Terça-feira, 5 de Junho de 2012

Desculpem, que mal pergunte…

…mas qual é a grande pertinência de trazer agora, de novo para os píncaros, o nosso ex-seleccionador retranqueiro? E mais ainda, ressuscitar o caso da excomunhão do Vítor Baía?

 

Até consigo compreender que a televisão pública envie alguém, neste caso o Hélder Conduto, de propósito falar com o defensor dos mininos fracos e oprimidos.

 

Apesar dos pesares, sempre foi o treinador que ao serviço da nossa selecção, mais vezes marcou presença em fases finais de campeonatos da Europa e do Mundo. Seria de bom tom ou poderiam ter falado com outros que também estiveram em fases finais? Talvez.

 

António Oliveira? Hmmm! A linguinha viperina do António Oliveira desaconselha grandemente tempos de antena, como se viu há não muito tempo. Humberto Coelho? Está na casa. Soava um tanto ou quanto ir para fora, cá dentro. Carlos Queiróz(s)? Duplo hmmm! Depois de desterrado para o Irão, ir agora também desenterrá-lo, não seria um exagero? E depois, o Brasil é muito mais atractivo nesta altura do ano.

 

É evidente que, ainda que não fosse o mais à mão, era indubitavelmente o mais mediático.

 

Confesso que não li, nem vi, a entrevista em causa, para além do que consta em vídeo na net. Assim, o que me fez logo à partida espécie, foi o enfase dado à questão Vítor Baía.

 

Então, vai alguém ao Brasil, entrevistar um ex-seleccionador nacional, em vésperas de mais uma campanha internacional da selecção, e o assunto em destaque é esse? E umas estórias interessantes para contar? Sei lá, saídas nocturnas, e coisas assim. Curiosidades sobre outros tempos e outros jogadores? Até conselhos a dar ao Paulo Bento, como se ele precisasse deles, caramba!

 

Não! O importante era a questão da não convocatória do Vítor Baía, e mais ainda, dar-lhe inopinadamente uma volta, até à data desconhecida, associando-a de forma original ao FC Porto.

 

A única revelação que, de caminho, aproveitou para fazer, foi a de que a reacção de Ricardo Carvalho, a quem simpaticamente, (des)qualificou de "nhaca", havia sido normal, dentro daquele que era o seu padrão típico de comportamento. Sem dúvida um grande favor prestado a alguém que, além de excluído pelo Paulo Bento, segundo consta, irá ficar sem clube brevemente.

 

Tudo colocado, de tal maneira, que até o Bruno Alves se viu na contingência de vir a terreiro esclarecer que a(s) sua(s) ida(s) à selecção era(m) fruto (que não "fruta"!) do seu muito trabalho e esforço, e não da eventual capacidade de persuasora do FC Porto ou de Pinto da Costa, junto da Federação Portuguesa de Futebol.

 

Será talvez problema meu, ou incompetência do entrevistador, que foi incapaz de encaminhar a entrevista para questões mais pertinentes, mas qual era mesmo o objectivo desta? Muito sinceramente, não percebi.

 

Motivar a selecção? Puxar pelos adeptos? Fazer uma barrela da roupa ainda suja? No fundo, quem eram afinal, os destinatários daquele pedaço de vacuidade?

 

Bem, partindo do princípio que os visados são os do costume, será fácil adivinhar, por exclusão de partes, quem serão os destinatários.

 

Mas, qual o seu objectivo? Desviar as atenções de alguma outra coisa? De quê, ou para quê, se o clima à volta desta selecção nacional é do mais pacífico que pode haver?

 

Os convocados foram os possíveis, até o Hugo Viana foi repescado. Os que ficaram de fora, talvez com as excepções do Manuel Fernandes e do Nuno Ribeiro, são reconhecidamente mal-amados. Assim, de repente, Quim, Bosingwa, Ricardo Carvalho ou João Tomás? Alguém os queria lá? O Sílvio?

 

Foi falta de tópico que alimentasse a conversa até ao próximo fim de semana? Será isso?

 

O que é certo, é que o destaque dado a este assunto foi de tal ordem, que até o meu conterrâneo António Boronha, retirado das lides bloguísticas desde o Natal, se viu compelido a regressar no Dia da Criança, com "a verdadeira, definitiva e última versão sobre a questão (...):

 

a contratação de scolari foi feita em madrid por gilberto madail acolitado pelo, na altura 'boss' europeu da 'nike', hoje todo-poderoso presidente do 'barcelona', sandro rossel e..., imaginem!!!, por jorge nuno pinto da costa!!!...

foi este último que na época se queria ver livre de vítor baía, por conflitos com josé mourinho, que pediu então a 'felipão' que este não convocasse o guarda-redes azul-e-branco”.

 

Sendo “a verdadeira, definitiva e última versão sobre a questão”, mais valia ficar então, por aqui.

 

Porém, não consigo. E porquê? Porque esta “verdadeira, definitiva e última versão sobre a questão”, não acrescenta grande coisa às anteriores.

 

Vejamos. Será preciso uma tão grande imaginação para conceber a presença de Pinto da Costa numa tal reunião?

 

Na altura, corria o ano de 2003. Em Portugal, a Nike patrocinava o FC Porto. Se Madaíl necessitava de alguém para promover uma aproximação a Scolari, também patrocinado pela Nike, será assim tão inverosímil que esse alguém fosse Jorge Nuno Pinto da Costa?

 

 

Porquê o espanto? É perfeitamente plausível. Compra-se, e nem sequer se pedem provas.

 

A esta primeira parte, qualquer um chega. Quanto ao resto, nem tanto. Bem sei que o António Boronha é uma pessoa bem informada, com muitos contactos no mundo da bola, e acima de tudo, encontrando-se neste momento afastado do futebol, usufruirá de uma independência e de uma liberdade de agenda que outros não têm.

 

No entanto, terá provas daquilo que afirma? Ou estará, ele que é dado às artes náuticas, apenas e também a surfar esta onda?

 

“a partir desse momento, escusado será dizer, luís filipe scolari meteu uma cruz no nome de pinto da costa e, por tabela, do 'fc do porto'”. Sim, É certo. Mal ficaria se voltasse atrás na sua decisão inicial. Também não o fez mesmo com súplicas presidenciais para convocar Romário, iria fazê-lo com Baía?

 

Acontece que, a ser verdade o que diz agora o sargentão(zinho), o que é que isso nos diz de si, enquanto profissional? Se a exclusão do nosso guarda-redes não foi motivada por motivos técnicos, ou de preservação do grupo de trabalho, leia-se: do ego do Luís Figo, isso quer dizer apenas que o então seleccionador nacional colocou o seu orgulho, à frente dos reais interesses da equipa. Muito profissional.

 

“meteu uma cruz no nome de pinto da costa e, por tabela, do 'fc do porto'”. É possível que o tenha tentado. Mais no de Pinto da Costa, do que no do FC Porto. Tentar, ainda tentou. Mas a tentativa ter-se-á ficado pelo primeiro jogo do Euro 2004.

 

E seria só por causa desta estória do Vítor Baía? Por exemplo, era bem conhecida a predilecção do retranqueiro pelos jogadores patrocinados pela Nike.

 

Não estaremos a entrar no domínio das elucubrações mirabolantes?

 

Trilhando este caminho, ou semelhante, poderíamos ser levados a confabular sobre a chamada à ordem do dia deste assunto.

 

Estará relacionado este avivar da memória de alguns, em relação ao ex-seleccionador nacional, com a notícia recentemente divulgado de um treinador que anda a praticar tiro nas horas vagas?

 

 

 

Ele diz que o tiro “tem muito a ver com a [sua] profissão. Requer autodomínio e exige um elevado grau de concentração”. Conhecendo-o, como todos conhecemos não será antes por instinto de autodefesa, ou preservação do posto de trabalho?

 

Estará a prever a visita futura de grupos bem intencionados de associados ao complexo do Seixal?

 

Ou será que é a decisão do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol, que estará por aí a rebentar?

 

Irá o dito Conselho autorizar a passagem dos meros insultos e agressões físicas, para o uso generalizado de armas de fogo?

 

São todas hipóteses, que sem provas, como o faz António Boronha, podemos legitimamente colocar…

 


Nota: O Manuel José, curiosamente, outro algarvio, e sempre um potencial proto-putativo-candidato-a-seleccionador-nacional, também já veio comentar o estado da arte da Selecção Nacional, oscilando a sua análise entre “circo” e “Big Brother”. Porque será?

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