Na minha opinião, e friso, na minha opinião, os melhores momentos do FC Porto na temporada passada, aconteceram, quando o Lopetegui, basicamente, se deixou de invenções, e acabou por fazer aquilo, que grande parte dos adeptos reclamavam.
Ou seja, quando se deixou de experiências e rotatividades e resolveu estabilizar um onze base.
Hoje, aconteceu o mesmo. Atrevo-me a arriscar que a equipa que hoje entrou em campo no Dragão, seria aquela que uma grande porção dos adeptos portistas poriam a jogar de início.
Talvez alguns optassem por Tello em vez de Corona, ou por Danilo Pereira em vez do Herrera, mas, no essencial...
E aqui, por essencial quero dizer, o mandar para as putas o duplo pivot a meio-campo, e a aposta declarada em dois extremos, que não são extremos, pois jogam por dentro, são interiores.
Se é este o modelo de jogo que o homem quer, para quê estar com invenções?
Por azar o Paços de Ferreira marcou primeiro. Em boa verdade, o FC Porto também não jogava por aí além.
O nosso meio-campo, em conjunto, joga pouco futebol, e a coisa só se compõe quando a bola chega lá adiante aos extremos-interiores. Ainda assim, fomos para o intervalo empatados.
E foi merecido. A seguir passámos para a frente, e também foi merecido. Houve falta sobre o guarda-redes no lance do pénalti? Não me parece. Se fosse o guarda-redes a saltar com o pé à frente assinalavam?
Quando já imaginava uma substituição tacticamente rocambolesca, do género André André por Marcano, que ia jogar para central, derivando o Martins Indi para defesa-esquerdo, e o Layún, para o lugar do André André, eis que o Lopetegui se limita a trocar este pelo Danilo Pereira.
O recém entrado foi jogar para o lado do Rúben Neves e o triângulo do meio-campo passou a ter duas unidades atrás, e o Herrera à frente. A seguir, sai o Brahimi e entra o Tello. Uma troca directa e bem metida. Com espaços para penetrar, o Tello é bem desenrascado que o argelino.
Por último, entra o Evandro para o lugar do Herrera. Talvez para assegurar uma maior capacidade de retenção da posse de bola?
Como se vê, tudo muito simples e escorreito, quase linear, sem grandes invenções, e porém, efectivo. Para que mais?
Só não correu melhor por flagrante excesso de pontaria na cabeça do Maicon e nas botas do Tello e do Corona, e falta de pontaria nas do Aboubakar e do Herrera.
A ideia que fica é que o FC Porto vai em crescendo para Stamford Bridge, ao passo que o Chelsea segue em perda acelerada.
E que menos, é mais. Não vale a pena inventar.
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