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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

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Agilidade informativa, a falta dela e o seu excesso

25
Fev13

Numa da inúmeras tiras do Quino, uma das personagens, salvo erro o Miguelito, a páginas tantas, queixa-se à Mafalda porque a sua professora, com toda a solenidade, informou na sala de aula que:

 

“Cristóvão Colombo descobriu a América em 1492”

 

“1492!!” – insurgia-se ele, rematando, para concluir: “Digamos que a minha professora, não tem a agilidade informativa da France Presse”.

 

Recordei-me deste momento do Miguelito, quando vi a celebração do melhor ataque do campeonato, na capa do “Record” de hoje:

 

 

É inquestionável. O clube em questão tem 50 golos marcados, o FC Porto tem 49, e o terceiro melhor, o SC Braga tem apenas 44. Logo, é sem sombra de dúvida o melhor ataque.

 

No entanto, este enaltecimento fez-me recuar, tal como neste outro texto que escrevi recentemente, mais anos do que aquele número de golos.

 

Mais exactamente à época de 1958/1959, e ao pós famoso jogo do Inocêncio Calabote.

 

Só para os situar, no caso improvável de não terem lido o dito texto, aquele campeonato foi conquistado por nós, pela maior diferença de golos entre marcados e sofridos, o tal de "goal average".

 

Os dois primeiros classificados terminaram a prova com 41 pontos, mas enquanto do nosso lado foram 81 os golos marcados, e 22 os sofridos, a equipa que venceu no jogo dirigido pelo mítico Calabote, obteve 78 tentos, e sofreu 20.

 

Com a bonomia e o fairplay que ainda hoje a caracteriza, a comunicação social afecta ao clube perdedor de então, lamentava, com alguma subtileza, a perda do campeonato. Veja-se, a título de exemplo, o artigo de Aurélio Márcio, [no papel para forrar fundos de gaiolas de periquitos]:

 

“O [segundo classificado ex-aequo] seria campeão em França e Inglaterra

 

O FCP conquistou o título por um golo, que tanto pode ser o de Teixeira como o da CUF. Em França e Inglaterra, porém, o SLB seria campeão, pois o seu quociente (3,9) é superior em relação ao do FCP (3,6) (Nota: o quociente calculava-se dividindo o total de golos marcados pelo total de golos sofridos).
Fazemos votos para que numa próxima reforma do regulamento geral da FPF se recorra todos os meios de desempate, menos aos jogos extra, que não condizem com o espírito da competição.”

 

O Norte Desportivo [por esses dias, rival do papel para forrar fundos de gaiolas de periquitos] faz uma notícia bem corrosiva como resposta ao texto de Aurélio Márcio:

 

“O [segundo classificado ex-aequo] ficaria campeão em Inglaterra e em França, mas…

 

…em Portugal o campeão é o FCP.


Alguns colegas nossos do sul têm descoberto muitas coisas. São, realmente, uns verdadeiros sábios e, os seus devaneios, caprichosos, saem da vulgaridade. Agora descobriram que o SLB, se fosse na França e na Inglaterra, teria ficado campeão, pois seria utilizado o coeficiente de golos de golos. E foram tão ”perfeitos” que até fizeram contas a demonstrarem que são excelentes aritméticos…
Mas a despeito dessas obrigações, ao simpático e popularíssimo
[clube] o que interessava era ficar campeão de Portugal. Ora esse intuito é que não se corporizou, pois o campeão é o FCP.


Foi pena que os nossos ilustres colegas não informassem a multidão de quem ficaria campeão da Indochina, nas Filipinas ou na Patagónia.”

 

Assim são os festejos pelo melhor ataque. Ora, muitos parabéns, mas quem está na dianteira, ainda que ex-aequo, é o FC Porto. Portanto, fiquem lá com o melhor ataque, que a melhor defesa e a melhor diferença de golos moram noutro sítio.

 

Outro exemplo da falta de agilidade informativa reinante, poderia ser aquele que se segue.

 

O FC Porto depois da sobrecarga física que significaram os encontros com o Málaga e com o Rio Ave, e aproveitando os efeitos suspensivos do recurso interposto pelo Vitória de Setúbal na Taça Lucílio Baptista, só vai começar a preparar o clássico da Calimeroláxia na terça-feira.

 

Entretanto, após o seu jogo de ontem, qual é uma das constatações, sempre perspicazes, do treinador do clube que não se preocupa nada connosco, e que nos acusa de dormirmos, vivermos, existirmos, sempre obcecados por eles, e que por sinal e até ver, vai disputar uma meia-final da Lucílio Baptista com o SC Braga, na próxima quarta-feira?

 

"O Sporting agora joga com meia equipa B"

 

Neste caso, como facilmente se constata, a falta de agilidade está do lado de quem recebe a informação.

 

É da teoria da comunicação. O indivíduo em questão foi receptor da mensagem de que o clube que vamos defrontar, agora joga com meia equipa B. Contudo, por incapacidades e lacunas de (a)variada ordem, comumente designadas por “ruído”, foi incapaz de processar aquela informação.

 

Se o tivesse sido, talvez tivesse percebido que, se o nosso futuro adversário faz alinhar agora meia equipa B, tal significará que algo andaria mal com a sua equipa, dita A. Ou não?

 

Equipa A, por sua vez, que a sua equipa defrontou e derrotou, n’”um campo que quando (…) lá foi, era mais difícil”. Seria mesmo? E o treinador do adversário na altura? Também era, como o de agora, "o melhor treinador a dinamizar o 4x3x3”?

 

Pormenores asininos!

 

Regista-se porém outros casos, em que a agilidade informativa é tão aguçada e astuta, que até assusta.

 

Deitei-me no sábado passado de consciência tranquila, com a grata sensação do dever cumprido. O jogo não correu pelo melhor, em termos exibicionais, mas, apesar da estupidez do penálti do Jackson Martinez, derrotáramos o Rio Ave.

 

Os penáltis a nosso favor foram claríssimos, e não haveria nada a apontar.

 

No domingo, olho para os destaques da imprensa, e dou de caras com isto:

 

"Num jogo que teve dois penáltis bem assinalados a favor do FC Porto, Artur Soares Dias deixou passar em claro um castigo máximo a favor do Rio Ave, sendo essa a grande mancha na sua exibição no Dragão".

 

Confesso que fiquei assarapantado. Não vi o jogo, mas ouvi o relato. Que eu tenha reparado, ninguém falou num penálti a favor dos vilacondenses.

 

Não vi os programas desportivos de sábado (nem os de domingo, nem vou ver os de hoje!), por isso, não sei se terá sido o Gobern a abordar este tema. Admito que sim…

 

Para tirar dúvidas,fui ao "Bibó Porto, carago!", ler o "Tribunal d'O Jogo".

 

 

Mais consensual seria difícil: “Decisões exemplares”, é como começa o resumo da actuação do árbitro.

 

E no entanto, ontem na RTPI, lá veio outra vez a história do penálti, que terá sido cometido pelo Otamendi sobre o Ukra, mas que, na única toma que mostram do lance – quais repetições, qual carapuça! – não se percebe bem o que se passa.

 

Portanto, esta coisa da agilidade informativa, como tantas outras, no que ao nosso futebol diz respeito, é claramente como os interruptores, umas vezes para cima, outras para baixo, liga e desliga.

 

...e, a propósito de agilidade... 

 

 
Nota: Chamo-me Alexandre, e tenho um péssimo hábito. Vou com frequência buscar coisas à internet e, ou despreocupadamente, nem reparo de onde, ou confio desmesuradamente na infalibilidade da minha memória, para lhes encontrar novamente o rasto.
 
Foi o que aconteceu com os excertos que acima reproduzi. Porém, dada a enorme afluência e a apreciação que suscitou, designadamente o do "Norte Desportivo", resolvi fazer mais um esforço. E encontrei. Foi num comentário no Blasfémias. O seu a seu dono, não quero ficar com méritos que não são meus.  

Curtas e grossas

24
Fev13

 

Quando será que se convencem de que, um penálti à Panenka falhado, não passa de um penálti marcado à panasca?

 

Quando será que alguns de nós, que não andamos lá dentro, nos convencemos que não há noites descansadas em ressacas europeias? E porque é que não as há?

 

Quando será que os tipos da TVI24, que vão aos jogos, começam a prestar atenção ao que se passa no campo, para não terem de perguntar ao Nuno Espírito Santo, o que é que ele achou dos dois penáltis marcados?

 

Quando um avançado está numa posição favorável para marcar, vai ultrapassar o último jogador adversário entre si e a linha de golo, que neste caso, até era o guarda-redes, e é rasteirado por este dentro da área, não deveria ser jogada de penálti e consequente expulsão do infractor? Quando é que mudaram as regras?

(este último comentário não tem que ver com o nosso jogo, mas com isto:

 

)

 


Eu, treinador…

22
Fev13

"Não vos posso dizer quem joga a lateral esquerdo. Nem a equipa sabe. O coletivo vai dar uma boa resposta. A equipa não vai sentir a falta de ninguém, apesar de estarmos a falar de dois jogadores com o ritmo competitivo excelente»

 

Terá respondido Vítor Pereira, quando confrontado pelos jornalistas, com aquele que será (ou talvez não!) o grande dilema na constituição do onze, que irá defrontar no sábado o Rio Ave.

 

Não é muito o meu hábito, pelo menos neste terreiro, bitaitar sobre esse tipo de questões. Pelo menos, à anteriori. É muito mais fácil criticar à posteriori

 

É compreensível que o nosso treinador não quisesse abrir o jogo, no entanto, como de treinador e de louco, todos temos um pouco, resolvi tentar dar uma ajudinha, e cheguei a três hipóteses:

 

 

Your obvious choice

 

Quiñones. A escolha óbvia. Esta é daquelas, como se costuma dizer, trigo limpo farinha Amparo. Passe a publicidade, não paga, óbvia e infelizmente.

 

Com o Maicon recuperado, e de tal maneira a roer as unhas, ansioso para recuperar o seu lugar, que até marca golos do meio-campo, é a evolução, que se espera natural de um jovem que alinha pela equipa B.

 

Duas trocas directas: um central, por um central, Mangala por Maicon, e um lateral-esquerdo por um lateral-esquerdo, Alex Sandro por Quiñones. O risco maior, quiçá o único, será a inexperiência deste último.

 

Por via das dúvidas, é espetar-lhe o Varela à frente, que tacticamente, sempre será o extremo mais dado a tarefas defensivas. A contrabalançar com a entrada do James para o lado contrário.

 

Mais lá para a frente na partida, podem sempre entrar o Atsu e o Ismaylov.
 
 
 

Será que o Maicon também joga a lateral-esquerdo?

 

Pronto, agora aqui começam os devaneios de quem não joga “Football Manager” há muito, muito tempo.

 

O rapaz tem duas pernas, não tem? E já revelou uma surpreendente capacidade de adaptação à posição de lateral, não revelou?

 

E se em vez de o pormos ao centro ou à direita, o espetássemos na ala canhota?

 

Trocar o Danilo, que já está a jogar contrariado a lateral-direito, para o lado esquerdo, não me parece boa ideia.

 

O Otamendi, por sua vez, jogou a lateral na selecção das pampas, com o Maradona, mas, que eu saiba, sempre do lado direito.

 

Porque não o Maicon? Que tipo de implicações é que isso acarretaria?

 

Teria de jogar o Abdoulaye a central. Bem sei que do lado do Rio Ave, não vai estar presente o homem que substitui ultimamente o João Tomás, o egípcio Hassan. O João “pode vir o João” Ferreira, numa tentativa de comprovar que esse tipo de coisas também nos acontecem a nós, expulsou-o no jogo anterior.

 

Mas ainda lá estão o Bebé e o Del Valle, mais o “nosso” Ukra, que a bem dizer, ainda é o que de pé mais atrás me deixa.

 

Será um exagero três torres na defesa para estes três artistas. Ou outros quaisquer? Ainda por cima, num jogo em casa?

 

Talvez, admito que sim. Olhando para os convocados para o jogo, vejo apenas três centrais, que seriam os que desta maneira entrariam no onze. Logo, se algo corresse mal com um deles, para resolver o caso teríamos que recorrer a qualquer um dos outros, e eventualmente, meter o Quiño, o que nos reconduziria à primeira hipótese.
 
 
 

A escolha “de treinador e de louco, todos temos um pouco”

 

O nosso faz-tudo do momento, Steven Defour.

 

O que é que acham? O homem que já foi seis, já foi oito, já foi sete, tem sido pau- para-toda-a-obra, de tal maneira que qualquer dia dispensamos o Fabiano, e pomos só jogadores de campo no banco de suplentes.

 

Diga-se que é uma hipótese tanto mais académica, apesar de estar convocado, e mesmo tendo treinado a 100%, quanto mais dados me faltam sobre a sua efectiva recuperação.

 

Nos tempos que correm, não dispomos no plantel de jogadores como o Rubens Júnior ou o Marek Cech, que tanto podiam jogar como defesas-esquerdos, como como médios, mais interiores desse mesmo lado.

 

O Defour é o que mais de parecido temos à mão.

 

É claro que não seria para alinhar propriamente a defesa-esquerdo. Imagino-o numa posição mais adiantada, mais sobre o meio-campo, e a cair sobre o Ukra, quando este pendesse para o seu lado.

 

Desvantagens desta opção:

 

O Fernando não está habituado a ter companhia naquela zona do terreno. Há trincos que parece que só rendem quando jogam sozinhos. Por timidez ou mau feitio, parece que precisam de espaço, tipo eucaliptos, e quando têm alguém próximo, a coisa não corre tão bem.

 

Estou a lembrar-me do Petit, sim, esse mesmo, que ainda é capaz de voltar a jogar na primeira liga, ou do Paulo Assunção.

 

Por outro lado, o Fernando, cada vez mais está a deixar de ser um mero seis posicional, e está a conviver mais e melhor com a bola no pé. Porra, até já faz assistências para golo! Por isso, talvez não fosse por aí o grande impedimento.

 

A outra desvantagem que antevejo, é que os vilacondenses têm alinhado com dois avançados, mais ou menos fixos, o Hassan e o Bebé, mais um extremo, por norma, o Ukra.

 

Jogando o Defour, quem marcaria quem, ainda que à zona? Danilo sobre o Ukra, os centrais, o Fernando e o belga sobre o Del Valle ou o Bebé, consoante aquele que lhes aparecesse à frente?

 

Ou seja, muito pouca diferença faria para um esquema com quatro defesas típicos.

 

Vamos ver qual vai ser a aposta do Vítor Pereira, mas algo me diz que, aproveitando o ambiente do Dragão, vamos ter a estreia do Quiñones

 

Sugestões meus caros, há por aí mais algumas? Dêem largas à vossa loucura...


Nota: Estava a acabar de escrever este texto, quando soube que afinal, o O Atsu se lesionou e é carta fora do baralho. Como tal, queiram esquecer se faz favor, a parte que lhe diz respeito.

 

Nota2: Apesar da expulsão, o Hassan afinal até está convocado. O Rio Ave ainda não foi notificado do castigo. Mau…isto está a ficar engraçado!
 

Querem ver que vai na volta, e nem com todos os bons esforços do João “pode vir o João” Ferreira, é desta que o clube que nos defronta vai deixar de utilizar um jogador por ter sido expulso na partida anterior!?

 

Há dois anos foi assim…

11
Mai12

 

 

 

Há dois anos, quando chegámos à última jornada, o primeiro e o segundo classificados estavam separados por apenas dois pontos. Um, o primeiro, jogava em casa com o Rio Ave, e o outro, defrontaria na Madeira, o Nacional.

 

O líder da classificação era aquela equipa maravilhosa, que debitava um futebol de alto quilate artístico, mas…levava apenas dois pontos de avanço, e só foi campeão na derradeira ronda.

 

Então, escrevi o que segue:

 

“Longe de mim querer de alguma forma estragar a festa (ai se eu pudesse...!), mas lendo neste jornal que os "[j]ogadores [do Benfica] vão festejar no Marquês", apetece-me perguntar se, como dizia o Astérix, "não estarão a vender a pele do javali, antes de o caçarem"

 

Ou o jogo com o Rio Ave já só será um mero "pró-forma"?

 

E se os Vilacondenses invocassem os espíritos futebolísticos dos Trindades, Maravalhas, Alfredos, Sérgios, Britos, Figueiredos, Drs. Duartes, Quins, Adéritos, Paquitos, Pires, N'Habolas, Álvaros, Jaimes Graças e Chicos Farias, e outros que por lá passaram noutros tempos, e fizessem como aqui há uns anos fizeram em plenas Antas, e venceram por 2-1, com um dos golos apontado pelo mais que improvável defesa-central Figueiredo?

 

Havia de ser o bom e o bonito, não era?


Nota: mesmo assim, acredito que o Benfica será campeão. O SC Braga não vai pontuar na Madeira...

 

Nota2: Ora, ora, com que então temos o Jorge Sousa na Cesta do Pão. Este Vítor Pereira é mesmo um desmancha-prazeres. Agora, resta saber qual dos Jorges Sousas vamos lá ter. Se for o de Leiria...temos passeio. Se for o do jogo contra o Braga, não é nem carne nem peixe. Se for o da final da Taça da Liga... querem lá ver que vamos ter campeonato até ao fim...”

 

 

Nesta edição da Liga Zon Sagres, somos nós, que vamos na dianteira, a ir encerrar a temporada ao Estádio dos Arcos.

 

As condições em que lá vamos são, contudo, ligeiramente distintas. Os pontos de avanço são seis, já somos campeões desde há duas jornadas e até a taça já recebemos, em casa, e tendo o Sporting como convidado de honra.

 

Agora vamos a Vila do Conde continuar a festa, e eventualmente, ver alguns jovens que poderão estar relativamente próximos da primeira equipa na próxima temporada. Uns, que vão estar do nosso lado (assim espero!), e o Atsu e o Kelvin, do outro.

 

Para despedida, só se pede mais uma vitória, e siga a festarola…

 

CAMPEÕES, CAMPEÔES, NÓS SOMOS CAMPEÕES!

 

O que falta do que está para vir

17
Abr12

Com regularidade, a trancas e barrancas, temos o título de campeão nacional a quatro jornadas de distância e interpõem-se entre nós e esse objectivo quatro equipas: o Beira-Mar, em casa; o Marítimo, nos Barreiros; o Sporting, novamente em casa; e o Rio Ave, em Vila do Conde.

 

Dada a almofada pontual de quatro pontos que temos em relação ao segundo classificado, bastam-nos três vitórias ou duas vitórias e dois empates, ou menos que isso, dependendo dos resultados dos nossos rivais.

 

Assim sendo, dediquei-me a dar uma vista de olhos ao nosso histórico de confrontos com estes adversários, mais concretamente, aos nossos dez últimos embates com aquelas equipas, cuja análise passo de seguida a fazer.

 

 

Com os aveirenses, nas últimas dez vezes em que nos encontrámos a jogar em casa, temos sete vitórias, um único empate, na primeira época do rol – 1993/1994, e duas derrotas: em 2004/2005 e 2001/2002.

 

Em 2001/2002 acabaria por sagrar-se campeão nacional o Sporting, do Boloni, com o Jardel como melhor marcador da prova, enquanto do nosso lado o treinador era já o José Mourinho, então ainda a congeminar o sucesso das épocas que se seguiram.

 

Neste jogo ficou para a posteridade uma magnífica exibição do Carlos Xistra, que marcou "A origem do xistrema".

 

Em 2004/2005, as faixas de campeão ficaram no Estádio da Lucy, com uma passagem pelo Algarve. O jogo foi à 13.ª jornada e o nosso treinador era o Victor Fernandez, que pouco tempo depois haveria de ser campeão do Mundo em Tóquio, e a seguir, despedido.

 

O golo do Beira-Mar foi obra do Beto, que na época seguinte se mudou para o clube campeão nessa temporada, onde permaneceu duas épocas, com Koeman e Fernando Santos. Prémio ou wishfull thinking?

 

 

Com o Marítimo em terreno forasteiro, temos cinco vitórias, três empates e duas derrotas: em 2009/2010 e 2002/2003.

 

O campeão de há duas épocas foi o mesmo de 2004/2005, e fomos derrotados por um golo na própria baliza do Rolando. A ter em consideração…

 

Em 2002/2003 fomos campeões, o primeiro título do José Mourinho. Não me lembro das incidências da partida, mas o Deco e o Pepe, na altura ainda nos madeirenses, acabaram expulsos.

 

 

Seis vitórias, três empates e uma derrota, é o nosso saldo entre muros contra o Sporting. A única derrota ocorreu em 2006/2007, sob a batuta do Jesualdo Ferreira, na sua época de estreia entre nós. Ainda assim fomos campeões.

 

 

No Estádio dos Arcos, o score é mais tremido. São quatro vitórias, cinco empates e também, apenas uma derrota. Esta aconteceu com o Mourinho, em 2003/2004, à 33.ª e penúltima jornada, quando éramos já campeões e o pensamento estava em Gelsenkirchen.

 

Tudo somado, são 22 vitórias, 12 empates e seis derrotas, em quarenta jogos. Apenas nas duas épocas em que perdemos com o Beira-Mar (2001/2002 e 2004/2005) e numa daquelas em que fomos derrotados pelo Marítimo (2009/2010), não nos sagrámos campeões.

 

Bem, se, para além de entediados, ficaram animados com o que leram até aqui, esqueçam.

 

Não interessa para nada. O que lá vai, lá vai, e o que interessa é o que aí vem.

 

E o que aí vem são quatro jogos que são para ganhar, e mais nada. Até porque, uma vez ultrapassado na próxima jornada o Marítimo, desconfio que o nosso principal rival muito dificilmente perderá pontos nos três últimos desafios.

 

A nosso favor temos:

 

a)    Quatro pontos de vantagem, que na prática são cinco;

 

b)    O Danilo, que ao que consta, parece estar recuperado, e que, juntamente com o Alex Sandro, tem quatro jogos para confirmar a presença nos Jogos Olímpicos de Londres;

 

c)    Literalmente, menos gordura no plantel, com o encosto definitivo do Cebola;

 

d)    O facto de ao clube mais difícil que vamos enfrentar fora de portas – o Marítimo, lhe tocar na jornada que imediatamente antecede esse jogo, o segundo classificado, com todas as consequências que daí poderão advir;

 

e)    O jogarmos em casa com o Sporting, podendo fazer a festa do título nesse jogo, que sendo contra um grande ou coisa que o valha, deve ter uma envolvente motivacional assegurada.

 

Faltam quatro jogos (ou menos) para o septuagésimo primeiro título. Uma bela forma de festejar trinta anos de presidência.

 

 

Chiclabol ou Futebol-chiclete

18
Jan12

 

 

Este texto já vai sair um tanto ou quanto desfasado da actualidade que vivemos hoje, ou seja, o desafio com o Estoril-Praia, mas se há coisas na vida que são elásticas, e o tempo não é uma delas.

 

Vi a primeira parte do jogo contra o Rio Ave, como diria o Senhor Juiz Presidente do Supremo Tribunal, aos bochechos.

 

A segunda parte, vi-a por inteiro. Quer dizer, por inteiro até por volta dos 89 minutos de jogo, pois deixei-me dormir antes de a partida entrar no período de descontos, e como tal, não vi a expulsão do Rolando, senão nos resumos do jogo.

 

O jogo até estava entretido, e sem grandes motivos para preocupação, com duas raras excepções que foram o remate do “nosso” Kelvin e a escapadela do Yazalde, anulada a meias pelo Helton e pela inépcia do vila-condense. A resistência deu para ver 44 minutos seguidos de futebol. Não foi mau!

 

Se o Henrique Calisto ficou todo contente porque lhe ganhámos, mas tivemos de lançar o Hulk e o João Moutinho para a arena, então o Carlos Brito não terá grandes motivos para satisfação, já que o João Moutinho nem se equipou e o Hulk durou trinta e poucos minutos.

 

Mas passemos ao que interessa. Como disse há pouco, em parte bem podemos agradecer ao Helton, não termos sofrido um golo do Rio Ave, e para além disso, pouco mais teve de fazer.

 

O Maicon, uma vez mais, embora esforçado, demonstrou, como se fosse preciso, que remedeia na lateral, mas não é a mesma coisa. Guardo na memória uma subida que fez até à área contrária em que, a dada altura, se deixou ultrapassar pela bola. Quando a quis pisar, para a puxar para trás, já estava em desequilíbrio. O que lhe sobra em estatura, falta-lhe em agilidade.

 

O Rolando, enfim, o Rolando, depois de uns quantos jogos em que não se notou, voltou a ser ele próprio. Socorrendo-me de um neodragologismo do Jorge, diria que lhe deu para fucilitar.

 

Vá lá que o colega do lado esteve em bom plano, senão estávamos feitos…

 

Em plano superior na defesa, só mesmo o Álvaro Pereira, sempre na mecha flanco acima, flanco abaixo. Esteve bem. Os alguns centros milimétricos que fez sem destinatário concreto, não foram tanto responsabilidade sua, mas mais da falta de uma referência na área.

 

Da mesma forma, as triangulações falhadas no flanco, que saíram mais ou menos como os quadrados de três vértices daquele conhecido geómetra, também não foram tanto da sua lavra, mas muito mais do médio daquele lado que não acompanhou as jogadas em causa. Enfim, all and all, bem positivo.

 

O Fernando, a mesma coisa. Mais uma boa exibição, ainda que com alguma preocupação, pois tanto o lance do Yazalde, como o da expulsão do Rolando, nasceram pelo meio do terreno, ainda que as responsabilidades não lhe possam ser inteira e/ou directamente assacadas.

 

O Belluschi só se notou num remate sem nexo, quanto ao resto, népia.

 

Que não se infira do que disse em relação ao Álvaro Pereira, que o Defour jogou mal. Nem por isso, faltou em algumas situações de triangulação, mas esteve em jogo, tanto defensiva como ofensivamente. Bem mais do se pode dizer do Belluschi.

 

Do James Rodriguez, para além do regozijo pelos golos marcados, fiquei com uma preocupação adicional, e parecida com o que vamos sentindo em relação ao Hulk: se temos um finalizador do quilate do miúdo, vamos colá-lo à linha ou pô-lo a organizar jogo? Estes tipos que fazem duas posições dão-nos água p’la barba.

 

O outro Rodriguez continua na sua fase de texugo encandeado, a chocar com os candeeiros, leia-se: “defesas contrários”, que lhe surgem pela frente. Pelo menos, esforça-se, temos que lhe dar isso. Oxalá jogue contra o Estoril-Praia, para ver se perde um bocadinho aquele ar roliço.

 

Outro que espero que jogue contra os canarinhos, para ganhar rodagem, é o Iturbe. O rapaz esforçou-se, mas canalizou em demasia o esforço para agradar à plateia. Levou um amarelo injusto. Era bom que, na falta do João Moutinho, fosse ele a assumir a organização do jogo, para libertar o James para diante.

 

O Varela, também espero que jogue contra o Estoril. Se o problema dele for falta de rodagem, pode ser que ainda chegue lá. Isto é o que se chama “wishfull thinking”. E já agora junto à lista o Kléber.

 

Para terminar, só uma pequena comparação entre o nosso jogo e um outro encontro em que também alinhou uma equipa de camisola às riscas verticais verdes e brancas.

 

 (Estatísticas Oficiais da Liga Zon Sagres - LPFP/wTVision/Amisco)

 

Como se vê, os dados estatísticos mostram bem as diferenças entre nós e a equipa que nos precede na classificação da Liga.

 

Do nosso lado, uma posse de bola superior, mas menos oportunidades de golo, com igual número de remates.

 

É natural se tivermos em conta que o nosso sistema de jogo privilegia a posse de bola. Mas é o reflexo de uma posse de bola inócua, tendo em conta as poucas oportunidades criadas. Falta de um ponta de lança?

 

Do ponto de vista defensivo, o jogo de posse confere ao adversário muito menos remates e cantos, e consequentemente, oportunidades de golo que o jogo declaradamente ofensivo do nosso rival na luta pelo título.

 

Contudo, haverá de ter em consideração que o Rio Ave que jogou contra nós, é uma equipa que aposta quase exclusivamente em transições rápidas, enquanto que o Vitória de Setúbal, joga mais de bola no pé. Qual a importância desta observação?

 

Os vilacondenses com um estilo de jogo que se enquadra no nosso, perderam por dois a zero. Os de Setúbal, com um estilo de jogo parecido com o nosso, do ponto de vista estatístico equilibraram o jogo na Cesta do Pão, e saíram de lá com uma cabazada.

 

Parece-me que aqui reside um dos nossos problemas actuais, cuja solução poderá passar ou não por um novo avançado: um jogo mastigado em demasia e pouco objectivo.

 

Ou seja, um chiclabol ou futebol-chiclete, que se mastiga, mastiga, mastiga, fica um saborzinho, que no caso será o resultado, mas que a seguir se joga fora, pois nada fica para registar na memória.

 

Bem, venham de lá os canarinhos do Estoril, que eu não confio nesses tipos desde o tempo em que o Manuel Abrantes era o guarda-redes deles, e arrancava sempre portentosas exibições contra o FC Porto...


 Nota: neste jogo, apesar de tudo, ficarão sempre os dois golos do puto James!  

Séance espírita futebolística

06
Mai10

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Longe de mim querer de alguma forma estragar a festa (ai se eu pudesse...!), mas lendo neste jornal que os "[j]ogadores [do Benfica] vão festejar no Marquês", apetece-me perguntar se, como dizia o Astérix, "não estarão a vender a pele do javali, antes de o caçarem"

 

Ou o jogo com o Rio Ave já só será um mero "pró-forma"?

 

 

E se os Vilacondenses invocassem os espíritos futebolísticos dos Trindades, Maravalhas, Alfredos, Sérgios, Britos, Figueiredos, Drs. Duartes, Quins, Adéritos, Paquitos, Pires, N'Habolas, Álvaros, Jaimes Graças e Chicos Farias, e outros que por lá passaram noutros tempos, e fizessem como aqui há uns anos fizeram em plenas Antas, e venceram por 2-1, com um dos golos apontado pelo mais que improvável defesa-central Figueiredo?

 

Havia de ser o bom e o bonito, não era?

 


Nota: mesmo assim, acredito que o Benfica será campeão. O SC Braga não vai pontuar na Madeira...

 

Nota2: Ora, ora, com que então temos o Jorge Sousa na Cesta do Pão. Este Vítor Pereira é mesmo um desmancha-prazeres. Agora, resta saber qual dos Jorges Sousas vamos lá ter. Se for o de Leiria...temos passeio. Se for o do jogo contra o Braga, não é nem carne nem peixe. Se for o da final da Taça da Liga... querem lá ver que vamos ter campeonato até ao fim...

 

 

Tijolo após tijolo...

12
Abr10

O FC Porto lá conseguiu levar de vencido o Rio Ave. Nada de muito extraordinário, se levarmos em linha de conta que nos últimos três jogos disputados na Liga Pescada, os vilacondenses apresentavam o impressionante score de um golo marcado onze sofridos, contando por derrotas todos esses jogos.

 

A atitude do Rio Ave neste jogo, não teve nada a ver, por exemplo, com a atitude demonstrada no jogo com o mesmo adversário, para a primeira mão da meia-final da Taça de Portugal, competição onde a equipa de Vila do Conde até poderia aspirar a fazer um “bonito”, mas que acabou por perder em casa, por 1-3.

 

É assim. Quando se perdem quatro jogos de enfiada, o pessoal tende a chatear-se, e a fazer das tripas coração no jogo seguinte.

 

Bem, mas o que interessa é que o FC Porto mereceu ganhar. E ganhou. Por um a zero, com um golo do, em boa hora, ressuscitado Farías, que deve ser o jogador com mais baixo índice “toque-na-bola/golo” da Liga. Ou seja, temos o jogador que perde mais bolas (Hulk), e o jogador que marca mais golos, com menos toques!

 

Ainda que alguns, como o João Vieira Pinto e o Carlos Brito, pelo menos, digam o resultado mais justo seria o empate, tendo em conta as oportunidades perdidas pelo Rio Ave, e mais as negadas (finalmente!) pelo Helton.

 

Se o resultado foi justo ou não, acho que não vale a pena ir por aí. Em futebol, como dizia o meu amigo Uva, “só contam as que entram”.

 

Agora, uma coisa é certa: assistimos a mais uma daquelas arbitragens com que o FC Porto tem vindo a ser frequentemente brindado, desta vez, por intermédio do sr. da foto, o estudante de trinta e três anos, Vasco Santos.

 

Só jogadas duvidosas de possíveis penáltis a favor do FC Porto, foram, a meu ver, três (há quem diga que foram cinco, mas já dou duas de borla!). Então, a jogada da falta do Jefferson sobre o Farías, é mais que evidente.

 

A mão do José Gomes e a falta do André Vilas-Boas sobre o Falcão, enfim…

 

Mas se fosse só isso, muito bem andariam as coisas. O que me chocou, mais ainda do que isto, porque demonstra uma total ausência de critério (ou o contrário!), foram as sucessivas infracções cometidas sobre jogadores portistas, ou não assinaladas, ou brindadas, suavemente, com cartões amarelos.

 

Por volta dos 40 minutos, o André Vilas-Boas faz, de seguida, falta para amarelo sobre o Hulk (que ficou inferiorizado para o resto do jogo), o árbitro dá a lei da vantagem, e o mesmo Vilas-Boas vai fazer nova falta sobre um jogador do FC Porto. E o árbitro torna a dar a lei da vantagem, o FC Porto perde a bola, tal a vantagem de que usufruía, e o Rio Ave enceta um contra-ataque perigoso.

 

Uma jogada “dois-em-um”, assim a modos que como aquela do Moisés, no Belenenses x SC Braga. Com uma pequena diferença: o Moisés foi expulso. O André Vilas-Boas levou o décimo segundo (!!!) cartão amarelo da época, e vai ficar de fora no próximo jogo.

 

Mais tarde, o lateral-esquerdo do Rio Ave, Sílvio, de seu nome, que já no jogo da primeira volta deveria ter sido expulso, tem uma entrada em “tesoura”, sobre o Hulk, e viu também o cartão amarelo. O décimo, neste caso.

 

E é isto. Faltas, faltas e mais faltas, graves e menos graves, que são cometidas, e que os árbitros preferem ignorar. Se for sobre o Hulk então…nem vale a pena pensar nisso.

 

Tá visto que um gajo com caparro, não pode jogar à bola!

 

E deste senhor árbitro, que também esteve no famoso Benfica x Nacional da Madeira, dizem que é uma das promessas da arbitragem portuguesa. As outras devem ser o Artur Soares Dias (não, espera, este já está confirmado, e é internacional e tudo!), e o João Capela.

 

Está encontrado o trio de jarras que vêm substituir os jarrões chineses Lucílio Baptista – Olegário Benquerença – João Ferreira.