A primeira edição da Supertaça Cândido de Oliveira, disputada a título oficial, e sob a égide da Federação Portuguesa de Futebol, foi a correspondente à época de 1980/81.
Foi a primeira vitória do FC Porto a que assisti. Estava a jogar à bola na rua, coisa que se fazia naquele tempo, mas fui a casa por um instante, e apercebi-me que estava a dar futebol na televisão. Fiquei a ver. Era a segunda mão, e esse jogo marcou, salvo erro, a estreia do capitão João Pinto, que jogou a médio.
Ganhámos, e no final, o guarda-redes adversário, o falecido Manuel Galrinho Bento, teve aquela famosa tirada de que era uma taça "a feijões".
Com feijões ou sem feijões, a continuação do nosso jogo na rua tornou-se numa reedição daquela Supertaça.
Hoje, tive o azar de ir comer uns caracóis num restaurante ao pé de casa. Dada a hora, tive o cuidado de fazer um prévio reconhecimento do terreno. Tudo calmo. Um plasma cuidadosamente virado para a esplanada, mas muito pouca gente na rua, que o Verão antecipado parece que se foi.
Fui buscar a família, e ainda cheguei a tempo de assistir aos minutos finais da Taça de Portugal. Qual não é o meu espanto quando, ainda não tinha terminado a partida, e já se falava em "triplete". "A primeira equipa a ganhar as três competições"!
No final do jogo, lá veio o pateta platinado, de três dedos em riste, como é seu costume, com a mesma estória. Do pateta platinado espera-se tudo. Dadas as limitações que todos lhe reconhecemos, acrescidas pela emoção do momento, dá-se o devido desconto e nem vale a pena entrar pelo caminho da desonestidade intelectual, por aquilo que em direito se poderia chamar de "flagrantíssima impossibilidade de objecto".
Só que a seguir, cada um dos pés de microfone da estação de televisão pública que tomou da palavra, fez questão de reiterar a estória.
E aqui já fico com a pulga atrás da orelha. Uma coisa é o João Bonzinho esquecer-se que o FC Porto foi uma das equipas, a par do Sevilha, do Bayern de Munique, do Manchester United e de uma outra, que logrou marcar presença em duas finais europeias consecutivas. E, hélas, para ele, é claro, logo havia de as conquistar. Apenas, ao contrário dos demais, foram finais de competições diferentes, e talvez daí a confusãozinha.
Outra coisa é tantos esquecerem-se da Supertaça Cândido de Oliveira. Ganharam três competições, é certo, mas não ganharam, nem "as três competições", como ouvi a alguns, nem sequer as três mais importantes.
Que eu saiba, em termos de importância, temos a nível nacional, por ordem decrescente: o Campeonato ou Liga, a prova rainha - a Taça de Portugal, e a Taça que opõe os vencedores destas duas - a Supertaça.
Compreende-se que queiram hipervalorizar a Taça Lucílio Baptista, basta ver quem ganhou mais edições, mas isto é como no poker. Um trio, é sempre um trio, mas pode ser de duques ou de ases. E os ases ganham aos duques.
Ou seja, nem a tal equipa conquistou o triplete de maior valor, nem foi a primeira a fazê-lo. Ainda muito recentemente, o FC Porto de Villas Boas conquistou a Liga, a Taça de Portugal e a Supertaça. Esse sim, o triplete real.
Portanto, é o costume. Podiam fazer as coisa doutra maneira? Podiam, mas não era a mesma coisa. Querem festejar? Festejem à vontade, mas na devida proporção, e sem atirar areia para os olhos dos outros, se faz favor.
E não se esqueçam, na próxima temporada a Supertaça vai ser outra vez a feijões. Mas talvez d' oiro!
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