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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

No news is bad news, (some) news is good news

18
Jul16

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Antes de avançar, confesso que fiquei surpreendido com a falta de ritmo e o cansaço manifesto de uma valente parte dos nossos rapazes, senão todos.

 

São 18 dias de trabalho, não dava para mais?

 

Estarei porventura a ser demasiado exigente, pois também não sei qual era a temperatura à hora do jogo, mas, dos resumos que vi dos nossos rivais, pareceram-me estar numa rotação mais acelerada.

 

É bem certo que vi apenas resumos, e que os jogos foram quase todos nocturnos, ao contrário do nosso.

 

Quanto ao jogo e à equipa, um onze inicial e uma primeira parte a fazer lembrar tempos recentes, de má memória.

 

A única novidade, para lá dos nomes foi o André Silva a descair no flanco direito.

De resto, o erro defensivo do costume no golo adversário, o meio-campo que pouco ou nada constrói, e o trinco perdido. Algumas iniciativas individuais e um passe do Josué.

 

O Herrera a adiantar-se, sendo o quarto homem a pressionar a saída de bola contrária, porém, uma pressão desmiolada e desconexa, com o Josué a vir também para o meio, mais para fazer número, que outra coisa qualquer.

 

Tudo sem grandes resultados. Com estes alemães, não se revelou dramático, com uma equipa mais capaz ofensivamente, poderá facilmente sê-lo.

 

Na segunda parte, o trio de meio-campo Rúben Neves, Herrera e Josué, deu inicialmente lugar à tripla Rúben, André André e João Carlos Teixeira, e posteriormente, logo após o golo de André Silva, a um quarteto com Corona, André André, João Carlos Teixeira e Otávio, sem um trinco declarado.

 

E foi nesta altura, com esta composição, que as coisas pareceram equilibrar-se.

 

Por azar, os homens mais avançados eram então, um Hernâni, rápido, mas trapalhão, e Quintero, um bom exemplo do que disse sobre a falta de ritmo.

 

Dos jogadores individualmente, é impossível ficar indiferente a André Silva. O melhor da primeira parte, e um golo bem merecido.

 

Herrera igual a si próprio, e Josué a pouco acrescentar. As iniciativas individuais estiveram, como é hábito, a cargo do Brahimi, e Aboubakar, essencialmente, azarado.

 

A defesa, guarda-redes incluído, regular.

 

Depois do intervalo, Varela bastante razoável a defesa-direito, depois da tentativa de Peseiro de fazê-lo um dez, e Alex Telles, juntamente com João Carlos Teixeira, a serem os únicos aa querer escapar do síndrome generalizado de falta de ritmo.

 

Pouco André André, e João Carlos Teixeira melhor quando jogou mais adiantado, do que quando fez dupla a meio-campo com o André André.

 

Otávio, a descair para a esquerda, e um desperdício, tal como André Silva à direita. Ou muito me engano, ou vai merecer estar muito mais em jogo.

 

Ao contrário, por exemplo, do Quintero. O Hernâni é, nos dias de hoje, o nosso único extremo, rápido e vertical, que nada tem que ver com a lopeteguice de Corona e Brahimi, sempre prontos para entrar da ala para o meio.

 

Ou seja, gostei do André Silva, do AlexTelles, do João Carlos Teixeira, apesar de me fazer lembrar o Dani, na forma como corre e como toca a bola, e do Otávio.

 

Os piores, sem dúvida, Quintero e o meio-campo da primeira parte, Rúben incluído, se bem que, nem sempre por culpa própria.

 

Quanto aos demais, nada de mais, regulares apenas.

P'ra começo de conversa, em tons de castanho

19
Jul15

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Uma concentração de 15.000 motards, mais outros tantos curiosos, uma tarde ventosa e a gravação do "Toy Story 2", deram-me as escapatórias necessárias para ver o nosso segundo jogo da pré-época, contra o Duisburgo.

 

Do ponto de vista defensivo, as coisas parecem estar quase estabilizadas. A defesa, certamente não andará muito longe de: Casillas; Maxi Pereira, Maicon, Marcano e Alex Sandro, embora de início tenha alinhado o José Angel.

 

Este e o Martins Indi, serão as primeiras opções, no caso de lesão de algum titular, e o Ricardo Pereira não terá outro remédio senão meter na cabeça que é lateral, ou sopas.

 

A única dúvida será apenas se o Alex Sandro fica ou não, mas de resto, tudo parece a caminho da consolidação, a que se somam as presenças do Danilo e do Imbula, a meio-campo, que são meninos que, quando toca a defender, não se fazem rogados.

 

No entanto, se defensivamente não serão muitas as incertezas, já para diante não é tanto assim. Fundamentalmente por dois motivos: a necessidade de encontrar um, ou dois, sistemas tácticos que compatibilizem as respostas a dar nos jogos a nível interno e nos das competições europeias, e a presença do Bueno.

 

A solução proposta para o onze inicial deste jogo, uma espécie de 2 x 1 assimétrico, em que o Danilo assume claramente a posição 6, o Imbula faz a 8, e é um box-to-box, essencialmente de transporte, e o 10, o Bueno, é muito mais um segundo avançado, a surgir nos espaços deixados pelo ponta-de-lança, do que um médio, gera pouco futebol no centro do terreno.

 

Poderá funcionar a nível interno, contra equipas mais pequenas, mas contra maiores ou a nível internacional, em que se revele necessária alguma contenção, parece curto.

 

Seja qual for o esquema escolhido, a presença de Danilo, à primeira vista, parece incontornável. É o único 6 de origem, e é onde rende melhor. Foram ainda experimentados nessa posição o André André e o Rúben Neves.

 

O André André só o vejo a jogar ali, a nível interno, contra equipas que pouco atacam, assim como um trinco à Pirlo. O Rúben aproxima-se mais, mas o Danilo será, quase de certeza a primeira opção.

 

Para os outros dois lugares, entraram na segunda parte Sérgio Oliveira e André André. Foi notório que com estes dois há futebol, outro futebol! Só que será de crer que algum destes dois vai sentar um Imbula, que custou 20 milhões? Ou mesmo um Herrera, caso fique por cá? Duvido.

 

E ainda falta o Bueno nesta equação. Se a predilecção do treinador por disposições assimétricas, fizer dele um titular da equipa, a solução do meio-campo estará encontrada, e será a deste jogo, com o Varela como um extremo, que baixa mais que o colega do lado contrário, metendo-se para dentro, para cobrir as entradas do Bueno.

 

Os senãos desta opção, parecem-me ser, já o disse, o pouco futebol produzido pelos centro- campistas, que tem sido, quanto a mim, a nossa maior pecha desde os tempos de Vítor Pereira, e que poderá revelar-se particularmente problemático em jogos de maior grau de complexidade.

 

E, além disso, o próprio Bueno, deu nas vistas ao serviço do Rayo Vallecano pelos golos que marcou, por ser um finalizador, e não propriamente por ser um número 10. Sérgio Oliveira, André André ou mesmo o Brahimi, parecem muito mais talhados para essa função.

 

Ou seja, teríamos então, para consumo interno básico, o meio-campo de hoje, e para jogos a doer, qualquer coisa como: Danilo, Imbula e um terceiro elemento, dos três atrás mencionados.

 

Isso significaria sentar homens como Herrera, Rúben Neves, André André ou Sérgio Oliveira, e Evandro.

 

Para o Brahimi de hoje, haverá sempre lugar na equipa, portanto, se não alinhar como médio, fá-lo-á de certeza como extremo.

 

E assim passamos para o ataque, também ele assimétrico, como convém, mas onde, para além do internacional argelino, Tello deverá ter a presença garantida.

 

Quanto a pontas-de-lança, ainda é cedo para tirar conclusões. No entanto, para já, se ficarmos como estamos, com Aboubakar, Gonçalo Paciência e André Silva, não ficaremos mal. Como se viu, há mais quem marque golos, e isso é o mais importante.

 

Tudo somado, temos um meio-campo para resolver.

Breve resenha das grandes vitórias da época 2012/2013

06
Set12

Esta, como o próprio título indica, é apenas uma breve resenha, porquanto com o que levamos de época – 4 jogos oficiais – não há ainda muito a registar.

 

No entanto, há um clube que, muito claramente, se distancia dos seus rivais. Ora senão, reparem:

 

Clube mais grande do Mundo dos arredores de Carnide:

 

 - aprovação pela Assembleia da República a criação do Tribunal Arbitral do Desporto, apenas com os votos do Partido Socialista, e a abstenção dos demais partidos.

 

Talvez não se recordem, mas a ideia da criação deste Tribunal, surgiu muito por força da necessidade de se evitarem decisões contraditórias entre os Conselhos de Disciplina da Liga de clubes e de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol, como, por exemplo, no caso do Hulk e do Sapunaru.

 

O Governo da altura, do Partido Socialista, entendeu por bem criar uma comissão para a para justiça desportiva, que se dedicasse ao estudo de alternativas susceptíveis de “promover uma adequada conexão entre a Justiça e o Desporto”, podendo “conduzir à criação de um tribunal desportivo”.

 

Por mera coincidência, era na altura Secretário de Estado da Justiça, João Correia, o conhecido causídico benfiquista que patrocinou a derrota do seu clube e do Vitória de Guimarães, na tentativa de excluir o FC Porto da Champions.

 

Quem esteve para fazer parte desta comissão, foi o nosso conhecido Ricardo Costa, acabado de terminar o seu mandato na Comissão de Disciplina da Liga, mas cujo nome foi vetado, sabe-se lá porquê, por Laurentino Dias. Demasiada bandeira?

 

Enfim, o Tribunal aí está, um tanto ou quanto a destempo, e vai funcionar sob a égide do Comité Olímpico.

 

Uma vitória, sem dúvida;

 

- a Eusébio Cup;

 

 

 

 

- a agressão do Mona Lisa ao árbitro alemão, ainda por punir.

 

Quando nos lembramos que o Hulk e o Sapunaru, por algo que apenas alguns viram, foram suspensos preventivamente, e agora, perante qualquer coisa que, apenas alguns não querem ver, não há suspensão, é uma vitória, sem dúvida.

 

Quando notamos que o Ricardo Costa não lhe aplicou um sumaríssimo, aquando da agressão ao jogador do Nacional da Madeira, na Taça Lucílio, porque o Olegário Benquerença o havia apenas amarelado, e agora, com o cartão a ficar quedo na mão do árbitro, também ele caído por terra, sem qualquer admoestação que se conheça, nem sombra de sumaríssimo, é uma vitória, sem qualquer margem para dúvida;

 

- o castigo de 15 dias aplicado ao tratador de cavalos, que por um incrível acaso do destino, termina mesmo antes do próximo jogo da sua equipa.

  

 

 

Uma vitória esperada, ainda assim uma vitória digna de registo;

 

F.C. Porto:

 

- o Troféu Pedro Pauleta;

 

 

 

 

- a Supertaça Cândido de Oliveira;

 

 

 

Uma vitória, sofrida, mas sempre uma vitória. A quarta consecutiva;

 

- Pinto da Costa ilibado de branqueamento e crimes fiscais;

 

Aqui não é tanto uma vitória nossa, mas mais uma derrota da Dr.ª Maria José Morgado. Mais uma entre tantas.

 

Como também se ganha por demérito do adversário, é sempre uma vitória.

 

S.C. Braga:

 

- acesso à fase de grupos da Champions League;

 

 

 

Por este breve resumo pode-se facilmente constatar que há um clube que supera claramente os demais.

 

A nós, do ponto de vista desportivo, as coisas não nos têm corrido mal. O Eusébio e o Pauleta foram dois grandes avançados, cada um na sua época, mas é sempre meritória uma vitória nos troféus que os homenageiam, ainda que o Santa Clara não seja o Real Madrid, acabadinho de chegar de férias. E temos a Supertaça.

 

Na área da justiça, propriamente dita, também não estamos mal, como é, de resto, nosso apanágio.

 

O pior é mesmo na justiça desportiva, onde o nosso mais directo oponente triunfa por 3-0. Por coincidência ou não, o equivalente ao resultado convencionado para as faltas de comparência.

 

Sintomático.

Uaaaaá! O quê?! Já acabou?

05
Ago12
 

 

 

E pronto, estamos formalmente apresentados. Resta saber de quem foi o prazer...

 

Com o Miguel Lopes na direita da defesa, apesar de também não ser exímio a defender, ganhámos consistência em relação aos jogos em que por ali andou o Djalma. Sem desprimor para este, que aquela não é, sem dúvida a sua posição.

 

No centro, Maicon e Otamendi estão de pedra e cal, e nas vezes em que este último se deixou ultrapassar, estava lá o Mangala, a fazer um jogo bastante bom no lado esquerdo da defesa. Desta maneira, nem toda a polivalência do Sereno é capaz de ser suficiente para lhe garantir um lugar no plantel.

 

Olhando para a defesa, quer-me parecer que está encontrada aquela que será a nossa imagem de marca neste arranque de temporada, aliás, o próprio treinador, já o deu a entender: consistência defensiva. Aguentar defensivamente o embate dos primeiros jogos, pelo menos até o plantel estar completamete definido, e partir daí para a afinação dos processos ofensivos.

 

Se assim for, vamos ser confrontados com um adversário, o mais directo, que tem nos seus quadros, do meio-campo para diante, p'raí trezentos e cinquenta jogadores, o que lhe vai permitir entrar na máxima força, e sem ter de se preocupar em fazer aquilo que não sabe, a gestão do plantel. Há pois que ter calma.

 

O nosso meio-campo, pese embora toda a boa vontade do Fernando, e alguns bons passes do Defour e do Lucho, também não ajuda grandemente, muito por força de uma deficiente ligação com os homens do ataque. Por exemplo, ontem vimos passes de ruptura, tanto do belga como do argentino.

 

Mas esses passes foram quase todos para o Atsu, que até lhes deu sequência, quase sempre bem, e dos seus pés nasceram as jogadas de maior perigo, mas tornou sempre a endossar a bola para o centro da área ou para trás.

 

Nenhum daqueles passes dos médios foi directamente para a zona de finalização. O único passe a rasgar para o Jackson Martinez, de que me recordo, acabou por dar origem a um remate deste, descaído para a direita, e nunca em posição frontal à baliza.

 

A entrada do João Moutinho não trouxe grandes novidades. O Defour recuou para trinco, e até continuou a fazer uns passes bem medidos, e o Lucho entrara em contagem decrescente para a saída.

 

Depois, foi a entrada quase em seguida do Silvestre Varela e do Djalma, para as alas do ataque. Estes dois, jogando mais à base da velocidade e do físico, são por excelência os nossos homens para as transições rápidas. Como estas não fazem parte do nosso léxico táctico, o meio-campo acabou por aí.

 

É escusado pô-los a jogar em simultâneo, e espero que tal não seja necessário, porque viu-se que perdendo um elemento criativo à frente, como o James ou o Atsu, ficamos com o ataque reduzido a zero.

 

O Castro ainda ensaiou umas variações de flanco, mas variou pouco o flanco, e foram quase sempre para a direita, e o Jackson Martinez, mostrou alguns pormenores.

 

Foi pena a lesão do Sereno, que acabou, no entanto, por permitir a entrada do Iturbe a um minuto do ou dois do fim. Ao que parece, um castigo por instantes antes do jogo ter andado a brincar com o twitter.

 

O Álvaro Pereira é que não teve oportunidade de levantar o traseiro do assento. Nem para aquecer. Esta filosofia dos castigos e dos jogadores encostados, é coisa que não me entra na cabeça.

 

Por mais voltas que dê, não consigo concordar com o que comentou o Bruno Prata durante o jogo, e com aqueles que entendem que esta situação é um prejuízo para o clube e para o jogador.

 

O jogador, mais dia, menos dia, sai do clube e vai para outro ganhar tanto ou mais ainda do que está a auferir por cá. O clube, por sua vez, vai ter de o vender por tuta e meia, se não quiser ficar com ele a servir de bibelot no banco de suplentes.

 

O mais interessado em resolver a situação será sempre, quanto a mim, o clube, e neste caso, é o que menos se vê fazer para isso. Se é para castigar. castigue-se de uma vez por todas, e acabem-se com estas meias tintas e pseudo-humilhações públicas.

 

Bem, no próximo fim de semana é a sério. Numa semana é capaz de não se alterar muita coisa, mas pode mudar alguma coisa. Haja esperança.

 

         

   

Santa Clara(mente) falando

30
Jul12

Ultimamente, não tenho tido muito tempo para ver futebol, propriamente dito, quanto mais para escrever sobre o assunto.

 

Aliás, se leram os últimos textos, terão certamente reparado que tentei fugir do tema, tanto quanto possível.

 

Pudera. Das seis partidas que vão jogadas na nossa pré-época, apenas consegui seguir o jogo contra o Santa Clara. Dos outros, apenas o que foi aparecendo nos resumos, e os golos. E alguns deles, que golos! Impressionantes os do Maicon, pela raridade, e brilhante o do Iturbe.

 

Portanto, tudo aquilo que se segue tem por base, fundamentalmente, o que consegui observar no jogo contra os açorianos.

 

 

 

Naquele (re)encontro de cunhados, a pretexto do Troféu Pauleta, o que mais me surpreendeu pela positiva foi a consistência revelada pela nossa equipa, principalmente do ponto de vista defensivo.

 

Digo isto porque, a bem dizer, levamos quase uma pré-época inteira com as faixas laterais da defesa ocupadas por duas adaptações, o que poderia propiciar algum desconforto. Mas não.

 

É bem certo que os adversários foram o que foram, e que são apenas treinos, como disse o Mourinho, depois de levar cinco. Mas ainda assim, até Valência, foram cinco jogos e cinco vitórias, sem sofrer golos. Noutros sítios, seria o título da Liga, da Taça da dita cuja, e da Champions, já ali ao virar da esquina!

 

Contra os insulares, gostei de ver o Fabiano. Pareceu-me, quando o vi jogar em Olhão, e continua a aparentar ser um muito razoável guarda-redes. Até talvez demasiado bom, e principalmente, demasiado jovem, para ficar uma época inteira à sombra do Helton.

 

O puto Kadú entrou nesse jogo, e fez logo uma defesa para a fotografia. Na baliza parece-me que estamos bem servidos se ficarmos com o Helton, o Bracalli, para o que der e vier, e o miúdo ou outro da equipa B à espreita.

 

Na lateral-direita não me agrada ver o Djalma. Lá porque o Coentrão deu resultado, até parece que agora têm de nascer debaixo das pedras extremos que dêem bons defesas.

 

O Djalma não é suficientemente forte defensivamente, o que, se a outra equipa alinhar com três avançados exige uma atenção redobrada ao médio que cai para aquele lado, ou do trinco. Num meio-campo com o Lucho Gonzalez, talvez seja uma sobrecarga excessiva para os outros dois elementos.

 

O regresso do Miguel Lopes em Valência, leva a crer que será a alternativa mais fiável ao Danilo. A parte chata é que, também o Miguel Lopes, a defender não é aquilo a que possa chamar um primor de segurança. O golo do Valência, apontado na pequena—área ou lá por perto, pareceu-me resultar de uma falha de marcação sua.

 

Os centrais estão encontrados. O Otamendi e o Maicon são, sem dúvida os esteios daquele sector. O Rolando, quanto a mim, pode ir fazendo as malas, ou preparar-se para passar muito tempo sentado, e o Mangala, terá que ter paciência, mas será sempre a terceira opção.   

 

Para quarto central, ao contrário de muitas opiniões, ficaria com o Sereno. Gostei de o ver contra o Santa Clara, nos poucos minutos que fez a posição ao lado do Rolando. No entanto nem é tanto por aí.

 

É mais pela preocupação em relação à lateral-esquerda, quem possa lá jogar, e pela possibilidade de, numa emergência, o Sereno poder fazer o lugar.

 

Aí a coisa afigura-se mais complicada que do outro lado. Partindo do princípio que o Álvaro Pereira será descartável, restam o Alex Sandro, o Emídio Rafael e o David Addy.

 

Pelo que até à data, deu para ver do Alex Sandro, deixá-lo sem concorrência poderá constituir meio-caminho andado para que baixe a guarda. Conviria ter alguém a espicaçá-lo, que, admito, não será o Sereno, como também não serão o David Addy ou o Emídio Rafael, este caso recupere.  

 

O David Addy, por muito bom rapaz que possa ser, sinceramente, não acho que chegue para ficar no Dragão. Equipa B? Será que aceita?

 

No meio-campo, gostei de ver o Fernando. É raro não gostar. Esteve mais participativo, e a transportar com frequência a bola, naquilo a que agora chamam a primeira fase ou primeiro momento de construção do ataque.

 

Ou por outras palavras, aqueles três primeiros passos que dá com a bola dominada, na direcção do meio-terreno contrário, para depois servi-la a um dos outros médios, ou enviá-la em passe vertical para o ponta-de-lança de serviço, evitando que o ataque principie num chuto para a frente do Maicon.

 

Continua a preocupar-me que ainda não tenhamos um suplente à altura para este rapaz.

 

Quanto aos outros dois, o grande problema do Defour, é o mesmo de quase todos os médios deste Mundo, excepto um: não é o João Moutinho.

 

No mais, é um jogador de equipa. Não é uma primeira figura, para isso está lá o Lucho Gonzalez, mas também, nunca o vi ser dos piores em campo. Quando as coisas correm mal à equipa, não é ele que irá certamente levá-la às costas, quando saem bem, integra-se e é capaz de fazer umas coisas interessantes.

 

Do Lucho, todos sabemos que não regressou tanto pelo que possa jogar, mas pelo que faz jogar, e pela capacidade de impor a sua voz de comando, dentro e fora do relvado. Ainda assim, esperam-se sempre uns bons sessenta minutos em cada jogo.

 

Desde que a partida se resolva nesse período, tudo bem, se não, quais são as alternativas?

 

No meio-campo da época passada, seria o Defour. Para já, temos o Castro, ou o tal duplo pivot, que também foi ensaiado contra o Santa Clara, com o Kelvin para diante, à frente do João Moutinho e do referido Castro.

 

Admitindo-se, neste caso, a hipótese do Danilo jogar numa das duas posições mais recuadas do triângulo, e mesmo ficando o Castro por cá, ainda é curto.

 

No ataque, temos gente e temos qualidade. No entanto, sendo a manutenção do Hulk a única dúvida, em caso de saída, o que há, como diria a minha Avó, tem avonde para consumo interno, para a Champions, tenho dúvidas.

 

Dos novos, o Atsu não é para mim novidade. Está a encher-me as medidas e confirmar as minhas expectativas.

 

 

Sobre o Kelvin, tenho lido e ouvido muita coisa. Que é “brinca na areia”, que tem talento, mas não tem maturidade competitiva suficiente, que se desinteressa dos lances, que lhe falta garra, que deveria rodar emprestado mais uma temporada, ou ir para a B.

 

Todas elas visões a considerar, sem dúvida, e por incrível e muito pouco coerente que pareça, até concordo com quase todas elas, excepto a parte do ser emprestado ou ir para a B.

 

Na minha opinião, mais do que o talento, o Kelvin tem uma boa percepção do terreno de jogo, do seu posicionamento no dito, e do dos colegas. Depois, tem, de facto, a tal componente técnica de “brinca na areia”, que lhe permite fabricar passes açucarados, como na triangulação Atsu-Kelvin-Castro, do terceiro golo contra o Santa Clara.

 

Por mim, depois daquela jogada, ficavam os três na equipa principal. E é aí que me parece o lugar, também do Kelvin.

 

Passo a explicar. Se em Vila do Conde, com todos os defeitos que lhe apontam, fez vinte e sete jogos, será que sendo novamente emprestado ou indo para a equipa B, não acontecerá o mesmo?

 

Ou seja, dada a sua qualidade, o puto vedeta, por muitos erros que cometa, o mais provável é que continue a jogar, e dificilmente se corrigirá.

 

Não seria preferível, digo eu, mantê-lo no plantel principal, fazê-lo crer que tem mesmo hipóteses de entrar no onze, dar-lhe um cheirinho, fazendo-o entrar de vez em quando, para que compreenda que está nas suas mãos, desde que se esforce, e quando não o fizer…ala, uns joguitos de castigo no banco!

 

Dá-me ideia que seria a melhor forma de o fazer crescer como jogador. Mas não queiram fazer dele um extremo, porque ainda é menos extremo que o James, e por outro lado, é mais matreiro e tecnicista do que este. Se se coloca a hipótese de por o James a jogar atrás do avançado-centro, esse será o lugar natural do Kelvin.

 

Quanto aos restantes, sendo o Jackson Martinez para rever, restam uma dúvida e uma preocupação. Valerá a pena ficar com o Kléber e o Janko?

 

Começo a ter sérias dúvidas. O Kléber depois dos golos iniciais contra o Servette, um pouco à imagem da pré-época da temporada passada, tornou a desaparecer.

 

A manutenção dos três só se justificará, caso efectivamente, o Hulk parta, e como actulamente, para fazer face a alguma eventual lesão.

 

A preocupação é o Iturbe. Marcou um golo espectacular contra o Celta de Vigo, só que, no jogo dos Açores, por exemplo, não lhe vi um pingo de jogo colectivo.

 

Faz arrancadas com a bola colada ao pé, sim senhor, tem uma técnica apurada, mas, ao contrário do Kelvin, não lhe vi uma noção de jogo de equipa. Ânsia de se mostrar? Talvez.

 

Se não corrigir essa pecha, a ele sim seria de emprestar, tendo presente que esteve uma temporada quase sem jogar, e que apesar de se tratar de um jovem, tem algum cartel na América do Sul.

 

Seria um desperdício empresta-lo por cá ou coloca-lo na equipa B. Poderia rodar numa equipa sul-americana com algum potencial, para tentar regressar à sua selecção, e recuperar alguma da confiança que eventualmente, lhe falte. Ou então, num futebol competitivo, como o daqui ao lado, que o obrigue a soltar a bola, antes da sarrafada.

 

O Depor parece que está a receber jogadores emprestados de todo o lado, não estará interessado no Iturbe?

 

Entretanto, toda a gente quer o Moutinho. Ainda não acabou Julho, e já estou farto disto. Se não fossem as férias por gozar, não me importava que viesse Setembro duma vez por todas.


Nota: Uma nota para a alteração que o Santa Clara introduziu no emblema. Apesar da águia, está muito mais tragável.

 

Pontas soltas

16
Jul12

 

Ainda não espreitei o FC Porto nesta pré-época. Apesar das transmissões na SporTTv, o raio dos horários não dão para mais.

 

Tentei ver se haveria por aí, no online, alguma coisa, mas nada feito. Também, diga-se em abono da verdade, seria mesmo só para ver o FC Porto, e os novos equipamentos.

 

A bem dizer, jogadores novos, só o Jackson Martinez, e esse ainda não alinhou. Os outros, se retirarmos os miúdos, o David Bruno, o Pedro Moreira e o Mikel Agu, não são de todo desconhecidos.

 

Para mim, o que esta pré-época tem revelado são uma série de pontas soltas.

 

A ponta solta do avançado-centro, na qual andámos a enlear-nos ao longo de toda a época passada, parece ter ficado, até ver, resolvida.

 

Estava curioso sobre o Jackson Martínez (será Jackson ou será Martínez? Os dois nomes parece-me demais…), então resolvi ir além dos vídeos que por aí circularam, e dediquei uma meia horinha a procurar na net jogos dos tais Jaguares, da capital mexicana do crime, como lembrou o Miguel Sousa Tavares.

 

Conclui que, para além dos Jaguares terem perdido muitos jogos no Torneio Clausura (a liga mexicana parece ser como a argentina, subdividida em dois torneios: Abertura e Clausura), não há muito mais além dos resumos que incluem os golos. Alguns deles do nosso Martínez.

 

Por aquilo que vi, que como calcularão, não foi muito, posso estar enganado, mas se estão à espera de um ponta-de-lança “à Falcao”, desenganem-se.

 

O nosso novo rapaz joga bem com os pés (não me perguntem qual deles o melhor, porque não me lembro!), e com a cabeça, contudo, não é homem para ficar na área.

 

Os Jaguares, pelo que percebi, joga(va)m muito na contra-ofensiva, ou em transições rápidas, como preferirem, e em 4x4x2, aparecendo o Jackson muitas vezes mais recuado, alternando de posição com o outro avançado, outro colombiano de nome Rey.

 

Nos livres e nos cantos então, é vê-lo sair da zona do agrião, e vir para trás na expectativa de algum ressalto.

 

Como disse, gostei do que vi com os pés, e em particular de alguns golos de cabeça. É brigão, e recupera bolas. Contem com ele para a tal pressão alta. Vamos ver como é que se adapta à nossa equipa, e se está ponta solta ficará resolvida.

 

Uma ponta, que eu nem imaginava ainda estar solta, era a do Sapunaru. Depois do final da época passada, nunca me passou pela cabeça, salvo aquelas propostas mirabolantes que acontecem no futebol, ainda que quase sempre no mesmo papel para forrar fundos de gaiolas de periquitos.

 

Julgava eu que a questão estava arrumada, e que tínhamos Sapunaru, se não para titular, ao menos para compensar as eventuais ausências do Danilo. Nada disso. O romeno está mesmo de saída, ou já se foi, e nós, ao contrário do que se previa, ou não, estamos sem lateral-direito.

 

A não ser que fique o Miguel Lopes a fazer de Sapunaru. Cá por mim, nada a objectar. Ou será que o lugar está reservado para o Djalma?

 

O que mais me chateia nisto tudo, nem é a saída do Sapunaru, ou a do Fucile, diga-se. O que me desagrada é que esta saída revela que havia ali um ressentimento mal resolvido do nosso treinador em relação ao romeno.

 

Após as quezílias que ditaram aquela sua espécie de suspensão-que-não-o-foi-oficialmente, o tipo fez um final de época bastante satisfatório. O treinador utilizou-o quando fez falta, ou quando quis, e ele correspondeu. Se a situação não estava resolvida, porque é que não se limitou a despachá-lo?

 

Fazê-lo agora entristeceu-me. Parece uma mesquinhice, um traço de pequenez. Os problemas disciplinares ou se ultrapassam ou não, não se guardam rancores para depois.

 

Mais duas pontas soltas serão os destinos do Álvaro Pereira e do Rolando. Nem atam, nem desatam. Desconfio que nem um, nem outro, farão parte dos planos para a próxima temporada. Ao, menos assim o espero.

 

O Rolando aparenta ter mercado. Todos os dias é vendido, e todos os dias aparece nas listas de compras de não sei quantos clubes. É o AC Milan, é o Fenerbhaçe. Uma festa. Até oferecem em troca jogadores que outros terão tentado contratar em vão. No entanto…

 

Ao Álvaro Pereira, ninguém parece querer pegar. Onde é que andam os 22 milhões de dois defesos atrás?

 

São pontas ainda soltas.

 

A última ponta solta é o nosso meio-campo. Continua a sê-lo. Terminámos a temporada passada com quatro centro-campistas, e o cenário mantém-se.

 

Sim, temos o Castro, temos o Mikel Agu e o Pedro Moreira. E chega(rá)?

 

Não seria nada de novo, nem extraordinariamente surpreendente se chegássemos ao fim da pré-época, e o Castro fosse despachado. Quantas vezes isso já aconteceu?

 

Os outros dois rapazes que me perdoem, mas se o Castro não fica, então por maioria de razão, terão que aguardar pela sua chance.

 

Se alguém se lembra de insistir com o João Moutinho e o Fernando, como é que ficamos?

 

Se a ideia passar por inverter o triângulo do centro do terreno, para dar mais liberdade ao Lucho, o Danilo até poderá constituir uma boa alternativa. O próprio já disse que até prefere alinhar a meio-campo.

 

Porém, dificilmente poderá estar em simultâneo na lateral-direita e fazer o duplo pivot.

 

Parece-me curto. Mais curto que a defesa e o ataque, onde, por exemplo, até para uma hipotética saída do Hulk, com o que temos, não estamos mal apetrechados.

 

Silvestre Varela, James Rodriguez, Djalma, Atsu, Jackson Martínez, Janko, Kléber e, por mim, o Kelvin, pese embora a juventude de alguns deles, oferecem um naipe de alternativas interessantes.

 

Claro que nenhum deles substitui o Incrível, mas é incomparável com as soluções que temos para o meio-campo.

 

É bem certo que ainda estamos a quase um mês, do arranque oficial da temporada, mas não me importava nada de ver alguma proactividade neste capítulo.

 

Desagradam-me as pontas soltas. Ou se empeçam, ou é por onde as coisas se começam a desfiar…