Digam lá que não era bonito: o vencedor
aperta a mão ao campeão. Era bom, não era...
Antes e após o FC Porto x Benfica, percebi que alguns benfiquistas, vá-se lá saber porquê, se preocupam com a eventual bipolaridade da posição dos adeptos do clube rival quanto à vitória do Benfica ou do SC Braga na Liga Pescada.
Ou seja, trocando por miúdos (sem conotações pedófilas, s.f.f.). Partindo necessariamente do pressuposto da vitória portista, o que para um benfiquista, não deixa de ser um ponto de partida interessante, a dúvida era se o FC Porto ficaria a torcer por uma vitória bracarense, para lixar o Benfica ou, pelo contrário, por um deslize do SC Braga, a favorecer uma (re)candidatura à Liga dos Campeões.
Outros, mas estes já após o jogo, e certamente como escape para a derrota, “fazem de conta” que não percebem porque é que o FC Porto se dedicou a festejar o terceiro lugar conquistado com a vitória obtida.
Tanto a uns, como a outros, vou tentar esclarecer, de acordo com aquela que é a minha opinião pessoal enquanto portista, e que, como tal, apenas a mim me vincula.
Como já tive oportunidade de dizer, ainda antes do início da Liga Pescada, dei-a logo por perdida para o Benfica. No entanto, a esperança é sempre a última a morrer, e, talvez inspirado pela excelente época do SC Braga, ainda tive algumas expectativas.
Porém, após aquele massacre do Sporting, acabei por desistir. E desistindo, então como disse aquando do desafio entre o Benfica e os bracarenses: “Viva o SC Braga”!
Porquê? Eu explico. Partilho daquela ideia de que o segundo classificado não é mais do que o primeiro dos últimos, e por isso, não sendo primeiro, daí para baixo, tanto faz.
É claro que o acesso à “Champions” veio alterar ligeiramente esta concepção, como se viu no caso do Sporting, que se contentou anos a fio com o segundo lugar, e agora é o que se vê. Mas só do ponto de vista económico, porque na vertente desportiva, tudo na mesma.
Ora, como financeiramente não tenho nenhum lá empatado, e como já vi o FC Porto fazer melhor em épocas de sacrifício, do que em épocas de opulência…
E depois, porque, a seguir ao FC Porto perder, a coisa pior que posso imaginar é o Benfica ganhar. É simplesmente insuportável o ruído, a barulheira, a poeirada que isso provoca. Podem dizer-me para ir tomar um Kompensan, ou uma Rennie, ou o que seja, mas é ainda pior do que isso. Não há Paracetamol que pare a dor de cabeça que uma tal zoeira me dá, e ainda por cima tenho alergia ao pó!
Esta época, mais então, porque, bem vistas as coisas, se há equipa que por uma questão de mérito, deveria ser campeã, essa é, sem sombra de dúvidas, o Sporting de Braga.
Por isso, não tenho a mais pequena hesitação. Não sendo o FC Porto campeão, que seja o SC Braga!
Quanto aos festejos, por aquilo que disse já deve ter dado para perceber que não festejei o terceiro lugar. Mas festejei a vitória do FC Porto, é óbvio que sim.
Festejei porque ainda não foi desta que o campeão da Liga Pescada viu oficializada a sua vitória.
Festejei, porque, afinal de contas, ganhámos ao “O Grande Benfica”, essa equipa maravilha das goleadas a torto e a direito, que ninguém pára e que transpira superioridade por todos os poros.
Festejei porque, como diziam quando o FC Porto ganhou os títulos com não sei quantas jornadas de antecipação, e mesmo com pontos abusivamente subtraídos, assim fica beneficiada a competitividade da Liga e o interesse desportivo da coisa. Não acham que é motivo para celebrar?
Festejei porque, ao contrário do que pretendiam (“É para decidir resolver já” – dizia o treinador benfiquista antes do jogo, num dos pasquins diários anti-desportivos), não conseguiram festejar o título em pleno Dragão! Era mais o que faltava!
(inserida em 05.05.2010)
Festejei porque o tetra-campeão, por uma vez esta época, lá fez por cumprir a sua obrigação, e adiou para a última jornada desta Liga, que antes-de-o-ser-já-era benfiquista, a confirmação do vencedor.
Festejei porque ficou bem claro que, quando se escolhe para árbitro de um jogo destes o Olegário Benquerença, isso acontece por algum motivo. Aliás, como quando se escolhe o Lucílio Baptista para o jogo anterior, e se vai escolher o João “pode vir o Ferreira”, para fechar a loja.
Festejei porque foi o “meu” FC Porto que jogou: uma equipa que quis realmente ganhar o jogo, e entrou disposta a reduzir à sua insignificância aquele tipo irritante que por lá andava de apito na boca. E por isso festejei.
Festejei porque, para não variar, ambos os clubes foram prejudicados, mas foi o FC Porto que acabou injustamente, o jogo com dez jogadores.
Então não é de festejar quando os benfiquistas se queixam da não expulsão do Fucile, ainda na primeira parte, e do penálti que ficou por marcar sobre o Maxi Pereira, mas esquecem-se da não expulsão do Fábio Coentrão e do penálti que ficou por marcar sobre o Hulk?
O sabor do próprio veneno não é agradável?
Festejei porque, apesar de o “Mona Lisa” ter feito, como de costume, o máximo possível para ser expulso, mais uma vez, foi contemplado apenas com a cartolina amarela. Ainda lhe falta fazer o impossível…
Festejei porque, apesar de (mais) este lapso do Olegário, desta vez, tenho esperança, e a esperança é a última a morrer, como dizia o outro, de que lhe seja aplicado um sumaríssimo, por ter reenviado para bancada, se vi bem, um isqueiro, que lhe acertou nas partes baixas.
E ainda vou festejar mais quando a Direcção do clube paladino da moral e dos bons costumes, tomar uma posição enérgica, e quem sabe aplicar um pesado castigo interno, como aconteceu no caso do Guerrero, do Hamburgo, com o qual tanto se divertiram a comparar os casos do Hulk e do Sapunaru.
Vá lá, façam-me lá essa fineza! Não custa nada, e garanto que não dói…
E nem digo o que vou festejar no dia em que, um qualquer árbitro, mandar aquele sujeito da desgrenhada cabeleira alva (os benfiquistas, aparentemente, gostam mais de “platinada”. Deve ser a diferença entre a “idade” e a “excentricidade”…), para dentro da área técnica que lhe está reservada, e onde tão pouco tempo passa.
Mas ainda festejei mais coisas no último Domingo. Festejei a vitória do SC Braga, e a forma ridícula como foi alcançada.
Ainda hoje, festejei a azia que aquele golo deu e está a dar aos benfiquistas. O primeiro golo com que brindaram o FC Porto na Taça Lucílio soube-lhes bem não soube?! Se calhar também pagaram algumas férias no Brasil ao Nuno, não?! Juízo…
E festejei, mas com reservas, o facto de o Olhanense ter assegurado matematicamente a permanência na Liga Sagres.
Este festejo teve que ser com reservas porque, se o Belenenses calha a ultrapassar o Leixões, nenhum dos clubes acima classificados, com a excepção do Benfica, poderá ficar seguro de que, por um qualquer motivo, não virá a descer de Divisão.
Festejar o terceiro lugar?!
Nem por isso. Eu, pessoalmente festejei muito mais… e nem sequer me lembrei de tal.
O terceiro lugar ou o campeonato da Segunda Circular festejaram durante anos, quando lá chegaram, aqueles que perderam com o FC Porto no Domingo, e não contentes com os festejos, ainda tentaram a sorte na secretaria.
Para eles deixo aqui uma canção do canal Panda, não muito puxada, e que, com certeza vão perceber, em especial a parte do “Pica, pica; Coça, coça”…
Nota: folgo por ver que as minhas ideias não são assim tão descabidas como tudo isso. Então não é que, depois de eu ter sugerido, após o jogo Académica x Benfica, que a Fundação Benfica bem podia ter financiado a aquisição pelos adeptos benfiquistas não-organizados dos exorbitantíssimos bilhetes para aquele jogo, vai daí e o Benfica paga dois comboios para levar 1.500 adeptos desorganizados até ao Dragão?
Não vale a pena agradecerem-me, mas lá que alimenta o ego ver as nossas sugestões assim acolhidas, não há dúvida que alimenta…
Nota2: Não queria acabar sem deixar uma palavrinha de apreço ao Óscar "Tacuara" Cardozo. Foi bonito o seu gesto de solidariedade para com o Falcao. Alguém o viu no jogo? Este sim, é um portento de ética desportiva!
Nota3: Só espero que, como agora é politicamente correcto dizer-se, para "preservar o atleta", o Carlos Brito não ponha o Fábio Faria em campo contra o Benfica, ou então, que o ponha a jogar a avançado. É que a malta não acredita em bruxas, mas depois do guarda-redes do Paços...
Nota4 (em 05.05.2010): eu bem me parecia que havia qualquer coisa que não batia certo! Como não fui confirmar, meti água...
Já não se pode confiar em ninguém, e menos ainda em árbitros de futebol, e muito menos ainda no Jorge "da azia" Coroado. Não tinha a certeza se a Lei 12 teria ou não sido alterada, mas pelo que entretanto verifiquei, continua na mesma:
"Um pontapé livre indirecto será igualmente concedido à equipa adversária do jogador quando, no entender do árbitro: (...) impedir a progressão de um adversário".
Ou seja, na jogada entre o Cachinhos Dourados e o Hulk, no máximo dos máximos, haveria lugar a livre indirecto e não penálti.
Erro meu, que fica devidamente rectificado....