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Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Azul ao Sul

Algarvio e portista E depois? O mar também é azul...

Siga o "freak show"!

18
Ago13

 

 

E o Rui Pastorício sempre jogou! Quem diria?!

 

Bem, o José Manuel Meirim disse-o. E teve razão. Tal como dissera que o FC Porto deveria ser excluído da Taça Lucílio Baptista na época passada. E, não teve razão.

 

Uma coisa há a creditar-lhe: coerência.

 

Se no passado defendia a inexistência de estanquicidade entre os jogos das ligas e a taça da dita, agora defendeu o mesmo princípio, e então, o Pastorício, sendo elegível para a liga secundária, obviamente cumpriria aí o castigo decorrente da sua expulsão no jogo de apresentação do seu clube.

 

Faz sentido. Com um senãozinho. Se então, José Manuel Meirim o defendia em nome da verdade desportiva, e em detrimento da preservação da saúde física dos atletas, agora, onde é que fica a verdade desportiva?

 

É que, não sei se repararam mas, a partir de agora, depois desta abstrusa e aberrante situação, nenhuma equipa, desde que possua uma versão B, vai ter jogadores castigados.

 

Basta que o jogo da B se realize antes do da equipa principal, e que o jogador em causa seja elegível (o que não deve ser difícil, mas não me dei ao trabalho de confirmar...).

 

Nem sequer interessa se passaram 48, 72 horas ou 30 minutos entre as partidas. Se o homem está castigado, logicamente não poderá alinhar, logo a questão da antecedência, que tanta tinta fez correr em tempos, e que até a assaltos deu azo, está ultrapassada, e o cadastro limpinho, como dirá alguém.

 

Também não deixa de ser interessante ver o Rui Pastorício ser expulso por tão comezinha ocorrência como aquela.  Não foi algo parecido que o impediu de nos defrontar na temporada transacta, quando deveria ter sido expulso no jogo anterior, e não o foi.

 

Convenhamos que, depois de ver o Hugo Miguel e o Jorge Sousa marcarem penáltis por faltas dos guarda-redes do Trofense e do clube que jogou na ilha dos buracos, e perdoarem-lhes as respetivas exclusões, era injusto o Pastorício ficar a secar.

 

Podia lá perder-se a oportunidade do rapaz arrancar contra o Arouca, logo contra o Arouca (!), uma daquelas exibições de encher o olho, e ainda ser despachado antes do fim do mês?

 

É claro que tendo o Trofense defrontado a nossa equipa B, e sendo a outra equipa aquela que é, nada disto interessa. O que interessa sim, é debater se a acção, normal, ainda que pouco inteligente, do Josué, e a reacção anormal, e ainda menos inteligente do Kieszek, foram adequadamente punidas.

 

Isto, é claro, e como de costume, tendo como ponto de chegada, independentemente dos pressupostos de partida, que a punição do polaco foi exagerada, porque o Josué apenas foi amarelado, mas que se este último tem sido expulso...estava tudo bem.

 

Será que ninguém se irá lembrar que o Kieszek já jogou no Porto? Em Setúbal estas coisas aconteciam amiúde era com jogadores que haviam passado antes por um outro clube, e aí, estava tudo na santa paz.

 

Os do costume dirão que não há nada de anormal, apenas que no futebol português se passam coisas estranhas, e obviamente, é por causa delas que perdem, e perdem, e tornam a perder. Até a Lucílio Baptista...

 

É à conta das coisas estranhas que um FC Porto bisonho, triste e sem rasgo chegou para ganhar ao melhor rival dos últimos trinta anos. Ora, se o treinador que nada ganhou, e nas últimas quatro épocas perdeu mais do que ganhou, diz que está à beira da hegemonia, quem seremos nós, pobres mortais, para duvidar?

 

Valham-nos adversários destes, cujo maior risco que correm é o de deixar tudo exactamente na mesma, como, por exemplo, começar o campeonato, tal como nas últimas quatro temporadas, pela mão daquele treinador, sem saborear a vitória. Pela nossa parte, enquanto forem aparecendo Artur Jorges, Mourinhos, Adriaanses, Villas Boas e Paulos Fonsecas, vamo-nos reinventado, na medida do possível, e mantendo intacta a mesma ambição de sempre.

 

Bem vindos à Liga Zon Sagres 2013-2014!

 

Continuem com o "freak show", que nós seguimos para tetra...

As venturas e as desventuras de um palhaço acrobata (numa corda muito pouco bamba) – O Início

24
Jan13

Depois da exibição medíocre de ontem, na noite escura e chuvosa de Setúbal, não admira que o brilho resplandecente do resultado obtido tenha encandeado alguns órgãos da dita comunicação social, tais as dificuldades que denotam para reproduzi-lo nas suas primeiras páginas.

 

Salva-se “O Jogo”, que mais não seja, mas do qual costumam coexistir duas versões geograficamente distintas, de que só conheço a que se segue.

 

 
 

 

O FC Porto alcançou o primeiro classificado no topo da tabela, e é segundo ex-aequo, tendo em conta a diferença de golos marcados e sofridos? Bah! O Levezinho, que resolve, chegou à Invicta.

 

Está a apenas dois golos de passar a primeiro de facto, ainda que ex-aequo? Sim, sim. E o Jesualdo? O que é ele anda a fazer?

 

Jogámos sem o James Rodriguez, sem o Fernando, sem o Atsu, sem o Varela, excepção feita ao lance do penálti, sem o Kelvin, à parte o penteado, e já agora, sem o Izmaylov? E depois? O Maicon até regressou.

 

O Jackson Martinez é, neste momento, o melhor marcador da prova? Balelas! Imaginem o forrobodó que para aí andaria se fosse o Cardozo, com penáltis e golos fantasmas à mistura…

 

Business, as usual, como sempre.

 

Também não tardará muito para que mais uma saraivada de comentários depreciativos se abata sobre o nosso treinador.

 

 

Recordo o que dele dizia Miguel Sousa Tavares, na sua última crónica, que [é] bom a dar consistência à equipa; é mau a dar-lhe criatividade, a correr riscos necessários, a apostar e a desamarrar os jogadores de desequilíbrio”.

 

A imagem generalizada, é a de que Vítor Pereira é temeroso, por contraponto com o treinador do nosso principal adversário, um caso paradigmático de temeridade.

 

Será assim? Será o timoneiro da nossa nau, assim tão avesso a correr riscos?

 

Quem tem por hábito visitar este humilde poiso, terá percebido que não morro de amores por ele. É verdade. Porém, nem tanto ao mar, nem tanto à terra, e além disso, não suporto que o comparem a outros, designadamente ao tal, elevando este aos píncaros, e rebaixando o nosso. É coisa que me irrita solenemente.

 

Mas afinal, qual dos dois corre verdadeiramente mais riscos? É a análise que proponho, tendo em conta os seguintes parâmetros:

 

- características das equipas/modelo de jogo;

 

- apreciação do modelo de jogo pelos adeptos;

 

- gestão do plantel;

 

- lançamento de novos jogadores;

 

Vejamos então.

 

Modelo de jogo.

 

Conforme escrevi no último texto, o sumo que retirei da leitura dos três trechos então reproduzidos, no que toca às características das duas equipas, resume-se em parte, a que a nossa está mais talhada para jogar com equipas da sua igualha ou até ver, de nível superior, ao passo que o adversário conveniente dos nossos rivais será tendencialmente da sua categoria para baixo.

 

 

Ora bem, atenta aquela que é a realidade do nosso panorama futebolístico, como ontem pudemos sobejamente constatar, e pensando apenas na Liga Zon Sagres, o nosso modelo de jogo estaria ajustado a quantos jogos? Com boa vontade, seis. E ainda há alguns que fazem o possível por reduzir esse número.

 

Comparativamente, do outro lado passar-se-á exactamente o inverso. Tomando como o exemplo o recente clássico, o modelo da cavalgada heróica, se algumas dificuldades experimentar na sua implementação, resumir-se-ão a apenas esses mesmos seis jogos, quando não forem menos.

 

A vocação da nossa equipa direcciona-a claramente mais para as competições europeias, do que para as internas. Só que, a essa escala, quase tudo pode acontecer, desde Dínamos de Zagreb a Apoeis.

 

O grau de aleatoriedade da aposta é sempre, necessariamente mais elevado.

 

Assim sendo, quem arrisca mais?


Nota: Com um bocadinho de sorte, os demais pontos seguir-se-ão dentro em breve. A não ser que esta primeira parte dê azo a demasiadas reclamações…

Expliquem-me lá...

23
Jan13

...como se eu fosse extremamente estúpido, o que é uma hipótese ainda não totalmente posta de parte:

 

O Izmaylov não pôde jogar em Setúbal porque, quando da data inicialmente prevista para a realização deste jogo, não fazia parte dos quadros do FC Porto, certo? Certo!

 

Por sua vez, o Fernando não pôde jogar em Setúbal porque na, supostamente última jornada da primeira volta, acumulou o quinto cartão amarelo. Contudo, na data em que o jogo deveria ter sido disputado, salvo erro, tinha apenas três cartões amarelos.

 

Sim, eu sei que os regulamentos são aquilo que são, e não há volta a dar-lhes. A pergunta é: porquê?!

 

Viva a coerência incongruente do futebol português!

 

 

 

Sado, sem Masoch, s.f.f.

22
Jan13

Aquando do lançamento da nossa tentativa frustrada de jogar em Setúbal, foi recorrente por quase todo o lado a evocação da última vitória sadina, há coisa de 30 anos atrás.

 

Foi a 27 de Fevereiro de 1983, e perdemos por 3-1. Eram outros tempos. Basta olhar para o nosso plantel de então. Pensar que uma equipa com aqueles jogadores não foi campeã nacional, na altura, deu-me a volta ao miolo.

 

Hoje, fazem-me inveja aqueles quatro avançados: Gomes, Walsh, Jacques e Júlio.

 

E o que é certo, é que não fomos campeões. Do outro lado estava uma equipa treinada por um Eriksson, recém vencedor da Taça UEFA, com o desconhecido IFK Gotemburgo, que corria muito (onde é que eu já vi isto, recentemente?!), e que tinha a meio-campo um cavalão chamado Stromberg.

 

Mas isso não interessa nada, p’rá 'gora, como diria a Teresa Guilherme. Pinto da Costa era já presidente nessa altura, e fizera regressar José Maria Pedroto, depois da aposta fracassada da anterior direcção no austríaco Stessl. Com ele regressou também a casa Fernando Gomes, e as expectativas era o mais altas possível.

 

Foi o tempo da final da Taça de Portugal, que andou em bolandas do Porto, para Lisboa, e que acabaria por ser jogada nas Antas. E para grande desilusão nossa, o raio do César, nos haveria de lixar.

 

O Sporting fora campeão na época anterior, com o louco do Malcolm Allison, e para a nova temporada, fazendo apanágio da sua imagem de clube impoluto, mas com João Rocha sempre pioneiro em tudo o que eram trafulhices, inaugurava as naturalizações de jogadores, através do casamento com cidadãs portuguesas. Kostov e Bukovac, rezam as crónicas, terão casado em pleno voo para Portugal.

 

Foi a época do tão esperado regresso do Farense à primeira divisão (peço imensa desculpa Miguel, mas quem “é de Faro, é Farense”!, e não há volta a dar), com uma das melhores equipas qua alguma vez vi jogar em Faro, treinada pelo búlgaro Hristo Mladenov, que tinha como adjunto o Manuel Cajuda. Melhor até que aquela que defrontou o O. Lyon para a Taça UEFA.

 

Em Setúbal, o treinador era Manuel de Oliveira, um dos treinadores carismáticos da época. Que digo eu? Naquela altura, todos os treinadores eram carismáticos. Mas não boçais, como alguns dos nossos dias, que tentam emular essas figuras distantes.

 

Eram os tempos do futebol rendilhado, feito de rodriguinhos a meio-campo, em que faltavam trinta metros ao jogo, mas em que se jogava à bola. Os artistas recreavam-se em campo, para grande deleite dos adeptos, e as derrotas eram quase sempre vitórias morais, desde que se jogasse bem.

 

O nosso Pedroto, expoente máximo deste tipo de futebol, tão tipicamente português, foi o primeiro que lhe acrescentou a objectividade de que necessitava para ir mais além. E se o conseguiu, caramba! Está aí à vista de todos.

 

Não me recordo, nem consegui encontrar a equipa do Vitória de Setúbal que nos derrotou, apenas tenho a certeza de que não foi a da fotografia.

 

 

No entanto, seria a equipa-tipo sadina desses dias: em cima, da esquerda para a direita: João Cardoso, Padrão, Formosinho, Brito, Fernando Cruz e Nascimento; em baixo, no mesmo sentido: Nunes, Mota, Cerdeira, Rui Lopes e Narciso.

 

Vi-os jogar quase todos ao vivo. O João Cardoso era um daqueles defesas-centrais à antiga, de antes quebrar que torcer, ao bom estilo de um Laranjeira, um Guilherme, um Quaresma, ou do nosso sempre estimado Lima Pereira. Não eram maus, eram assim, e pronto.

 

O Padrão tinha família em Faro, e ainda chegou a ser campeão com as nossas cores. O Brito, não é outro senão o Baltemar Brito, adjunto do Special One.

 

O Cerdeira e o Mota, originalmente médios, ocupavam as laterais (esquerda e direita). Dois produtos das escolas de Alvalade, e mais duas jovens promessas, que por lá nunca se impuseram.

 

Ao Formosinho, ao Fernando Cruz e ao Rui Lopes, vi-os jogar em Faro, pelo Farense. O Formosinho, em final de carreira, era o homem a quem o Paco Fortes confiava as marcações impiedosas ao adversário, tipo marcação individual de andebol.

 

O Fernando Cruz, alto e esguio, quando chegou a Faro, após uma passagem não muito bem sucedida pelo Sporting, parecia um armário, e o Rui Lopes era um ponta-de-lança, assim para o franzino, mas oportuno como poucos.

 

O Nunes, viria mais tarde a jogar na Cesta do Pão, e o Nascimento, foi durante muitos anos adjunto do Manuel Cajuda. O Narciso era o homem da casa.

 

O plantel setubalense incluía ainda nomes tais como o de um certo Octávio e de um Jesus, também conhecidos nos dias de hoje por Machado e Jorge.

 

Disse atrás que aquela não terá sido a equipa que nos derrotou, porque me recordo que nesse dia, quem brilhou e conquistou o direito às parangonas de primeira página no papel para forrar fundos de gaiolas de periquitos, foi um brasileiro baixinho, brinca-na-areia, de nome Da Silva.

 

Ele e o Fernando Cruz foram os heróis nesse dia. Não me recordo quantos golos marcaram, ou sequer se os marcaram, mas tenho ideia que sim. Nunca mais me esqueci dele. Sei que depois foi para Guimarães, que teve uma lesão grave, e pouco mais, mas nunca mais me esqueci dele, e daquele jogo.

 

Entretanto, passaram trinta anos. O futebol está muito diferente. A bola queima nos pés da grande parte dos jogadores de hoje em dia, e não há tempo para grandes rodriguinhos, sem levar com um adversário em cima.

 

As transições rápidas e o físico passaram a imperar, a ratice e a manha (que não o João Querido!), no bom sentido, de certa maneira, perderam-se.

 

Estamos hoje, incomparavelmente mais consistentes e menos românticos que então, ainda que naquela altura, goleássemos jogo sim-jogo não.

 

O nosso adversário de amanhã, comparado com o de há trinta anos, perdeu a imaginação e a criatividade do mestre Manuel Oliveira, mas ganhou a combatividade do José Mota.

 

Caso não chova a cântaros, seja como fôr e dê lá por onde der, que no dia de amanhã não se faça outra vez história. Pelos piores motivos…

Avante, marche!

10
Jan13

Estou a melhorar a minha média. Do último jogo para a Liga, contra o Nacional da Madeira, consegui ver 22 minutos (que foram 25, na realidade!).

 

Deste, vi toda a segunda parte. Qualquer dia, consigo ver um jogo inteirinho, de cabo a rabo.

 

Tendo em conta o que acabei de escrever, espero que levem isso em consideração quando lerem o que se segue. São apenas algumas breves notas, sobre alguns dos nossos rapazes.

 

Ora bem, como o Maicon jogou apenas a primeira metade da partida, perdi a oportunidade de ver como esteve no seu regresso à competição. O Danilo, naquilo que vi, esteve melhor nestes 45 minutos, que nos 25 do encontro anterior.

 

Aguerrido a defender, mais atento, e sem cometer tantas faltas. É bem certo que o Vitória se revelou ligeiramente mais afoito pelo outro flanco, mas ainda assim, especialmente após a entrada do Cristiano-golo-ao-Sporting-com-a-mão.

 

Continuo a gostar bastante do Abdoulaye Ba. Mais do que gostei do Mangala, que me pareceu estar a abusar da rispidez, para lhe não chamar outra coisa, com que entra aos lances. Logo ele, que como todos sabemos, até é um rapaz bastante comedido nesse capítulo.

 

Convirá que não exagere, para evitar dissabores. O Abdoulaye consegue manter uma presença física mais discreta, sem facilitar. Empoleira-se de quando em vez nos adversários, mas ainda não se lhe viram excessos, daqueles que cometia na Académica.

 

Bom jogo do Castro. Gostei bem mais de o ver a trinco do que ao Defour, quando por lá passa.

 

Os melhores jogos que vi ao Castro, com a camisola do Olhanense, foram mais ou menos ali. Na altura, partilhava a posição de trinco com o Rui Baião, sendo ele, dos dois, o que gozava de mais liberdade para adiantar-se no terreno.

 

 

O João Moutinho desapontou-me, pela positiva. Fez demasiado num jogo daqueles, em véspera de um clássico. Sabendo-se que dificilmente joga mal, não o esperava ver tão activo na derradeira jornada da Taça Lucílio Baptista. Vamos ver no domingo se não terá sido um desperdício.

 

Não cheguei a ver como esteve o Fernando desta vez, pois cedeu o lugar ao Lucho Gonzalez, na segunda parte. O Lucho, no estádio da carreira futebolística em que se encontra actualmente, é uma contradição permanente em campo, e este jogo não fugiu à regra.

 

Por um lado, faz jus àquela velha máxima, de que é a bola que deve correr, e não o jogador. Mas, como se viu contra o Nacional da Madeira, é dos jogadores que mais corre.

 

Ou seja, anda a desgastar-se, na maior parte das vezes, ingloriamente, em tarefas defensivas e/ou na procura de espaços onde receber a bola livre de marcação.

 

Sim, porque, se repararem, ao longo do jogo raramente enfrenta um adversário. Raramente faz um drible. O que é natural, tendo em conta a sua idade e estrutura morfológica.

 

O seu estilo de jogo é bola recebida-bola tocada. Neste jogo, acho que o maior número de toques consecutivos na bola que o vi dar, foram, salvo erro, três. No entanto, em compensação, passa a bola ao primeiro toque como ningué, e é capaz de acelerar o jogo, como pouco o fazem.

 

No entanto, é esse o padrão de jogo usual de um médio organizador de jogo? Quanto a mim, não é. Veja-se um Deco, por exemplo. A bota não bate com a perdigota.

 

Outro caso de pouca produtividade foi, sem dúvida, o Kelvin. Correu, esforçou-se, para quê? Os resultados práticos foram poucos.

 

Melhor esteve ainda assim, o Defour. Também correu e esforçou-se, com resultados ligeiramente mais visíveis, e um ombro (quase?) deslocado.

 

Também gostei do Sebá. Fora do seu habitat natural, não foi por isso que deixou de lutar, e até ensaiou por algumas vezes com a propósito, o remate. Naquela posição de avançado-centro, gostei mais dele do que do Varela no mesmo lugar.

 

A troca de posições entre ambos, quando este último entrou pareceu-me contraproducente e, no que toca a espírito de luta, com objectividade, ao contrário do Kelvin, o Sebá, que já vira jogar pelos B, surpreendeu-me muito positivamente.

 

E foi isto que vi. Agora, venha de lá a Cesta do Pão, onde o nosso maior problema será a ausência do James, tornada ainda mais notada pela do Atsu. De resto, estamos como o país, com problemas de sustentabilidade do nosso banco.

 

Mas ai, caramba, nem que tenhamos de mandar o Abdoulaye para avançado-centro, à maneira do João Manuel Pinto, dos bons velhos tempos do Sir Bobby Robson.
 

Não precisa explicar, eu só queria entender…

20
Fev12

“Entre os anos 70 e 80, tinha um programa humorístico na TV Globo, que se chamava Planeta dos Homens. A presença de grandes artistas dava ao programa global uma grande audiência (…).

 

Eu era adolescente, mas me lembro de um personagem que marcou muito o programa, que usava o bordão que dá título ao artigo. A frase, à época, era usada por crianças, adultos e velhos.

 

O personagem, um macaco, chegava perto de um humano e fazia uma pergunta que remetia a uma resposta óbvia, de simples resposta. Mas o humano, na hora da resposta, complicava tudo e o macaco dizia: «não precisa explicar, eu só queria entender»”.

(introdução sacada daqui)

 

Na semana passada, o Zé Luis, a propósito do texto “Este futebol não é para velhos”, que escrevi, questionava-me se já me tinha perguntado, como ele havia feito a si próprio, “porque raio a SAD não antecipou este jogo”.

 

Respondi-lhe que sim, já tinha perguntado, e que o meu receio era que as contratações do Lucho e do Janko não passassem de circo, como o Jorge havia em tempos, mencionado no Porta 19, pois talvez as expectativas da SAD em relação ao que resta de temporada, fossem ainda mais baixas que as nossas, de adeptos.

 

Mais, que quanto ao nosso treinador, não o entendia (e não entendo), pois o seu leit motiv parece ser chegar ao fim-de-semana, com a consciência tranquila de ter feito um bom trabalho durante a semana. O resto, ou seja, o que possa acontecer nos jogos, é acréscimo.

 

Depois da partida com o Vitória sadino, confesso que, fiquei com remorsos. Afinal, uma vez disputado o jogo, tudo parecia estar perfeitamente estudado, programado, enfim, sob controlo.

 

O Vitória de Setúbal é, na minha ótica, sem margem para grandes dúvidas, e a par da União de Leiria, uma das duas equipas mais fracas da Liga Zon Sagres. Ao contrário de nós, adeptos impreparados para a interpretação dos signos metafísicos desta ciência oculta que é o futebol, o nosso treinador, e, quiçá, por extensão, a própria SAD, estavam bem cientes disso.

 

Então, para quê antecipar ou adiar este encontro?

 

Desta forma, pudemos fazer uma espécie de recuperação activa do esforço despendido na quinta-feira. Que jogo melhor do que este para o nosso treinador recuperar do lugar recôndito onde o exilou, o Sapunaru, e dar-lhe uns minutos de jogo? Com o Danilo e o Mangala lesionados, e o jogo no Estádio da Lucy a aproximar-se, o rapaz, pelos vistos, até resolveu começar a portar-se condignamente.  

 

O Otamendi, que não jogou por castigo as duas últimas partidas, para a Liga e para a Champions, regressou à competição, e assim sempre ganha algum balanço para Manchester, e o resto da temporada, já agora.

 

O Alex Sandro, que tanto azar tem tido com lesões, também teve a oportunidade de rodar, e ganhar minutos, à conta do castigo do Álvaro Pereira, que muito provavelmente, dentro da política natural de gestão do plantel seguida, e tendo em conta que se encontra castigado para a Liga Europa, mesmo que estivesse disponível, o mais certo seria não alinhar.

 

Assim, cumpriu castigo contra o Vitória de Setúbal. Sopa no mel. Acaso a partida tivesse sido antecipada ou adiada, quando iria ele cumprir o castigo?

 

No centro nevrálgico das operações, bastaram o Fernando e o João Moutinho em alta rotação durante a primeira parte. Na segunda o Moutinho, que previsivelmente, vai ter a sobrecarga adicional do tal malfadado particular da selecção portuguesa, teve o merecido repouso.

 

Tal como o Lucho Gonzalez. Se bem que neste caso, não sei muito bem donde é que lhe adveio a mais que evidente necessidade de descanso.      

 

Ver o Lucho Gonzalez em campo, com excepção de um momento único, em que efectuou um alívio junto à nossa defesa, fez-me lembrar uma partida de ping-pong entre dois chineses. Mas um jogo em que um dos chineses jogasse ao ritmo normal, e o outro respondesse com movimentos de tai-chi. Este, seria o Lucho, obviamente.

 

O Fernando teve a sua pausa no desaire de Barcelos, e está com uma rotação de tal maneira elevada, que mais vale deixá-lo andar.  

 

No ataque, era inevitável o Janko, que necessita de se ambientar à equipa, e que não pode fazê-lo na Liga Europa, portanto, este desafio nesta altura, vinha ao queres.

 

 

Para não falar do Silvestre Varela e do Hulk. O Varela precisa de jogar para ganhar ritmo, desiderato que, desde o início da temporada ainda não logrou atingir de forma consistente, e que todos esperamos, o consiga fazer antes de Setembro.

 

O Incrível, como já li num comentário, está também num processo de recuperação de um período de paragem, e necessita desesperadamente de jogar para ultrapassar o estado de idiotice amorfa, em que se encontra. Isso, e que lhe deem uma porrada valente nos calcanhares. Salvou-se o passe para o golo do Fernando.

 

Acrescente-se o Maicon, que fez uma série de jogos consecutivos como lateral, passando nos dois últimos, em que o Otamendi esteve ausente, da lateral para o centro da defesa, e de volta à lateral, por lesão do Danilo contra o Manchester. Poderá, por isso, estar a ressentir-se do esforço físico e psicológico. Isto apesar de ser o próprio a afirmar encontrar-se num bom momento.

 

Poderia ter saído do onze o Rolando, que esteve, no domínio da marcação visual ao Meyong, mais ou menos ao nível dos melhores momentos dos defesas do Vitória, em vez de interromper o pico de forma do Maicon?

 

Podia. Mas o Rolado teve o seu merecido descanso na recepção ao União de Leiria. Agora era a vez do colega.

 

Ou seja, como se vê Zé Luis, estamos para aqui a preocuparmo-nos com pormenores, como antecipações e/ou adiamentos de jogos para nada. Não vale a pena andar à procura de explicações elaboradíssimas e grandes exercícios de retórica mistificadora.

 

As coisas são como são, e só alguns pseudo-intelectuais é que se divertem a fazer do futebol uma ciência oculta para terem do que falar e escrever.

 

Entreguemos com confiança os nossos destinos nas mãos da SAD e do Vítor Pereira, que está tudo sob controlo. Para bom entendedor meia palavra basta, e o que não tem explicação, explicado está.

 

 

 

 

 

Ode à incompetência

07
Dez10

Parecia eu que estava a adivinhar, quando disse que a jornada aparentemente fácil que se avizinhava, não era nada que os árbitros nomeados não pudessem desmentir.

 

Pimba! Toma lá disto. Na União de Leiria contra o SC Braga, o Artur Soares Dias conseguiu expulsar três jogadores bracarenses.

 

Atenção, por muito que o Domingos peça para o deixarem acabar um jogo com onze jogadores, neste, quanto a mim e ao próprio presidente do clube, não lhe assistirão por aí razões de queixa.

 

As expulsões do Miguel Garcia e do Matheus parecem-me correctas, assim como os dois penáltis contra a sua equipa. Já a do Mossoró…Bem, pelo menos não corre o risco de ser suspenso por ainda mais tempo, no próximo jogo contra o mais grande do Mundo dos arredores de Carnide, para a Taça de Portugal.

 

 

 

Agora, complicativo a valer foi o amigo Elmano Santos, no FC Porto x Vitória de Setúbal.

 

Há algo que provoca neste árbitro uma espécie de descontrolo emocional, sempre que entra em jogos onde um dos contendores é o FC Porto,  e que porventura, mais do que a indisfarçável falta de capacidade, o tolhe e leva a que cometa erros em catadupa.

 

A exibição realizada por este indivíduo na época 2009-2010, ontra a União de Leiria no Dragão, havia já deixado a desejar, e agora, mais este monumento à incompetência.

  

O penálti assinalado contra o Vitória parece-me, de todo, despropositado. Vi e revi a jogada, e não vejo falta que o justifique. No lance do penálti a favor dos sadinos, parece-me claramente que, a existir falta, por agarrão, ela acontece fora da área.

 

Dentro desta, há, sim senhor, uma mão do Fucile no adversário, mas daí até ser penálti…É a tal história da intensidade da falta. Falem com o Gabriel Alves. Ele explica!

 

E depois, o amarelo ao Otamendi, que não faz qualquer falta no lance, compõe o ramalhete de estupidezes. A ser amarelo era ao Fucile, e era o segundo, com a consequente expulsão, sem que tenha havido motivo para o primeiro.

 

Um pouco à imagem do que aconteceu com o Olegário, na época passada, num jogo que ganhámos 3-1, a uma equipa qualquer.

 

Dito isto, importará dizer que não me surpreendem os erros dos árbitros. Aliás, nalguns casos, como no do Elmano Santos, são perfeitamente naturais. Preocupante sim, é a predisposição para cometer esses erros.

 

Passo a explicar. Acho que é perfeitamente natural que numa jogada como a do golo anulado ao Olhanense, no jogo deste clube na Cesta do Pão, venham os mesmos que defenderam o árbitro auxiliar que deixou passar o fora-de-jogo do Valdés, contra o FC Porto, com o argumento de que lhe seria quase impossível descortinar a irregularidade, e que na dúvida, esteve bem, ser agora os primeiros a defender que o golo do Paulo Sérgio foi bem anulado.

 

Nada de anormal, é apenas a costumeira coerência. Agora já não acho tão razoável que árbitros como o Elmano Santos ou o Jorge Sousa, em duas jogadas onde, quase de certeza terão tido dúvidas, e refiro-me à do penálti a nosso favor neste jogo (que parece que terá sido assinalado por indicação do auxiliar) e à da expulsão do Maicon, em Alvalade, tenham, sem hesitação assinalado, respectivamente, a favor e contra o FC Porto.

 

E não me venham dizer que o Elmano o fez por que foi comprado, por causa da fruta, do chocolate, ou do raio que os parta.

 

Alguém que em duas épocas consecutivas tem a coragem de assinalar, em pleno Dragão, nos instantes derradeiros das partidas (U. Leiria e Vitória de Setúbal), penáltis contra a equipa da casa, não merece ficar com o estigma de ter actuado em prol do FC Porto.

 

Na época passada o Helton defendeu, e agora o setubalense enervou-se com a repetição e falhou. Também não me venham com a conversa de que o homem mandou repetir a grande-penalidade de propósito.

 

O Jailson tinha, tal como na primeira tentativa, 50% de hipóteses de acertar (bem, talvez um pouquinho menos, se contar-mos com a nervoseira!), sem que o árbitro tivesse nesse capítulo qualquer intervenção e/ou controle. Era só metê-la lá dentro, como fez à primeira… 

 

Errar, erra-se, mas esta aparente predisposição para tal, preocupa-me bem mais do que os erros propriamente ditos. Até porque depois, entramos nos famosos jogos de compensações, como se viu no penálti para o Vitória e no cartão ao Otamendi.

 

Outro cuja predisposição para a asneira me preocupa é o Fucile. Ele foi o tal 3-1, com o Olegário. Tinha sido antes o jogo com o Arsenal, depois, e mais recentemente, o de Guimarães.

 

Começa a fazer-me lembrar aquela estória que se conta do Marinho Peres e do Heitor, quando se cruzaram em Guimarães.

 

Por esses dias o Vitória andava pela defunta Taça UEFA, e depois de uma campanha, a todos os títulos meritória, soçobrou perante, salvo erro, o Borussia de Moenchengladbach.

 

No final do jogo foram dar com o Marinho Peres, sentado, cabisbaixo, pensativo e com o semblante mais carregado com que alguma vez o viram, ele, que até era bastante expansivo.

 

Para animá-lo, quem o encontrou, lembrou-lhe o quão meritório havia sido o percurso vitoriano, e que, como tal, não se justificava tamanho desalento.

 

Ao que o bom do Marinho replica que não está triste pela eliminação. Antes pelo contrário. A grande preocupação na sua cabeça, era decidir quem é que iria por a marcar o Heitor no próximo jogo.

 

O Heitor era o médio/lateral-esquerdo da equipa, que fazia jus a outros laterais-esquerdos que eram possuidores de uns valentes “pés-canhões”, e que, nesse jogo cometera a proeza de apontar, nada mais, nada menos que dois auto-golos.

 

Assim está o Fucile, para mim. Olho nele mister… 

 

Não há Mal que dure cem anos

18
Out10

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nem sequer o Big Mal. Faleceu Malcolm Allison. Cá por estas bandas ficou conhecido por ter treinado aquela que, para alguns, é actualmente a nossa sucursal de Lisboa, o Sporting.

 

Não era, nem por sombras, um Sir, como o Bobby Robson. Nem lá andava perto. Parecia mais um daqueles ingleses castiços que vêm para Albufeira, para o golfe e as nights regadas de whisky, com música de fundo da Bonnie Tyler a bombar.

 

No entanto, quanto a mim foi o último treinador que conseguiu ser campeão no Sporting, enquanto este ainda era um grande clube. Convirá não esquecer que foi o último campeão em Alvalade antes dos dezoito anos de jejum, interrompidos pelo Augusto Inácio e pelos cotovelos do Acosta, a que se seguiu, duas épocas depois, o campeonato do guaraná, perdão, do Jardel, com a modesta colaboração do Boloni.

 

Como disse, aquando da sua passagem pelo Sporting, ainda este era uma grande equipa, que lutava taco-a-taco pelos títulos das competições que disputava, e ganhava jogos por 3-0, com os golos todos marcados em penáltis sobre o Manuel Fernandes e o Jordão. Daí para cá, aprimorou-se em segundos lugares (com acesso à Champions), e mesmo isso já vai sendo difícil.

 

Ganhou ainda, salvo erro, por 4-1, aquela final da Taça de Portugal, contra o Sporting de Braga, em que o Quinito para o Estádio Nacional de Oeiras de fato, gravata e florzinha na lapela. Muito lhe serviu!

 

Recordo ainda a sua estadia mais tarde no Vitória sadino, onde a dada altura reencontrou Manuel Fernandes e Jordão, já bem entrados nos trintas, e onde, com a ajuda do heterodoxo Roger Spry (este sim, passou pelo FC Porto!), pôs aquela equipa a jogar como nunca mais se viu.

 

Eram os tempos dos treinos inspirados nos métodos dos comandos de Sua Majestade, da música, e das caras com pintadas e dos gritos de guerra. Esquisito? Pois sim. O que é certo, é que deu resultado.

 

Depois, recordo a sua efémera passagem por um Farense moribundo, que não conseguiu salvar. Uma vitória em três meses e caminho aberto para a saída, dele e do Presidente Fernando Barata, culminando com a ascensão de Paco Fortes a treinador, e a entrada de António Boronha para Presidente.

 

No Farense, como o meu cunhado e Boronha me recordaram, teve o seu apogeu no jogo decisivo da época contra o Sporting de Braga, em que se lembrou de colocar o central Luisão, a jogar a avançado-centro. Precisávamos ganhar…e perdemos.

 

Para mim, mais do que isso, aquilo que mais me marcou foi, logo após a sua chegada, a “transformação” do Fernando Cruz, precisamente de avançado-centro em trinco.

 

Para os que não se lembram, o Fernando Cruz era um avançado, que começou a sua carreira em Setúbal, e que, sendo alto e franzino, costumava descair mais para as laterais. Ficou famoso por um golo marcado num jogo contra o FC Porto, que, juntamente com outro (ou outros!?) do seu colega, um brasileiro pequenino, de nome Da Silva, contribuíram para o empate, se não me engano 3-3, nesse jogo.

 

Andou pelo Sporting nos anos pós-Manuel Fernandes e Jordão, e, quando chegou ao Farense, estava feito um guarda-fato, alto e espadaúdo, que onde encostava, era dele, mas que, pronto, em termos técnicos, a bola atrapalhava um bocadinho.

 

A primeira coisa que o bom do Allison fez quando o viu, foi pô-lo a jogar a trinco, e era confrangedor!

 

Ver um tipo a jogar naquela posição, que cada vez que tentava levantar uma perna para dominar uma bola a saltitar a meio-do-campo, dava a impressão que entravámos numa qualquer twilight zone, e a velocidade do jogo passava para slow-motion, era aflitivo.

 

Só mesmo com muito whisky no bucho. E o resultado foi o que se viu.

 

Dito isto, podia ter passado sem conhecer o colorido que o bom do Big Mal trouxe ao nosso futebol? Podia…mas não era a mesma coisa.

 

Que descanse, mas quase de certeza que não será em Paz! 

 

PQP

26
Abr10

Pêquêpê era o nome-de-guerra utilizado por Pedro Queirós Pereira, nas suas andanças de piloto de ralis. Segundo consta, o actual Presidente do Conselho de Administração da Semapa foi um dos bons pilotos que existiram (e existem no nosso País).

 

A mim, dizia-me alguma coisa porque, na ânsia de pôr nomes de pilotos nas caricas que participavam nas sempre empolgantes corridas de caricas, que se faziam em ciricuitos sempre novos, traçados nas areias da Praia de Faro, recorri aos serviços de consultoria do meu Pai, que, na sua ignorância do que era a F1, me indicou os nomes que lhe eram familiares, e que eram pilotos de rali.

 

Entre outros, o Pêquêpê, o irmão (penso eu de que...!) Mêquêpê, o Santinho Mendes, os algarvios Carlos Fontaínhas e o Rogério Seromenho. Estes, concorriam nas areias, sem grandes espinhas, com o Jody Scheckter, com o Gilles Villeneuve, o Bruno Giacomelli, o James Hunt, o Clay Ragazzoni, e claro, o Alan Jones e o Carlos Reutmann, por vezes até os nós dos dedos sangrarem. E até ganhavam, dependendo do bom estado da carica...

 

Mas, o PQP a que me refiro não é este. Esta introdução é só para desanuviar um bocadinho, e porque não tive a coragem necessária para escarrapachar no título, de caras, "Puta que pariu".

 

O que até é pena, porque, de certeza que aumentava exponencialmente o número de visitantes do blog! A desilusão depois é que seria pior...

 

O PQP a que me refiro, não é outro senão o acrónimo de "Puta Que Pariu".

 

Convirá esclarecer de que, apesar de tudo, não se trata de um "puta que pariu" destinado a alguém em especial, senão seria o portuguesinho "vai para a puta que te pariu".

 

Não, este "puta que pariu" é de origem brasileira, e de acordo com o wikcionário, expressa susto, apreensão ou aflição.

 

E isto vem a propósito de quê? Vem porque "puta que pariu", foi o que me veio à cabeça quando soube que o Falcão não ia jogar contra o Benfica, por ter visto o quinto amarelo em Setúbal.

 

Puta que pariu, foi o que me ocorreu quando vi a jogada inacreditável que ditou a amostragem do quinto amarelo.

 

Puta que pariu, se o concorrente directo do Falcão pela bola de prata não podia ter sido expulso por jogadas piores, nas duas primeiras jornadas da Liga Pescada, e levado mais uns quantos amarelos, por jogar "pelos cotovelos".

 

Puta que pariu, como é que estará o Lionn, depois da entrada do Máxi Pereira, e quanto jogos ficará de fora o tipo a que o Carlos Martins partiu a perna?  

 

Puta que pariu, pelo azar que o FC Porto teve por o Djikinné não jogar. É que se jogasse, o árbitro podia, simplesmente não o expulsar, como no jogo da primeira volta, e escusava de prejudicar o FC Porto também no jogo com o Benfica.

 

Puta que pariu, que este árbitro continua a fazer de conta que arbitra à inglesa, e a deixar jogar, mas cada vez mais me convenço que, afinal de contas, ele não sabe mesmo é o que anda a fazer. A continuar assim, mais tarde ou mais cedo, ainda o voltam a deixar arbitrar jogos do Glorioso...

 

Puta que pariu, quando vi que o Benfica, com quinze minutos de jogo, ganhava já por um a zero.

 

Puta que pariu, quando percebi que o Cardozo é que tinha marcado o golo.

 

Puta que pariu, quando soube que o golo tinha sido de penálti.

 

Puta que pariu, quando me apercebi que o Olhanense estava a jogar, desde os dez minutos, com dez jogadores.

 

Puta que pariu, quando vi a jogada do penálti.

 

Puta que pariu, que não percebo nada disto. Então não era opinião generalizada entre os benfiquistas que o golo que lhes foi anulado no jogo contra o Nacional da Madeira, por este mesmo árbitro do jogo do FC Porto, por mão do Miguel Vítor, esparramado no chão, e que lhe valeu a erradicação dos jogos do Benfica, tinha sido uma vergonha?

 

Puta que pariu, se não há pelo menos um benfiquista, que ainda não se conseguiu esquecer da expulsão injusta (para ele!) do Djalma, num Marítimo x FC Porto, há quase dois anos, numa jogada deste género?

 

Puta que pariu, se na jogada em que o Castro pontapeia a bola contra o Aimar, a bola não lhe vai ao braço, como na jogada do Delson.

 

Puta que pariu, como é que o árbitro nem sequer tem dúvidas, em qualquer uma daquelas jogadas?

 

Puta que pariu, se o Cardozo não simulou atabalhoadamente um penálti no final do jogo (com direito a reclamação e tudo, mas muito comedida. Deve estar consciente de que não é grande actor!)? Não podia ter levado o segundo amarelo?

 

Puta que pariu, isto vai ser assim até ao fim, não vai?

 

Agora sim, apetece-me mandá-los, à portuguesa, para as putas que, desafortunadamente, os pariram...

 


Nota: Como diria o Octávio, "vocês sabem de quem é que eu estou a falar..."