Tive ontem à tarde/noite, um diálogo interessante, como não poderia deixar de ser, via Twitter, com o Jorge, do Porta 19.
A coisa começou a propósito de quem seria o substituto do Brahimi nos tempos mais próximos, mas acabou por se estender a quase toda a linha ofensiva, pois só ficou de fora o inquestionável Jackson Martinez.
O Jorge começou por alvitrar o Ricardo Pereira como uma possibilidade para testar, em substituição do Brahimi. Perfeitamente plausível no papel, e desejável no íntimo de muitos de nós.
No entanto, comentei que achava que não, pois o Ricardo joga pela direita, ao passo que o argelino tem aparecido mais a jogar pela esquerda, o que implicaria uma reformulação da frente de ataque. E assim por diante.
Como o Twitter não é elástico, e a minha capacidade de síntese é reduzida, vou tentar completar o meu pensamento, preenchendo as lacunas que ficaram.
O Lopetegui, tal como o Jesualdo o era, parece ser fã de uma linha atacante assimétrica. De um lado, um extremo mais rectilíneo, e do outro, um com tendência para internar-se entrar mais para o centro do terreno.
No primeiro caso temos o Tello, o Quaresma e o Ricardo Pereira. Para o segundo, o Brahimi, o Adrián e, aquela que é a minha hipótese favorita, ainda que não sendo um extremo puro…o Quintero, sendo que este, futebolisticamente falando, é para mim o que mais se aproxima do argelino.
Não me recordo, mas penso que em raras, senão nenhumas ocasiões, terão jogado em simultâneo como extremos, elementos de algum daqueles dois grupos. E não me parece que seja agora que isso irá acontecer.
Lançar o Tello e o Adrián parece-me fora de questão. É demasiado arriscado, tendo em conta as últimas exibições do Tello, e expõe em demasia um Adrián, a necessitar prementemente de algum resguardo.
Com o Quintero, a situação já está para além do ponto de respaldo. E acho que ele próprio está perfeitamente consciente disso. Ou funciona ali, ou dificilmente terá oportunidade de provar noutro sítio.
Resolvida a esquerda, na direita as opções são mais numerosas. Contudo, o Tello e o Ricardo favorecem um outro tipo de movimentações do Danilo, que o Quaresma não proporcionará tão facilmente.
Jogando à linha permitem com naturalidade que o lateral flita para dentro, como gosta de fazer, e tente o remate. Com o Quaresma, a convivência tem sempre de ser gerida de uma forma menos espontânea.
Do ponto de vista defensivo, o Ricardo situa-se num patamar de excelência superior aos outros dois.
Dito isto, o ataque ideal para o onze inicial seria: Tello, Jackson e Quintero.
Se a coisa corre bem, aí sim, o Ricardo para o lugar o Tello, para ir ganhando rodagem, e eventualmente, o Adrián para o do Quintero, para ganhar confiança. Então e o Quintero? – perguntarão - não precisa de confiança?
Pois é. É uma questão de dividir o mal pelas aldeias…
Correndo mal, a alternativa para a direita será o Quaresma. Já para a esquerda, ainda por cima sem o Alex Sandro, não me parece que a solução passe pelo Adrián a extremo.
Será sempre um falso extremo, pois tem demasiada tendência para ir para dentro, e o José Angel não dá tanta profundidade ao flanco.
Mal por mal, preferiria uma solução tipo subir o Óliver para falso extremo, e o Adrián no apoio ao ponta-de-lança, com um meio-campo sustentado num duplo pivot Casemiro – Herrera/Evandro.
Tudo isto, é claro, sem olhar para o Belenenses, que, confesso, ainda não vi jogar, e o Lito Vidigal não é parvo nenhum…
. Quem quer ser Brahimi, no...