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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Una os pontos, descubra as figuras

13
Out13

Antes de mais, e para obviar a que convoquem dois matulões, para me ajudarem a vestir uma daquelas camisolas brancas que amarram atrás, convirá esclarecer que, tanto quanto consigo avaliar, não estou paranóico, nem me divirto a perder parte do meu precioso tempo a congeminar maquiavélicas teorias da perseguição.

 

Dito isto, aquilo que segue, para o caso de eventualmente estarem a ponderar lê-lo, é uma enumeração de factos, acontecimentos mais ou menos aleatórios, sem qualquer interligação aparente entre si. Ou talvez não. Avaliem vocês.

 

Aproximava-se do final a Segunda Liga, e o presidente do Sporting Clube Farense deu uma entrevista em que se queixou da arbitragem. Mais concretamente, dos árbitros de Setúbal e de Lisboa.

 

O grande concorrente do e o Farense subiu, Elói Zeferino, treinador do Mafra, "acusou o presidente do Farense de ter "influências" na arbitragem Farense na subida à, agora, Liga Cabovisão, foi o Mafra.

 

Em Abril, quando a prova terminou fora das quatro linhas , que, na sua opinião, ditaram a subida dos algarvios à II Liga".

 

 

O Mafra faz parte da Associação de Futebol de Lisboa (AFL).

 

O presidente, desde a sua eleição, teve por lema não permitir que clubes de Lisboa continuassem a ser prejudicados.

 

 

 

O estádio do Mafra tem capacidade para pouco mais de 1200 espectadores.

 

O Estádio de São Luís, em Faro, tem uma lotação de 15.000 lugares. A festa da subida de divisão foi presenciada por cerca de 13.000 , e as assistências ao longo da época devem ter andado entre os 2.000 e os 3.000 espectadores.

 

 

Aqui há uns anos, o Estoril-Praia, tendo em conta o número de adeptos de um clube que ia defrontar, existentes no Algarve, e a possibilidade de obter uma receita superior do que no seu estádio, aceitou jogar contra esse clube no Estádio do Algarve.

 

Confirmada a subida à II Liga, o Farense vendeu à ...ica TV, por importância desconhecida, os direitos televisivos para a transmissão dos seus jogos caseiros.

 

 

O presidente da AFL já demonstrou que tem uma forma exuberante e muito peculiar de viver o seu benfiquismo, e de (des)tratar clubes da sua associação, e outros.

 

 

Em Fevereiro de 2012, o presidente da AFL, natural de Viseu, deu uma entrevista ao "Jornal do Oeste" (cujo link não funciona), em que terá dito:

 

"É triste vermos Viseu na 3.ª Divisão Nacional".

 

  

O Académico de Viseu acompanhou o Farense e o Desportivo de Chaves na subida à actual Liga Cabovisão.

 

A hipótese do Académico de Viseu também ceder os seus direitos de transmissão televisiva à ...ica TV, a troco da cedência de jogadores, esteve em cima da mesa.

 

 

A Margarida Rebelo Pinto dizia que não há coincidências. Talvez tenha razão. Mas ainda assim, só para ter a certeza, tenho cá uma curiosidade mórbida de ver os relatórios de contas do Farense e da ...ica TV...  

P.V.P. ou “Da influência da cor vermelha enquanto factor de distorção na apreensão da realidade” – Parte III

28
Mai12

A propósito dos incidentes ocorridos no Dragão Caixa, no recente jogo final do playoff da Liga de basquetebol, vieram alguns dos moralistas do costume botar faladura, inicialmente, até sem saberem exactamente do que falavam.

 

Nem tal é preciso. Como é tradicional, fazem-no, escudados no maniqueísmo primário, tão do agrado dos adeptos do seu clube. O Bem vs. Mal, em que os lados estão perfeitamente definidos, e adivinhem quem está de que lado?

 

Ao Bem, tudo se perdoa, pois se dali algo menos digno emana, é por provocação do Mal.

 

Acham o comportamento do Carlos Lisboa lamentável, mas, ainda assim, quiçá por desconhecimento da sua prévia existência, ou apenas para atirar paralelepípedos aos olhos dos outros, permanecem na vã esperança que o dito se digne a facultar uma explicação plausível, que desdiga o que disse, e obviamente, desculpabilize a sua atitude, pois tonto é que não é.

 

Do lado do Mal, estão os tontos, os grunhos, a barbárie, pois mesmo quando provocados, são incapazes de revelar capacidade de “encaixe”. A mesma que aquele treinador reclama dos outros, dizendo que, na derrota, «[é] preciso saber “encaixar”», quando ele próprio, a ser verdade o que li num comentário, não a terá em abundância suficiente para suportar uma piada sobre o seu futuro profissional, e reagiu como se viu.

 

Reagiram mal e exageradamente os adeptos? Sim, é verdade. O que é engraçado é, como em tão pouco, apenas naquela resposta do treinador e no texto a que vai dar a ligação acima, tanto se revela do “ser benfiquista”.

 

A mesma puta da mesma superioridade moral do costume. A facilidade em julgar os outros pelos seus parâmetros, e paradoxalmente, a usual incapacidade de olhar para o próprio umbigo, à volta do qual, afinal de contas, tudo gira.

 

Aquele texto recordou-me de algo que comecei a escrever antes da interrupção ocorrida na actividade deste espaço, entre Maio e Dezembro do ano passado.

 

Na altura, num momento convulsivo da temporada, comecei a escrever para que as Putas das Virgens Puras não encolhessem os ombros e viessem dizer que não viram, não ouviram e não sabem de nada. Era suposto ser uma trilogia, como qualquer obra que se quer credível, mas ficou inacabada (caso interessem, ficam as ligações para a Parte I e a Parte II).

 

Para a terminar, faltou uma história, contada parcialmente na primeira pessoa, que poderá contribuir para o enriquecimento cultural, dos que tiverem suficiente abertura de espírito para a compreender.

 

Na cidade de Faro cada um dos três maiores clubes nacionais tem a sua filial. O Sporting Clube Farense, o mais proeminente e mais representativo, como o próprio nome indica, é filial do Sporting Clube de Portugal. A filial do Futebol Clube do Porto é o Futebol Clube de São Luís, e a do outro clube, o Sport Faro e Benfica, que merece toda a minha consideração, e daí aqui constar o nome por completo.

 

O São Luís e o Faro e Benfica, como são vulgarmente denominados, são clubes de bairro, que não sei se alguma vez terão ido além dos campeonatos distritais, e se alguma relevância têm, será ao nível das camadas jovens e do desporto amador.

 

É claro que, dada a dimensão dos três clubes, a maior parte dos farenses, onde eu me incluo, tem uma dupla paixão, por um dos clubes de Lisboa ou do Porto, e simultaneamente, independentemente da sua preferência nacional, pelo SC Farense.

 

Após esta breve introdução, direi que em todos os anos que vi futebol no velhinho e hoje decrépito São Luís, sendo o mais imparcial que me é possível, nunca vi o SC Farense ser mais prejudicado contra um dos grandes do que com qualquer outro. Se alguma excepção houver, para pior, será talvez, precisamente em confrontos com a equipa da “casa-mãe”. 

 

Assim sendo, a bipolarização por e anti, descrita por António Boronha no seu blog, e que aqui reproduzi, do ponto de vista de um qualquer farense sem outras preocupações clubísticas que não o SC Farense, não tem mais motivo plausível para existir que, eventualmente o distanciamento geográfico entre Faro e o Porto.

 

A que, entrando na parte que tem que ver com os clubes, acresce o facto de, como o próprio Boronha admitiu já por diversas vezes, o Farense ter sido, no decurso dos seus mandatos, um dos clubes beneficiados, por exemplo, pela política de cedência de jogadores do FC Porto.

 

Tudo somado, torna-se difícil compreender o porquê de, em praticamente todas as vindas a terras do sul, os autocarros portistas serem sistematicamente apedrejados.

 

 

 

Estes comentários, retirados da caixa respectiva do blog acima mencionando, a propósito de mais um apedrejamento, ocorrido aquando de uma visita do FC Porto ao São Luís, poderão, em parte, ajudar a compreender o estado de espírito reinante nesses dias:

 

 

 

 

 

Caso não chegue, convirá ainda ter em conta que a maior claque do Farense chama -se “Southside Boys”, e ostenta por sigla um orgulhoso duplo “S”. Eu não teria tanto orgulho nisso, mas isso sou eu que sou esquisito em rfelação a certas coisas.

 

 

Conhecem alguma outra claque cujo nome termina em “Boys”, e em cujo símbolo constem também duas letras iguais, no caso invertidas?

 

Exacto, é essa mesmo. A tal que é ilegal, e que tem uma arrecadaçãozinha no Estádio da Lucy, onde se encontram coisas interessantes. E porque é que há esta similitude entre as designações destas duas claques?

 

Quem não as conheça, poderá dizer: “Olha que coincidência engraçada!”

 

Quem conhece os seus elementos, trata alguns por tu desde os tempos de escola, sabe bem o porquê, e tem tudo a ver, claro está, com aquele ou aqueles, que são os clubes do seu coração.

 

Por isso, há um pequeno pormenor que é omitido naqueles comentários, e que eu também presenciei no dia em questão. O autocarro do FC Porto foi perseguido e apedrejado até à saída da cidade, quem o perseguiu e apedrejou trajava as camisolas alvi-negras da claque do Farense, só que, por baixo destas a cor era outra.

 

Isto vi eu, não foi preciso que alguém me viesse relatar. Mais tarde, preocupados com as eventuais consequências da situação, apareceram outros sócios do Farense a falar do sucedido, e do facto de o clube ir arcar com as responsabilidades dos actos de uns quantos energúmenos. Como penso que veio a suceder.

 

Portanto, pregadores da moral, dos bons costumes, da verdade desportiva e quejandos, deixem-se de tretas. Os Bons não estão todos de um só lado, nem os Maus do outro.

 

Foi feio o que aconteceu no Dragão Caixa? Pois foi. Não há violência boa e violência má, apenas violência condenável? Também é verdade, assim como a violência não pode servir de álibi para mais uma rodada da dita.

 

Porém, “antros”, no dizer do autor do texto que despoletou este meu longo desabafo, como o Dragão Caixa, há-os por todo lado, basta que neles se reúnam umas quantas dúzias de grunhos, sem que faça grande destrinça entre os que provocam e os que respondem desporporcionada e despropositadamente.

 

Apenas separo os que assim agiram porque, verdadeiramente se sentiram ofendidos por um grunho, daqueles, se é que os houve, por exemplo, no caso do Dragão Caixa, que apenas tinham por motivação obstar a que um adversário recebesse um título na sua casa.  

 

Porque os grunhos, por muito que custe a alguns aceitar, são de todas as cores (clubísticas).

Ah, moços marafados!

01
Abr11

Está quase a chegar ao fim mais um Dia das Mentiras, e a verdade é que o Sporting Clube Farense cumpre mais um aniversário, o seu 101.º.

 

Já o disse aqui, e certamente não me levarão a mal por isso, que, desportivamente falando, e em particular, no que ao futebol diz respeito, tenho dois amores.

 

O primeiro, o FC Porto. O segundo, o clube da minha terra, onde fiz a minha breve carreira de basquetebolista federado, que a falta de jeito, mais do que tudo, e uma pouco promissora falta de altura, fizeram de mim, com interregnos espaçados, o actual desportista de sofá e teclado que sou hoje. O basquetebol não é para Rui Barros. Bem, na realidade, na NBA houve o Tyrone Bogues. Foi a excepção que confirma a regra.

 

Para além de dar os Parabéns ao Farense, queria aproveitar esta oportunidade para vos apresentar o meu primeiro ídolo no futebol nacional: Carlos Manuel, nome de guerra "Cheira".

 

O Cheira foi um extremo do SC Farense, e vi-o jogar em finais da década de setenta, príncipios da de oitent. Era completamente louco. Capaz de dar as mais despropositadas pantufadas nos adversários, e não sei como é que não era expulso logo à primeira vez que dividia um lance com um oponente.

 

Tenho na memória um duelo em particular, com um defesa-esquerdo do Nacional da Madeira, de nome Inguila. Fez faísca até mais não, e o Inguila ganhou.

 

Na altura, não percebia porque é que o Cheira não jogava mais, e criticava por isso o treinador, salvo erro, também jogador, o Leitão. O meu tio, que me iniciou nestas coisas do futebol, e que, ou muito me engano ou, dada a sua simpatia clubística, na primeira vez que me levou ao velhinho São Luís, me espetou nas mãos uma bandeira, que eu desconfio que era vermelha e branca, - ainda que até hoje mantenha a esperança de que fosse preta e branca - também não gostava muito dele.

 

Agora percebo porque. O homem jogava de cabeça sempre em baixo. Não via ninguém. Tentava fintas completamente adoidadas, e depois, quando perdia a bola, afinfava nos adversários, como se não houvesse amanhã. Acho que, raramente terá feito qualquer coisa de útil. Coisas que um miúdo não compreendia na altura...

 

Aproveitando que estou com a mão na massa, ou no teclado, já agora recordo um dos momentos épicos que vivi no Estádio de São Luis, e precisamente no dia 1 de Abril, neste caso de 1995.

 

Nesse dia o Farense cilindrou um adversário por 4-1, e foi dos dias mais felizes que vivi naquele estádio.

 

 

Jogavam em Faro grandes jogadores como o "Príncipe" Rufai, o Miguel Serôdio, o Hajry, o Sérgio Duarte, o Hassan e o Djukic. E o King, é claro!

 

Belos tempos!

 

É claro que essa vitória acabaria, uns anos mais tarde, por ser paga, e com juros. O Farense não foi capaz de pagar as suas dívidas às Finanças (e não só!), e foi parar aos distritais. O outro clube, todos sabemos a história...

 

Enfim, muitos Parabéns Sporting Clube Farense!

Quer se queira, quer não queira…

10
Jan11

(foto retirada de http://adefesadefaro.blogspot.com/) 

 

 

Um pequeno interlúdio no azul e branco, para prestar uma justa homenagem, infelizmente póstuma, a dois conterrâneos.

 

Só este fim-de-semana é que o soube, mas faleceu, mesmo no final do ano passado, o antigo jogador, técnico-adjunto e actual treinador da equipa sénior de futebol do SC Farense, Joaquim Sequeira, de seu nome.

  

 

Acho que nunca o cheguei a ver jogar, pois a primeira vez que me lembro de travar conhecimento com o seu nome foi através da equipa de Subbuteo do Farense, herdada de um primo, e em que alguns bonecos ostentavam na base os nomes respectivos, para além dos números.

  

 

Recordo-me do Otelo (Valério), do Chico Zé e do Cajuda, para além do Sequeira. Depois disso, recordo-me da sua passagem pelo clube como um dos adjuntos, julgo que do Paco Fortes (bons tempos!) e do João Alves.

 

  

 

(caricatura de Francisco Zambujal, retirada de http://adefesadefaro.blogspot.com/)

 

 Sei que orientou o Silves, e os miúdos do São Luís, a filial farense do FC Porto. Agora, ao que parece, apesar da vontade de se reformar, não terá resistido ao apelo de pegar no SC Farense.

 

 Como pouco mais do que isso sei, socorro-me das palavras do palavras do Manuel Cajuda, antigo colega de equipa.

  

 

Como se não bastasse, e como se costuma dizer, uma desgraça nunca vem só, fiquei a saber que faleceu também Eduardo do Vale “Chaby”. Este, para além de conhecido farense, vizinho do Alto Rodes.

 

Foi durante muitos anos o dono da mais reputada casa de material desportivo de Faro, a “Casa Chaby”, e habituei-me a vê-lo no Estádio de São Luís, épocas a fio como delegado aos jogos do Farense.

 

Faro e o SC Farense ficaram mais pobres neste fim de ano. Que descansem em Paz…