havia “bloqueios” que irritassem o treinador do FC Porto. João Capela bloqueou, isso sim, o jogo e não me parece que tenha sido só ingenuidade”

 

Aliás, consta que o calcanhar de Aquiles do nosso treinador não é o trabalho desenvolvido durante a semana. A questão é em que é que esse trabalho se vem a consubstanciar posteriormente no fim-de-semana (ou à sexta-feira, ou à segunda-feira, quando calha!).

 

Às vezes, faz-me lembrar de mim próprio, quando as avaliações me corriam menos bem. Por norma, até estudava a matéria toda, excepto umas paginazinhas as mais das vezes insignificantes, que, de certeza absoluta, não iam sair no teste.

 

Depois, bem depois, era o que se via. O raio do professor(a) fazia o teste incindir precisamente sobre a matéria dessas, e eu bloqueava. Assim parece o Vítor Pereira.

 

Ponto segundo. Grande parte das discussões futebolísticas que tive com um colega sportinguista, no tempo em que o Sporting ainda dava luta para discutir alguma coisa, terminavam invariavelmente da mesma maneira.

 

Eu a queixar-me de azar, do árbitro, ou de outra coisa qualquer, e ele a retorquir-me: “Em futebol, só contam as que entram”.

 

Aprendera esse argumento com o pai, que era treinador de futebol. Aposto que o Vítor Pereira nunca foi treinado pelo pai do Uva.

 

Bloquear naquela história de que “podíamos ter marcado o segundo, o terceiro, o quarto, não marcámos, e sofremos um. Marcaram no nosso único erro”, não aquece, nem arrefece, e eu até nem desgosto de semi-frio, de chocolate, de morango, de caramelo…

 

Só que, em futebol, não dá. Ou melhor, dá para respostas como a do Henrique Calisto: “Se falham, é problema deles!”

 

 

Ficaram penáltis por marcar? Pois terão ficado. Um para cada lado. E se, para os próximos jogos ultrapassasse-mos este bloqueio do “podia-ter-sido-tão-bom-mas-não-foi”?

 

Ponto terceiro. E porque é que havemos de assacar responsabilidades ao treinador (pronto, pronto, aquela de manter o Defour a meio-campo, obrigando o João Moutinho a recuar para o duplo pivot, num jogo com o Paços de Ferreira e com o Fernando disponível, não foi das melhores, mas enfim…), quando há jogadores que parecem bloqueados, às vezes por adversários reais e outras nos labirintos da sua própria psique?

 

Nos últimos dois golos que sofremos, que, por mero acaso, coincidiram com os empates frente à Académica de Coimbra, e agora com os castores, onde é que andava o Rolando?

 

Desta vez o Maicon estava castigado. E o Mangala? Foi castigo por causa das falhas na meia-final da Taça da Liga, que não alinhou? Se vamos por aí, nos jogos que nos correram mal recentemente, o miúdo francês apenas esteve num deles. O Rolando, em compensação, esteve em todos, e com falhas comprometedoras em dois deles. A titularidade é para manter?

 

Ponto quarto, quinto e sexto. Dentro de tudo, quando se comparam os discursos dos treinadores dos quatro primeiro classificados, não estamos tão mal como tudo isso (ok, eu sei que isso não dá títulos, mas deixem lá. É uma espécie de prémio de consolação).

 

Quando oiço o Sá “socos” Pinto dizer que não viu "nenhum adversário mais forte que o Sporting", desde que assumiu o cargo, causa-me estranheza.

 

No FC Porto é o adjunto (o prof. Rui Quinta), que vai para a bancada para ver outra dimensão da partida. Pelos vistos, lá pela Calimeroláxia parece que é o treinador principal. E ainda por cima deve ter alguma coisa a bloquear-lhe a visão. Na volta fica num daqueles lugares radiofónicos do estádio, de onde nem se vê o jogo.

 

Do lado do mais grande do Mundo dos arredores de Carnide, é o contrário. Parece que desligaram o bloqueador de asneiras. É o treinador que não percebe porque expulsaram o Aimar, artista que não faz mal a uma mosca, desde que ela não lhe vá chocar contra a sola da bota, e que insiste, contra todas as evidências e opiniões contrárias, que não “não treina bloqueios, bloqueios é no basquetebol”.

 

Ora, por aquilo que disse um dos ex-pupilos do Prof. Doutor Rei da Chuinga, eu que joguei basquete durante uns anos, devo ter treinado menos bloqueios na minha vida do que os comandados deste fulano. Vale o que vale.

 

Estes tipos não sabem mesmo o que dizem. É como dizer que “O auxiliar [Tiago Trigo] fica melindrado porque o treinador do (…)ica lhe aponta o erro”

 

É um caso mais do que evidente de bloqueio em face da verdade, bastante usual, de resto, lá para aquelas bandas. Julgava eu que o tal treinador havia feito um juízo de valor sobre a intenção do árbitro auxiliar de assinalar ou não aquele fora-de-jogo.

 

Aparentemente, enganei-me. Eufemisticamente falando, limitou-se a apontar um erro.

 

Neste contexto, tendo em conta que o treinador do SC Braga é um rapaz pacato, que ainda não anda envolvido nestas guerrilhas comunicacionais, há que admitir que o nosso treinador, ao menos falou de algo real, tão concreto e definido como outra coisa qualquer, os bloqueios, agora em versão refinada.

 

Os outros devotam-se a elucubrações fantasiosas, projecções indefinidas e retiradas estratégicas perante a verdade dos factos.

 

Ponto último. Como disse antes, não será grande consolo, pois, mais coisa, menos coisa, agora vemo-nos na posição de, caso o SC Braga vença hoje, no próximo jogo estarmos a tirar pelos da casa, para regressarmos ao topo da Liga.

 

Isto, partindo do princípio que levamos de vencido o Olhanense, com os três ausentes da jornada passada de volta, e o Sérgio Conceição no banco. Há duas épocas, empataram dois a dois no Dragão.

 

Acho que essa é uma posição que nem auxiliado por um kama sutra, com instruções transcritas foneticamente conseguirei assumir.

 

Mal, por mal, oxalá empatem, sempre dá para gerir a ida à Pedreira, partindo do pressuposto de que um empate será um mal menor.

 

Bem, para terminar deixo-vos a minha piada favorita sobre bloqueios, que nem o cabotino especialista na matéria consegue superar…

 

Ambrulha, ó fruto seco!

30
Out11

Parece que, aqui há dias, aquela criatura abjectamente estranha, que escreve num sítio objectivamente apropriado, o Leonor, com a propriedade e o sentido de humor que (não) o caracterizam, tentou, sem grande sucesso, fazer algo que no seu universo esconso, poderia passar por uma piada, atribuindo ao Standar de Liége, o golo marcado pelo Defour ao Nacional da Madeira, pois este seria, de acordo com o bicharoco, "o único proprietário do jogador".

 

Pois bem, ó Leonor, se calhar agora vais querer atribuir ao teu clube o auto-golo do Malgarejo, que, "num lance insólito", segundo o Diário de Notícias, "abriu caminho a um triunfo" do FC Porto?

 

Pimba, the joke is on you, e quem ri por último ri melhor!

 

Ambrulha, ó fruto seco, e piadinhas dessas, venham de lá elas sempre que quiseres, que o teu clube tem jogadores emprestados por aí plantados em tantos campos...

 

 

Coisas que fascinam: O rebanho dos caprinos machos respiratórios (actualizado em 2011.03.24)

22
Mar11

 

 

O FC Porto soma e segue o seu caminho, quase imperturbável. Em termos estatísticos, este jogo não andou muito longe daquilo que havia acontecido nos anteriores, ainda que mais na linha dos jogos disputados fora de casa, que daqueles realizados no Dragão.

 

 

 

 

Por outras palavras, posse de bola acima dos 60%, muito poucos remates, e consequentemente, poucos remates a acertarem na baliza – apenas dois.

 

A diferença para os jogos anteriores centrou-se no facto de que, esses apenas dois remates se saldaram em outras tantas oportunidades de golo, e numa destas a Académica de Coimbra, ao contrário dos demais opositores, logrou mesmo concretizar, e o FC Porto viu-se assim na contingência de ter de dar a volta ao resultado.

 

Para grande azar do Rui Gomes da Silva, e outros iluminados do género, logo havia de ser o Addy a marcar. Logo ele, que até tem contrato com o FC Porto! Não só não se aleijou na véspera, ficando impedido de alinhar, como ainda por cima marcou.

 

Como, de resto, acontecera com o Ventura, o Soares e o André Pinto (o Pedro Moreira esteve no banco, e não estou a contar com o Ivanildo, nem com o Candeias), também alinharam quando defrontámos o Portimonense, ou com o David Simão e o Nélson Oliveira, no jogo da primeira volta, em que o Paços de Ferreira visitou a Cesta do Pão. A malapata foi o Ukra, que logo se havia de lesionar antes do jogo com o FC Porto. Helás!

 

Pronto, pronto, para aqueles que já estão a dizer que houve (mais) um penálti perdoado ao FC Porto, com o resultado em 0-0, tenho a dizer que ainda não vi o lance. Contudo, tendo em conta os comentários de “O Tribunal” de “O Jogo”, fico com a ideia que deve ter sido qualquer coisa entre a grande-penalidade perdoada, já não me lembro em que jogo, por mão do Javi Garcia e a que ficou por apontar, no jogo dos cincazero, e que podia ter dado o seizazero:

 

“ Tribunal de O JOGO

 Não foi Gralha, foram erros

 

Não foi positiva a estreia do árbitro de Santarém em jogos no Estádio do Dragão. Na análise dos nossos especialistas, André Gralha errou ao não assinalar uma grande penalidade favorável à Académica, logo a abrir o jogo, por mão na bola de Rolando na área portista. Entre os 11 erros em 15 análises, Jorge Coroado e Pedro Henriques defendem, por exemplo, que Luiz Nunes deveria ter sido expulso por uma carga sobre Belluschi.

Momento mais complicado

 

2' Grande penalidade por assinalar mão na bola ou bola na mão de Rolando, na área do FC Porto?

Jorge Coroado

- Rolando foi pouco ortodoxo na abordagem ao lance, ocupando espaço indevido com o braço. Desta forma, travou a trajectória da bola, fazendo grande penalidade. Árbitro e assistente assim não o entenderam.

Pedro Henriques

- Rolando tem a mão e o braço completamente fora do plano do corpo, ganhando volumetria e com intenção de ter o braço nessa posição para cortar e tocar deliberadamente na bola. Ficou por assinalar uma grande penalidade.

Paulo Paraty

- É o tipo de lance que nenhum árbitro deseja. Muito difícil decisão. Até compreendo o julgamento do árbitro de Santarém, mas entendo que o braço de Rolando faz volumetria. A grande penalidade justificava-se.”

 

[Finalmente, tive oportunidade de ver a jogada do pretenso penálti cometido pelo Rolando na partida contra a Académica de Coimbra.

 

Sobre esta matéria, recomendo vivamente a leitura do excelente trabalho exibido no "O Porto é o maior, carago!".

 

Parece-me a mim, que não percebo nada disto, que o que se pretendeu a dada altura fazer, foi engendrar um critério que permitisse “objectivar”, o conceito subjectivo de “intencionalidade”.

 

E, de facto, esse critério tem vindo a ser seguido, e bastantes chatices deu, por exemplo, a um dos árbitros do “Tribunal”, Pedro Henriques, por ter assinalado mão do Miguel Vítor, num jogo do mais grande do Mundo dos arredores de Carnide , contra o Nacional da Madeira, e anulado um golo.

 

No entanto, não deixa de ser uma tentativa de desresponsabilizar os árbitros pela(s) decisão(ões), que, racionalmente, nos casos em que tal é possível, deviam tomar.

 

Além disso, é uma interpretação ou um critério de aplicação da lei do jogo, que viola a própria lei, que não o prevê em lado nenhum.

 

Dito isto, à luz desta aberração, seria, de facto, penálti do Rolando. Em face da lei e para os que gostam de futebol, nunca na vida seria grande-penalidade.

 

(actualizado em 2011.03.24)] 

 

Aproveitando que mencionei atrás o Paços de Ferreira, confesso que estava muito curioso para ver qual seria a “gestão do plantel” que o nosso próximo adversário iria fazer. Será que iria lançar a equipa B, como contra o Portimonense, ou a equipa A?

 

Pois bem, continuando a sua coerentemente incoerente gestão de efectivos, o treinador do segundo classificado acabou por lançar em liça a equipa principal, deduzida de dois dos principais jogadores dos últimos tempos: Coentrão e Sálvio.

 

É a tal história da toalha, que umas vezes vai ao chão, e não há nada a fazer, e outras, parece que retoma o seu lugar no toalheiro, que sempre é aquecido.

 

Ora bem, quanto a mim, neste momento o campeonato que o segundo classificado joga é, pura e simplesmente, a Liga do “Vamos ganhar ao FC Porto no próximo desafio”.

 

O nosso ex-principal concorrente ao título, e isto sem ler as estrelas, hipotecou no jogo em casa contra o Portimonense, toda e qualquer ínfima possibilidade que ainda lhe assistisse de revalidar a conquista da Liga alcançada na temporada passada.

 

Na realidade, acredito que a capitulação havia sido assinada há que tempos, aquando da vitória do FC Porto,em Braga. Doutraforma, como entender que há onze dias antes dessa partida, e quatro antes de ir jogar a precisamente a Braga, receba o Sporting, para disputar a meia-final da Bwin Cup, com honras de equipa principal?

 

Aquele discurso de cinco (ou mais) estrelas que se lhe seguiu cheira e não é pouco, a algo cuidadosamente ensaiado, para quando as coisas dessem para o torto. Não foi contra os de Alvalade, saiu após a derrotaem Braga. Oempate a seguir foi apenas a formalização do acto.

 

É claro que, a arbitragem do Carlos Xistra, contra os bracarenses, e o empate contra o Portimonense, adicionaram algum dramatismo à coisa.

 

O que se vai agora assistindo é a mais do mesmo, que se vai vendo desde o início desta Liga Zon Sagres 2010-2011.

 

 

Relembremos. Primeiro as queixas centraram-se no calendário de jogos.

 

Estava pré-definido, e era igual para todos, mas obrigou a um arrancar da temporada mais cedo que o que desejavam, tendo em conta os jogadores envolvidos no Mundial, e especialmente, os que foram transferidos inesperadamente, pelo menos para o treinador, a meia dúzia de dias do início da época. Assim à cabeça, vem-me o nome do Ramires.

 

É claro que a culpa é da Liga, do seu presidente, que é do FC Porto, mas que foi apoiado por aquele clube, contra a vontade dos sócios. Da directora-executiva, por mero acaso, reconduzida no seu cargo, depois do, certamente excelente desempenho na temporada passada. Convém não esquecer também a questão da sede da Liga se situar no Porto, como factor condicionante das boas performances desportivas da equipa.

 

A seguir foram os frangos do Roberto, coitado! …E as arbitragens! Os penáltis a favor roubados na recepção à Académica de Coimbra, que até jogou quase uma parte inteira de jogo com dez jogadores, e marcou o segundo golo, lindo, por sinal, bem mais que o do Gaitán ontem, bem perto do términus da partida, dando mostras de uma resistência notável.

 

Veio então o Olegário, que deu uma boa desculpa para o charivari que se seguiu ao encontro com o Vitória de Guimarães, e para mais queixas relativamente à arbitragem.

 

Os cincazero, que vieram depois, foram culpa de um jogador inspirado, e das bolas de golfe, em suma do ambiente intimidatório, que nem o Ministro da Administração Interna foi capaz de por cobro.

 

O Elmano Santos trouxe de volta o sistema, que aterrou no Dragão no jogo contra o Vitória de Setúbal, mas que voou para bem longe, depois do golo fora-de-jogo e com a mão, em Coimbra, da lavra da equipa do mesmíssimo árbitro madeirense.

 

Daí para diante foram só vitórias, e tudo está bem quando acaba bem. Onze vitórias consecutivas. Curiosamente, agora batidas pelas doze do FC Porto, a que foi dado o enorme destaque, que todos reconhecemos.

 

A derrota em Braga foi mais um momento alto. “Estava escrito nas estrelas”, apregoou o homem que apoiou o presidente da Liga. O Xistra, na sua quase infinita falta de classe, deu a sua ajuda, mas não merecia aquele relatório arrasador do observador, até porque conseguiu prejudicar ambos os emblemas.

 

Com Maxi Pereira, Cardozo e Luisão fora da equipa para defrontar o Portimonense, alguma coisa poderia correr mal. Entra a segunda equipa em cena, e inicia-se a “gestão do plantel”. Era um risco programado, pois a revalidação do título avistava-se por um canudo, e correu mesmo mal.

 

Portanto, como se vê, o Prof. Doutor Rei da Chuinga, assim como o seu homónimo da Nazaré (Nazaré, Palestina), tem vocação, não só para antever que as coisas podem não correr pelo melhor, como para a pastorícia.

 

O nazareno apascentava o seu rebanho de almas tresmalhadas. Este é pastor de um rebanho, que apesar de incluir unicamente caprinos machos, não pára de aumentar ao longo da sua transumância. É como dizia o Jaime Pacheco, são os tais “bodes respiratórios”.


Nota: O Rui Vitória bem pode reclamar que foi prejudicado pelo árbitro, mas aquela parvoíce do Cohéne, logo aos dois minutos não tem desculpa possível. O Artur Soares Dias ainda fez o que pode, só lhe deu o amarelo, mas aquilo era para ir para a rua, de caras.

 

Por momentos fez-me lembrar o Delson, do Olhanense, no jogo do título da época passada. Indesculpável.

 

O Rui Vitória, se se queria demarcar do seu anterior clube, escolheu uma má ocasião para o fazer.

 

Nota2: Não se preocupem pelo excerto do “Tribunal de O Jogo” e com esta história do Rui Vitória. Estou bem, e não me parece que esteja a chocar nada de grave. Deve ser só a Primavera, e o anti-histamínico a funcionar!

O novo léxico futebolístico

04
Nov10

 

 

Depois de ver escarrapachado na capa de um jornal diário o termo “goleada mínima”, para caracterizar a derrota do Olympique de Lyon, por 3-4, chego à conclusão que o linguajar futebolês, tal como a língua portuguesa, está a precisar de um acordo, que vai bem para lá do ortográfico.

 

É compreensível que, dado o momento em que vivemos, seja necessário moralizar e motivar algumas alminhas que têm no próximo fim-de-semana um compromisso inadiável, ainda que não esteja posta completamente de parte, qualquer tentativa obtusa de o adiar. Vocês sabem de quem é que eu estou a falar…

 

Mas daí até um resultado de 4-3 se transformar numa goleada! O clube que marca quatro golos goleia. E o clube que sofre três? Não é goleado? A grande diferença está no golito que vai de três para quatro golos? Enfim…

 

Já todos percebemos que temos que ter algum cuidado na forma como se dizem certas coisas, que, assim de chofre, magoam mentes mais sensíveis. Enquanto que outras, o conveniente é exagerá-las para lá dos limites do ridículo.

 

Compreende-se. Tudo a bem da moral, da motivação, e porque não dizê-lo com frontalidade, da recuperação da tesão de alguns fulanos, que andam por aí para o murchinho ultimamente.

 

Por isso mesmo, tendo em conta os comentários que circulam sobre alguns lances avulsos do último jogo do Paços de Ferreira, deixo aqui a minha sugestão sobre como, eufemisticamente, deveriam ser abordadas essas jogadas:

 

1)     penálti simulado pelo Fábio Coentrão – jogada do tipo “Aimar, Aimar, é cair, e marcar”;

 

2)     falta inexistente sobre o Fábio Coentrão, que leva à expulsão do jogador pacense – jogada “E tudo o vento levou”;

 

3)     agressão do Cachinhos Dourados – jogada em que o atleta de farta cabeleira encaracolada, amavelmente e com risco iminente para a sua própria integridade física, atinge na face com o seu membro superior um oponente, na tentativa esforçada de remoção de um dente cariado que atormentava de sobremaneira este último, pondo em causa a sua performance desportiva;

 

4)  penálti cometido pelo Maxi Pereira – jogada em que o artista, provavelmente filho de mãe de profissão incerta, mas ainda assim inconfessável, projecta o seu antebraço de encontro à zona peitoral do adversário, numa tentativa, de resto, bem sucedida, de demonstrar o acerto da Teoria da Gravidade, da autoria de Sir Isaac Newton (ainda que o dito desconheça por inteiro a Teoria, o Sir Isaac, e tenho as minhas dúvidas quanto à mãe!).


Nota: Texto inspirado por este outro, no Tomo I. A imagem é a mesma, porque não encontrei outra sobre o mesmo assunto. O seu, a quem de direito...

 

 

 

Vai uma aposta?

02
Out09

 

É para este fim-de-semana, e especialmente dedicado àqueles que já estão a mandar bocas ao Jorge Costa, por causa do próximo jogo Olhanense x FC Porto, fica aqui um desafio.

 

 

Tentem lá adivinhar:

 

A quantos minutos de jogo é que o Cardozo vai converter o penálti contra o Paços de Ferreira, na sequência de "falta" cometida sobre o Aimar?

 

A quantos minutos de jogo é que vai ser expulso o primeiro jogador do Paços de Ferreira? E o segundo?

 

Para mim, o penálti e a primeira expulsão vão ser aos 37 minutos de jogo. Até dá para imaginar a jogada: o Danielson espirra na área, o Aimar cai. É castigo máximo e vermelho directo, porque o argentino ia isolado para a baliza, em claro fora-de-jogo.

 

Mas isso não é para aqui chamado.

 

A segunda expulsão vai ser três minutos depois do golo do empate do Paços, que não entra nesta estória, por isso nem vou tentar adivinhar quando será.

 

 


Nota: Desculpem lá olhanenses, mas só espero que o Jorge Costa não se arme em Domingos!

 

 

Antevisão da época 2009-2010, em tons de azul

10
Ago09

No Domingo que passou teve início oficial a época futebolística de 2009-2010, com a vitória do FC Porto sobre o Paços de Ferreira, na Supertaça Cândido de Oliveira, aquela que, como dizia aqui há uns anos, o Manuel Galrinho Bento, se joga “a feijões”.

 
Isto ao nível nacional, porque internacionalmente já contamos com duas equipas encostadas às boxes: o Sporting de Braga e o Paços de Ferreira. Mau começo para o Domingos Paciência em Braga. Vamos lá ver se os bracarenses têm paciência, para além dele!
 
No entanto, nem tudo foi mau na estranja. O Sporting, com um golpe de ombro pastorício, lá conseguiu eliminar o Twente, e agora venha de lá a Fiorentina.
 
Esta antevisão, assim sendo, já vem um bocadinho a destempo, mas, como até me divirto, vai ser interessante lá para Maio, constatar se pesco um coche da bola ou não. Provavelmente se acertar nalguma coisa, passe a modéstia, será por mera casualidade.
 
Obedecendo ao alinhamento prevalecente dos candidatos ao título, e só destes, porque dos outros, tenham dó, cá vai.
 
Benfica. O Sport Lisboa e Benfica é, claramente, o principal candidato ao título da Liga Sagres 2009-2010.
 
Um clube com seis milhões de simpatizantes, que, de entre todos os clubes do Mundo, tem o maior número de associados, ainda que alguns não paguem quotas há mais de 30 anos. Um clube que tem como presidente Luís Filipe Vieira, como responsável pelo futebol, o “Maestro” Rui Costa, e o melhor treinador português, tem que ser o principal candidato ao título.
 
Uma SAD que gasta 20 e não sei quantos mais milhões de euros, em contratações de jogadores, alguns que mal aterram, e assim que o treinador lhes põe os olhos em cima, fazem ricochete, e vão de volta, e que só vende, por algo que valha a pena (dois milhões de euros), um jogador - o Katsuranis, tem que ser o candidato número um ao título.
 
Uma equipa que ganha a Eusébio Cup, sim, a EUSÉBIO CUP, e logo ao grande AC Milan, desculpem lá, mas ainda que a alguns custe a aceitar, é assim mesmo, e não há volta a dar. Especialmente quando os principais adversários, claramente, ficaram na mesma, ou perderam potencialidades.
 
O Sporting tem praticamente a mesma equipa que, nas últimas quatro épocas, se classificou à frente do Benfica. Por isso, dadas as melhorias na equipa da Luz, este ano é que não vão ter hipótese.
 
O FC Porto, à medida que o Benfica ia contratando grandes jogadores, trocou os seus dois melhores jogadores, dizem por aí, por quase uma dezena de jogadores medianos, ou desconhecidos. Também não vai lá.
 
A equipa-base que não deve fugir muito disto: Júlio César; Maxi Pereira, David Luiz, Luisão e César Peixoto; Javi Garcia; Ramires e Aimar; Saviola, Cardozo e Di Maria, tendo em conta o modelo de jogo que Jorge Jesus utilizava no Sporting de Braga.
 
Como se vê, ainda ficam de fora, muitos e bons jogadores: Quim, Moreira, Sidnei, Miguel Vítor, Shaffer, Ruben Amorim, Carlos Martins, Urreta e Yebda (se ficar). E no ataque então, é um deslumbramento: Nuno Gomes, Mantorras, Fábio Coentrão, Keirrison e Weldon.
 
Pergunto-me, tendo em conta as lacunas que foram apontadas ao plantel da época transacta, onde é que param os defesas laterais? Sendo a integração do Luís Filipe uma incógnita, quanto tempo levará o Jorge Jesus até pôr o Miguel Vítor à direita? O David Luiz já fez uma perninha a lateral esquerdo, e muita porrada deu ele nas perninhas dos milaneses, enquanto o Sidnei ganhava tempo de jogo a central.
 
Curiosamente, sai o David Luiz, entra o Shaffer, e faz o cruzamento para o golo. E agora com mais o César Peixoto? A ver vamos.
 
No resto, o Benfica permanece igual a si próprio. O caceteiro-mor, Maxi Pereira, está fora por dois meses, mas tem lá os seus escudeiros: o David Luiz, o Luisão e o Miguel Vítor. É mais do mesmo, com o Javi Garcia a parecer perfeitamente integrado na filosofia de jogo destes colegas, e o Ruben Amorim a continuar a fazê-las pela calada.
 
Uma porradinha aqui, outra ali, mas sempre à sorrelfa, para não dizer à canídeo.
 
Estamos indubitavelmente perante o principal candidato ao título. Sem qualquer discussão.
 
O único contra que vejo, é a possibilidade do Fábio Coentrão ficar no plantel. É que, ficando, dificilmente jogará. Se fosse emprestado, pelo menos contra o FC Porto, haveria de fazer dois jogos do caraças!
 
Admitamos, é muito pouco em contra.
 
Sporting. A equipa do Sporting Clube de Portugal, especialmente depois de ver o jogo fora contra o Twente (o do golpe de ombro do Rui Patrício), parece-me mais fraca do que na época passada. Comparativamente com o Benfica, já se viu que não tem hipóteses.
 
A perda do Derlei, não é fácil de superar. Não pelo muito que aquele jogasse, mas pelo empenho e dedicação que punha em campo, batendo-se sempre com grande abnegação. E, fundamentalmente, pela componente traumática, pré e pós entrada ao lance, que induzia nos adversários, e que os fazia pensar duas vezes, antes de discutirem uma jogada com o “Ninja”.
 
O Romagnoli até era engraçado, e dava umas voltas e reviravoltas giras, quando pegava na bola. Claro está que isto de dar voltas, é como dizia o João Pinto, são 360º, e não se sai do mesmo sítio. Bem, o “Pipi”, acabou por sair, e já não mora em Alvalade. Fico triste e feliz, ao mesmo tempo, porque, tirando os jogos contra o Porto, em que, por burrice do Jesualdo, o dito cujo até conseguia desequilibrar, nos outros jogos, não fazia nada de especial.
 
O Ronny também saiu. E é também uma grande perda, dada a mais valia que constituía para o Sporting na marcação dos livres directos. Já para não falar dos lançamentos laterais. Perdi a conta aos golos que marcou de livre!
 
Os que entraram, não me parecem muito diferentes dos que lá estão. Excepto o Caicedo, que é muito mais forte que o Derlei, e por enquanto, ainda parece distinguir as pernas dos adversários da bola. O André Marques parece integrado no espírito da equipa, e o Matias, até agora parece uma espécie de Romagnoli, sem tatuagens (pelo menos que eu tenha visto), logo, com melhor aspecto. Dá a impressão que tem um estilo de jogo mais perpendicular para a baliza, mas posso estar enganado. A confirmar.
 
Os que ficaram. Os que ficaram continuam a mesma corja de caceteiros que espalhou nódoas negras pelos relvados portugueses na temporada transacta.
 
Na defesa safa-se, por pouco, o Abel, quando não apanha os árbitros distraídos, e mete mãos à bola desnecessariamente. Mas há o Polga, o Tonel, o Daniel Carriço, em plena fase de consolidação, o Pedro Silva, o Caneira, e como se não bastasse, o André Marques, é do mesmo género.
 
No meio do terreno temos esse portento de jogador, que é o Rochembach. Um autêntico rolo-compressor a meio-campo. É um jogador que faz a quadratura do círculo. Ou seja, é tão quadrado, como redondo ao mesmo tempo. No futebol propriamente dito, não há grande coisa a dizer.
 
Faz o lugar. Ou melhor, dada a sua dimensão, futebolística, claro está, faz vários lugares. E distribui fruta abundante e gratuitamente, em todos eles, sendo mais um, quando não o principal cabecilha, da trupe fandanga acima mencionada.
 
Nas segundas partes, surge uma nova variação da quadratura do círculo, e passa a ser um quadrado no grande círculo.
 
Nos jogos contra o Twente, foi substituído, com vantagem, tenho que admitir, pelo Miguel Veloso, que aparentemente, voltou a pentear-se com escova, abandonando o pente, que lhe picava as ideias. Resta saber se é para durar.
 
O Izmailov está de baixa, e o Vukcevic, vendo a equipa que o Paulo Bento pôs a jogar contra o Twente, não tem um lugar garantido. Enfim, são opções.
 
Como o Sporting já fez dois jogos oficiais, acho que é batotice da minha parte propor uma equipa-tipo, até porque não andaria muito longe da oficial: Rui Patrício, se bem que tenho as minhas dúvidas, se não seria de pô-lo no lugar do Postiga; Abel, Polga, Daniel Carriço e Caneira; Miguel Veloso (Adrien); Matias Fernandez (Miguel Veloso ou Izmailov), João Moutinho e Vukcevic; Liedson e Postiga (Caicedo, Yannick ou Rui Patrício).
 
Recuperado o Izmailov, penso que tem lugar na equipa, seja lá onde for.
 
Uma nota para dois rapazes que me agradam de sobremaneira: o João Moutinho e o Pereirinha. Os meus parabéns ao Sporting, pois conseguiu “amorfizar” completamente o João Moutinho.
 
O moço está amorfo, sem chama, desinteressado e desinteressante. Até com pubalgia jogava mais. E se o libertassem mais para a frente? Não seria de aproveitá-lo para organizar jogo, em vez de lhe darem um papel secundário? É só uma ideia parva.
 
Afinal de contas, só andou a carregar com a equipa duas épocas consecutivas, e se foram à final da UEFA, podem agradecer-lhe. Se acharem que não, e que assim como está, está bem, não fico chateado.
 
Ao Pereirinha, falta-lhe aquele golpe de asa, que o torne, pelo menos, candidato a aparecer mais vezes na equipa principal. E se fosse rodando a lateral-direito?
 
O outros. O que é que se há-de dizer do Yannick Djaló e do Hélder Postiga? Boa sorte com a Luciana Abreu, e boa sorte em geral. O Boavista não deve tardar a subir de Divisão, e lá poderá voltar ao Porto.
 
FC Porto. O tetracampeão Futebol Clube do Porto, ou treta campeão, como alguns entendidos na matéria, com toda a propriedade lhe chamam, esta época não tem qualquer hipótese de revalidar o título.
 
Por duas ordens de factores: os externos e os internos. Na frente externa, o Benfica TEM que ser campeão.
 
Não é à toa que se faz um investimento como o que o Benfica fez. Um investimento daquele calibre, feito cirurgicamente, quando o Porto perde dois dos seus pilares da equipa, não é feito só para hipotecar futuras receitas, e comprometer as hipóteses de aparecimento de candidatos à liderança do clube, que agora, até a eleições já têm a desfaçatez de apresentar-se.
 
Não, um investimento daqueles tem que ter retorno desportivo, e imediato. E isso, exige a conjuração de todas as forças possíveis e imaginárias, ou, tão simplesmente, a vitória do PSD nas próximas eleições, que assegure a continuidade, e eventualmente, potencie a desfaçatez e a falta de vergonha que campeia na Liga de Clubes.
 
Na ordem interna, no FC Porto, tal como na última temporada, continuam a denotar-se diferenças perigosas de comportamento face aos adversários directos, que ainda não comprometeram irreversivelmente as suas aspirações, mas que mais tarde ou mais cedo, acabarão por fazê-lo. Neste caso, aposto que é mais cedo.
 
Os jogadores do FC Porto, quando comparados com uma grande parte dos jogadores do Benfica e do Sporting, são uns anjinhos. Não fazem mal a uma mosca. São incapazes de dar um porradão bem dado a um adversário. Ainda agora com o Paços de Ferreira, se tornou a ver mais do mesmo.
 
Um jogador como o Hulk, com um corpanzil daqueles, leva porrada e fica a reclamar com o árbitro? Para quê? É na jogada a seguir afinfar uma pantufada no adversário, e pronto. Assunto arrumado.
 
Tirando o Bruno Alves, o FC Porto não tem jogadores que façam concorrência aos caceteiros do Benfica e do Sporting. É bem certo que os árbitros não são tão complacentes com o FC Porto, nesse tipo de situações. Mas, por favor, observem os adversários. Vejam o Polga, o Caneira ou o Ruben Amorim, e vejam como isso se faz, disfarçadamente e pela calada.
 
Este é, quanto a mim, o principal óbice do FC Porto. Ainda não vi jogar o Prediger. Espero que o apodo de “El Perro”, signifique alguma coisa.
 
Este ano, com a contratação do Beto, já se pode introduzir um outro tipo de rotatividade entre os guarda-redes. O Helton joga a Liga, o Nuno, as Taças, e o Beto, os jogos internacionais. E assim evitam-se as palhaçadas do Helton, nos jogos internacionais.
 
Na defesa, o Fucile, apesar das intermitências mentais de que parece padecer ao longo do jogo, deve ser titular, porque o Sapunaru… Enfim, o Sapunaru é como dizem os americanos: “The ligths are on, but no one’s home”. Futebolisticamente falando, é claro. Aquela tirada do Fucile, de que o FC Porto se alimenta de conquistas, valeu-lhe o lugar. E merece-o, porque demonstrou que sabe onde está.
 
O Bruno Alves, depois do golo que ofereceu na meia-final da Peace Cup, parecia ter resolvido definitivamente a questão da saída do Porto. Se bem que, com o golo que marcou ao Paços de Ferreira, não sei, não.
 
Ná, não há olheiros de equipas estrangeiras a assistirem à Supertaça portuguesa, quando em Inglaterra se jogou a Community Shield. E ainda para mais contra o Paços de Ferreira!
 
O Rolando é o exemplo acabado do jogador que não faz mal a uma mosca. Joga, sim senhor. Até acerta mais do que falha, mas é duma moleza confrangedora. Falta-lhe chispa, uma centelha, um click, que o faça impor-se com arrogância, e dizer: “este espaço é meu!”. O Pepe, em termos físicos, não deve andar muito longe, e vejam lá se não arreou os dois patassos, e mais uns quantos secos no outro gajo!
 
Enquanto o Rolando não ganhar porte, tenho muita pena, mas não acho que seja jogador para ser titular do FC Porto. Vamos lá ver o Nuno André Coelho e o Maicon.
 
O Álvaro Pereira, honra seja feita à prospecção de jogadores do Benfica, caiu que nem uma luva na lateral esquerda.
 
No meio-campo, gostava de ver o Raul Meireles a fazer, não de Lucho, mas de organizador ou lançador de jogo. Mas isso colocava um problema: e depois, quem é que fazia de Raul Meireles?
 
Desde que não seja o Mariano Gonzalez a fazer de Lucho, como o Jesualdo Ferreira ensaiou, num pesadelo qualquer no passado, talvez um dos novos, o Belushi ou o Valeri, faça o lugar.
 
Uma coisa é certa, com a saída do Lucho Gonzalez, o FC Porto ganhou uma mobilidade no meio do terreno, que com o “El Comandante” era inimaginável. Ele não se mexeu durante duas das cinco épocas que cá esteve, nomeadamente na última, que acabou com aquela lesão providencial.
 
Por isso, por aí, desenganem-se se pensam que o meio-campo do Porto ficou mais fraco com a saída do Lucho.
 
No ataque, o Hulk é indiscutível. Vamos ver se entretanto, não vem de lá o Chelsea com um camião de dinheiro, e o leva para Londres.
 
O Silvestre Varela pode, a espaços, fazer de Lisandro López. Só tem é que ser chato, e insistente na forma como pressiona nos adversários, porque marcar golos, isso foi coisa que o Lisandro também só fez quando namorou a Marta Leite Castro.
 
E longe de mim querer insinuar o que quer que seja, quanto a namoricos…
 
No centro, o Farías continua aquela coisa esquisita, macambúzia, com um penteado pouco ortodoxo, mas marca golos, e ao Falcao, já lhe vi uma jogada muito interessante. Parece é que foi a única que fez!
 
E falta o Cristián Rodriguez. Macacos me mordam, se de entre o Cristián, o Varela, o Hulk, o Farías e o Falcao, não dá para aproveitar qualquer coisa de jeito.
 
Portanto, em termos globais, não me parece que o FC Porto esteja assim, taaão mais fraco, que na época passada. Tem muitos jogadores novos. Isso é verdade. Vai ser complicado integrá-los todos. Tudo bem.
 
Mas é uma pena que o alinhamento estelar e que Saturno na quinta casa do Caranguejo, não permitam a esta equipa lutar pelo título, de igual para igual com o Benfica. Havia de ser um belo campeonato!
 

Assim, como assim, mais valia fazer aquilo que propus aqui há tempos, mas em relação ao FC Porto: entreguem esta época a vitória na Liga ao Benfica, e passemos à seguinte, de preferência, em pé de igualdade.