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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

FC Porto 2016/2017 - Take 3 (...sem desprimor para o Valadares e para o Rio Ave)

24
Jul16

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Como não tenho conseguido ver grande coisa dos jogos feitos até agora, resolvi fazer a coisa por atacado.

 

Estes são apenas alguns pormenores que me chamaram a atenção, naquilo que pude ver.

 

O método

 

Confesso que sou bem menos que um leigo em matéria de metodologia de treino. A realidade é que não percebo um boi do assunto.

 

No entanto, daquilo que vou lendo, parece-me que aquelas pré-temporadas à antiga, com corridas pela praia, na serra, ou as subidas e descidas pelas arquibancadas dos estádio, até aos mais recentes, boot camps de comandos, são uma imagem algo retrógrada no que toca à preparação física pós-férias.

 

De facto, impor a um corpinho recém acabadinho de chegar da praia, doses valentes de esforço, não parece verdadeiramente uma boa ideia, e daí aquelas arreliadoras lesões de início de temporada, que, de há uns tempos a esta parte, aparentemente deixaram de ser tão frequentes.

 

Até eu passei por esse processo quando jogava basquetebol: primeiro treinávamos a resistência, e só depois passávamos para a velocidade, para a técnica individual e para a táctica.

 

Pelo que percebi, os metodólogos do treino tem uma nova abordagem integrada do treino, doseando as cargas de esforço físico, enquanto se vai entrando de imediato nas componentes técnica e táctica.

 

Do que vi (no pouco que vi...) dos jogos realizados até agora, por aquilo que leio em fontes fidedignas, sobre o trabalho físico, e até pelos comentários feitos pelo treinador e por alguns jogadores, sobre a importância do esforço agora feito, para preparar o sucesso no resto da temporada, fico, na minha ignorância, com uma sensação anacrónica.

 

Quando leio que algumas sessões de treino são desmarcadas, fico na dúvida se tal acontece por causa do esforço acumulado ou, sei lá, por influência das condições climatéricas, do horário, ou seja, em resultado de uma deficiente programação.

 

Enfim, dúvidas de um nabo na matéria.

 

O esquema

 

Depois olho para a disposição da equipa em campo. No último jogo, de que só vi a nossa recuperação, consta que o onze inicial entrou em 4x3x3.

 

Quando comecei a ver o jogo, estávamos, quanto a mim, a jogar num 4x2x3x1. Nada de mais, tudo normal por aqui.

 

Como diz o Nuno Espírito Santo, este é o momento ideal para fazer experiências, e não na véspera de jogos importantes, como recentemente fizeram, por mais de uma vez, uns e outros que chegaram à selecção espanhola.

 

Além do mais, se perguntarem a um adepto do Valência, qual o esquema táctico da preferência do nosso actual treinador na época passada, ele terá certamente dificuldade em responder, tantas foram as (a)variações apresentadas.

 

Até ao seu despedimento...

 

As opções

 

É pacífico que, com o passar da idade, se perdem faculdades. Quem pratica uma actividade física perde velocidade, resistência, destreza, capacidade de recuperação, uma desgraça.

 

Eu próprio fui parar à fisioterapia, porque resolvi desatar a correr, sem a devida preparação, e fiz uma lombalgia. A idade não perdoa, e sou só uns anitos mais velho que o Varela.

 

O que não compreendo é esta obsessão de fazer do Drogba da Caparica, um novo Eliseu (o jogador, não o palácio!).

 

Por dois motivos: falta de opções no ataque, e a existência de, pelo menos, uma melhor opção, quanto a mim, para defesa-direito.

 

Para o ataque, temos, neste momento, três extremos: Brahimi, Corona e Hernâni. Com Varela a lateral-direito, a quarta opção para extremo tem sido o Otávio, que não é extremo, mas que lá se vai desenrascando.

 

Da mesma maneira que, na temporada passada, não me agradou ver o André André a extremo, também não me enche as medidas agora.

 

No entanto, essa é a posição natural do Varela.

 

Depois, na defesa, o titular será sempre o Maxi Pereira, e temos do outro lado o Layún, que também pode jogar a lateral-direito (e central, e trinco...).

 

Na época passada, desviar Layún, significaria dar a titularidade ao José Angel ou ao Bruno Indi. Nesta, com o Alex Telles, a diferença parece ficar mais esbatida, até no valor dos passes...

 

Porquê então o Varela?

 

E venha de lá o quarto take...

Coxos e rotos, mas glamorosos

25
Mar13

Como alguém que parcos conhecimentos detém sobre essa máquina maravilhosa que é o corpo humano, até do meu próprio, ou não me fosse impossível distinguir à primeira entre um ataque de sinusite ou de rinite, e uma reles constipação, só conseguindo fazê-lo após uma aplicação fracassada de um anti-histamínico qualquer, faz-me espécie esta cena do João Moutinho.

 

Ora, tanto quanto se sabe, porque é do domínio público, o nosso jogador ter-se-á apresentado lesionado em Óbidos, na concentração da selecção nacional.

 

É da praxe que a quem se apresenta em tais condições, é normalmente passada guia de marcha de regresso a casa.

 

Desta vez, com o João Moutinho isso não aconteceu. Estando lesionado, deverá, em princípio, ter apresentado à chegada um qualquer documento médico a atestar esse facto.

 

Presumivelmente, sendo o responsável pelo corpo clínico do clube o Dr. Nelson Puga, terá sido da sua lavra o dito documento. Ou de outro médico qualquer, é irrelevante para a questão.

 

 

Esse documento, certamente terá sido apreciado por um colega ou colegas de profissão, concluindo este(s) que existiriam hipóteses válidas de recuperação do jogador, a tempo do desafio em Israel.

 

Sendo assim, não tenho a menor dúvida de que o lógico, o ético, o aceitável, seria o corpo médico da selecção, o presidente, o contínuo, quem quer que fosse, entrasse em contacto com o clube do jogador, e explicasse a situação, e o motivo porque permanecia aquele em estágio.

 

O lógico, o ético, e o aceitável.

 

Pois bem, qual não é o espanto quando, na véspera daquele jogo o seleccionador vem dizer que o jogador só alinharia naquela partida se estivesse a 100%, e que a decisão seria do atleta.

 

Após o jogo, é o próprio quem afirma que, "Se joguei é porque estava a cem por cento".

 

Desconheço quais serão os tempos de recuperação para o tipo de lesão de que padecia o João Moutinho, mas recordo-me que, pelo clube, desde 2 de Março, quando defrontámos o Sporting, falhou esse jogo e mais aquele em que derrotámos o Estoril-Praia.

 

Regressou frente ao Málaga, mas apenas por 46 minutos, e tornou a falhar a partida contra o Marítimo.

 

Agora, em três dias, recuperou a lesão e jogou 90 minutos, de fio, a pavio, e aposto que no Azerbaijão vai suceder o mesmo.

 

A hipótese lógica, ética e aceitável de ter havido contactos entre a selecção e o clube, cai por terra quando o presidente do FC Porto, constata no pós-jogo que “Moutinho não está bem” e que, "[o] Moutinho de Israel não foi o Moutinho a 100 por cento que temos visto no FC Porto".

 

Vejo várias hipóteses para matar esta charada.

 

A que mais me agrada é a de que o homem, efectivamente chegou lesionado, mas recuperou, com ou sem milagre, o que constitui uma óptima notícia para nós, pois tanta falta nos tem feito.

 

Outra hipótese é a de que o João Moutinho não estava lesionado com a gravidade anunciada, e o FC Porto, numa altura morta das competições, em que poderia aproveitar esta semana e meia para recuperar sem pressas da lesão, tentou fazer com que o seu jogador não fosse à selecção.

 

Terá mentido Nelson Puga ou, pelo menos, exagerado ligeiramente a gravidade da lesão do jogador? Ou será hipocondríaco?

 

A derradeira hipótese, e a que, ainda assim, menos me agrada. Os senhores doutores da selecção nacional, deliberadamente ignoraram e desautorizaram completamente a opinião de um colega, e mantiveram o jogador em estágio.

 

A não ser assim, porquê a preocupação do treinador nacional de fazer recair sobre o jogador a responsabilidade da decisão de jogar ou não?

 

Pensaria estar perante uma lesão psicossomática, ao estilo do Izmaylov?

 

A reacção do clube, na pessoa do seu presidente, foi tão ténue, tão “low profile”, que quase deita por terra esta possibilidade.

 

Porém, tendo em atenção aquele que é o histórico mais recente de reacções, aos mais variados níveis, não deixa de se enquadrar no padrão.

 

Será que para o corpo clínico da selecção, hipócrita é um derivativo de Hipócrates?

 

Numa selecção onde é titular um jogador como o Varela, protagonista de uma época magnífica e que na última partida do seu clube entra aos dez minutos, para tornar a sair, e chateado, aos 73 minutos, que mais se poderá esperar?

 

E pronto, assim empatámos com Israel, e agora a seguir, contra o Azerbaijão, não vamos ter o craque n.º1, eterno putativo candidato mal sucedido a superar a pulga.

 

Mas não faz mal, afinal somos ricos, lindos e todos têm inveja de nós por isso. Ou por outro motivo qualquer...