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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Quizás el castellano no sea tan sencillo (o "Los hijos de puta de siempre siguen siendo hijos de puta")

06
Dez14

Resolvi aproveitar uma pausa durante o almoço para dar uma vista de olhos às notícias no Sapo, e dei de caras com isto:

 

"Não vou ficar eternamente no FC Porto", da autoria do Jackson Martinez. Vindo de quem vinha, não me causou grande surpresa. Digamos que não estou propriamente à espera que, no dia em que deixe as nossas cores, o Jackson o faça de lágrimas nos olhos e voz embargada.

 

Para compor o ramalhete, lá vinham mais umas quantas notícias sobre o Jackson Martinez:

 

"Liverpool ao ataque por Jackson"

"Empresário diz que Jackson «Vai respeitar acordo com FC Porto»

"Tottenham quer Jackson em janeiro"

 

Um belo quadro. No entanto, apesar de não achar estranho o conteúdo, achei o momento: "Por que raio há-de vir dizer uma coisa destas, nesta altura?"

Não me dei por satisfeito, e fui tentar descobrir a origem da notícia.

 

Pelo que percebi, surgiu numa entrevista que o Jackson terá dado ao site beIN Sports, que terá sido depois replicada, por quem? Pelo "Record". A entrevista, se quiserem podem vê-la e ouvi-la aqui.

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Se o fizerem, hão-de notar, tal como eu também o fiz, que o que ele diz é: "No solo quero quedar ahí, quiero seguir (-lo) mejorando, seguir cresciendo como jugador y continuar aprendiendo".

 

Ora, isto é ligeiramente de "Não quero ficar eternamente no FC Porto".

 

Portanto, a não ser que haja mais qualquer coisa que me tenha escapado, cá está mais um belo exemplo do jornalisno de merda que temos por cá. Venham-me dizer que não há quem seja levado ao colinho...

 

Se não entendiam o que o homem estava a dizer, porque é que não pediram ajuda ao Nuno "saco-de-mijo" Luz? De certeza que ele dava uma mãozinha.

 

Mas não, los hijos de puta de siempre siguen siendo hijos de puta. 

O dia em que milhares de portugueses aprenderam as cores da monarquia

21
Out13

 

 
"Ao ler as notícias vejo que o presidente da Liga disse que há uma monarquia na arbitragem e no sistema. Ele como republicano quer a coisa mais transparente. As bandeiras da monarquia e da república têm cores inconfundíveis..."
 
O trecho que acabei de transcrever, ao que parece, foi um comentário feito no seu Facebook, pelo assessor do presidente da Liga de Clubes, João Tocha, sobre algo que, por sua vez, o patrão comentara sobre a profissionalização na arbitragem.
 
Quando o li no Diário de Notícias de sábado passado, achei-o um comentário demasiado inteligente, e revelador de um saber histórico que não estaria ao alcance de todos. Ou seja, demasiado subtil, hermético e excessivamente cifrado para ser percebido pelo meio do futebol.
 
Tendo em conta que o seu autor fôra antes assessor de comunicação de Hermínio Loureiro e de Fernando Gomes, talvez seja essa a explicação para a política de comunicação seguida pela Liga.
 
Que eu saiba, mais ninguém terá pegado no assunto. O Record, orgão de comunicação, tantas vezes por nós vilipendiado, concordou comigo, e fez questão, certamente numa lógica inaudita de serviço público, para que a mensagem fosse plenamente captada, vir esclarecer ao público em geral, quais afinal as cores da monarquia.
 
Bem hajam ao Record, e...ao Rui Santos, que fez o favor de replicar o artigo no Facebook do "Tempo Extra". Com certeza que pouparam milhares de portugueses, de buscas entediantes na net pelas cores da monarquia.
 
Mas não só. No afã de prestar o tal "serviço público", alargando-o o mais possível a sectores anti-portistas primários, a lógica da coisa foi preterida.
 
Que raio de vantagem é que o FC Porto retirará da profissionalização dos árbitros, para ver desta maneira as suas cores a ela associadas?
 
Se a profissionalização vai abranger apenas árbitros internacionais.
 
Se grande parte dos internancionais, ou são de Lisboa, ou são benfiquistas, ou ambas.
 
Dos que não são, que vantagem tirará o FC Porto em benficiar Xistras ou Benquerenças?
 
Ou mesmo os portuenses. O histórico de Jorges Sousas, Soares Dias ou Vascos Santos, não faz deles nem mais, nem menos, que os anteriores, no que toca a favorecer as nossas cores.
 
Será apenas para dar um doce a Pedro Proença? É uma lógica que fará algum sentido para todos aqueles, e não são poucos, que acreditam que o sucesso ou insucesso de uma temporada se resume ao resultado de uma única partida.
 
Se como se diz por aí, e tantos acreditam piamente, o FC Porto compra os árbitros por fora, que vantagem terá em que estes passem a ser remunerados enquanto tal? Configura muito claramente um acto flagrantíssimo de concorrência desleal, digna de queixa a Bruxelas.
 
Foi o FC Porto que apoiou as actuais direcções da Liga de Clubes ou da Federação Portuguesa de Futebol? Ou que exigiu a continuidade em funções de Vítor Pereira no Conselho de Arbitragem, em contrapartida do seu apoio?
 
Foram por acaso adeptos do FC Porto, que foram identificados como os perpetradores das ameaças a árbitros, que motivaram a alteração dos timmings de divulgação nas nomeações de árbitros?
 
Foram dirigentes, adeptos ou simpatizantes do FC Porto que foram encontrados na posse de listas com dados pessoais de árbitros?  
 
Foi a algum administrador da SAD portista que se dirigiu o presidente de um certo clube, questionando-o se era para "[aquilo] que queria controlar a arbitragem"?
 
Tenho a vaga ideia de que a resposta a estas questões é negativa.
 
Há coisas que não mudam. Porque será que alguns, em vez de ficarem à espera de D. Sebastiões, não fazem antes algo pela própria vida?

Como é que um elefante atravessa um lago?

13
Fev13

A melhor defesa é o ataque. Eis uma máxima que foi tida por verdadeira, pelo menos até, primeiro virem os italianos, com várias versões do velho catenaccio, e depois o Mourinho, também ele na altura em Itália.

 

Não obstante, nos dias que correm, é ainda a premissa base de algumas estratégias aplicadas dentro e fora do terreno de jogo.

 

Veja-se aquilo que se assemelha remotamente a imprensa de hoje. Consta que vai ser pedida a revogação do castigo a Matic, e não contentes, a aplicação de um processo sumaríssimo ao Candeias.

 

Nada de novo, logo após a partida essa hipótese havia sido ventilada. Talvez não se pensasse é que era mesmo à séria.

 

Quem não se recorda do inefável Dr. Ricardo Costa, insigne ex-Presidente do Conselho de Disciplina da Liga, responsável pelos castigos ao Hulk, ao Sapunaru, e já agora, ao Vandinho?

 

Pois é, este mesmo ser explicou, julgava eu, à saciedade, e com todas as suas forças, as condições necessárias para que fossem abertos processos sumários.

 

Lembram-se da agressão do Mona Lisa a um jogador do Nacional da ilha dos buracos, num jogo para a Taça Lucílio Baptista?

 

 

 

Na altura, de acordo com o Dr. Costa, não se lhe opunha o sumaríssimo porque o lance foi in loco apreciado pelo árbitro, Olegário Benquerença, que entendeu ser jogada passível de amostragem de cartão amarelo, e não vermelho.

 

Ou seja, a actuação do Conselho de Disciplina, por via do sumaríssimo, teria de ser sempre no sentido suprir a omissão de intervenção do juiz da partida.

 

Mudou alguma coisa de então para cá? Alguma vez foi então posta em causa a correcção da actuação do Olegário? Que eu saiba não.

 

Pois bem, também agora o lance foi apreciado pelo árbitro, neste caso Pedro Proença. Mal ou bem? Isso interessa para quê? Antes não interessou para castigar, agora para ilibar é diferente?

 

E o sumaríssimo ao Candeias serve para quê? No máximo, tendo em conta que, como também explicava o Dr. Ricardo Costa, foi uma situação sem qualquer impacto no resultado final do encontro, quanto muito levará uma multa. A não ser que também aqui tenham ocorrido alterações que me escaparam.

 

É o corolário da diferença entre a simulação do Aimar, curiosamente também num jogo contra o Nacional, mas para a Liga, que deu multa, e a do Lisandro Lopez, que deu suspensão.

 

Como não encontrei imagens desse episódio, aqui fica, a título de recordação, a defesa interposta pela entidade patronal do primeiro. Pode ser que seja útil no caso do Candeias. 

 

 

 

 

Outro exemplo de que a tese de que a melhor defesa é o ataque, ainda faz fé, é a revelação do que Pedro Proença terá dito a Cardozo, no momento da expulsão.

 

 

 

Esqueçamos o facto de que tal revelação só surgiu ao segundo dia após o jogo, que foi entretanto desmentida pelo suposto autor da sentença, e desinteressemo-nos de saber quem foi o queixinhas que a bufou para circulação.

 

O que é que se lucra com aquela revelação, e quem lucra?

 

Quem fez mais pelo futebol de que, no fundo, dependem, o Pedro Proença, árbitro da final da Liga dos Campeões, da final do Europeu, e melhor árbitro do ano, ou o jogador de um clube que já em plena pré-época havia deixado uma excelente imagem de si, quando as costas de um árbitro alemão, inadvertidamente esbarraram de encontro à peitaça de um seu jogador, acima referido.    

 

O que é que leva dois supostos órgãos de (in)comunicação dita social, agora como então, a participar tão activamente na estratégia de defesa de um jogador, pondo em causa a actuação do árbitro e branqueando a conduta do jogador, em claro menosprezo pela falta disciplinar cometida?

 

Mais estranho ainda quando, repescando parte do texto anterior, um desses dois órgãos de sei lá o quê, se revelou tão lesto a anunciar uma decisão ainda por tomar, e quando a fórmula do facto consumado não resultou, ao invés de retroceder e arrepiar caminho, defende-se com algo como isto:

 

« [...] Ninguém pode ficar imperturbável quando percebe que a tentativa de distorcer a Lei e defender o indefensável é tão cega e tão partidária, que põe em causa a conclusão óbvia já apontada pelo instrutor do processo. [...] »

 

E, mantendo a sua, aponta ainda como móbil para o assalto aos computadores do Presidente da Federação e da sua assistente, “o roubo da acta da reunião do CD da Federação, «onde foi feita tábua rasa das conclusões» do CD da Liga”.

 

Para que é que isto serve, senão para reforço do pretenso facto consumado, e para espicaçar os ânimos caso, efectivamente, tenha sido “«feita tábua rasa das conclusões» do CD da Liga”, que de resto, ao que me parece, já não existe (o CD, não a Liga, mas não deve faltar muito…)?

 

A quem é que serve? Ao FC Porto?

 

Como é que um elefante atravessa um lago? Saltitando suavemente de nenúfar em nenúfar.

 

Ou seja, todo o contrário daquela que é a postura destes dois órgãos de (in)comunicação social, cuja falta de suplesse os assemelha mais ao dito à solta numa loja de cristais.

 

Bem sei que a impunidade de que gozam lhes permite ir por este caminho, que até será por certo o que lhes granjeará mais leitores, e logo, melhores resultados.

 

Também não esperava imparcialidade, nem pouco mais ou menos. Pudor, ética profissional ou deontologia? Sim, está bem…

 

Mas ainda assim, menos, minhas alimárias, menos. Se não fôr pedir muito.

Coisas do fim-de-semana

28
Fev11

Sem espinhas

 

 

Em terra de gente do mar, parece-me que é uma boa forma de descrever a vitória do FC Porto sobre o Olhanense.

 

No final do jogo veio-me à cabeça aquela música do Zeca Afonso: “ Ó Vila [agora já é cidade] de Olhão; da restauração; Madrinha do [Porto]; Madrasta é que não”.

 

Foi o terceiro jogo do FC Porto, numa semana e meia, sempre em alta rotação, depois dos dois jogos da eliminatória com o Sevilha.

 

Ontem até o João Querido manha admitia na TVI24, que a crise estava superada e que estávamos de volta às boas exibições.

 

Pois é. Três a zero em Olhão não é para todos, ou melhor, até agora é só para nós, porque os da casa estavam invictos no seu reduto. E desta vez, que o Bicho não é o treinador do adversário, e que não estão lá não sei quantos jogadores emprestados pelo FC Porto, será que também vão dizer que o Olhanense abriu as perninhas?

 

E já agora, se o resultado foi exactamente igual com e sem Bicho, será que na época passada houve alguma abertura de pernas? Dá que pensar. Ou então foi só coincidência.

 

A questão é que o FC Porto, desta vez, não fuciletou, e com o Belluschi a moutinhar em grande estilo, como de resto já fizera na primeira parte no Dragão contra o Sevilha, e mais qualquer coisinha, como aquele golo, que faltou na quarta-feira, a vitória foi uma consequência lógica da exibição convincente, mormente na segunda parte.

 

Quando uma equipa que joga contra nós, faz nove remates, três dos quais à baliza, e cria, segundo o match center da Liga, duas oportunidades de golo em toda a partida (quais? Eu vi uma, e ainda assim…), só por milagre é que acontece o que sucedeu na eliminatória com os andaluzes, de um lado e do outro, diga-se em abono da verdade.

 

 

 

Belluschi à cabeça, convirá não esquecer a importância da reviravolta estratégica operada pelo André ao intervalo, com a entrada do Fucile e do James, para os lugares do Sapunaru e do Varela. Ficámos com a defesa que, passe o pleonasmo, mais adeptos tem entre os adeptos portistas, e o James entrou muito bem no jogo, enquanto que o Varela estava desinspirado, como vem sendo hábito.

 

Mas, quanto a mim, a melhoria do FC Porto nos últimos três jogos passa necessariamente pelos regressos do Álvaro Pereira e do Falcao. Não só do ponto de vista da sua presença em campo, como do foro psicológico.

 

O caso do Falcao, então, é mais que evidente. Não tendo Falcao, o André bem pode tentar caçar com o Monstro Verde, e o Hulk até pode ter jogado a avançado centro no Japão ou na Conchichina. Essa não é a sua posição. O Hulk, que teve pormenores técnicos deliciosos nos últimos dois jogos, apesar de ter ficado em branco, quando pega na bola, arrasta a equipa atrás de si. Mas depois, se joga ao meio, das duas, uma: ou finaliza a jogada individualmente, ou falta-lhe alguém a quem passar a bola.

 

No meio falta-lhe espaço, e essencialmente falta-lhe aquilo que o Falcao tem, e que dá logo outra dimensão à equipa: capacidade para pensar o jogo, para tabelar, quando é para tabelar, segurar a bola, quando tem que ser, e finalizar, se para isso tiver oportunidade.

 

E isso viu-se nos últimos dois jogos. Com o Sevilha tivemos azar e o Howard Webb, com o Olhanense, foram mais três pontos sem espinhas.

 

Agora, com o Falcao, o ataque volta à sua melhor disposição táctica (ou não, porque o James jogou muito bem pelo meio!), e só falta o Hulk mudar o "chip" para, paralém de rematar, acertar na baliza, de preferência dentro da dita.

 

Em suma, estamos bem, recomendamo-nos, e temos auto-estima mais do que suficiente para não necessitarmos de andar por aí a massajar o ego, com constantes auto-elogios.

 

   

Três em linha

 

É caso para dizer que, às vezes, mais valia ficar calado.

 

Ainda há dias elogiei o Record, pelo seu rigor informativo, em contraponto com o papel para forrar fundos de gaiolas de periquitos, e agora, saem-se-me com esta:

 

"Dragões têm opção por Leonardo Jardim"

 

“Pinto da Costa valida mudança de técnico para Braga”

 

 

 

 

Com que raio de objectivo é que dão à estampa uma proto-pseudo-notícia destas?

 

Para desestabilizar o André Villas-Boas, na véspera de um jogo em Olhão, onde ainda ninguém tinha vencido?

 

Para atormentar o espírito do Domingos, na jornada que antecede a recepção ao segundo classificado, e quando tem um jogo com a Naval 1.º de Maio, treinada pelo Mozer, e “pode ser o” João [Ferreira] a arbitrá-lo?

 

Ou desestabilizar o Beira-Mar, que, para já, concedeu ao Portimonense a sua primeira vitória fora de portas?

 

Parabéns, dos três, já conseguiram o último. Pelos vistos, os aveirenses sofreram os danos colaterais.

 

Muito rasteirinho, mesmo vindo de onde vem!

 

 

Previsão meteorológica



 

Um centro de altas pressões localizado sobre a zona de Carnide faz com que se prevejam fortes ventanias ao longo da próxima semana.

 

Como é do conhecimento geral, o ar circula das zonas de altas para as de baixas pressões, por isso mesmo, antecipa-se que o vendaval se fará sentir por todo o restante País, e com particular incidência, nos programas de comentário desportivo que se avizinham.

 

Às expectativas de que a ventania viesse ajudar a dissipar algumas nuvens escuras que ficaram a pairar no fim-de-semana sobre esses locais, e a arejar as ideias de alguns dos ilustres paineleiros, há que resignarmo-nos ao facto de que o vento não se propaga no vácuo que existe entre as suas respectivas orelhas.

 

 

 

  

Põe-te a pau Paulinho



 

 

José Couceiro entrou no Sporting para administrador da SAD sportinguista, com o propósito de aliviar o Presidente da SAD, na sua intervenção junto da equipa de futebol.

 

Passadas umas (duas ou três) semanas, o Presidente pôs-se ao fresco, e essa situação tornou-se ainda mais efectiva.

 

Um mês volvido, e é o Director para o futebol que é demitido, e o Couceiro lá substitui o Costinha.

 

Agora, o Cepo é posto a andar, e quem é que o substitui? O Couceiro.

 

Por sorte, enquanto jogador não foi grande espingarda, se não, com jeitinho, com jeitinho, ainda fazia uma perninha no lugar do Polga!

 

Se eu fosse o Paulinho, punha-me a pau. Primeiro deixam de brincar com ele, a seguir...



 

Olho no Couceiro, Paulinho!



Aleluia

25
Fev11

Para que não digam que sou mau feitio, e que lhes estou sempre a bater, o que até é mentira, porque na verdade, prefiro ignorá-los, aqui fica o registo para a posteridade do momento em que o "Record" se conseguiu sobrepor em rigor factual, ao papel para forrar fundos de gaiolas de periquitos concorrente, e acertou uma na mouche:

 

 

 

 

 

Reparem na subtileza da coisa. O primeiro titula "Assim se faz história", o segundo "um grande [sei lá que mais] mudou a história".

 

A diferença? É simples. A história não se muda. A história faz-se, ou vai-se fazendo, e nem um grande sei lá que mais consegue mudar isso.

 

Talvez não se importassem de o fazer, ou até talvez o quisessem, mas não há volta a dar. Para trás ficam 19 jogos sem ganhar, e apenas seis empates, e não há como contorná-lo.

 

Enfim, um pormenor apenas, porque, em bom rigor, quanto a rigor estamos conversados dum lado e doutro. Vai valendo que sempre é mais fácil apanhar um mentiroso que um coxo, mesmo quando o mentiroso não é coxo.

 

Os meus parabéns ao "Record", por agora. Uma vez sem exemplo!

 

Tá o mar fête num cão, mó!

16
Dez09

Estive ausente por dois dias, e não me apercebi das ondas (será melhor dizer vagas?) de impacto provocadas pelo empate do Benfica em Olhão.

 

Ontem, ao assistir a dez minutos do "Trio d'Ataque", e constatar a reacção irada do António Pedro Vasconcellos, contra o "caldinho", que terá sido montado em Olhão, para prejudicar o Benfica afastando algumas das suas peças nucleares do jogo contra o FC Porto, é que me apercebi da dimensão da revolta encarnada.

 

Escrevi o texto que se segue após um outro jogo entre os mesmíssimos contendores, mas em Agosto passado, por ocasião do Torneio do Guadiana.

 

Nunca o pus online porque entretanto, quando o ia fazer, já tinha perdido oportunidade, e porque quis juntar à longa lista dos jogadores emprestados, as dúzias de jogadores (de que me lembrava) que passaram pelo Farense, vindos da Luz.

 

Com este fuzuê, e com notícias como esta no SAPO, acho que tornou a estar bastante actual. Tenham paciência.

  

 


O Olhanense deve ter jogado muito bem contra o Benfica, no Torneio do Guadiana. É a conclusão lógica a que se chega, depois de assistir na segunda-feira a algumas intermitências da “Edição da Noite”, na SIC Notícias.

 
Fiquei com pena de não ter visto o jogo, para além das imagens dos golos e do pénalti, claríssimo, como de costume, sobre o Aimar (…e começa a festa!).
 
Mas, pela amostra, já deu para perceber que o Olhanense, ainda que jogue alguma coisa, não vai ter uma vida fácil neste seu regresso à divisão maior do futebol indígena. Dada a longa ausência, os poderes instituídos, em particular o 4.º, até poderiam nutrir alguma simpatia pelo clube de Olhão, mas pela amostra do que vi, dificilmente será assim.
 
Reunidos naquele programa da SIC, estavam representantes dos três jornais desportivos mais representativos cá do burgo (“Record”, “A Bola” e “O Jogo”), um homem da casa, e mais o respectivo moderador. Não faço ideia dos nomes dos ditos, nem faço questão de tal.
 
Fazia-se a antevisão daquilo que poderá vir a ser a próxima edição da Liga Sagres, e repito, não vi o programa na íntegra, e não tenho pena disso. O que vi, e ouvi, bastou.
 
A bem dizer, praticamente só se falava dos três grandes. E aí, a distribuição foi equitativa. De resto, como de costume: Benfica isto, Benfica aquilo, e mais o outro, e aqueloutro, o FC Porto vendeu este e aquele, mas comprou uma carroça deles, do Sporting, Miguel Veloso, e pouco mais.
 
Em resumo: muita conversa sobre o Benfica, mas o FC Porto é o principal candidato à vitória na Liga, e o Sporting… Miguel Veloso!
 
De repente, sem perceber muito bem como, eis que vem à baila o Olhanense. E porquê? Porque, por um qualquer acaso do destino, veio à baila o tema dos jogadores emprestados.
 
E claro está, o Olhanense tem no seu plantel, até à data, e a fazer fé na “Bolsa de Transferências” do Infordesporto, sete jogadores emprestados pelo FC Porto (Ventura, Tengarrinha, Stephane, Castro, Rabiola, Zequinha e Ukra)  
 
Escândalo dos escândalos, infâmia das infâmias! Como é que será quando o Olhanense defrontar o FC Porto?
 
Para os homens d’ “A Bola” e do “Record”, olha quem, é uma vergonha esta estória dos empréstimos de jogadores. Jogadores a alinharem por um clube, contra o clube que lhes paga parte ou a totalidade do ordenado. Que despropósito!
 
Cada um jogava com aquilo que tem, e o resto é conversa. Fim aos empréstimos de jogadores, JÁ!
 
O tipo do “Record”, então, até foi mais longe. Queria, na véspera dos jogos com os clubes detentores dos passes, ver os boletins clínicos dos clubes que têm jogadores emprestados, para verificar o aparecimento de lesões “milagrosas”, que os impossibilitassem de alinhar em tais jogos.
 
Não é preciso ir tão longe, amigo. Pergunte lá ao Carlos Cardoso porque é que ele tirou o Leandro Lima e o Bruno Gama, no intervalo do jogo com o FC Porto, que ele explica. E, já agora, porque é que no jogo a seguir, que, curiosamente, até nem foi contra o FC Porto, fez a mesma coisa.
 
E já que estamos com a mão na massa, porque é que o Zoro não se aleijou antes de entrar no autocarro que o Vitória de Setúbal estacionou em frente à baliza do Benfica, quando os dois clubes se encontraram, e o Setúbal, pura e simplesmente, abdicou de jogar à bola?
 
Parece-me que a ideia é que os jogadores que se aleijam, são só os vinculados ao FC Porto, não é?!
 
Perante esta questão, da mais elevada pertinência, que o homem d’”O Jogo”, fez por ignorar, a salvação foi o da casa, aparentemente dono de um dos dois ou três neurónios da sala, que os encalacrou com esta: com as dificuldades financeiras que os clubes têm, os empréstimos de jogadores são uma das formas de manterem as equipas competitivas.
 
Pois é. É básico, não é. Na prática, é como nós todos: quem não tem (dinheiro, por exemplo), pede emprestado.
 
Como os senhores d’”A Bola” e do “Record”, vivem com os olhos postos no seu clube, por vezes esquecem-se do Mundo que rodeia esse clube (como de resto, também acontece com o próprio clube, e com os resultados que se têm visto).
 
Acabem com os empréstimos de jogadores, e reduzam a Liga para 10 ou 12 clubes, que fica mais competitiva. Obriguem os clubes a serem detentores dos passes dos jogadores a 100%, e vamos ver no que é que dá.
 
Então, e o Reyes, emprestado pelo Atlético de Madrid ao Benfica, no ano passado. Pode ser? E o Valeri, emprestado pelo Lanús ao FC Porto, esta época. Também pode? Ou só se aplica a empréstimos entre clubes portugueses?
 
Então e o “maestro” Rui Costa, que iniciou a carreira de sénior, emprestado à AD Fafe, será que se baldou quando jogou contra o Benfica (se é que jogou!)? E indo mais atrás, o Diamantino (Miranda) ou o Jorge Silva, emprestados ao Boavista? Ou o Joel, o Vital e o Jorge Martins, que refizeram as suas carreiras no Farense, depois de passagens menos bem sucedidas pela Luz?
 
Nessa altura era o Benfica quem emprestava jogadores a dar com um pau e comandava o mercado. Os seus plantéis tinham quarenta jogadores, dos quais quatro, guarda-redes, e as dúvidas existenciais e éticas sobre os empréstimos não faziam sentido.
 
Voltando aos dias de hoje. O Estrela da Amadora teve na época passada jogadores emprestados pelos três grandes, e mesmo assim, ordenados, nem vê-los. O problema foi dos empréstimos? Não me parece.
 
Não há azar, o Estrela é da Associação de Futebol de Lisboa, por isso não deve ser grave. Da mesma maneira, que também não deve ser grave o facto de, outro clube da mesma associação ter, desportivamente, descido de Divisão, por duas vezes, nas últimas três épocas, e miraculosamente, continuar na Liga Sagres, e na época em que isso não aconteceu, viu serem-lhe retirados pontos, por inscrição irregular de um jogador. Mas o grave são os empréstimos de jogadores.
 
Ou ainda, um director desportivo (ou administrador da SAD) de outro clube da redita associação de futebol, manter a sua posição accionista noutro clube, ainda daquela associação de futebol, a militar na mesma Liga do clube do qual é director, com uma direcção onde pontificavam vários ex-Corpos Sociais deste último clube, e a aceitar jogar um desafio em casa, com o clube do director em causa, em campo neutro, “a bem da receita financeira”! Grave? Não! Os empréstimos, esses é que são a calamidade da verdade desportiva!
 
Ou a tramóia que o Sporting de Braga e o FC Porto montaram para dificultar a vida ao Jesus e ao Benfica, porque aquele fazia parte dos planos de Pinto da Costa, para um dia, tomar o lugar de Jesualdo Ferreira (esta é do Rui Santos!).
 
É das tais coisas. É a aliança FC Porto - Braga a funcionar. E claro, o que é que está por detrás disto? Os empréstimos de jogadores do FC Porto ao Braga!
 
O Olhanense prepara-se para, tal como o SC Braga, ficar conotado como um clube “portista”, logo, um clube mal-amado e a abater. Oxalá tenha estofo para se aguentar à bordoada.
 
No meio disto tudo, fica um pormenor, que até pode ser uma coincidência, mas acho que isso seria minimizá-lo ao máximo. O Vitória de Guimarães, na época em que teve jogadores emprestados pelo FC Porto, fez um excelente campeonato, não ficou à frente do Benfica, por uma nesga.
 
Na época que passou, em que juntamente com os encarnados, optou por tentar afastar o FC Porto da Liga dos Campeões, ganhou com isso o Nuno Assis e o Luís Filipe, e caiu cá para baixo na classificação. Em compensação, o Sporting de Braga, que passou a receber prioritariamente os excedentários do FC Porto, fez uma óptima época.
 
Que sirva de exemplo para o Olhanense, e para os senhores d’”A Bola” e do “Record”.