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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

O eterno brilho de uma mente imaculada

21
Jun12

 

"Parece evidente que Michel Platini parece preocupado com as dinâmicas de controlo da arbitragem. Porquê? Toda a gente já entendeu. A situação é tão anacrónica que já se tornou ridículo.

Os árbitros, nos Campeonatos da Europa, estão sob a tutela da UEFA. São homens, têm ambições, querem dirigir jogos, querem ser promovidos. Estão na ‘bolha’ de Platini. No mínimo, sugestionados. O futebol vai perder toda a sua credibilidade (que já não é muita) se Platini continuar na senda da aquisição de um poder incontrolável. À custa das receitas que a UEFA proporciona às Federações, uma forma de comprar o silêncio. As Federações comportam-se como cãezinhos amestrados, que dão a pata perante a ordem do dono. E assim ‘o maior espectáculo do Mundo’, sem regulação nem capacidade de se regenerar, vai perdendo o primacial valor da reputação".

 

A mente não só brilhante, mas também sem sombra de mácula, que produziu estas afirmações, assim, sem o menor rebuço, foi a mesma que igualmente, do alto do pedestal etéreo da sua verdade desportiva, diz e repete com mais frequência do que, se calhar, deveria, que "[n]a dúvida os árbitros beneficiam o FC Porto".

 

 

Será que o raciocínio agora produzido, só se aplica às competições da UEFA e ao Sr. Platini?

 

Será Rui Santos capaz de transpor aquelas afirmações para a realidade nacional?

 

Se for, como é que os seus dois corolários se concatenarão coerentemente?

 

A quem pertence a "bolha" da arbitragem no futebol português?

 

Por acaso foi o FC Porto que apoiou a candidatura de Fernando Gomes à presidência da Liga de Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), incluindo Vítor Pereira nas suas listas?

 

Por acaso foi o FC Porto que apoiou a candidatura de Fernando Gomes à presidência da Federação Portuguesa de Futebol, abdicando inclusivamente de sponsorizar um candidato das suas próprias cores?

 

Que eu saiba o FC Porto limitou-se a apoiar, em teoria, conjuntamente com os outros dois grandes, na prática, pelo menos com um deles, a candidatura de Carlos Marta à presidência da LPFP, que agora já não risca nada.

 

Quem é que tem a fama, e não tem mais frequentemente o proveito, apenas porque, lá está, há o FC Porto de permeio, de "fazer as coisas pelo outro lado"?  

 

Porque é que a verdade desportiva que Rui Santos revê nos comportamentos da UEFA e do Sr. Platini, é diferente daquela que observa entre portas?


Nota:  O título deste texto, é a tradução da minha lavra, do título do filme The Eternal Sunshine of the Spotless Mind, um filme perturbante, embora menos que o Rui Santos, com o Jim Carey e a Kate Winslet em registos que não são nada habituais.

Mar de preocupações, em seara alheia

12
Ago09

 

A TVI24 tem mais um daqueles programas dedicados ao comentário da actualidade desportiva, onde representam Benfica, Sporting e FC Porto, respectivamente, Fernando Seara, Eduardo Barroso e Pôncio Monteiro.
 
Anteontem, a dada altura e a propósito das contratações do Benfica, Eduardo Barroso fez um comentário qualquer que enervou Fernando Seara, e que o levou a recomendar paternalmente, que “não se preocupasse tanto com o Benfica”, que o Benfica estava bem, e que “não se preocupasse com o Benfica”.
 
Aposto que Eduardo Barroso, tal como eu, e muitos outros não benfiquistas, ficámos todos muito mais aliviados, porque o Benfica se encontra bem e de saúde. Mas tal, não leva a que, ao menos pela minha parte, o Benfica deixe de ser motivo de preocupação.
 
E preocupo-me, e vou continuar a preocupar-me, porque a reacção do Dr. Fernando Seara, foi idêntica à reacção do presidente do Benfica, quando confrontado com a notícia de que a sua direcção havia hipotecado dez anos de receitas para pagar os reforços contratados neste defeso.
 
Preocupo-me porque, pouco depois de ser do conhecimento público esta operação financeira, o presidente do Benfica veio dizer que “o dinheiro não cai do céu”, e que afinal de contas não havia qualquer antecipação de receitas, mas que estava tudo bem. Porém, não explicou, nem pouco mais ou menos, de onde vinha então o dinheiro.
 
Preocupo-me ainda, porque foi o Benfica o clube que foi multado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários em 40 mil euros, por “informação não verdadeira”, aquando da contratação do brasileiro Ramires.
 
Preocupa-me que, no clube com mais associados em todo o Mundo (cento e setenta e um mil, ao que consta), a Direcção em funções tenha sido, Enver Hoxhianamente[1], eleita por 18.825 votantes (91,74% dos votos), e o orçamento para 2009/2010, de 29 milhões de euros, tenha sido aprovado por 90%, de 52 gatos pingados, após segunda convocatória, por falta de quórum à primeira, e com chapadas à mistura.
 
  
 
Preocupo-me pelo ar de evidente desconforto de que Fernando Seara fez alarde, quando Eduardo Barroso, se calhar não tanto descabidamente como poderia parecer, associou a sua presença naquele espaço de comentário às eventuais vantagens políticas que daí poderia retirar.
 
Preocupa-me o ar maioral com que o Dr. Fernando Seara proclamou que o Benfica se encontrava em posição privilegiada para renegociar os direitos das transmissões televisivas, cujos contratos, pelos vistos, vão caducar em lá para 2013, ou seja, após o términus do mandato desta direcção do Benfica, que o Dr. Seara apadrinha.
 
Preocupam-me notícias, como aquela do “Sol”, aqui há uns dias, de uma dívida por parte do Benfica, à empresa Euroárea, decorrente do financiamento obtido para a construção do Centro de Estágio do Seixal, que deveria ser ressarcida através da obtenção, junto das Câmaras de Lisboa e do Seixal, de novos alvarás para projectos urbanísticos.
 
Preocupo-me porque, por exemplo, a Dr.ª Maria José Morgado, que tão diligentemente, não teve pejo em servir-se do “Eu, Carolina”, para reabrir os casos da “Fruta” e do “Envelope”, não dedique o mesmo tipo de atenção a notícias como a anterior.
 
Preocupo-me que, perante a existência de factos públicos, bem elucidativos da forma como o Benfica branqueou as dívidas fiscais que lhe impediam de receber fundos públicos para a construção do novo Estádio, a mesma Dr.ª Maria José Morgado fique impávida e serena.
 
Preocupa-me este tipo de encolher de ombros, que não é de hoje, e que vem repetir o que aconteceu aquando do episódio das certidões das Finanças, digamos, que relativamente conflituantes com a verdade, obtidas por Vale e Azevedo, descrito pela Dr.ª Maria José Morgado, no seu livro “O inimigo sem rosto – Fraude e Corrupção em Portugal”.
 
Preocupo-me porque aí, perante a diluição da(s) responsabilidade(s) pelo ocorrido por vários autores, a conclusão, pura e simples, foi que não era possível apurar o(s) culpado(s).
 
Preocupa-me o ataque de amnésia, que faz esquecer o eixo do mal, caracterizado pela autora no dito livro, como sendo constituído pela tríade: autarcas, promotores imobiliários e clubes de futebol, sempre tão presente em tantos aspectos da vida do Glorioso.
 
Preocupa-me que, afinal de contas, se dê tente dar um rosto à corrupção, mas que por detrás desse rosto esteja um clube desportivo, e que os factos com que se pretendia sustentar essa tentativa não fossem, ao que se sabe, além da estrita esfera do fenómeno desportivo, quando outros, de muito maior quilate, e transversais à sociedade, no seu todo, passam incólumes.
 
Preocupo-me porque este estado de coisas, em vez de melhorar, parece que tem vindo progressivamente a assumir contornos que parecem pouco apropriados para um regime democrático, e mais condizentes com uma ditadura – a ditadura dos seis milhões.
 
Preocupa-me, numa instituição, supostamente respeitável, como o é, o Sport Lisboa e Benfica, a constante falta de fairplay, de jogo limpo, de transparência, de vergonha na cara, de ética, desportiva e não só, e as recorrentes tentativas de abuso de posição dominante por parte dos seus corpos sociais.
 
Preocupa-me que, quando se fala em verdade desportiva, não sejam lançadas petições online sobre estes assuntos.
 
Preocupa-me que, numa altura em que o presidente da UEFA tanto se preocupa com o Real Madrid, o Cristiano Ronaldo e o Manchester City, o organismo que superintende o futebol europeu, não se preocupe com a transparência de gestão dos seus filiados, e não estude medidas que fomentem e defendam a sã concorrência entre os clubes.
 
Por estas alturas devem possivelmente, estar a pensar que vivo amargurado e deprimido com todas estas preocupações. Faço minhas, com o devido respeito, as palavras do Dr. Fernando Seara e do presidente do Benfica: não se preocupem, está tudo bem.
 
Devem ter notado que nenhuma das preocupações expressas, tem que ver com o que se passa no campo de jogo, propriamente dito.
 
Enquanto o FC Porto continuar a conseguir, por direito próprio, e sem favores de ninguém, nem pedidos para que outros sejam excluídos, ombrear taco-a-taco com clubes como o Manchester United, ainda que não lhes ganhe.
 
Enquanto no discurso dos seus jogadores, mesmo naqueles acabados de chegar há dois dias, a tónica for: “Ganhar, ganhar, ganhar!”.
 
Enquanto, cada vez que jogar, demonstrar o potencial suficiente para tornar irrelevante a presença do(s) árbitro(s), a favor ou contra.
 
Está mesmo tudo muito bem!

 


[1] de Enver Hoxha (Gjirokastër, 16 de outubro de 1908Tirana, 11 de abril de 1985) foi o governante da Albânia desde 1944 até sua morte, em 1985 (http://pt.wikipedia.org).

Nem a Alanis fazia melhor...

23
Mar08

UEFA convidou Bruno Alves para mostar técnica defensiva

 


Bruno Alves foi convidado pela UEFA para demonstrar a sua técnica defensiva numa secção do site oficial daquele organismo na internet chamada Training Ground " ou "Campo de Treino" em português.

 

(…)

 

Bruno Alves, que foi totalista pelo FC Porto na Liga dos Campeões, cometendo apenas 17 faltas em 750 de jogo, foi escolhido pela UEFA - naturalmente indiferente às polémicas internas - para demonstrar a sua técnica defensiva naquela secção. As filmagens do contributo do central portista para a UEFA deverão decorrer durante os primeiros dias de Abril.

Fonte: O Jogo

 


Numa semana em que decorreu o peditório nacional, para que fosse aplicado ao Bruno Alves um processo disciplinar sumaríssimo, e certamente, o consequente castigo, como resultado da jogada com o Jorge Gonçalves, no jogo com o Leixões, logo haviam de vir os senhores da UEFA, com as parvoíces deles.

 

Sem dúvida que o rapaz, de vez em quando excede-se, e o convite vale o que vale, mas pronto, não será para qualquer mânfio .

 

Deve ter sido um valente baque, para todos aqueles que defendem que o Bruno Alves deveria ir para a rua "jogo sim, jogo sim", da Bwin Liga!

 

É que não for por mais nada, os números impressionam. 17 faltas cometidas em 750 minutos (sim, falta a indicação de "minutos" no texto acima), são 17 faltas em, qualquer coisa como, 8 jogos! Ou seja, mais ou menos 2 faltas por jogo!

 

Ele há estrelas em ascensão no panorama futebolístico português, na mesma posição, mas noutros clubes, que, vendo bem as coisas, não farão 750 faltas em 17 minutos, mas, entre as que são marcadas e as que os árbitros deixam passar em claro, as fariam, por certo, em 17 jogos. Se os jogassem...

 

Ora, como penso que a UEFA não terá convidado o homem, para ir dar uma lição sobre a melhor maneira de apanhar cartões amarelos, as faltas cometidas não devem ser, ainda por cima, faltas graves.

 

E agora? Será que o Pinto da Costa conseguiu endrominar os tipos da UEFA, ou comprou os árbitros daqueles 8 jogos, como faz em Portugal?

 

Ou será que o rapaz, que segundo dizem, até nem prima particularmente pela inteligência, joga de uma maneira em Portugal, e com os árbitros portugueses, e muda de forma de jogar, quando vai para a estranja?

 

Se for assim, pelo menos revela mais inteligência que o Óscar Cardozo , que faz uma asneirada em Portugal, e safa-se, e depois vai repetir a mesma brincadeira lá fora, e claro, vai para o olho da rua!

 

Será que os defensores de que o Bruno Alves nem devia entrar em campo (em Portugal, pelo menos!), já conseguem aceitar que o rapaz pode não ser um Humberto Coelho ou um Eurico, nem sequer um Ricardo Carvalho, mas que evoluiu bastante, e até joga à bola?

 

Não? Então, continuem em estado de negação, como têm estado nos últimos tempos, se isso vos consola!

 

O que, quanto a mim, não deixa de ser  interessante é que o Conselho de Disciplina que não aplicou o "sumaríssimo" ao Bruno Alves, foi o mesmo que também não o aplicou ao Cardozo , e a UEFA que convidou o Bruno Alves, foi a mesma, cujo órgão de disciplina castigou em três jogos, o Cardozo !

 

É irónico!